sexta-feira, fevereiro 24, 2017

A versão pós verdadeira da vista grossa...





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As televisões, especialmente a SicN, já conseguiram convencer um considerável número de eleitores que por causa do governo anterior dez mil milhões de euros foram levados à sorrelfa para os tais off-shores. Há mesmo quem diga que jeito que fariam esses dez mil milhões para hospitais, escolas e os etc. em uso corrente nesta repartição.

Não sei se esta atitude é deliberada ou se estamos apenas em face de um punhado de gente burra. Não quero crer na última asserção, mas a primeira não é muito abonatória, também. Uma dúvida mais atroz se coloca em Jorge Coelho, por vezes acho que ele acredita no que diz, mesmo que diga sempre a mesma coisa mil vezes.

Faz-me alguma impressão que ninguém consiga de uma vez por todas explicar, como fez Lobo Xavier ontem, ou o Miguel Morgado, que ninguém roubou coisa nenhuma e que o governo anterior não fez vista grossa a coisa alguma. E que explique porque é que não há maneira de fugir aos off-shores sempre que se trata de comércio internacional, muito especialmente se estamos na qualidade de compradores.

Uma notinha final para a reles (reles é um termo que foi usado por Montenegro e que acho bem apropriado) actuação de uma reles criatura como António Costa. Dizer na Assembleia que desapareceram dez mil milhões por causa do governo anterior devia ser causa justa para qualquer coisa que não sei bem o que poderia ser. Mas dói ver aquele pingente oportunista duma situação que soube criar, a dizer o que diz. E com a segunda figura do Estado a bater palmas. E outra notinha pra Pacheco Pereira que sabe muito de História e, claramente, não sabe bem para que servem os off-shores. Podia era informar-se antes de se entregar àquelas traquinices revolucionárias, sobretudo depois de criticar Zeca Afonso pelo seu lado revolucionário excessivo.

Nunca fui um Cavaquista incondicional. Mas ontem ouvi a entrevista que deu à RTP. É preciso viver-se o momento actual para se dar mais valor a gente séria, educada e com sentido de Estado.



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