sexta-feira, junho 30, 2017

Incêndios grandes e roubos graves… dizem eles.



[6143]

Estamos gradualmente a atingir o grau zero. Da política, da segurança, da credibilidade, da economia. A conversa barata que nos impingem sobre as brisas favoráveis que nos afagam devia ser objecto de trabalhos sérios e objectivos por parte de quem tem a autoridade ética e científica para explicar aos portugueses que as auras favoráveis são o resultado de cortes brutais em sectores vitais para o funcionamento das instituições e para o bem-estar e segurança dos portugueses.

Não é por ter havido uma tragédia em Pedrógão ou por terem roubado uma assinalável quantidade de material de guerra, que vai inevitavelmente parar à mãos de terroristas que se entretêm a matar inocentes, que devíamos chegar a esta conclusão. As conclusões de há muito que estão identificadas e remetem, indubitavelmente, para a irresponsabilidade de um grupo de gente que usurpou o Poder e se entretém a dizer piadolas no Parlamento, à custa de um indivíduo pernicioso e sem carácter que se prestou e presta a “circunvoluções” de carácter para obter os seus fins à custa dos cidadãos, mesmo, ou sobretudo, daqueles que convictamente lhe deram o seu voto, sem que lhes passasse pela cabeça que o desenlace da situação fosse o que foi. Soubessem eles que Costa se iria aliar à extrema-esquerda e jamais, repito, jamais lhe dariam o seu voto.

O resultado está bem à vista. De há muito que o funcionamento das instituições de serviço ao cidadão, como os transportes públicos, a saúde, a justiça e a educação (a educação, valha-me Deus) vogam ao sabor de humores caducos e cortes orçamentais em nome duma coisa que irritava imenso Jorge Sampaio e lhe servia para umas tiradas tonitruantes e que dava pelo nome do défice, aquela coisa que existia para aquém da vida. Costa sabe que cumprindo essas metas, sobretudo o défice, vai aguentando aquilo que eu chamaria, e glosando Pacheco Pereira, a masturbação do Poder. Porque tem consciência de que é a única coisa que ele sabe fazer – manigâncias espúrias para manter o Poder, mesmo que dando umas migalhas à extrema-esquerda, que vai experimentando igualmente a volúpia de mandar.

O roubo de Tancos envergonha-me. Não se trata de roubar um automóvel ou uma salva de prata da casa de um vizinho. Trata-se do assalto, presumo que fácil, a um quartel, uma instituição que não pode estar sujeita às mirabolâncias de Costa e dos seus sequazes. Igualmente não podemos continuar a sofrer estes vexames e putativas consequências destes actos e a sublinhá-los com vacuidades como Constança a dizer que o incêndio em Pedrógão foi muito grande e Azeredo a dizer que o roubo de Tancos foi muito grave.

Não sei como é que estas coisas se fazem para explicar aos portugueses que esta maralha tem de ir para a rua. Alguém deveria ter o engenho e a arte de explicar aos eleitores a trapaça em que estamos envolvidos, explicar convenientemente e sem medo de dizer coisas ou chatear individualidades. Ou mesmo de cometer erros, como os suicídios de Passos Coelho. Alguém que, de caminho, explique aos portugueses que, tão mau como a geringonça é este circo da comunicação social em função permanente, em que os palhaços são a colecção infinda de comentadores e especialistas que vão dando cobertura e aconchego a Costa e seus rapazes. Alguém que consiga explicar às pessoas que não temos condições para aguentar muito mais tempo esta situação, sob pena de qualquer dia nem país termos. Não sei quem, nem como. Mas alguém tem de ter a coragem e a força para acabar com isto. 

Quando andei na tropa, na altura de passarmos à disponibilidade tínhamos de fazer contas por CADA BALA, repito, por cada bala, que faltasse ao espólio, com excepção de arrolamentos feitos logo após acções de combate. Agora… roubam quartéis. E não há ninguém que veja. Que guarde. Que tome conta. Se calhar, não há. Não chega … não sei. Não deve haver dinheiro. Porque é preciso manter o défice e distribuir umas migalhas a funcionários e pensionistas. E reverter. Desfazer. E conduzir as coisas para o “quanto pior, melhor”, afinal ao grande motto da esquerda que sabe que esta é a única forma de se manter no Poder.


*
*

Etiquetas: , ,