terça-feira, julho 19, 2016

Relativizemos, para não nos sentirmos envergonhados



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A culpa é nossa. Da Europa, do ocidente e da forma deficiente como aplicamos o multiculturalismo. A maneira como desrespeitamos esta gente que procura na Europa um clima eventualmente melhor, quem sabe uma reforma, um médico ou uma casa, não pode estar sujeita a que se coma uma bifana à frente deles, que uma mulher guie um automóvel ou, imagine-se, pratique descaradamente o adultério. E isso de se vestirem pouco abala qualquer fiel. Alá é grande, mas a testosterona pode muito e não podemos esperar milagres. Temos, assim, que a interactividade e o multiculturalismo míope são uma vergonha. Já Sua Santidade o disse a propósitos das centenas de milhar de refugiados a desembarcarem diariamente na Grécia e na Itália. Sua Santidade zangou-se imenso e achou que nos devíamos envergonhar todos. Menos aqueles que vão bolçando umas tretas por cá, Rosas, Boaventuras, Ramos e demais palhaçóides que não se calam.

Entretanto, umas machadadas, punhaladas, catanadas, tiros, violações, bombas e camiões devem ser naturalmente relativizados, antes que Sua Santidade venha por aí outra vez dizer que nos devíamos envergonhar. Por acaso, eu também acho que sim. Certamente não pelas mesmas razões do Papa.


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