sexta-feira, dezembro 20, 2013

Same to you


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Este homem fala de forma entaramelada. Confuso na exposição, sem fluência e naufragando nas tecnicidades revoltas das ondas jurídicas que ele próprio agita. Desta vez a maré turbilha a violação do princípio de confiança que é uma coisa de sintaxe concreta mas de sentido abstracto, por força da situação de excepção em que nos encontramos, Mas mesmo que condescendamos em interpretar com razoabilidade as ondas do juiz Joaquim, fica por perguntar a ele e aos seus doze colegas, se alguma vez se inquietaram quando me violaram a mim e mais cerca de 10.000.000 de portugueses o princípio de confiança que fui obrigado a conferir, por força das virtudes da nossa peculiar democracia, a um grupo de incompetentes irresponsáveis que de forma soez e dolosa nos atiraram para uma situação sem aparente retorno. Esse grupo foi liderado por um socialista (?) suspeito, não por ser socialista mas porque a sua conduta rapidamente o colocou nessa condição. Sócrates, ele mesmo. E enquanto alegremente caminhávamos para o abismo, Joaquim e a sua meritíssima companhia não pareceram preocupar-se com o abuso de confiança que os socialistas praticavam sobre quem neles depositou o seu voto.

Joaquim mostra-me o dedo. E perora sobre confiança. Sem que me atreva, naturalmente, a entrar no labirinto jurídico a que o chumbo do TC nos remete, de uma coisa estou certo. De todo perdi já o respeito por esta gente que parece não ter a mais ínfima noção da precariedade em que vivemos e, vigorosamente, lhes devolvo o dedo espetado que esta fotografia mostra. E, de preferência, que o enfiem onde lhes der mais gozo.

Entretanto, as chamadas redes sociais regurgitam posts, comentários, «likes» e «shares» sobre o chumbo do TC, muitos deles sem esconder um tolo regozijo por esta «estrondosa derrota» do governo. É trágico, mas é verdade.

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