sexta-feira, junho 19, 2015

Dos senhores Baetas ou das águas «sobreterrâneas»


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Chego a casa e ligo a TV. Apanho de imediato um tal Sr. Baeta dizendo que o pessoal da TAP (coisa vaga, pessoal, qual?) vai fazer uma demonstração no dia 24. Porquê? Porque os trabalhadores não foram ouvidos nem achados na estratégia e na gestão da empresa e porque não concordam com a privatização. E mais, que até à finalização do processo de privatização muita água vai correr sob(re) o rio (eu seja ceguinho).

Tenho de admitir que uma das coisas em que o socialismo terá tido mais sucesso foi terem conseguido convencer os trabalhadores de que têm um papel preponderante na gestão e estratégias das empresas. Claro que nunca nenhum Sr. Baeta se deu ao trabalho de tentar conhecer exemplos de países socialistas, actuais ou extintos, onde os trabalhadores tivessem voz activa. De vez em quando aparecia um ou outro com umas ideias, pelo menos enquanto não era mandado para um Gulag qualquer ou arrebanhado (como era mais frequente em África, e arrebanhado é o termo correcto), para um campo de reeducação. Onde eram silenciados ou reeducados no sentido de se deixarem de ideias de participarem em estratégias e gestões.

Para o bem do socialismo todos os senhores Baetas vão fazendo conspícuas aparições nos meios de comunicação social, sem perceberem o papel de idiotas úteis que lhes cabe. Deviam dar graças a Deus por viverem em regimes de liberdade que lhes permitem acreditar no seu papel de estrategas e gestores.


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