segunda-feira, janeiro 23, 2017

Lying is an elementary means of self-defense (Susan Sontag)



[5494]

Ainda hoje a Fernanda Câncio mentiu. Na sua crónica do DN de hoje, entre outras preciosidades, afirmou, preto no branco, que Trump mandou calar o repórter da CNN. É MENTIRA. Eu vi e ouvi e Trump não o mandou calar. Disse-lhe, de resto com cortesia, que não respondia a estações que davam notícias falsas. O que, de resto, se veio a comprovar que era verdade.

Não tenho qualquer preconceito contra jornais e jornalistas, televisões ou comentaristas. Limito-me a registar que uma grande parte deles são mentirosos, manipuladores, tendenciosos, desonestos, ignorantes e malfalantes. Assim sendo, no caso particular de Trump não responder ao repórter da CNN não vejo onde esteja a, chamemos-lhe, heresia. Já mentir sobre alguém, conscientemente e valer-se de uma marca reputada como a CNN e acabar por se insurgir e praticamente ralhar com um presidente eleito, dá lastro ao que acabei de dizer sobre a f. e muitos outros jornalistas. 

São atitudes normalmente provindas de jornalistas que se arvoram em detentores de regime especial e conduta, quando deveriam ser os primeiros a aprimorar e respeitar esse desiderato. Sobretudo se trabalhando para órgãos de comunicação social com reconhecido impacto social.

Espero não receber já trinta telefonemas acusando-me de estar a defender Trump. Nem ele precisa que o faça nem sequer é o caso. Se estou a acusar alguém é o tal jornalista da CNN que na tal conferência de imprensa ficou escandalizado e colérico com a recusa do presidente. E é disto que estamos a falar, como se diz agora.

Já agora e a talhe de foice, já que falei da f.. Diz ela, a linhas tantas: «…porque ele - o multimilionário a quem nunca se conheceu atividade cívica…». Pode ser até verdade, mas uma coisa eu sei. Criou muitos milhares de postos de trabalho para muitos milhares de famílias. Não será seguramente uma sopinha aos “sem-abrigo”, com direito a reportagem do exterior, como ainda há dias aconteceu aqui na paróquia. Mas criar muitos milhares de postos de trabalho, chame-lhe a f. o que quiser, é obra.



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sexta-feira, janeiro 20, 2017

"Quadraturas" quadradas





[5493]

Já faz DUAS "Quadraturas" consecutivas que todos os comentadores, sem excepção, incluindo Lobo Xavier, gastam cerca de 70% do tempo injuriando o PSD pelo sentido de voto anunciado à descida da TSU.

Eu deixo-me ficar a ouvir (excepto o Jorge Coelho que já gerou em mim uma real incapacidade física em ouvi-lo, vou à cozinha beber um sumo de manga enquanto ele fala…) na esperança de perceber porquê. Não consigo, não dá. Pacheco Pereira diz que é por o PSD ter perdido a matriz social-democrata. Lobo Xavier diz que não concorda com o voto anunciado porque é absurdo. Continuo aguardando para perceber porque é que é absurdo e ele diz que é absurdo porque é absurdo. Ficamos assim. Depois guardaram os 10 minutos finais para falar da posse de Trump. 


Como se sabe, o absurdo PSD e a solidariedade expressa por P. Pereira a Peneda, Ferreira Leite, Rangel, Capucho, Marques Mendes, Marcelo e outros "proscritos" do Partido é uma matéria candente que remete a posse de Trump para a categoria das coisas desinteressantes e mais ou menos inócuas.

Doentio. E bem pago. Excepto a quem assiste. Que nos sentimos...isso... e mal pagos. Começo a pensar que Passos Coelho deve ser realmente uma personagem sólida, honesta, competente e educada para pegar “nisto” outra vez.


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segunda-feira, janeiro 16, 2017

Cachecóis, chazinhos e tisanas.



[5492]

Há um intolerável modo paternalista no corrupio de especialistas de frio que vão desfilando pelas televisões, aconselhando-nos sobre o que devemos fazer com a vaga de frio que vem aí. A “nossa“ vaga de frio não tem nada a ver com o frio corrente de muitos países da Europa, mas o nosso frio é mais perigoso, mais “correspondência”, mais exigente em “inhos” (como uma sopinha, um cobertorzinho, um chazinho, um casaquinho) e mais matreiro.

Ouvidos os "especialistas", fiquei a saber que devemos ingerir bebidas quentes (chás e tisanas !!!), usar gorros, cachecóis e camisolas (eu seja ceguinho), não vá alguém lembrar-se de ir de bermudas e T-Shirts para a Baixa. Também fiquei a saber que o nosso país está apetrechado com cerca de duzentos postos de saúde, pelo que os cidadãos podem dormir descansados. E já agora, como estão mais habituados, ir às “urgências” dos hospitais, se derem um espirro.

Farto de ser tomado como um débil mental ou um miúdo traquinas, mais ao menos ao estilo de come a sopa toda se não te deixo jogar no computador, fico pensando nesta mentalidade mesquinha que formata a comunicação com as pessoas e pergunto-me sobre o que vai na cabeça deste pessoal que vem para a televisão dizer para usarmos luvas e cachecóis. Se acham que estão fazendo genuíno serviço público ou se, bem lá no fundo, lhes brilha aquele espírito tutorial que acham que devem ter, porque lhes foi concedido, sabe-se lá por quem. Chiça!


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sábado, janeiro 14, 2017

Então não querem lá ver que o PSD vota contra? E a servir de muleta ao BE e PCP? Que safados…



Entendam-se. E lixem-nos só um bocadinho. Tudo isto já fede...

[5491]

A vozearia que vai por aí sobre a intenção de Passos Coelho votar contra a baixa da TSU pelo governo é simplesmente ridícula (faltava a Ferreira Leite, mas já apareceu, feita D. Constança…) e suscita em mim um par de comentários a que não resisto deitar para o lixo dos energúmenos do Vitorino e do MST. Quais sejam:

1 – Acho extraordinário criticar-se o sentido de voto de qualquer bancada partidária. Ou está tudo doido, ou pensa-se que estão a lidar com débeis mentais, ou estão eles próprios, os críticos, com uma assustadora debilidade mental. Deixem-me repetir a questão: Criticar o sentido de voto de um Partido? Isto é uma nuance claramente socialista, para quem a democracia é boa desde que seja a deles. Vão por mim, que sei do que falo;

2 – Quanto à substância do tema, acho que é tempo, mesmo arrostando com as consequências, sejam elas quais forem, de demonstrar que Costa deve ter absorvido em demasia a opinião pública de que é um político hábil e astuto. Não é. É, na minha modesta opinião, um fulano sem princípios, sem sentido de Estado, vingativo e mal formado. Não pode descartar o facto de que tem um acordo com a extrema-esquerda e era o que faltava estabelecer esta trapalhada de, face à objecção dos parceiros, contar com o beneplácito dos seus opositores;

3 – Finalmente e que isto sirva de crítica também ao PSD em geral e a Passos Coelho em particular. Já começa a doer esta situação de impunidade em que os socialistas navegam, acusando o PSD de falta de sentido de Estado e de “mau perder”. Para isso usam uma linguagem grosseira, malcriada, em que são exímios e usam todos os meios, incluindo a manipulação de uma esquisitíssima parte da comunicação social para convencer os eleitores de que a culpa disto tudo é do PSD. Por mim, já chega. Meteram-se nisto, desenrasquem-se, falando português curto. E quanto às doutas opiniões que oiço por aí, Presidente incluído, ao que parece já ouvi que Marcelo está “furioso” (sic) com PPC e até Lobo Xavier se mostrou muito crítico, que lhes faça bom proveito.


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Tá feia a festa, pá



Maria de Lurdes com a festa estragada

[5490]

Maria de Lurdes Rodrigues foi ministra de educação e do que me lembro, zangava-se imenso com aquela estranha criatura comunista que vai ditando, tragicamente, os cânones da educação em Portugal e que dá pleo nome de Nogueira.

Maria de Lurdes, mais tarde, foi confrontada com críticas severas sobre os milhões desbaratados num tal “Parque Escolar”, coisa que, se não estou em erro, derivou ainda da paixão de Guterres pela educação e do tempo em que ele, ao som de Vangelis, ia dizendo que o país iria ser o paraíso na terra, sem serpentes nem maçãs. Maria de Lurdes teve a desfaçatez de afirmar, numa qualquer entrevista, que ao contrário da voz popular, o “Parque Escolar” foi uma “verdadeira festa”. Aquele tipo de discurso, formatado, em que os socialistas são exímios para se desculparem daquilo em que acham que não têm culpa nenhuma e que a mesma é sempre dos outros.

A realidade mostra hoje que não foi festa nenhuma, foi mais uma nefasta acção dos socialistas em geral e de alguns deles em particular. Pelo meio, parece que houve uma cadeia de jeitinhos e nepotismo militante que chegou mesmo a levar Maria de Lurdes a tribunal onde, salvo erro, foi condenada e, mais tarde, declarada inocente, em fim de festa.

Hoje há notícias como esta que, infelizmente, não é filha única. E são estas coisas que acabam por criar energúmenos e lixo só para chatear o Pacheco Pereira, o Miguel Sousa Tavares e o António Vitorino. Mas, um dia estas almas sábias e impolutas resolvem as “festas” e vamos ter um mundo melhor. Sem o lixo nem os energúmenos que o lixo e os energúmenos correntes dizem que enxameiam as redes sociais.


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quarta-feira, janeiro 11, 2017

Náusea



[5489]

Mário Soares é já um factor secundário na pantomina que tem entretido a grei nestes últimos dias. Jamais pensei ser possível tamanha manipulação das pessoas por via da televisão e dos jornais A morte de Soares tornou-se um exemplo vivo (irónico, porque vindo de um morto) da força dos órgãos de comunicação social, da influência e domínio que ela tem nos seus fautores e na náusea máxima que conseguem causar a quem, com a serenidade e sentido crítico destas coisas, vai acompanhando a evolução dos acontecimentos. Os jornalistas mais novos mostraram à saciedade uma comoção que terá eventualmente mais a ver com o contexto profissional em que estão inseridos do que propriamente com o passamento de Soares. E os comentadores e peritos de opinião descascaram o evento até ao caroço, com a agravante de mesmo chegando ao caroço continuarem a roê-lo com banalidades do discurso redondo a que nos habituaram e amestraram ao longo dos anos.

O funeral e luto de Soares constituiu para mim, que já não sou propriamente um garoto, o exemplo mais chocante de como continuam a existir ditaduras, ainda que com vestes diversas. Através dos que ditam, pelas mais variadas razões e pelos mais diferentes meios e através dos ditados que uma vez mais mostraram esta notável e trágica tendência para serem pastoreados. Por um cardeal, uma santa que apareça a uns quaisquer pastorinhos, um rei, um futebolista, basicamente, um ditador que lhes cuide da alma e do corpo. É a mais triste das verdades. E convenhamos que é uma situação que não desperta um particular orgulho ou uma assinalável nobreza.

Continuo a não falar de Soares por respeito pelos que partem. Mas reconheço uma inesperada surpresa pelo grau de proselitismo, ignorância, arrogância (ocorre-me, assim de repente Miguel Sousa Tavares e António Vitorino, que da cátedra da sua projecção pública chamaram lixo e energúmenos a todos os que se atreveram a criticar Soares. Apetece-me chamar-lhes idiotas, oportunistas, enjoado militante e careca baixinho, mas isso iria colocar-me ao nível deles, coisa que liminarmente recuso) que reinou por aí, como que “proibindo” as pessoas de criticar Soares. E não me apetece ser lixo nem energúmeno aos olhos daqueles dois. Começo a fartar-me do assunto. E já bastaram estes dias em que ouvi música de encomenda e vi séries e filmes em regime contínuo.


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terça-feira, janeiro 10, 2017

Temer devia ter trazido uma camisola de Pelé... quem sabe, um boião de geleia de jabuticaba



Temer devia ter trazido uma camisola de Pelé Para oferecer a Marcelo, tiravam uma selfie e a coisa ficava mais soft...os brasileiros ainda têm que aprender muito connosco


[5488]

Os brasileiros irritaram-se porque Temer veio a Portugal ao funeral de Mário Soares, numa altura em que os reclusos andam ao estalo em algumas cadeias brasileiras. São tiques tugas que ficam ao longo dos séculos, estes de se criticar por dá cá aquela palha, por muito que isso irrite os nossos irmãos brasileiros.

Por cá a coisa está mais reciclada, mais europeia. Os meus patrícios acham muito bem e sentiram um frémito patriótico por António Costa se ter mantido pela Índia em preponderante acção de visita de Estado e faltado ao funeral (acho que vai aparecer numa vídeo-conferência, prática, como se sabe, muito a propósito num enterro). De tal maneira, que muito gostariam que a visita se prolongasse por muito mais tempo ou, mesmo, que o homem tivesse uma epifania qualquer e se mantivesse por lá.


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segunda-feira, janeiro 09, 2017

A propósito de nada


[5487]

Estão 6 graus. E o sol brilha. Adoro o frio com sol, adoro olhar pelas janelas rasgadas do meu escritório em casa e ver as azedas no jardim, doces de tão amarelas e viçosas. Adoro gente de quem gosto e, felizmente, cheguei a um ponto em que já não me zango com as pessoas de quem não gosto. Apenas as desprezo e as considero um pedaço de desperdício na oficina de Deus, se é que Deus existe, coisa que ainda ando a tratar de confirmar. Adoro o café fresquinho da manhã, puro e sem cápsula, em moagem de máquina, a borbotar no topo da vetusta cafeteira que continua a fazer o melhor café do mundo. Adoro gostar. Mesmo quando temos um rosário de coisas a implicar e a tentar atrapalhar o que eu gosto e não gosto. E adoro dizer coisas, umas coisas assim soltas que parecem não vir a propósito de nada, que não significam nada para ninguém, mas têm um especial significado para mim e mais meia dúzia, muito meia mesmo, de pessoas. Algumas delas muito especiais. E adoro dizer meia dúzia de banalidades que me dão prazer, como estas que agora me ocorreram, quanto mais não seja porque ocupam o espaço de que as coisas más se tentam frequentemente apropriar. E a essas dou cada vez menos importância, o que pode ter um assinalável efeito terapêutico. Por exemplo, depois de algumas tentativas, quebrei o meu costume diário de vir ao computador logo pela manhã com a TV em ruído de fundo, apagando o televisor e proibindo-me de o ligar de novo, pelo menos durante uns quatro ou cinco dias, fazendo uma ou outra excepção, como o Dia Seguinte mais logo e os Olhos nos Olhos depois de amanhã. E ficar-me pela música. Pela Smooth Radio.


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domingo, janeiro 08, 2017

Os idiotas úteis e os inúteis imbecis



[5486]

Este período pós-passamento de Soares está a tornar-se doentio e reflecte bem o que somos a exercer domínios e a sermos dominados. Deliberadamente não falarei sobre Soares e tanto me apetecia dizer… basta “googlar” «Espumadamente Mário Soares» e quase que dava um livro… mas já o meu avozinho dizia que não se bate em mortos. E Soares está morto e o mínimo a que me sinto obrigado é não aproveitar a maré.

Mas, todavia, há uma questão que me provoca arrepios. Não na TV (sintonizada há dois dias para filmes, futebol e séries…) mas em crónicas e comentários. Qual seja a voz corrente de que Soares é o pai da democracia para a generalidade dos portugueses, com excepção da Direita e dos retornados. Causa-me uma urticária severa ouvir uns quantos badamecos (que de badamecos de trata) falar de coisas de que não têm o mais remoto conhecimento. À partida, fazem um caldeirada entre a Direita e os “retornados” o que é uma prova evidente de ignorância e pura estupidez. E depois quando vejo os autores das crónicas e dos comentários e percebo que grande parte deles nem teriam nascido no 25 de Abril e/ou muito provavelmente jamais terão ido a África no tempo colonial, não consigo evitar um frémito de repulsa por tanta imbecilidade. São frequentes as referências aos colonos como uns “direitolas” que passavam a vida e beber uísque, a caçar gazelas e a bater em pretos. Já li até de pessoas que sabem que a maioria das crianças brancas passava a vida a andar de baloiço, empurradas pelas crianças negras.

É muita imbecilidade e muita ignorância por parte destes cronistas, comentaristas, especialistas, todos muito sociólogos, muito ISCTE, muito Adão e Silva para ficar calado. O que geralmente se tem estado a afirmar é de um desrespeito total por cerca de um milhão de portugueses que viviam nas ex-colónias. E achar que a maioria tinha os filhos a andar de baloiço empurrados por crianças negras enquanto os pais bebericavam uísque no Clube de Caçadores em Luanda é de uma exasperante imbecilidade.

E não precisavam de Soares ter morrido para falar no assunto. Podiam falar antes, porque os retornados já acabaram há cerca de 40 anos (cabe aqui dizer que muitos deles ocupam hoje lugar de relevância no empresariado nacional e, muitos outros, no estrangeiro, em vez de irem para a frente do ministério da educação com cartazes a dizer que saíram da faculdade há mais de um ano e o governo ainda não lhes arranjou emprego). Mas falar agora dá mais sainete. Mesmo que o falecido tenha muito mais a exprobar que enaltecer. Mas isso é outra história de que prometi não falar, em respeito total pela máxima do meu avozinho que Deus tem.


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sábado, janeiro 07, 2017

A patine e a falta de solarine




Clicar na foto para ver bem o OUTfit da MAI e a "barbatana do respectivo marido, que devia estar com frio no pescoço e calor na barriga


[5485]

Dizia um treinador de futebol, cujo nome não me ocorre, que para se ganhar o campeonato era preciso ter estofo de campeão. Para representar o governo, também. Tem que se ter estofo. Nem que seja poucochinho.

Por mais que uma vez afirmei que esta geringonça me embaraça. À revelia da forte contribuição para a vinda do diabo quando menos se esperar, há uma questão de decoro que imposta preservar, quanto mais não seja pelo respeito devido a uma nação a caminho do milénio de História. E a geringonça não o tem. É preciso saber vestir, saber, estar, saber falar, saber receber e agir com um mínimo da dignidade que se espera de uma elite que representa um país. Para além da observância de um módico de ética que esta gente (e não me refiro apenas à foto) claramente não tem.

Não é o caso.


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sexta-feira, janeiro 06, 2017

Oi Blocas...



[5484]

Oi Katarinas, Marianas, Joanas and the like…cuidado que os capitalistas não param quietos. Agora deu-lhes para criar mais 1100 postos de trabalho, directos (e desculpem-me a designação mas odeio o termo, redutor, de trabalhador, porque eu também sou trabalhador e andei de gravata quase toda a vida).

Ainda por cima o carro é bonitinho e é capaz de cair bem aí no pessoal. Eu sei que as quotas são pequenas, a maioria é para exportar mas até isso vos devia preocupar porque aumentam as exportações, ganha o Costa, o Costa manda mais uma risada e torna-vos a vida mais difícil e vocês vão ter que se entreter com o concurso do hospital de Cascais e assim.

Cuidado blocas. Eu a vocês ia ver bem o que é que o vosso homem (salvo seja) anda a fazer no sindicato (a Mortágua que se maquilhe…). Nem uma greve, nem plenários que se veja, nadica. Uma chatice. E os temas fracturantes estão praticamente esgotados, Depois da mudança de sexo aos 16 anos o que é que verdadeiramente fica para fracturar? Eu tenho algumas ideias sobre o que podia fracturar, mas às vezes sou um bocado bruto e ainda fracturava  para aí alguma coisa que não devesse.

1100 postos de trabalho directo. Perderam a cabeça aqueles tipos da VW. Não façam alguma coisa, não e depois digam que tiveram azar. Os estupores… a roubar 1100 putativos funcionários a um guichet de atendimento ao público numa qualquer repartição…



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quinta-feira, janeiro 05, 2017

Ainda começam para aí a cortar cabeçss...

[5483]

Ontem ouvi alto, claro e bom som, António Domingues afirmar no Inquérito Parlamentar que o ministro das Finanças e o respectivo Secretário de Estado tinham afirmado inequivocamente que lhe fora afirmado por Centeno que a declaração de património não constituiria problema. Enquanto Domingues fazia esta afirmação, Centeno ia balbuciando noutro canal e naquele fraseado a que nos habituou, uns excertos da entrevista que deu a Baldaia (quem mais?…) qualquer coisa sobre réplicas, o conhecimento das normas jurídicas sobre estes assuntos e entaramelava qualquer coisa que metia "sms e facebooks" (sic).

Alguém me ajude a perceber a razão pela qual ninguém pede a Centeno uma posição clara sobre o assunto, uma declaração explícita (eu sei que ele entaramela o verbo mas valha-me Deus, que peça um assessor) sobre quem está a mentir. Se ele, se Domingues. Ou então, eu começo a acreditar definitivamente que L Carrol sorveu mesmo abundante inspiração neste país e que um dia nos aparece aí uma Dama de Copas a mandar cortar a cabeça a toda a gente.

Por enquanto vou pensando, glosando a imagem de Gomes Ferreira, que um deles actuou com o rigor anglo-saxónico que enforma a as suas capacidades, Domingues, e o outro com o habitual sistema à portuguesa tipo pancadinha no ombro e um voluntarioso e confortante “logo se vê”.


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quarta-feira, janeiro 04, 2017

Que bom, que bom, que bom…



[5482]

…termos alguém que olhe por nós. Que tenha conseguido reverter as maldades do governo anterior e possamos, enfim, começar a colher os frutos. Que bom, que bom, que bom termos jornais que no-lo recordem, não vá nós andarmos distraídos e nos percamos nos caminhos ínvios da injustiça, como quando o ano passado quase nos enganámos e demos mais votos àquele malandro do Passos Coelho.

Que bom, que bom, que bom folhearmos o jornal enquanto almoçamos circunstancialmente sozinhos e nos apercebemos deste manto de virtude e aconchego em que vivemos e do paraíso que aí vem, sem serpentes, maçãs ou mulheres nuas tapadas com parras. Mas reparemos no DN de hoje, em boa hora re…qualquer coisa pelo Baldaia que, de repente, retomou a arte de cavalgar a sela dos ideais sociais e conseguiu pôr o jornal a gorjear virtudes, trilando notícias de encantar como o som melodioso de um canário de estirpe. Mas sigam-me jornal fora:

1ª página

Título a três colunas: Entrevista a Mário Centeno. “Não haverá garantias de Estado no Novo Banco”. E segue-se um rosário de notas e comentários, entre muitos, como “Nacionalizações – Quando se trata de garantir a estabilidade do sistema nada estará fora de questão”. E mais, Centeno, zangado e muito sério diz, sobre Domingues, que a tentativa de generalizar sms como se fossem facebooks (sic) comigo não funciona. Ah! Centeno duma cana. Metam-se contigo, metam… entretanto lá vem a ladainha do crescimento acima de 1,2% e défice abaixo dos 2,5% do PIB, e a dívida pública líquida desceu um ponto percentual do PIB no ano passado e fiquemos por aqui. Não li a entrevista porque já não há saco.

2ª página

Aleluia. Maria de Lurdes Rodrigues em todo o seu esplendor E de sorriso bem aberto, o que me indica que a escola Costa deve estar a dar frutos. É uma página inteira para ela – que não li. Não há saco e, apesar do Nogueira a detestar, o que era um ponto a favor dela, desde que a ouvi dizer que os milhões do Parque Escolar eram uma festa, nunca mais consegui olhar direito para a criatura. Muito menos, lê-la.

3ª página até à 7

Festival Centeno. A entrevistinha. Baldaia com a batuta. Mas, vacinado pelos subtítulos da 1ª página, já não consegui ler.

8ª página

Fico a saber que o bastonário dos médicos limita o recurso a internos nas urgências. É só saúde.

9ª página

O esplendor da justiça. Tribunais a reabrir só para chatear aqueles fassistas do anterior governo. Não li tudo. Mas parece que não há pessoal para as 20 reaberturas. Ah! Nem processos. Mas reverteram, prontos.

10ª página

Foto de 1/3 da página com o ministro da educação parecendo que vai dar um “Hi-five” a um puto duns 7 anos. Pelo caminho qualquer coisa sobre o perigo de incêndios mas, finalmente, o perigo desapareceu por via das garantias de segurança “por escrito”. Tudo seguro. E tudo escrito. Não se fala mais nisso.

11ª página

Ui… uma dissidenciazinha. Agora sem Alberto Gonçalves também é preciso pôr qualquer coisa de mal. Lamas, ex-director do CCB e em ruptura com Costa, vai apoiar Cristas. O sacaninha, né? O descaramento do homem…

Daqui para a frente a coisa serena um pouco, umas noticiazinhas avulso porque se começa a entrar naquela parte maçuda do jornal, meteorologia, publicidade, palavras cruzadas, desporto, etc. Ah! Na página 26 ainda há um título garrafal que cito: “Os maiores disseram que não mas ela canta o hino para Trump”. Meteu-me pena, coitado do Trump- O maiores não cantam para ele. E assim fiquei a saber que Elton John, Garth Brooks, Andrea Bocelli e Celine Dion (a sorte de Trump, com esta última… ) se recusaram a cantar para ele. Os maiores, como se vê. Mas não é que a notícia, lá para o finzinho, diz que uma azougada e excepcional miúda de 16 anos e que aos 10 já tinha feito furor no "America’s got talent", Jackie Evancho de seu nome e, hoje por hoje, a coqueluche dos States iria cantar o hino para Trump, sucedendo a Beyoncé e Aretha Franklin (tudo gente menor, como se vê). Falta dizer que a pequena Evancho já vendeu três milhões de cópias e, horror, por duas vezes já tinha cantado para Obama. É… isto está tudo na notícia mas é preciso lê-la toda. E nem toda a gente o faz. Mas fica o título garrafal sobre os maiores que disseram não a Trump.

Chego à sobremesa com o Guterres a dizer que não é milagreiro (!!!), a Joana Petiz a dizer que as urgências estão melhoradas e Adriano Moreira a falar de uma teoria qualquer da morada errada e que confesso já não ter lido. De resto, vistas bem as coisas, só li títulos. Ou quase.

Feliz do português em Portugal que goza de tal Comunicação Social. E agora vou trabalhar, porque cheguei ao computador e não resisti a fazer esta pequena nota. E, em definitivo: agora não tenho mesmo mais jornais para ler. Por muito que o Miguel Sousa Tavares, o Centeno e o Pacheco Pereira se choquem ou amuem, passo a ler só na net e um ou outro jornal estrangeiro.


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terça-feira, janeiro 03, 2017

Le ministre qui rit




[5481]

Segue a sua marcha impante a dinâmica criada por especialistas do género de que a estabilidade desejada e os consensos não são possíveis pela crispação existente entre o governo e o maior Partido de oposição. E que essa crispação se deve (quem mais?) a Passos Coelho pela sua dificuldade em aceitar a derrota parlamentar apesar de ter ganho as eleições. Essa dinâmica é nutrida por gente que sabe que não é assim, gente que não percebe bem o que se passa mas que acha que deve ser assim e por gente (muita) que já acredita piamente na peregrina ideia de que a crispação se deve inteiramente ao PSD em geral e a Passos Coelho em particular.

Esta é uma ideia falsa como Judas (acho que mais falsa que Judas) e as pessoas têm obrigação de se lembrar que a tal crispação se deve inteirinha a António Costa, na sua desbragada corrida para o Poder, pelas repetidas acções que assumiu para abortar cerce qualquer possibilidade de consenso com o PSD, por saber que isso significaria que Passos Coelho seria, de novo, primeiro-ministro e ele não. Costa não só não suportou a ideia como cegou de fúria pela consecutiva maré de “poucochinhos” que ia coleccionando desde o afastamento de A. J. Seguro e que culminou com a, para ele, vergonhosa derrota nas urnas.

Os detalhes são longos e vários. Há certamente registo das continuadas atitudes de Costa nesse processo, onde ele misturava esperteza-saloia com mentira, chico-espertismo e inúmeras demonstrações de uma forma chocarreira, malcriada e pouco digna e desejável na figura institucional de um primeiro-ministro.

Quando vejo agora a institucionalização da crispação como sendo devida à casmurrice de Passos Coelho sinto um profundo mal-estar. Talvez não tanto pela referida crispação (isto um dia acaba mesmo e o próprio PS terá gente decente para tomar conta do barco socialista) mas mais como foi possível que tanta gente (Marcelo não escapa ao grupo), involuntária ou conscientemente, exprobe Passos Coelho por um comportamento de que ele não tem culpa nenhuma.


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segunda-feira, janeiro 02, 2017

Mas sabemos que o sol está sempre lá



Foto de hoje às 14:30. Clicar para ver melhor.
[5480]
E o Guincho hoje estava assim. Almoço na Aldeia de Juzo e uma tempestade que convidava a um desvio pela Malveira da Serra e Guincho até casa.
Não era bem uma tempestade. Era um dia cinzento, onde não era possível descortinar a linha do horizonte e um mar zangado, revolto e a desfazer-se em espuma por cima daquelas rochas milenares no meio do areal. Espuma que certamente carreava alguns desgostos, que os mares também têm disso. E como os oceanos não tomam comprimidos têm que bolçar a azia nos areais.
Dia feio. Certamente com sinais, mensagens, símbolos, números e outros artefactos mais ou menos esotéricos que as pessoas gostam de associar a este tipo de fenómenos. Parei o carro e, surpresa, não achei nada feio o cenário que desfrutava. Tive até a impressão que percebia o mar, talvez porque durante tantos anos brinquei com ele e sabia que depois do cinzento do céu e da espuma carregada de azedumes, chega sempre uma manhã em que o mar retoma o azul que é só dele, o céu se veste de azul que é só dele também e num glorioso banho de sol vai ser possível distinguir a linha do horizonte. Lá longe, onde a manhã vai crescer, aquecer e levar vida e conforto a latitudes longínquas. E a vida continuará. Muito azul, serena e com maravilhosas vibrações de sol. E essas manhãs não precisam de cantar, sobretudo porque se chega a uma altura na vida em que sabemos as letras e as músicas todas e basta aguardarmos o natural entrosamento com a vida que a natureza nos dá e fruir tanto de bom que, aqui e ali, se esconde no cinzento e nas espumas, mas que inevitavelmente regressa numa manhã gloriosa.

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Até falta o ar



[5479]

O saneamento de Alberto Gonçalves e a ida de Costa ao Governo Sombra são talvez os dois casos mais paradigmáticos e sem reserva do estado a que “isto” chegou nos últimos tempos.

Sou patologicamente liberal e acho que qualquer patrão tem o direito de contratar quem lhe der na veneta. Tal como despedir quem lhe aprouver. Quanto a isso, estamos conversados. Mas ver esta erosão sistemática, contínua e digna de qualquer terraplenagem cruel, custa. E faz pena. Ao mesmo tempo que até parece que nos falta o ar.

Tal como, de resto, a ida de Costa ao Governo Sombra. Pode-se perguntar: E porque não? Pois, acho que sim, que ele poderia e deveria ir. Se os ministros sombras presentes não estivessem claramente agrilhoados pelo espectro “Baldaia”. É só uma questão de mudar uns nomes. Curiosamente, o RAP conseguiu ter a única nota de algum humor e travessura quando afirmou que Costa parecia uma Miss Universo a falar da paz no mundo. Os outros ficaram-se nas covas, riram-se muito mas lá entre eles, porque, desta vez, não tiveram graça nenhuma.

NOTA: A ideia inicial era colocar uma foto do AG lá em cima e outra do Costa no Governo Sombra, cá em baixo. Mas desisti, por achar que nunca se aplicaria tão assertivamente o velho ditado que antes só que mal acompanhado.


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Pior que o três F's



Como é que eu posso levar isto a sério?

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Não me sai da cabeça o espectáculo degradante oferecido pelas televisões em geral sobre a alegria dos portugueses no fim do ano. Quais meninos a quem tivessem dado um arco e balão. Não há nada de mal em dar arcos e balões a crianças, mas que a comunicação social e uma cirúrgica e inteligente estratégia da trupe que nos comanda deveriam ter um pequeno estremeção de remorso em ajudar a difundir a vaga de felicidade em que, como por milagre, os portugueses chapinham, sobretudo porque são cidadãos já sem idade para arco e balão.

Não me ocorre alguma vez ter visto uma tão cuidada e detalhada operação de perguntas em directo onde as opiniões eram, na totalidade, de gente que afirmava, sem rebuço e com toda a convicção que a alma lusitana lhes confere, que este ano a alegria reinava como nunca antes e que isto aos portugueses só fazia bem, depois do mau bocado que passaram (entenda-se, o Passos Coelho era um “fassista” perigoso que acordava todas as manhãs a pensar como havia de roubar mais portugueses). Chegava a ser patético. Ouvi inclusivamente e por várias vezes, afirmar que sim, realmente tinham consciência que atravessávamos uma situação difícil mas que parecia que as coisas agora, finalmente, estavam a mudar.

Esta é uma situação estranha, mas de uma torpeza clara. Não se espera nem deseja gente pessimista a espalhar diabos ou catástrofes, como apregoa o inenarrável Costa, mas igualmente se rejeita este falso orgasmo por uma situação que os mais atentos e conhecedores sabem que dificilmente chegará a bom porto. A dívida externa, o mero facto de andarmos a ser alimentados (repito, alimentados) com dinheiro emprestado (coisa factualmente divulgada e que não vejo desmentida) e, sobretudo, um governo que nem estimula o crescimento nem deixa estimular, deveriam chegar para que quem manda tivesse algum recato em manter os portugueses nesta maré de bem-estar através de acções como atrás referi.

Não sou economista, não sou político, não sou jornalista. Mas, em casos extremos, nem preciso de sê-lo. Basta perceber o que se passa. E quando, cereja no bolo, oiço um primeiro-ministro estranho e de sorriso permanente e alarve dizer num programa de televisão para não nos preocuparmos porque ele ainda há pouco andou a pagar dívidas do Fontes Pereira de Melo, é caso para me arrepiar. Não pelo pagamento de dívidas com mais de cem anos, mas pela risada idiota de um primeiro-ministro que o refere com o gáudio próprio do puto que ouviu a avó dar um pum e se desmancha a rir.

Costa e apaniguados (um ressurgimento trágico de tralha socrática) deviam ser responsabilizados por esta fraude em que envolveram os portugueses. E estes… fazer o quê? como se diz no Brasil…que esperem por alguém que um dia tenha a seriedade suficiente e lhes explique a realidade.


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