segunda-feira, julho 15, 2013

Cuidado com o Tiago...


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… põe-te a pau, Miguel. Põe-te a pau, porque já não há muitos países que te aturam como nós. Não só te aturamos como te emulamos, por qualquer razão que me escapa. Mas põe-te a pau. Na tua infinita ignorância e imbecilidade, não reparas, ou não sabes, que quando havia muitos países onde o povo era todo comunista, convicto ou à força, acabava tudo na miséria e a morrer de fome. Sério. Informa-te. Havia bichas para comer, para morar, para te ensaboares no banho, para teres uma vela para acender de noite (a luz fartava-se de faltar…) e acabava tudo em bichas para cantar vivas ao regime e a dar palmas organizadas (o termo não é meu, é vosso…) e aí, a solução era o impulso internacionalista. O impulso não era teu, era o impulso que te diziam para teres, porque nestas coisas só os comunistas que mandam é que podem ter impulsos, os outros, os que não mandam, limitam-se a tugir. Havia sempre uns «países em desenvolvimento», com imensos líderes voluntariosos e carregadinhos de matérias primas e lá iam vocês todos, «internacionalistar», mentalizar, doutrinar e, de caminho, ajudar a prender ou a matar uns quantos mais recalcitrantes que abriam demais a boca ou andavam com uma nota de vinte dólares no bolso para «sabotar a economia» e a coisa lá ia dando para ires ganhar uns trocos. Não muitos, mas compensados com umas benesses para quando chegasses a casa. Um aspirador ou uma torradeira já chegava. Com sorte, um emprego importante.

Mas até esses países são cada vez menos, Tiago. Os líderes políticos cansaram-se de vocês… vocês «comiam tudo e não deixavam nada», como dizia o nosso bem intencionado Zeca, os países em desenvolvimento não desenvolviam porra nenhuma e os líderes passaram a preferir regimes políticos melhores. Longe de perfeitos, mas incomparavelmente melhores e mais saudáveis. Por isso os teus correlegionários regressaram a penates e não lhes restou alternativa que não fosse deitar o muro abaixo, dar uma carga de lenha no Ceausescu e engrossar a multidão que passou a perceber o mundo e a ver aquele filme Good Bye Lenine uma data de vezes e a tirar-lhe a raíz quadrada. E como estavam habituados a bater palmas, voltaram a aplaudir, muito, com a vantagem de não precisarem de «palmas organizadas». Era à balda, cada um aplaudia como queria e pelo tempo que lhe aprouvesse.

E assim se foi andando. Restaram um punhado de países, que se contam pelos dedos de uma mão, onde o comunismo medra ou, melhor dizendo, se aguenta, porque os que não aguentam ou conseguem fugir num barquito qualquer para a decadente Miami ou descolam de uma equipa de uma qualquer modalidade desportiva. Mas, hélas, Portugal está aí. Com a sua proverbial bonomia e com a sua idiotia inata, achando que há tiranos maus, com a Le Pen e tiranos bons, bonzinhos, como tu, que insistem em achar que temos a obrigação de te dar de comer, de vestir, tratar o pé-de-atleta e de permanecer atento, venerador e obrigado perante a tua superioridade moral e até te dá um lugarzinho de deputado. E num regime livre. Jamais encontrarás um outro país como ele. Mas põe-te a pau, Tiago. Porque, for argument sake, se um dia fôssemos todos comunistas, quem é que paga os teus «direitos»? Lá estavas tu condenado à miséria, às bichas para o pão, aos talões de racionamento. Podia ser até que, no início, já que és deputado, conseguisses o direito a uma casita na província. Mas, lá está. Mais dia mais menos dia acontecia-te como aos teus camaradas e terias de te tornar internacionalista, ó Tiago. Mas, põe-te a pau Tiago. Internacionalista aonde? Que me conste só se for para Cuba, Coreia do Norte ou para uma selva remota da Bolívia ou da Colômbia. E nesses países, imagina, pedem-te visto. Tens ainda a chance de seres internacionalista num país islâmico qualquer. Mas aí, não há funfuns nem gaitinhas… como bom tuga que és, como é que era depois com o entrecosto e o tintol? Como é que fazias?

Hum! Põe-te a pau, Tiago. Vale-te estar no país mais idiota do mundo que te atura e benze porque és um tiranete bonzinho. Idiota, mas bonzinho. Mas não te fies. Põe-te a pau. Cada vez há menos destinos internacionalistas. Para não falar que cada vez mais vamos estando fartos de te aturar. E nem toda a gente terá medo das tuas ameaças à «integridade física», um termo que refinaste e que te achas com direito de infligir aos «fassistas», numa sociedade minimamente desenvolvida, mas que tu, lá no imo do teu universo trauliteiro, sabes que significa uma carga de porrada. Em casos benignos. Porque se for preciso, uma velha «Kalash» resolve o assunto.
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