domingo, janeiro 10, 2016

A SicN em «mode» espasmódico



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E de repente a esquerda bem compostinha rejubilou. Sampaio da Nóvoa, o exemplo acabado da grandiloquência vã, mas que parece surtir efeito, foi tido como tendo dado uma sova em Marcelo no respectivo debate. Não deu. Limitou-se a debitar naquelas banalidades em cascata, tudo num discurso redondo que é a forma adequada que encontro para me expressar quando uma coisa não tem ponta por onde se lhe pegar, exactamente pela redondeza das formas.

Mas as pessoas gostam e excitam-se. Na festa de aniversário da SIC, enquanto o jornalista (um excelente jornalista, aliás) fazia perguntas alternadas a Nóvoa e a Marcelo, a estação televisiva teve um acesso espasmódico de comentários em rodapé (é assim que se diz, não é?) todos eles dizendo que finalmente Nóvoa tinha aparecido em todo o seu esplendor e tinha esmagado Marcelo.

Enfim, sinal dos tempos. Tempos que Nóvoa afirma querer substituir por um «tempo novo». Pena que ele contribua, decisivamente, para o tempo velho.

Um pormenor delicioso, e porque lá atrás falei de excelentes jornalistas, recordo o seguinte diálogo entre Ricardo Costa e Tino de Rans:

- Tenho uma certa dificuldade em perceber. Afinal o que está aqui a fazer?

- Foi a SIC que me convidou.


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