quarta-feira, janeiro 22, 2014

A doçura das azedas



[5074]

Aí estão elas de novo. Viçosas, deliciosamente azedas e amarelas. A cor que os entendidos associam à felicidade, riqueza e ouro. E, ainda, à inteligência, luxo e nobreza. Diz-se que Vincent van Gogh tinha uma especial predilecção pelo amarelo e a verdade é que ele explorou as suas diferentes tonalidades com fervor. Há ainda quem, de uma forma bem mais simples, identifique o amarelo com a luz, calor, descontracção, optimismo e alegria.

Por mim, as azedas são um pouco de tudo o que o amarelo das suas flores encerra. Não sei especialmente porquê, mas deixo-me envolver por uma dinâmica relaxante em que os atributos atrás referidos assumem um relevo essencial. E há um particular sentimento que elas, as azedas, me trazem invariavelmente. O sentimento de renovação, já que todos os anos, por esta altura, elas cobrem os campos e um sentimento profundo de luz, calor interior, optimismo e alegria. E, ainda, uma saudade boa de ter. Boa, porque transporta a reminiscência de um passado recente e de um porvir cada vez próximo, sempre renovados no significado do amarelo das suas flores e na magia que incute a quem delas gosta.

Uma vez mais, os campos estão cobertos com a doçura das azedas.  *

*
*

Etiquetas: , ,