quinta-feira, junho 01, 2017

É preciso ter lata





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Esta gente não presta. Pode-se dizer que fazer oposição acomoda métodos e retórica nem sempre no conforto de um cantinho que a ética reserva para isso mesmo – para a oposição se opor. Mas há uma linha nítida entre uma oposição válida e sem recurso a rodriguinhos idiotas e há aquela oposição estéril, de contradizer porque sim, quase sempre com recurso a uma semântica que tresanda a cartilhas, ideias feitas e, sobretudo, aos delírios daqueles que não sabem fazer mais nada.

Cá pela paróquia este é um processo recorrente e poucos eventualmente se poderão gabar  de o fazer como os socialistas. Agressivos, truculentos, malcriados e, tristeza…, sem substância, sem conteúdo.

Isto a propósito das considerações assumidas em registo sério e didáctico do nosso ministro das finanças que através do seu discurso salteado e, frequentemente, sem sequer correspondência de género ou flexão gramatical de número, acaba por explicar ao rebanho que a reestruturação da dívida é um passo difícil e susceptível de fazer perigar a confiança dos credores. E o homem diz isto, sem se rir e, acho, convencido mesmo que está a descobrir a cana para o foguete e a explicar o método aos papalvos.

É inadmissível. Há bem pouco tempo não havia UM socialista que não se afirmasse na necessidade de se reestruturar a dívida, culpando o governo anterior por não fazê-lo. Alguns socialistas, em afluxos histriónicos, ameaçavam mesmo que era preciso "partir as pernas aos alemães" (espero que em sentido figurado, porque o PS é especialista em partir fuças á Direita, dar bofetadas, roubar gravadores, mandar calar polícias de trânsito e sabe-se lá se alguma vez não se entusiasmam mesmo e começam a partir pernas aos cidadãos).

Hoje temos pela Assembleia um grupo de cordeiros que não só já não partem as pernas a alemão nenhum, como se calam, cúmplices, sobre as diatribes de Centeno. Não falo sequer na chamada extrema-esquerda (duvido que eles saibam o que isso significa…) que se mantém calada, subserviente e estúpida, dividindo-se em mandar umas bocas aos voluntariosos repórteres da nossa praça, dar umas entrevistas sobre quando o pai de alguém roubava bancos "só para chatear o Salazar" e calarem-se quando deviam dizer alguma coisa de jeito. Admitindo que conseguem, com esforço, dizer alguma coisa de jeito.


E agora vou almoçar ao local do costume, antes que me partam as pernas também.



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