sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Lisboa e «essas coisas todas»



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Antigamente havia um programa desportivo na RTP em que entrava Rui Moreira, defendendo a honra e a alegada batota do F.C.P. De tal maneira o fazia que uma vez, sem argumentos, deu-lhe uma fúria e abandonou o directo.

Mais tarde, com alguma mestria convenceu os eleitores e alcandorou-se a presidente de Câmara da Cidade Invicta.

De repente, alterações na TAP, certamente provindas de um modelo de gestão que Moreira não conhece, condicionam algumas rotas de e para o Porto. Aqui d’El Rei, que os lisboetas estão de novo a atacar o Porto. O homem ensandeceu e a criação de uma linha Vigo/Lisboa foi a gota que fez transbordar o copo. Uma revolução tripeira e um total boicote à TAP, preconiza Moreira. porque o que a TAP quer é aumentar o tráfico da Portela, fazer uma nova ponte, uma via de alta velocidade, um aeroporto novo, uma nova Expo e «essas coisas todas». Fiquei curioso, sobretudo em saber o que se refere a «essa coisas todas», provavelmente zonas habitacionais de qualidade onde muitos portuenses, pressurosamente, vêm comprar apartamentos, relembrando um sketch saboroso do Herman dos bons tempos.

O Porto não merece este grau de parolice que, aqui e ali, sobressaem pelas razões mais estúpidas. Isto, por um lado. Por outro, este tipo de episódios reflecte a noção que os «Moreiras» do nosso descontentamento têm do mercado, não hesitando em usar (ou tentar usar) uma pulsão centralizadora do poder e enaltecer o nobre desígnio da pastorícia de que, normalmente, os lisboetas são acusados.


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