quinta-feira, julho 27, 2017

Agora, sim, está tudo esclarecido



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António Costa explicou ontem, com a inabilidade do costume e a quase inintegibilidade das palavras comidas a meio que lhe enformam o discurso, que os argumentos da oposição eram “parvos”. Entre outras pérolas, mentiu também, sobretudo naquela jogatina que metia datas, número de vítimas ministério público, etc. Toda a cena se passa entre o secretário de estado (aquele que chora com Marcelo), a imóvel, queda e muda Constança e a comandante Patrícia, aquela senhora  que todos os dias nos vem dizer que as coisas estão difíceis, mas que temos não sei quantos homens no local, mais não sei quantos meios aéreos, mais não sei quantos meios terrestres, mais não sei quantos espanhóis, mais não sei quantas mudanças de direcção de vento, baixas de humidade (e vá lá que não tem havido raios, nem os relâmpagos do Baldaia) e nos explica como se estabelece as prioridades nos ataques dos incêndios.

À noite, a SicN dá uma entrevista com Pedro Nuno Santos, aquele fulano de barba esbranquiçada e bem aparada que se senta quase sempre à direita de Costa, aquele que disse não pagamos, os alemães que se pusessem a pau que ele ia lá e partia-lhes as pernas, não sei se foram estas as palavras exactas, mas qualquer coisa por aí. E para mim, valeu o jornalista ter aflorado o fato de Costa ter dito e repetido que o número de mortos de Pedrógão Grande era assunto esclarecido e que afinal não estava nada esclarecido. E é aqui que o fulano que diz que vai dar umas caneladas aos alemães e não paga diz que Costa disse isso, sim, mas depois disso o Ministério Público listou as vítimas e agora o assunto estava esclarecido (!!!).


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