sábado, novembro 28, 2015

Vá lá saber-se porquê



[5344]

O cortejo de louvaminhas que a comunicação social (comentadores incluídos) imediatamente pôs em marcha relativamente ao novo governo, ainda que não totalmente inesperado, deixa-me absolutamente atordoado. Porquê? O que está por detrás deste galanteio generalizado em relação a um governo que nasce torto e inspira a maior desconfiança, seja pelo que se propõe fazer seja pela galeria de métodos e figuras desconfiáveis?

Os comentários e a forma (a forma, valha-me Deus…) como as notícias são dadas são disso prova eloquente e atingem as raias do paroxismo, sobretudo quando se consome minutos intermináveis a bater na coligação e em Cavaco Silva, ao invés de se dedicarem ao governo que nos caiu em azar. Tem de haver uma razão qualquer. Não pode ser só «tachismo» nem nepotismo, há aqui uma fatia considerável de pura imbecilidade e raivinhas mal contidas, por parte dos «beatos» do costume. Vá lá saber-se porquê.


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Dos exames


Abaixo o individualismo - Mortágua dixit

[5343]

No meu tempo havia exames da 4ª, do 1º e 2º ciclos, do 7º ano (11ª), exames de admissão, exames de segunda época, exames de melhoria de notas e não me lembro de ter morrido ninguém. Lembro-me de que todos nós considerávamos os exames uma via normalizada de avaliação de conhecimentos. Mais do que isso, instilava-se em todos nós, desde cedo, um sentimento de responsabilidade e pro-actividade em função do curso normal da aprendizagem, nos diferentes graus de ensino. Uma má prestação de provas resultava, no imediato, num acesso de brio e de vontade em melhorá-las. Tal como uma boa prestação nos enchia de satisfação e, não menos importante, de sentido de dever cumprido e do progressivo cabimento na sociedade competitiva que nos esperava.

Agora é diferente. Grupos de expertos decidiram que os exames são uma forma perversa de lidar com as crianças. Uma tal Mortágua, um nome que eu julgava «arquivado» por razões que não vêm ao caso mas de que me recordo bem, e que agora volta a estar na berra, diz mesmo que os exames tornam as crianças mais limitadas, mais angustiadas, mais formatadas e mais individualistas. Porque as provas são cegas ao contexto socioeconómico e criaram um processo de desconfiança e de desvalorização sobre o trabalho dos professores.

São observações ínvias, turvas e bem reveladoras da mentalidade desta rapaziada que agora, conjunturalmente, nos vai pastorear. Há ali, então, um pormenor que é uma autêntica pérola, qual seja o opróbrio do individualismo. Mortágua não sabe o que diz, porque se de um lado acha que os exames tornam as crianças mais formatadas, por outro torna-as mais individualistas, o que é, no mínimo, um paradoxo grosseiro, mas isto são as minudências da Esquerda a que temos de nos habituar.

É esta forma estrábica que a esquerda usa para analisar os problemas que revela bem a qualidade dos analistas. Que acabam por se tornar decisores, no mais descarado exemplo de arrogante egocentrismo, que é apanágio da Esquerda.

Exames, pois. E aguardemos, então, pelas crianças sem limitações, menos angustiadas, menos formatadas e menos individualistas e convenientemente integradas no nosso contexto socioeconómico. E, sobretudo, muito menos desconfiadas em relação aos professores.

Uma última palavra de registo para o facto claramente visível de logo no primeiro dia de actividade, se sentir que o governo é socialista mas quem governa é o PC e o BE. E que A. Costa é o fantoche de serviço.


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quinta-feira, novembro 26, 2015

O terrorismo e os pobrezinhos


[5342]

Não sou muito de me referir ao Papa. Por uma questão de respeito pela figura e porque, geralmente, a religião é none of my business.

Infelizmente eu e muitos como eu continuamos a ser muito do business delas e, por vezes, as coisas incomodam. Se por incidência geográfica e cultural tive uma educação judaico-cristã, é natural que do Papa espere um comportamento harmonioso com os ditames do cristianismo e, sobretudo, um lastro cultural que contribua para a resolução dos grandes problemas sociais.

O Papa Francisco não será exactamente um exemplo do que eu gosto num Papa. Depois de umas recentes declarações que fez no Quénia, por exemplo, alguém deveria explicar a Sua Santidade que o peronismo acabou de ser (e, espero, que finalmente) remetido a uma condição mais ou menos museológica, com a derrota de Kirchner. E que não tivesse sido. Sua Santidade deveria ser cuidadoso no enunciado do verbo e perceber quando as suas palavras poderão ser interpretadas erradamente.

Já uma vez me irritei quando SS acusou frontalmente a Europa dos problemas do mundo, mormente dos refugiados do Médio Oriente. Acho mesmo que se passou dos carretos quando disse que todos nós (os europeus) devíamos ter vergonha pelo que se estava a passar. Vergonha, foi a palavra que ele usou. Por mim, não sinto vergonha nenhuma, salvo a vergonha de me ver envolvido frequentemente neste complexo de culpa e vergonha em que a Europa acha por bem vestir-se.

Desde os Mau-Mau (que por acaso nao eram bem os pobrezinhos, mas uma organização de Kykuyus, agricultores e criadores de gado que combatiam a soberania britânica) que não há terrorismo que se veja, no Quénia. E os actos de terror lá perpretados recentemente têm sido levados a cabo por gente que tem a ver com tudo menos com o Quénia que, reconhecidamente, é um país com elevados índices de desenvolvimento e cidadania, quando comparado com muitos outros países africanos. SS devia informar-se um pouco melhor antes de se excitar e debitar vulgaridades.


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sexta-feira, novembro 20, 2015

Sensação estranha



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Já aqui estive, em tempos recentes, em trabalho. No Sanlam Hotel, em Bamako (foto de baixo), que é paredes meias com o Radisson (foto de cima).

É uma sensação estranha quando conhecemos bem um lugar, andamos por ele com a maior displicência e, de repente, sabemos que andam por lá uns maníacos assassinos à solta entretidos a matar gente.




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quinta-feira, novembro 19, 2015

Escrever torto em linhas direitas


[5340]

Deus deve andar curioso. Sempre escreveu direito por linhas tortas e sabia que os homens aceitavam consensualmente o ditado. E assim foi sendo desde o verbo até aos dias de hoje.

Até aparecer um grupo de criaturas, great and small, que faralhou o ditado e conseguiu fazer o contrário. Borrifou-se na palavra de Deus e na sua omnisciência e conseguiu descobrir a forma de escrever torto por linhas direitas.

Deus deve andar intrigado e aqui fica a dica para que Ele desça à Terra e perscrute bem o Partido Socialista português que, na verdade, escreve torto por linhas direitas. Deus, provavelmente, vai dizer «perdoai-lhes Senhor, que eles não sabem o que fazem», mesmo esquecendo que o senhor é Ele, mas baralhado com o que vê, é mesmo capaz de Ele próprio pedir a Divina Providência. Quiçá não tanto por ver como se escreve torto por linhas direitas mas mais pelo engenho dos socialistas em fazê-lo e conseguir convencer a grei que eles têm razão, que as linhas direitas é que estão tortas e que tudo o de torto fazem é linearmente direito.

Deus, quem sabe, é bem capaz de pedir eleições antecipadas no Paraíso.


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Costa, já. Rapidamente e em força.


[5339]

Pessoalmente, prefiro que um governo de A. Costa seja rapidamente indigitado pelo PR. Não que eu considere A. Costa um estadista confiável ou que venha a chefiar um governo competente, pelo contrário, penso que iremos esbracejar na maior confusão, que venhamos a ter consideráveis dificuldades internacionalmente, que o nosso prestígio e respeitabilidade voltem a ir «down the drain», mas acho que tudo isso será absolutamente necessário, porque terapêutico, e quiçá de grande vantagem para avaliação por parte do eleitorado num futuro próximo. Talvez que um governo de Costa ajude as pessoas, finalmente, a perceber a monstruosidade do carácter, competência e seriedade do governo que vem aí. Assusta-me ainda o acrescido protagonismo da CGTP (uma Central Sindical que continua a merecer os favores da Comunicação Social, não entendo bem porquê, ainda ontem ouvi repetidas vezes que devíamos agradecer à CGTP (ipsis verbis) um elevado sentido de Estado por se oporem à violência, qualquer coisa que, para mim, soa mais ou menos como alguém dizer de mim que sou um tipo cool e mereço muito respeito porque nunca matei ninguém) mas até isso pode funcionar a favor de alguma moralização do regime, porque não acredito que a uma CGTP em roda livre não acabe por lhe saltar um carreto qualquer e/ou provocar graves dificuldades às «posições conjuntas» dos Partidos que nos vão governar.

De outro lado, teríamos um governo de gestão de Passos Coelho que lhe produziria um grande desgaste e que acabaria por capitalizar os méritos (???) das «posições conjunturais» de Costa. Por isso acho, mesmo arrostando com toda a desgraça que vem por aí, que um Governo de Costa serve melhor os interesses gerais dos portugueses. Porque tenho a certeza que a «geringonça» vai dar uma grande baralhada e confusão, as «posições conjuntas» vão-se desconjuntar e vamos todos para o bueiro outra vez. Isto só não aconteceria se Costa fosse realmente um estadista a sério e conseguisse frear as excitações dos seus parceiros de posição conjunta. Mas sabemos que Costa não é. Limita-se a ser um indivíduo complicado, zangado com a vida e inebriado com a perspectiva de, na sua folha do FB (como alguém já disse por ai), poder pôr a sua condição de ex-primeiro-ministro.

Depois, é apanhar os destroços, refazer tudo outra vez (de resto tem sido sempre assim, o PS a partir loiça e o PSD a apanhar os cacos) e aguardar, esperançosamente que os portugueses se apercebam do logro em que caíram, quando virem o voto que deram ao Partido Socialista ter sido endossado a um grupo de aventureiros (e aventureiras, como se diz agora).


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quarta-feira, novembro 18, 2015

Faz anos, pai



[5338]

Alô pai. Faz hoje vinte e quatro anos que, mais ou menos por esta hora, recebi um telefonema, numa vila moçambicana onde me encontrava em trabalho, a comunicar que nos tinhas deixado.

Foi uma noite longa, eu estava sozinho e, em silêncio, vi toda a vivência contigo, com uma minuciosa nitidez. Já de madrugada, lembrei-me que o teu último desejo ficou por cumprir. Fazer por estrada o percurso Joanesburgo - Cidade do Cabo, já que estava combinado que passássemos lá o Natal. E tive a sensação penosa de perceber como perdeste a oportunidade de cruzar o Karoo, o Vale de Ceres, atravessar o último sistema montanhoso das Hawequas, Paarl e, finalmente, desembocar no panorama ímpar da Table Mountain.

Já passaram 24 anos, pai. Nesta foto, última tirada antes de partires, estavas já dominado pelas coronárias roídas pelo tabaco que fumaste até ao último dia, após uma bica na Mexicana e eras tão jovem. E eu não sabia. Só soube, pelo telefonema a comunicar-me que nos tinhas deixado. E eu não poderia levar-te de carro até Cape Town.

Ainda cá andamos todos. Menos a mãe, que nos deixou o ano passado. Bem dizias tu que ela era do tipo de viver até aos cem anos. Estamos bem e mais quezília menos mania, continuamos a família unida que soubeste construir. Tenho a certeza que ficarias contente por sabê-lo.


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Como lidar com esta gente?


[5337]

Ouvir ou ler individualidades do PS, com responsabilidades e elevada hierarquia, acusarem outros Partidos de cultivarem e disseminarem a crispação é mais ou menos como ouvir o PCP reagindo com indignação e temor sobre a possibilidade de a Europa cair na tentação de instituir Estados securitários, um termo que os comunistas apreciam muito. Eu diria que apreciam não pelo receio que outros a instituam, mas porque eles próprios não sabem, nem podem, viver sem ela.

Mas voltando à crispação, é absolutamente desprezível que gente como um tal Tiago Barbosa Ribeiro, deputado do Partido Socialista, faça afirmações desta natureza. Isto diz bem do tipo de gente de que A. Costa está rodeado. Dizer que temos de «partir as fuças à direita», (Guterres) ou «quem se mete com o PS leva» (Jorge Coelho) são dichotes pueris perante a imbecilidade e a raiva de gente que, como Tiago, revela uma total ausência de espírito de cidadania, respeito institucional e, em última análise, de educação e de berço.

Tiago pediu desculpas recentemente pela afirmação na sua página do Face Book. Só lhe fica bem, mas não apaga o facto incontornável de ele ser um exemplo vivo de gente que pensa com os pés e acha que é à canelada que se resolvem as coisas. Tal como gravitam no seu autoconvencimento de que são pessoas fervorosas, de mau feitio, a quem tudo deve ser permitido, compreendido e/ou perdoado. Pela parte que me toca, não tenho já paciência para as excrescências de carácter de gente obtusa e mimada. Façam um favor a si próprios e tratem-se. E o PS, lamentavelmente, tem muita desta gente.

Uma última palavra para A. Costa, um pateta inchado de problemas existenciais que deveria ter sido o primeiro a vituperar a atitude de Tiago. Ao invés, insistiu na necessidade de se evitar crispação, através dos seus inúmeros discursos e declarações à Comunicação Social. Com aquele ar de sonso que, segundo dizem os colegas, trouxe já da faculdade.


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terça-feira, novembro 10, 2015

Shame



A trafulhice dinástica do PS

[5336]

É hoje. Esta figura arrevesada, envolta num emaranhado de sentimentos e inseguranças que serão lá muito dele mas que não têm nada a ver com os superiores interesses dos seus concidadãos, irá hoje, muito provavelmente, assumir o cargo de primeiro-ministro de Portugal.

É reconhecidamente um intrujão, um exemplo acabado de má índole, sem escrúpulos. Passa por ser um político hábil que conseguiu levar a água ao seu moinho, mas eu não acho. Viu-se, sim, envolvido num momento puramente circunstancial e episódico e deixou-se arrastar por uma torrente de oportunistas que vêem na sua eleição a oportunidade da sua (deles) vida.

Este homem não me merece qualquer respeito e dele me ficará um amargo registo de memória de episódios de vida por que já passei antes mas que julgava definitivamente arredados da minha vida.

Desejo-te uma legislatura bem curta, António Costa. E que sejas remetido, rapidamente, ao cinzentismo e mediocridade da tua personalidade. E que da tua passagem pelo governo fique apenas um rasto imperceptível, tal qual uma mosca que afastamos da página de leitura com uma sapatada displicente.


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segunda-feira, novembro 09, 2015

Preocupados com o PS?


[5335]

Reparo que uma das preocupações mais citadas por aí é o facto de o PS estar em risco de desagregar-se, diminuir de importância, desagregar-se ou, até, desaparecer. Não percebo bem porquê esta preocupação se é a ele próprio que o PS deve este estado de coisas. Por outro lado, excluindo aquela tirada emblemática da Fonte Luminosa, não reconheço ao PS qualquer mérito, sem prejuízo de um grupo de individualidades socialistas genuinamente cometidas à social-democracia e dignas do maior respeito e apreço. Pelo contrário, e com mágoa o afirmo, vejo nele uma fonte perene de problemas e graves prejuízos para o país. Desde bancarrotas sequenciais até manifestações frequentes de uma má convivência com a liberdade, uma arrogância e truculência manifestas e, não esquecer, uma teia abjecta de cumplicidades que resultaram em múltiplas actividades criminosas (com gente presa e, provavelmente, outra por prender), de tudo se viu um pouco, não esquecendo até uma repulsiva forma de domínio e controle das instituições judiciais, para o que basta lembrar actos recentes de branqueamento das trafulhices de Sócrates.

Por mim, dito isto, como agora se diz, estou bem mais preocupado com as inevitáveis consequências de um governo golpista, incompetente, perverso, inescrupuloso e irresponsável que nos vai conduzir a mais um período negro da nossa história, sobretudo porque derruba de uma assentada um laborioso trabalho de sacrifício e ourelo a que, goste-se ou não do estilo, o governo da Coligação pôde levar a efeito. Isto é factual e tudo o que se possa dizer em contrário é meramente circunstancial e suspeito. Para além de verificar que, contrariamente ao que eu ia pensando, continuamos a ser um exemplo de um atávico posicionamento na realidade europeia, pela existência do único partido comunista europeu com a ortodoxia do nosso. Que só o é por via do atraso e da insuficiente informação de uma considerável parte da nossa população. Situação que, de resto, serve bem os propósitos do PCP.

Estimo e venero a distinta possibilidade de que a tempestade passe depressa. E parem de me vir com a conversa de que o comunismo do Séc. XXI não tem nada a ver com 1917 ou com o muro de Berlim. Porque tem tudo. Não há comunismos antigos nem modernos. Há comunismo «tout court» e por isso mesmo ele desapareceu da face da terra, com uns infelizes e conhecidos respingos pelo globo. Que nós insistamos em nos tornarmos num desses respingos é que me causa uma repulsa extrema e um desgosto profundo.


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quinta-feira, novembro 05, 2015

A bandalheira


[5334]

A situação política em Portugal aproxima-se velozmente da bandalheira. É uma palavra feia, eu sei, mas não me ocorre outra mais adequada.

As notícias correm céleres sobre o facto de não haver notícias nenhumas. Leia-se não há acordo, a não ser todos terem acordado que há um acordo que ninguém sabe qual é, desconfia-se que nem os próprios acordantes. Entretanto vamos assistindo às diatribes de uma tal de Catarina, surgida em palco de supetão e que vai estabelecendo as regras que ela acha que temos de seguir. Tipo «generala» com olho de rei. Que vai ser assim, que vai ser assado, cozido e onde não são estranhos um fabuloso aumento de duas bicas por mês nas reformas, o que diz bem do calibre desta rapaziada que não hesita em fazer um chinfrim danado como os fautores do aumento do salário mínimo nacional, que há-de vir aí. Já Jerónimo mantém o mento sereno do operário que mora em Pirescoxe e que há-de mostrar aos boçais de Cascais (palavras dele) com quantas varas se faz uma canoa. E não só. Costa que se cuide que as coisas hão-de ser como ele quer porque ele, Jerónimo, tem nas mãos o destino da fortuna e salvação de muitos milhões de portugueses (novamente palavras dele, embora nem um milhão vote nele, aqueles que não se entregam à volúpia do sexo oral, mas ele acha que tem essa, ia a dizer divina, atribuição).

Por fim, Costa mostra ser o bandalho mor. O palhaço pobre. Ou rico, tanto faz. Por isso ri em tudo o que é fotografia disponível na CS que, convenhamos, se tem mostrado mais reticente em lhe aparar as trafulhices e trapalhadas do que até aqui. O homem não dorme, o homem vai de férias, o homem marca reuniões em cima dos almoços dos dissidentes, o homem não sabe realmente o que fazer, se é que alguma vez soube, desde os tempos em que ele achava que a política se fazia ao ritmo de um burro a ganhar uma corrida a um Ferrari na Calçada de Carriche, ainda que, mais tarde, tenha apurado a genialidade ao passar por fazer acordos geniais com o genial «Zé Faz Falta» ou com a impoluta Roseta.

À margem, a querela «facebookiana» entre a esquerda (?) e a direita (???) vai também arrefecendo, com excepção dos puros que ainda hoje acham que os gatos gostam de alpista.

Portugal passa, pois, por uma fase de bandalheira indesmentível. Em poucas horas se transformou uma imagem laboriosamente edificada nos areópagos internacionais num quadro horrendo de parolice e má catadura. Que pena.

Nota: Vale que apareceu um André preocupado com a águia Vitória, vilmente explorada pelo gáudio dos benfiquistas de quinze em quinze dias. Eu cá organizava um grupo de «panistas» e ia libertá-la ali para... hummm... deixa cá ver... hummmm... não me ocorre, mas alguma coisa se haveria de arranjar.


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quarta-feira, novembro 04, 2015

Mentiras de papel passado


[5333]

Quando um comunista diz que a palavra de um comunista vale tanto como um papel assinado temos de admitir que ou ele anda mal informado ou muito provavelmente já introverteu a doutrina partidária e sabe que está a mentir quando diz que um comunista não mente.

João Oliveira é um jovem e admito até que viva ainda naquela auréola de pureza dos ideais comunistas. Mas, que diabo. É advogado, é deputado já há bastantes anos, tem obrigação de saber que a palavra de um comunista vale tanto como o paleio de um feirante a vender rifas de panelas. Nem sempre porque um comunista seja mentiroso, mas apenas porque o comunismo, ele sim, é mentiroso e um comunista que se preze deve total e singular submissão à cartilha que lhe deram, assim uma espécie de catecismo de uma catequese que ele não entende, mas sabe que deve obedecer.

Pessoalmente, podia dar mil exemplos de mentiras comunistas ao João Oliveira. Mas não vale a pena porque ele vai continuar sempre a dizer que a palavra dele vale tanto como um papel assinado. Mas com 35 anos… ele está bem a tempo de se informar melhor. E de duas uma, ou continua com a prosápia deste vídeo ou envergonha-se e passa a mentir menos.


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Claro que vai haver acordo. Quisera estar enganado…


[5332]

Segundo César, o acordo tripartido de usurpação do poder ao Partido ganhador das eleições legislativas de 4 de Outubro deverá estar pronto antes da apresentação do programa de governo à AR.

Gera-se por aí alguma expectativa sobre a real possibilidade de não haver acordo e de o PS acabar por viabilizar o programa do governo. Eu, que nem sequer sou um pessimista encartado, permito-me discordar. Por parte do PS, não vejo como Costa e os seus apaniguados abram a mão do Poder tão cavilosamente urdido. O acordo é vascular para este grupo de pessoas que não sobreviverão sem ele e, por isso, tudo farão para que ele se enforme. Já para o Bloco e para o PC as coisas são mais fáceis, de certa maneira é-lhes indiferente que haja acordo ou não, talvez com algumas diferenças a crédito de Catarina Martins que vê nele uma distinta possibilidade de se manter em palco e aumentar, mesmo, o seu papel de artista principal. Mas não duvidemos que a existência de um acordo é preferível para a Esquerda não democrática. Rapidamente se chegará a uma situação de caos de que só mesmo o PC e o Bloco poderão tirar dividendos. Que não subsistam dúvidas – os comunistas não comem criancinhas (como eles próprios, estrategicamente, gostam de fazer crer que a Direita os acusa) mas continuam indefectíveis da teoria do quanto pior melhor. Para eles, está bem de ver, porque a manada só serve para que em nome dela se fale.

Tenho, para mim, pois, que vai haver acordo. Houve alturas em que pensei que o PR poderia ainda ter uma palavra sobre esta fraude, mas hoje tenho dúvidas. Resta-nos aguardar pela regressão. Mais troika, mais défice, menos prestígio e confiança internacionais (tão laboriosamente reganhados) e mais austeridade.

Talvez precisássemos mesmo de passar por isto. Para que as pessoas se convençam, de uma vez por todas, de que ou queremos pertencer à Europa ou não queremos. E passem a votar em conformidade. E, sobretudo, imunes à perfídia de uma comunicação social largamente responsável pelo estado de coisas a que chegámos. Eles sabem porquê. Ou não sabem, o que é ainda mais trágico.

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segunda-feira, novembro 02, 2015

Inté as comemos, carago...


[5331]

O FêQuêPê anda, indubitavelmente, a subir de nível. Dos desacatos na área de serviço da Mealhada foram promovidos a uma expulsão embaraçosa do avião em que seguiam, em Fiumicino.

Na maré em que andamos falta agora meterem uma providência cautelar para não se falar no assunto. E se se falar, que seja para verberar energicamente as assistentes de bordo da Turkish Airlines que são umas desajeitadas a passar com o carrinho nos corredores do avião. Não se admite. Elas que aprendam, carago, que até as comemos…

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