sexta-feira, outubro 31, 2014

Aí estão eles outra vez


Foto WE HAVECAOSINTHEGARDEN

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É oficial. As grandes linhas programáticas de António Costa estão aí. Ainda diziam que o homem não falava, não dizia e, afinal, as ideias fervilhavam-lhe no mento.

Para já, semana de 35 horas de trabalho. Há um socialista maluco qualquer em Paris que quer voltar às 40 horas, mas ele não percebe nada disto. 35 é que é e os franceses estão rendidos ao capital. Até porque, segundo um ilustre socialista, reduzindo as horas de trabalho, reduz-se o consumo da luz, da água e, diria eu num arremedo escatológico, o papel higiénico.

Outra ideia é a eutanásia. Há, até, por aí, um comovente vídeo de uma mulher lindíssima, casada, jovem, que quer morrer dignamente, para o que conta com o marido, homem moderno, progressista e de boas práticas, naquela pungente missão. Um assunto relho mas que agora vai bem com o actual  mainstream.

A homofobia e a transfobia também lhe ocupam as sinapses e, cereja on top, a segurança de uns malucos que foram atrás de um punhado de fanáticos terroristas e assassinos que se entretêm a cortar umas cabeças lá pela Síria. Mais do que a segurança dos que cá estão, os que levam uma vida normalzinha e que acham que cortar cabeças é um mau aspecto.

Como se vê, ideias não faltam à criatura. Para já, 35 horas semanais, eutanásia, homofobia e outras fobias correlativas e salvaguarda de um grupo de jovens que chegaram à Síria e se lembraram que deixaram a luz da casa de banho acesa.

E, no que respeita às 35 horas, mesmo algumas vozes recalcitrantes que ousam fazer um paralelo de igualdade com o sector privado que, segundo quem sabe, trabalha mais que no sector público, são de imediato caladas. Um «caluda» peremptório veio logo da Avoila que, entretanto, afirmou que há pelo menos um milhão de empregados do sector privado (empregados, os do Estado são trabalhadores) que faz 35 horas. Ela lá saberá onde foi buscar a estatística.

Estamos bem entregues. Ou vamos estar bem entregues. Ainda por cima, Passos Coelho não liga às sábias opiniões de Bagão Félix e Ferreira Leite, ouvi eu hoje Ferro Rodrigues afirmar, renascido e entusiasmado, ainda que facilmente reconhecido na sua tacanhez de espírito e limitação de engenho (ia a dizer alto, claro e bom som, mas tratando-se de Ferro Rodrigues… só mesmo o «alto» é aplicável) na Assembleia. Está tudo doido!

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