segunda-feira, fevereiro 15, 2016

A mesmice



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Vale a pena ler tudo, como é habitual, por via da sageza, inteligência e poder de síntese da Helena Matos. Sempre ajuda a sublimar a ideia de que a maioria dos portugueses (a maioria, sim, por mais quer tentem convencer-nos do contrário) está nas mãos de um dos mais acabados exemplos de uma criatura inescrupulosa, arrogante, ignorante, inexperiente e com um complexo emaranhado de ideias e idiossincrasias que nos conduzem decididamente para a desgraça, na via da «mesmice» que a Helena refere.

É difícil de entender o que se está a passar. Mas deve ser mau demais porque a própria comunicação social, tão lesta em incensar A. Costa, parece dividida e hesitante. Um mau sinal. Sobretudo para aqueles que apanharam o estertor do Estado Novo, a descolonização exemplar, o estigma dos retornados, a emigração forçada, um PREC louco e executado por loucos e criminosos de delito comum, socialismos encartados que nos elevaram a sucessivas falências, elites de pseudo-intelectuais que não viram o Good Bye Lenine e tresleram todas as matérias que abordam com seriedade o fenómeno do socialismo e, ainda, o fulgurante aparecimento de figurões tiranetes, ainda que parolóides, como Sócrates e semelhantes, que não só nos defraudaram gravemente, com contribuíram para uma continuada e firme degradação da nossa imagem no exterior. E quando aparece um grupo de gente realmente apostada em reverter estas tendências e iniciar uma via honesta e eficaz de reabilitação, é certo e sabido que há sempre um Costa que sai de trás de um penedo (do jeito daquela jornalista que saiu de trás de um carro e tanto irritou o nosso primeiro-to-be) e que rebenta com isto tudo outra vez. 


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