sábado, março 19, 2016

Dilma vaitjifódê, Lula vaitjifódê



[5385]

Ninguém me contou, eu vi na televisão. Dilma a queixar-se da gritaria e querendo discursar para anunciar a posse de Lula como ministro e a assembleia a mandá-los «fódê». Mas eles não foram. Bom seria se tivessem ouvido e seguido aquele lascivo desejo dos presentes e o tivessem feito entre eles, em vez de andar a «fodê» os outros.

Eu sei que há corrupção boa e corrupção má. É ver como a Esquerda trata esta vergonha brasileira, com as pinças próprias para a apologia da Esquerda e no ataque descabelado, permanente e idiota à Direita. Mas, por mim, tenho de confessar uma angústia clara. Ver como um país com as virtualidades naturais e humanas como o Brasil fica entregue aos humores destes bandos de aventureiros que se entretêm mundo fora a escaqueirar tudo o que mexe e obrigam depois a penosas fases de reconstrução. E toca-me bem fundo a permanente manipulação dos chamados pobres pelas habituais cliques de uns quantos que precisam mais dos pobres para sobreviver do que os pobres precisam de um prato de sopa. Não há desculpa para esta torpe gentalha que manipula, rouba, espolia e ofende – devem ir direitos à cadeia. E muito menos para aqueles que usam a apologia da Esquerda como forma de vida. Estes que vão trabalhar, ou sigam o concelho da esmagadora maioria dos brasileiros e vão-se «fódê», também. E não f**** quem está.

A manifestação de ontem a favor dos sinistros Dilma e Lula foi mais do mesmo. Por cá já tivemos Sócrates a envergonhar a gente decente (que a há) quando disponibilizou dezenas de autocarros cheios de emigrantes do Paquistão, Bangladesh, Cabo Verde, e vários países africanos para irem a Évora manifestarem-se a favor dele. A Esquerda sabe disso, deve lembrar-se com certeza, mas não lhe convém lembrar-se. E a par deste tipo de movimentações tivemos os idiotas do costume fazendo campanha por Lula, como Soares, Sousa Santos, Sócrates (com este a coisa meteu livros e outras negociatas), jornais, inúmeros comentadores televisivos e uma fila interminável de facebookianos que ainda hoje incorporam a ideia de que há corrupção boa e corrupção má. Uma tristeza que desabona os portugueses e que, portanto, faz despertar em mim a necessidade de denunciar esta Esquerda esclerosada e de má índole que não suporta a derrota (a formação recente da geringonça é outro exemplo vivo) e não olha a meios para atingir os fins. O que não seria muito mau se os fins configurassem uma sã forma de opinião e não uma mistela pútrida de ódio e ressabiamento.

Mas, dizia eu, a manifestação de ontem foi uma versão revista e melhorada das excursões a Évora. É ver o vídeo no FaceBook (não consegui colocá-lo aqui). E, acrescento eu, uma grande maioria destes cidadãos livres, recebeu uma ajuda de custo de R$30 (parece que em S. Paulo ascendeu a R$35. Dinheiro que, em última análise, é dos contribuintes. Descontada eventualmente a propina que caberá a cada um dos corruptos que neste momento infestam o Brasil.


O Brasil não merece isto E em Portugal temos, pelo menos, a obrigação de desmascarar aqueles que insistem em desfigurar a realidade e a apoiar uma acção verdadeiramente terrorista como a que se desenrola, neste momento, no Brasil.


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segunda-feira, março 14, 2016

Cristas pisca o olho, diz a CS



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De repente começa a passar a palavra de que o CDS vai piscando o olho ao PS. Por mim, não notei. Pelo contrário, ouvi Cristas referir-se a PS nos termos que merece, acusando-o de governar de uma forma errática e irresponsável.

Olhei várias vezes para os olhos de CrIstas, sobretudo na parte do errático e do irresponsável, e não reparei que os olhos piscassem, nem com boa vontade. Mas há sempre um jornalista, um comentador, um politólogo ou um tudólogo, à mão de semear. E, por via destes últimos, a conclusão está lavrada. Cristas piscou o olho a Costa. Ficamos assim.


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Um hábil negociador?



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A comunicação social insiste, com frenesi, na tecla de que António Costa é um excelente negociador. Lá terá as suas razões para o fazer, mas esta insistência prefigura a habitual histeria em se fazer de Costa uma criatura de nobreza nem sequer discutível. Porque Costa não é bom negociador. É uma fraude com pernas e beneficia de um estado de graça que jamais conseguirei entender, salvo se o atribuir, na totalidade, a uma embaraçosa estupidez da CS, o que não será manifestamente o caso.

O caso mais recente é a forma como Costa vai lidando com a aprovação da ajuda à Turquia e à Grécia sobre a trágica situação dos refugiados. Costa ataca, com destrambelho, o PSD, acusando-o de não querer assumir as suas responsabilidades, ao mesmo tempo que enaltece os enfants terribles da geringonça por estarem a ser coerentes. Isto é de uma desonestidade total, só possível numa criatura de má índole e irresponsável como ele.

Que a comunicação social ache que esta é uma situação aceitável e denote o engenho negociador de Costa é que remete já para a etapa final da estupidez e da sua desonestidade, dividida entre os que percebem a catadura de Costa mas a camuflam, e os patetas que não percebem coisa nenhuma.


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sábado, março 12, 2016

Abditae causae



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E é isto. Depois de ter resistido estoicamente a uma actualização que se anunciava fantástica, mudando-me o “Windows” para a última versão (a versão 10), o meu computador ontem deixou de me passar cartão e resolveu fazer tudo sozinho. Uma forma de masturbação informática para que eu não estava preparado. Qualquer coisa tipo: Ai não me actualizas? Então “wait for it”.

E foi assim que estive cerca de quatro horas sem acesso ao computador. No ecrã surgiu um anúncio enorme dizendo 

O COMPUTADOR VAI REINICIAR-SE VÁRIAS VEZES 
NÃO DESLIGUE 

E, por baixo, um enorme círculo que registava 1%. E ainda, por baixo do 1%, três fases de reinício que, percebi depois, estavam em curso, sendo que a última anunciava NOVAS APLICAÇÕES, o que, de imediato, me causou uma sessão de pânico que tive dificuldade em controlar.

O cenário era magnífico. Tratando-se de “WINDOWS”, aparecia uma janela do tipo de vidraça daquelas antigas mansardas do Bairro Alto por onde penetrava uma luz viva. Tudo em tons de azul. E, milagre das cores, o fundo azul ia passando de azul carregado, céu de verão, a azul clarinho, muito ténue, céu de primavera tímida ou paredes de quarto de bebé-menino, do tempo em que se permitia a diferenciação de género dos bebés. Rosa fofo para as meninas e azul clarinho para os meninos.

Ao fim de cerca de quinze minutos em que permaneci especado perante o monitor, os 1% mantinham-se inalterados… e o teclado deixou de obedecer a fosse o que fosse, sempre que tentei «acabar com aquilo» e permanecer com o Windows antiguinho, de boa memória. Como aquilo não andava nem para trás nem para a frente, fui ver um filme. Um filme de alto coturno, com o inenarrável Adam Sandler, mas como estava de barba e tinha uma mulher bonita que eu não conhecia (e eu estava com sono) fui ficando. Acho que dormi duas horas porque o filme já tinha acabado. Saltei para o computador onde vi que o enorme círculo apresentava agora uns desconsoladores 12%. Senti-me frustrado, impotente e rendido à ditadura informática. Desisti de pensar nestas coisas, fui ao banho, o tempo passou, escanhoei-me meticulosamente, fazendo render o peixe, até que exactamente uma hora e meia depois de acabar o filme do Adam Sandler e da mulher bonita que não cheguei a ir ver quem era, o monitor iluminou-se, o furta-cores de azul aumentou de intensidade e cadência e tchan-tchan-tchan-tchan, o monitor informa-me, com garbo (e quiçá consolado depois de tão longa função masturbatória) de que a actualização estava feita.

Sou agora um digno possuidor de uma versão actualizada do Windows. Juro-vos pelo que há de mais sagrado que ainda não consegui descobrir como chegar a uma infinitesimal parte de tudo o que preciso. Para chegar ao Word, por exemplo, desenvolvi um esforço ciclópico de tentativas até descobrir como abriria um novo documento, como o que estou a fazer agora. Uma operação que me levava um nano-segundo, de olhos fechados. Entretanto, descobri que tenho uma exposição COMPLETAMENTE diferente do ambiente de trabalho, desktop e patatipatatá. O que me faz antever um período dolorosamente longo até «dar» com as coisas de que necessito.

Isto, cada um é para o que nasce. Quando era jovem acabei um curso que, entre outras obscenidades, me ensinava o ciclo evolutivo da Prodenia, por exemplo, um estupor de uma lagarta que dá imenso prejuízo à agricultura, QUASE tanto como o prejuízo que os ecologistas dão ao mundo por acharem que não se deve matar a Prodenia. E questionei-me se eu gostaria mesmo de conhecer em detalhe o ciclo evolutivo do bichinho, para saber a melhor altura para o matar. Quando descobri que nem por isso o assunto me interessava, estudei mais coisas, rumei por outros azimutes até descobrir qualquer coisa que me satisfizesse. Mas esta rapaziada dos computadores, não. Quando lhes dá para deixar os computadores «pensarem», como eles gostam de dizer, está tudo estragado e GOZAM tanto como os próprios computadores. Só que não dizem, mas a gente percebe. Com a agravante de «acharem» que toda a gente tem de amar e «compreender» os computadores como eles amam, compreendem e desculpam. Ao mesmo tempo que sentem uma profunda comiseração pelos mortais estúpidos que tentam furtar-se às actualizações.

Preparado agora para um período de aprendizagem, reparo que este percalço teve uma grande virtude. Por uma vez, não falei do António Costa sorrindo e a falar uma espécie de português (este sim, precisando de uma urgente actualização). O que é, no mínimo, saudável. Bom fim-de-semana para todos.


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sexta-feira, março 11, 2016

De uma vez por todas... e lá em casa levam mais



[5381]

De uma vez por todas… avisa-nos o nosso (deles) primeiro de que não haverá orçamento rectificativo. E avisa-nos à cadência de cerca de dez minutos nos noticiários matinais.

O homem avisa-nos, zangado e ameaçador, ainda que com o perene sorriso a bailar-lhe nos lábios, que não haverá orçamento rectificativo e que espera pôr termo à especulação e afirma que vai concentrar-se no essencial e não em hipóteses. E deixa a farpa habitual dizendo que não acontecerá como era moda no passado (SIC).

E assim, com as notícias dadas e o ralhete apanhado, vou trabalhar. Com o sorriso de Costa a tremeluzir-me na cabeça. E desanimado por ontem não ter ouvido o PP na Quadratura a dizer que a imprensa era hostil a Costa.


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quinta-feira, março 10, 2016

Palmas por alma de quem?



[5380]

Espanta-me que os portugueses se espantem com a falta de espanto da Esquerda perante o discurso de posse do novo Presidente da República, por muito espantosas que fossem.

Alguém deveria explicar melhor aos espantados portugueses com a ausência de aplausos, que a extrema Esquerda dispõe de um inigualável estatuto, qual seja o de serem livres numa sociedade livre que eles gostariam de transformar numa sociedade em que todos fossem livres, sim, mas de concordar com eles. Não entendo ainda como é que as pessoas não entendem este simples desiderato e, ainda por cima, se espantem. A extrema Esquerda não tem cultura de liberdade e convive mal com ela. Não é preciso ler muitos livros, mas sempre ajuda. Mas, a falta de paciência e porque a partir de uma certa idade esses livros adquirem aquele tom monocórdico que provoca em qualquer maior de cinquenta anos aquela sensação chata do «não há pachorra», basta fazer um pequeno exercício de observação para se perceber que qualquer extrema Esquerda tem por objectivo único a destruição de qualquer sistema político, reduzi-lo a pedaços (não, não estou a exagerar) e emergir depois como uma nova força política, com um homem novo, num tempo novo. Eu sei que isto cheira demasiado a déjá vu mas é assim mesmo.

Não faria assim sentido bater palmas a um homem que represente o establishment que a extrema Esquerda vitupera e não tolera. As coisas são o que são e não há por que mudá-las. E, assim sendo, é deixá-los estar até que acabem por extinguir-se como um fósforo. Não havia era necessidade de haver socialistas, uma têmpera estranha de sentimentos difusos, ambiciosos e razoavelmente enovelados que se aloja ainda numa considerável parte da população que acham que devem e podem estabelecer consensos com gente que jamais os respeitará – até porque serão sempre contra a sua própria essência. E quanto à esquerda extrema, já que não rezam nem fazem promessas, ao menos que acendam uma velinha pelo facto inestimável de poderem respirar e dizer o que lhes apetece e dá na gana, numa sociedade livre como a nossa.


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Os patetas e os sonsos



[5379]

A forma como os socialistas se apressam a assenhorear-se do conteúdo do discurso do novo Presidente da República diz bem da indigência cultural e má consciência socialistas. Tudo o que se relaciona com feridas para sarar, consensos, paz, solidariedade, pontes, alargamento de opiniões é cirurgicamente aproveitado para uma colagem descarada a um conjunto de fenómenos que não só são alheios à génese socialista como, pelo contrário, são estrategicamente utilizados.

É confrangedor verificar como os socialistas brandem aquelas bandeiras e se arvoram em vítimas dos neoliberais (um palavrão que muitos deles conhecem apenas de ouvir falar) que nunca se prestaram ao consenso, Ainda ontem uma conceituada pivô da SIC, Clara de Sousa de sua graça, perguntava, convicta e segura, a José Matos Correia se não achava que quando Marcelo falava em sarar feridas, consensos e beijinhos não estaria a fazer uma crítica velada ao PSD e ao CDS. Matos Correia, com paciência e bonomia explicou-lhe, polidamente, que não, pelo contrário, era bom que as pessoas soubessem que nunca o PS, no Poder, se prestou a qualquer tipo de consenso ou a sarar feridas. De resto, feridas que eles próprios se empenham em provocar e infectar. Já na oposição, retomava a ladainha. E o que é grave é que ladainha convence as Claras de Sousa e correlativos. Ou não… e passamos a estar perante um bando de sonsos.

Em qualquer dos casos é lamentável esta patética demonstração de «marcelismo» que vai combater aquilo que os socialistas, eles próprios, diligente e irresponsavelmente provocaram.


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