segunda-feira, agosto 26, 2013

Memória curta



[4974]

É obsceno o escarcéu que vai por aí com a meia dúzia de rendas que Meneses terá pago em Gaia, se nos lembrarmos como o PS se prestava (e prestará, é só terem campo para isso) a episódios de autêntica pornografia, como o que se pode ver neste vídeo. Não me lembro de queixumes do Público nem da verrina dos comentadores do costume sobre este tipo de acções a que Sócrates deitava mão nos intervalos de outras laboriosas actividades, para as quais nunca a justiça terá encontrado material de pronúncia.
.
.

Etiquetas: , ,

domingo, agosto 25, 2013

Nem as moscas mudaram…


[4973]

Nunca fui a Cuba nem nisso estou particularmente interessado. Sobretudo assim que me apercebi de que Cuba era um dos vários países com políticas sociais repugnantes, particularmente ao nível da manipulação de gerações sucessivas, conseguindo mesmo que muitos dos seus jovens achassem que viviam na sociedade perfeita e que gentes de outras latitudes haviam tido a desgraça de nascer em territórios malditos por Deus e infectados por políticas fascistas, capitalistas e de latifundiários corruptos.

Mas o tempo passou e eu julgava que, finalmente, alguns dos mais repugnantes aspectos das políticas cubanas haviam sido ultrapassadas ou, pelo menos, ajustadas à realidade dos tempos, pelo menos a avaliar pelos comentários excitados de muitos progressistas da nossa praça socialista, sempre pronta a louvaminhar cada «abertura» do Castro em gestão corrente. Afinal, eis que o Brasil vai receber 4.000 médicos cubanos para colmatar as suas faltas no interior, mau grado a notícia corrente de que o Brasil é um dos países com mais médicos por habitante. O Brasil pagará $R10.000 por médico, o que para os standards cubanos é um excelente salário. Acontece que os médicos receberão apenas 7% desse salário (vou repetir, 7%), talvez para que não adquiram hábitos decadentes das sociedades capitalistas, mesmo que geridas por socialistas de segunda colheita, como será o caso de Dilma. Os 93% restantes vão direitinhos para o Estado, porque é assim que deve ser.

Afinal, nada de muito diferente de quando conheci excelentes pilotos agrícolas cubanos, que conheci em Moçambique, que trabalhavam o mesmo que os seus colegas capitalistas que auferiam cerca de $5.000 mensais, ou mais, enquanto eles recebiam o equivalente em moeda local a PTE5.000 escudos portugueses. Mas, hélas, tinham direito a «pontos». Pontos, assim como aqueles que a gente recebe aqui, nas bombas da BP. E quando voltavam a Cuba, esses pontos eram contabilizados para algumas excentricidades como uma torradeira, um aspirador ou, em casos muito especiais, um carro usado dos anos cinquenta.

No caso do Brasil não sei se há pontos. O que sei é que, pelo que leio e vejo, continua tudo na mesma. Ou seja, em Cuba nem as moscas mudam. Ah! E há outra coisa que eu não sei se a Dilma sabe. Mas eu sei que ela sabe que muita gente sabe que ela deve saber. Muitos destes médicos não são médicos. São estudantes de medicina a quem é passado um certificado político para poderem praticar. Que era o que acontecia em Moçambique. Mas no Brasil, que é um terceiro mundo assim a puxar para cima, Cuba é mesmo capaz de ter mandado médicos a sério. E para cobrir a falta que os 4.000 médicos emigrados vão fazer (a não ser que houvesse desemprego em Cuba e houvesse médicos a mais…) estes serão substituídos por estudantes finalistas ou técnicos de saúde. E se isto der muito nas vistas, um dia destes aparecem por aí mais umas notícias no Expresso ou no Público dando conta de uns quantos presidentes de câmaras alentejanas que mandam uns quantos doentes a Cuba para fazer um qualquer tratamento, provavelmente difícil de obter em Portugal, pretexto para  mais umas loas comoventes sobre a qualidade da medicina cubana e das «aberturas» do regime.

Pelo sim pelo não, as famílias dos médicos que forem para o Brasil serão devidamente protegidas pelo Estado cubano. Não vá algum maluquinho gostar imenso de água de coco ou duma baiana atrevida e resolva render-se à degradação capitalista. 

Entretanto, a imprensa progressista brasileira vai dando já um jeitinho também, a avaliar pelas fotos!

Informações colhidas em fontes via O Insurgente
.
.

Etiquetas: , ,

Saudades


[4972]

António Guterres comparado com Durão Barroso, deixou saudades. Durão comparado com Santana Lopes, deixou saudades. Santana comparado com José Sócrates, deixou saudades (bom, talvez aqui haja uma excepção que confirme a regra...). Sócrates, comparado com Passos Coelho, deixou saudades. António José Seguro, se tomar o poder, vai deixar-nos, quase de certeza, com saudades do Passos Coelho que hoje detestamos.

Pedro Tadeu faz aqui um capcioso exercício, tentando explicar porque é que, na sua opinião, os políticos são cada vez piores. Para isso socorre-se de uma sequência através da qual expõe uma corrente de saudades que, com toda a franqueza, pouca gente entenderá. Ele lá saberá como chegou à conclusão de que Sócrates deixou saudades a quem quer que seja, apesar de muitos terem que no-la demonstrar. Vá lá saber-se porquê…

Já agora, com a comunicação social que temos e com este tipo de critérios de análise, como a presente, um dia destes os jornalistas arriscam-se a que um político qualquer comece a enumerar quem deixa saudades a quem, em matéria de jornalismo.
.

Etiquetas: ,

Se o cretinismo tivesse pernas, havia por aí uma praga de centopeias


[4971]

Criticar o simulacro do incêndio de há vinte e cinco anos no Chiado corre o risco de se diluir na opinião dos socialistas que acham que os seus adversários os criticam só por criticar. Mas eu não me importo. Não gosto de António Costa, mas não é por isso que me arrepio ao ver a palhaçada estúpida que vai neste momento ali pela Rua do Carmo. Um simulacro para comemorar um incêndio é uma atitude idiota e até ofensiva. Mas Costa gosta. E o pormenor excitante de ter que fechar umas ruas ao trânsito, coisa em que ele é especialista, fará com que o nosso presidente exulte na alacridade do momento e na recordação de quando ele punha burros a competir com Ferraris na Calçada de Carriche. Para além de que nisto os socialistas são realmente bons. E, de resto, vendo as imagens com atenção, não é que a reportagem nos dá a ilusão de que fosse outro o presidente da Câmara à altura, com os meios muito mais avançados de que a Câmara hoje dispõe, e o incêndio não teria passado de uma fogueirinha de brincadeira?

E.T. Morro de curiosidade em saber o que a comunicação social diria se o simulacro tivesse sido organizado por Santana Lopes.
.

Etiquetas: , ,

sábado, agosto 24, 2013

4 - 0

[4970]

Se isto continua assim, o FêQuêPê começa a ganhar os seus penaltis mais cedo.
.

Etiquetas: , ,

quarta-feira, agosto 21, 2013

Talentos elevados e merecedores de subsídios



 [4969]

É isto. A qualidade do som não é famosa, mas vale a pena ouvir «isto» até ao fim. E partilhar a angústia deste pessoal incompreendido que se zanga imenso por não ter (mais) subsídios. E concluir como estamos bem servidos. E com boa escolha. Ou conversa elevada, socialista e abrangente como esta ou realizadores que querem que os espectadores se fodam. Que não feneçam os subsídios para tanto talento e elevação.

Etiquetas: , ,

É pedir ao Bernardino para levar o puto às meninas


[4968]

Cada vez há menos virgens na Coreia do Norte. O que não seria trágico, não fosse o problema criado ao seu líder.

Espera-se que a ínclita figura do comunismo português, Bernardino de seu nome e deputado por mister, desenvolva os procedimentos necessários à urgente reposição de virgens naquele país de bailarinos. Ou que leve o puto a uma casa de meninas. E, entretanto, lhe recomende um sedativo para o rapaz dormir sem pesadelos.
.

Etiquetas: ,

terça-feira, agosto 20, 2013

E a mim ninguém me entrevistou coisa nenhuma...


[4967]

Não tenho nada contra príncipes nem princesas. Confesso até que me deram bastante jeito para contar histórias às minhas filhas, em pequeninas, até porque contar histórias protagonizadas por filhos de presidentes da república, como dizia o Miguel Esteves Cardoso quando ele tinha mais graça, não entusiasmava por aí além. Para além das histórias, a verdade é que nunca nenhum príncipe me fez mal o que comparado com alguns presidentes de república é, desde já, uma prestimosa vantagem. Acresce que muitos deles, sobretudo elas, são gente bonita e escovada e ar de quem toma o banhinho todos os dias e usa imenso desodorizantes sem álcool, colónias, pétalas de rosas e assim. Resumindo. Convivo bem com príncipes, ainda que este convívio seja algo desajustado porque conviver, conviver… não é bem o caso, não me dou com nenhum. Mas eles andam por aí e até gosto que eles sejam felizes e tenham muitos principezinhos pequeninos.

Mas hoje… bem, hoje, esmoreci um bocadinho. Ligar a TV e ver equipas de reportagem atrás do príncipe William para o ouvir dizer que o bebé é um little rascal e gosta que lhe mudem a fralda e, noutras latitudes, ouvir o príncipe Harry, rigorosamente ataviado para os rigores de um país como Angola dizer que está muito irritado (SIC) com os fabricantes de minas pessoais já ultrapassa os meus limites de tolerância. Logo eu que mudei fraldas a três little rascals e me rebentou uma mina debaixo da GMC (felizmente sem consequências) e ninguém me fez reportagem nenhuma…
.

Etiquetas: ,

segunda-feira, agosto 19, 2013

Jogos florais

[4966]

Passos Coelho disse, no Pontal, que se o Tribunal Constitucional chumbar as medidas do corte de despesa, o governo ver-se-á obrigado a tomar medidas compensatórias.

A esquerda indignou-se, a direita empertigou-se e até as vacas sagradas do comentário político nacional acharam engraçado recorrer a florilégios de retórica para acharem que Passos Coelho não respeita a Constituição e resolveu colocar pressão no TC.

Eu, que ouvi o discurso, pensei no assunto e juro que não encontrei outra forma de dizer que se o Tribunal Constitucional chumbar as medidas do corte de despesa, o governo se verá obrigado a tomar medidas compensatórias, senão dizer que se o tribunal Constitucional chumbar as medidas do corte de despesa, o governo ver-se-á obrigado a tomar medidas compensatórias. Não vejo bem onde está a pressão, o desrespeito pela Constituição, mas nós somos assim. Indignamo-nos imenso quando sentimos que nos podem ir ao bolso, mesmo que tenhamos andado anestesiados quando no-lo faziam para enchermos os bolsos de outrem. E fazemos chiste quando nos especializamos em dizer que sim, que não, que talvez, que quem sabe ou, de uma forma redutora, quando achamos que o que devemos fazer é aproveitar a maré e dizer aquilo que a mole gosta de ouvir. Sobretudo quando embirramos com alguém que use risco ao meio ou baínha nas calças.

Fico-me na minha. O que Passos Coelho disse é verdade. Com pressão ou sem pressão, o significado é claro. E é bom que seja dito sem ser tergiversado. O resto são jogos florais em que somos particularmente exímios artífices.
.

Etiquetas: , ,

Pluralidade na comunicação

[4965]

Bem dizia o inenarrável que queria contribuir para a pluralidade da comunicação social. Pelo visto, a sua abnegada contribuição está a florir. Ontem, o segundo golo do Sporting, por Montero foi marcado:

- com o peito
- com a barriga
- com os joelhos
- com as coxas
- com o baixo-ventre

Com o alto-ventre, costas, pantorrilhas (esta aprendi com jogadores brasileiros), glúteos, não ouvi. Mas as alíneas elencadas (uiiii, que ando a ouvir TV a mais…), essas ouvi.

Já agora, não quero deixar de mencionar esta pérola (hoje é só futebol): Rui Santos, outro inenarrável, se bem que este num campo específico, ontem disse qualquer coisa como isto: - O árbitro para o Setúbal-Porto foi de escolha muito inábil. Não que o árbitro tenha prejudicado o F. C. Porto, que não prejudicou, mas aí é que está o problema. O árbitro teve uma boa actuação, não prejudicou ninguém mas, lá está, não prejudicou o F.C. Porto.

Tenho muito que aprender no mundo do futebol para poder entender estas preciosidades.
.

Etiquetas: ,

domingo, agosto 18, 2013

5 -1

.


[4964]

Coisas boas de um início feliz de campeonato:

1-      Se o campeonato acabasse hoje, o Sporting era campeão;
2-    Esta ideia do regresso ao futebol em horário diurno foi uma ideia feliz. Sol,  cor, calor e um cenário de família;
3-  O Sporting jogou bem. Mesmo para quem não perceba nada de tácticas,  atitudes e posturas, acho que fez uma boa joga;
4-    O árbitro não roubou o Sporting;
5-    No fim do jogo não tive de ouvir a lenga-lenga viscosa dos maus perdedores,  a retórica provinciana de quem não se cala ganhando ou perdendo e não  resiste à tónica do regionalismo bacoco, como ainda há dias aconteceu em  Aveiro.

.
.

Etiquetas: , ,

sábado, agosto 17, 2013

Ela conteve-se


[4963]

Judite de Sousa fez mais uma entrevista. Uma miúda simples, simpática, bem disposta e ainda por cima que canta bem que se farta.

Judite, sem vestido de tafetá, sem colares, cachuchos ou outros atavios e trajando um frugal vestido de chita conteve-se e não perguntou a Gisela João quanto é que pagou pela tatuagem, quanto ganha no Senhor Vinho e se dá esmola aos pobrezinhos.
.

Etiquetas: ,

O xilique da Judite


[4962]

Impossível não dizer duas ou três coisas sobre o xilique de idiotia que assolou Judite de Sousa (ver aqui o vídeo, a partir do minuto 40.12, antes não tem interesse por aí além é mais ou menos o costume, a dizer mal do Pontal e de Passos e que a mulher mais rica de Espanha, falecida agora, era de esquerda...) quando decidiu entrevistar um miúdo milionário.

1 – O Lorenzo nunca me custou dinheiro. Com sorte, quem sabe, poderei até um dia ser convidado por ele para uma festa de aniversário com direito a Pamela Anderson;

2 – Ao contrário, já contribuí substancialmente para uma parte dos honorários de Judite, no tempo em que a RTP resolveu criar um cortejo de vacas sagradas (salvo seja) que percebiam imenso de comunicação social e que, concomitantemente, deveriam ganhar salários mais ou menos obscenos e aparecer em imensas festas pagas pelo erário público;

3 – Finalmente, a entrevista da Judite é o corolário expectável de uma sociedade em que se manipula o povo para odiar os ricos, (mesmo que os manipuladores sejam claramente perversos, venais, trafulhas, mentirosos e frequentemente entrevistados pela Judite de Sousa, e estou a lembrar-me de alguns que até chegaram a primeiros-ministros), ao mesmo tempo que considera como «boas práticas» esta mania que os portugueses têm de que cabe ao povo decidir sobre o destino dos dinheiros de cada qual.
.

Etiquetas: , ,

quinta-feira, agosto 08, 2013

Light de jeito, zero de vergonha


[4961]

Num país de pernas para o ar como este, há duas atitudes a tomar perante esta tramóia do documento forjado para incriminar o secretário de estado. Ignorar o assunto, ou, assumir o direito à indignação, como dizia Soares de cada vez que achava que os seus súbditos faziam fora do penico.

Mas, a indignarmo-nos, pelo menos pela parte que me toca, é mais pela desvergonha da comunicação social em geral e alguma em particular, que insiste em fazer de nós um rancho de mentecaptos atentos, veneradores e obrigados, do que propriamente pela tramóia em si. Quando oiço o director da Visão dizer na RTP, perante o pedido concreto do jornalista, que esclarecesse o documento forjado, o director da Visão responde que isso não interessa verdadeiramente. Se é forjado ou não, não interessa, diz o desinteressado director, o que interessa é o conteúdo e eu seja ceguinho se não ouvi e vi isto a ser disparado pelo televisor.

Agora vem a SIC explicar que o documento tem origem na residência oficial do primeiro-ministro. Para além da explicação (?) idiota, fica no ar a ideia de que poderá ter sido alguém ligado a este governo que lhes passou o documento forjado.

A SIC e a Visão deviam ter de explicar bem explicada a historinha do documento forjado. Mesmo sem querer, e se a memória não é curta, basta lembrarmo-nos de como dois «chico-espertos» (Costa e Nicolau) tentaram convencer o público em geral que ambos tinham sido enganados por um vigarista que se intitulava especialista das Nações Unidas. E, veja-se, enquanto eram enganados, coitados do Costa e do Nicolau, passaram uma hora da mais viscosa propaganda a favor do Partido Socialista. Desta vez querem fazer de todos nós parvos maiores. Um documento forjado e entregue à SIC pelo actual Governo, tentando fazer a folha a um dos seus próprios elementos, empossado cerca de um mês antes.

É muito, é demais, é demasiadamente grave para que comamos e calemos. A SIC tem-se desmultiplicado numa acção contínua de ataque a este governo. O que não seria nada de mal nem de condenável se feito com verdades e honestidade. O que, manifestamente, não é o caso.

No fim temos um Governo em exercício que, francamente, precisava de ser abanado. Para que em vez de passar a vida a pedir desculpa por ter nascido se habituasse a chamar os bois pelos nomes. Por muita loiça que se parta e muitas eleições que se lixem. O que se está a passar ao nível da justiça e da comunicação social, dois viveiros bem adubados do Partido Socialista é uma vergonha e mau demais para ser tolerado. E a continuar assim, este Governo passará mais depressa por um bando de totós do que um grupo de trabalho que, mesmo no sufoco de condicionalismos advindos da acçao inenarrável de um bando de aventureiros incompetentes e, alguns deles, venais, tentou genuinamente fazer alguma coisa para nos tirar deste atoleiro.
.

Etiquetas:

quarta-feira, agosto 07, 2013

Aldrabices do costume, pelos suspeitos do costume


[4960]

Corre por aí uma noticiazinha, meio a medo, de que afinal as inconsistências de que Pedro Lomba falava sobre os swaps e que prometera esclarecer até ao fim do dia de ontem assentavam na constatação de que a comunicação social forjou (ou deu guarida a) documentos na tentativa de incriminar o secretário de estado, fazendo dele um vulgar pilha-galinhas, ainda que à escala de assuntos de Estado (entenda-se galinhas gordas e muitas).

Receio que esta manipulação grosseira do documento (de resto, nada de muito estranho ou inusual por parte de quem se tornou especialista em aldrabar, manipular e atirar com este país para a fossa) passe rapidamente à história. De tal maneira que «os suspeitos do costume» arranjaram já outro boneco para atirar as bolas, Gonçalo Barata, administrador da Águas de Portugal.

Não percebo muito (acho que nem pouco) dos padrões de ética da comunicação social, da deontologia profissional, do dever de revelar fontes ou a prerrogativa de não as divulgar, mas parece-me esquisito que jornais de referência e televisões (como, neste caso, a SIC) não sejam obrigados a explicar, bem explicadinho, como é que dão à estampa documentos forjados sem curar de saber da sua autenticidade.

Patético foi ver no FB o batalhão da infantaria socialista excitadíssima, fumando cigarros e tomando baldes de café, esperando que Godot saísse da sua conhecida estagnação por via da meia-noite do Pedro Lomba, que ia pôr tudo em pratos limpos. Afinal os pratos parecem ter aparecido limpos, mas não era aquela a limpeza que eles queriam.

De imediato já apareceu na TV o porta-voz do PS,  João Ribeiro, depois de se ter anunciado a manipulação do documento, a perorar sobre a credibilidade do Governo que, com toda esta polémica dos swaps, atingiu o grau zero.

«…podes dizer-me, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
Nesse caso pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato…»

Lewis Carroll

Etiquetas: , ,

terça-feira, agosto 06, 2013

Nisto de «swaps», nunca se sabe onde se acaba…


[4959]

Vivo num país de basbaques. Só assim se entende como o Partido Socialista consegue armar os acontecimentos de uma forma através da qual o PS se fartou de fazer swaps, mas a culpa era dos bandidos que lhe impingiram semelhante crustáceo.

Ah! O PS não só convence o país das maldades que lhe fizeram como promove uma onda de solidariedade pela sua desdita e uma raiva contida pelos Pais Jorges, Marias Luis e outros alegados malfeitores da nossa praça. O PS não merece ser vítima de um país de malfeitores como este. O que vale é haver socialistas magnânimos, como Zorrinho, que ainda ontem, na SIC, se condoía com a desdita de Pais Jorge, ele próprio uma vítima da sinistra ministra.
.

Etiquetas: ,

segunda-feira, agosto 05, 2013

Cada um… com a sua, lá diz o velho e sábio adágio português


[4958]

Em matéria de descontentamento com os líderes dos respectivos Partidos, cada um tem o Mário Soares que merece.

De resto, é o que está a dar. Dizer qualquer coisa mal do governo é passaporte garantido para um momento televisivo de glória. E nem de visto precisa.


.

Etiquetas: ,

A crise… de repórteres decentes


[4957]

Devo ter ido três ou quatro vezes à Costa da Caparica, na minha vida. Mas todos os anos, muitos anos, ouvi falar mil vezes da praia da Caparica. Que tinha muita gente, que os transportes eram morosos e esquartejavam-nos a paciência em bichas longas, ao sol, esperando autocarros que saíam apinhados do Areeiro e chegavam «à Costa» cerca de noventa minutos depois. Quem tinha carro queixava-se, à mesma, da muita gente na praia e em vez das bichas para os autocarros, queixava-se das longas bichas do trânsito, da ponte, do sítio para arrumar o carro, do calor ou de qualquer coisa, já que o português tem sempre qualquer coisa para se queixar e se não tiver, descobre.

Tudo junto e somado, parece que «ir à Costa» foi sempre um suplício, mais ou menos suportado com o estoicismo dos portugueses que não dispensam um golpe de sol na barriga. Mas este ano é diferente. A «Caparica» continua um horror de gente mas, desta vez, há uma explicação – a crise. Há muita gente na Caparica, por causa da crise. Não há dinheiro para ir mais longe e, assim, os portugueses vão à Caparica, tesos e submissos. Como é que a comunicação social chegou a esta conclusão, não sei. Lá deve saber como e os porquês. Não explica porque é que nos outros anos não havia crise e a praia estava cheia na mesma. Só explica que há crise, há austeridade e os portugueses não têm dinheiro. A culpa é, assim, da austeridade, do Passos Coelho, da troika, da Merkel, dos bancos, dos capitalistas, dos poderosos, dos swapistas, PPP's e portagens na Via do Infante.

A nossa comunicação social é assim. Prestimosa e bem informada. Tenho a certeza que quando a crise acabar e os «capariquistas» continuarem a ir à Caparica, a comunicação social entretém-se com outra coisa qualquer. Até lá… vamos ter que aturar os repórteres em directo, os banhistas em directo, os turistas domésticos em directo e a crise em directo e a idiotia como um directo aos nossos queixos.
.

Etiquetas: ,

sábado, agosto 03, 2013

E ninguém bate, ao de leve, no provedor?


[4956]

Eu não sei bem de quem é a encomenda ao senhor Mascarenhas. Que o comitente não sou eu, isso eu sei. Mas tendo aberta a caça a um grupo de personalidades do governo pela esquerda, com especial relevância do PS, não me parece difícil definir uns quantos comitentes.

Infelizmente, para os portugueses em geral, esses galgos de pacotilha fazem a única coisa que parece saberem fazer bem. Berrar, orquestrar campanhas, insultar, nos intervalos dos tempos em que se entretêm a escaqueirar a nossa economia e a legislar sobre necessárias fracturas de uma sociedade moderna e progressista como a nossa e, sobretudo, lançar a confusão. Como, por exemplo, utilizar consciências de elevada superioridade moral para escreverem patetices como esta. Que aqui e ali vão bem com a gravata de muita gente. Sobretudo se alinhavadas numa linguagem rebuscada e com uma ou outra citação que reflicta estofo cultural. Aliado ao estofo moral, o que resulta é que fiquemos bem… estofados (não era bem isto que eu queria dizer, nas ainda não são dez da noite...).
.

Etiquetas: , ,

Prontes, tá explicado


[4955]

Num dos inúmeros programas que pululam por aí nas nossas televisões, em que os ouvintes telefonam para dizer mal do Passos Coelho, do governo, das reformas e do preço das coisas, ouvi ontem uma versão que não conhecia. Eu vou tentar reproduzir sem partir o lap top. Então um tal Sr., acho que Silva, reformado de 65 anos de Vila Nova de Gaia, gastou uns sólidos três ou quatro minutos, convicto, a explicar ao povo mal informado que a culpa da crise é de um grupo de pessoas, filhos de gente que andou a explorar o Ultramar (eu acho que o Sr. Silva ia dizer «pretos», mas depois derrapou e disse Ultramar) e que depois eram retornados, vieram com uma mão à frente e outra atrás e agora os filhos querem-se vingar dos que já cá estavam.

Prontes, tá explicado!
.

Etiquetas: ,

sexta-feira, agosto 02, 2013

In vino veritas



[4954] 

À atenção dos parceiros sociais. Nenhum trabalhador poderá nem deverá alhear-se da essência (hic) da coisa. Aconselha-se aos patrões (hic) o mesmo estado de espírito (hic). E seremos todos mais felizes (hic), contentes, melhores cidadãos, melhores hic) chefes de família e (hic) veremos reforçados os nossos direitos adquiridos (hic), a liberdade de bebermos um copo quando nos apetecer e as garantias de não podermos ser despedidos (hic).
.

Etiquetas: , ,

quinta-feira, agosto 01, 2013

Mas está tudo doido?


[4953]

Ontem, uma cascata de acontecimentos surrealistas (surreais, surreais) relegou as horas, minutos e segundos a que a ministra das finanças terá recebido uns quantos mails para segundo plano.

Os acontecimentos são conhecidos e parecem não ter franzido demasiados sobrolhos. Afinal, estamos gradualmente a atingir um grau de imbecilidade que a breve trecho nos resolverá os problemas todos – pelo relativismo em que a vida do nosso colectivo passará a desenrolar-se. Aqui, um colectivo de juízes achou que  «…Note-se que, com álcool, o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões, e por isso, na alegria da imensa diversidade da vida, o público servido até pode achar que aquele trabalhador alegre é muito produtivo e um excelente e rápido removedor de electrodomésticos…».aqui, o Tribunal Constitucional diz a Fernando Seara que pode ir fazendo campanha pela Câmara de Lisboa, mas que se ponha a pau e coma a sopa toda senão pode muito bem ver revogada a decisão e ter de ir à TVI pedir emprego. Finalmente, uma senhora de nome Ana Rita rejubila com a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja que poupou a vida a um cão que atacou e matou uma criança e, cito, «…Vamos chamá-lo Mandela, porque tal como o líder sul-africano este cão também é um símbolo de liberdade. Esteve preso sete meses sem saber porquê, tal como Mandela esteve preso mais de duas décadas…».

Estamos a um escasso milímetro de sermos ridículos. E não será por escrevermos cartas de amor.
.

Etiquetas: ,