quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Repulsa


[4862]

Este militar/bispo ou, mais prosaicamente, um exemplo vivo de idiotia repulsiva, não perde uma. E ei-lo numa diatribe à sua escala, a propósito das acusações correntes a D. Carlos Azevedo sobre alegadas práticas homossexuais ocorridas há trinta anos


Ou seja, o bispo militar não está preocupado em saber se é verdade ou se é mentira, ele está, sim, é preocupado por lhe faltarem elementos para achar que isto não é verdade. É a inversão total da lógica é a total ausência de honestidade. Este homem está obcecado com qualquer coisa ou, para nos situarmos no seu próprio enquadramento, está possesso do mafarrico. Mas por mim, acho que ele é apenas mau. Má gente, caldeado numa sopa de má vontade e de ódio.
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Doentes de todo o Brasil - UNI-VOS


[4861]

Cuidado, irmãos brasileiros! Sócrates vai vender remédios para o Brasil.

Para os brasileiros mais distraídos, Sócrates foi um primeiro-ministro que tivemos aqui na terrinha e que, entre mil tropelias, levou este país à beira da falência. Se lhe doer a cabeça, não facilite. Vá ao médico. Mas cuide de saber a origem do remédio prescrito. Há sempre um tio ou um filho de tio de Sócrates que lhe pode sair ao caminho... ou um craque de futebol a quem ele pagou um «café da manhã».
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segunda-feira, fevereiro 18, 2013

E ninguém vai preso?


[4860]

Mais uma vez, cerca de cinquenta tontos malcriados foram a Aveiro chamar ladrão e assassino ao primeiro-ministro. Este tipo de episódios torna-se recorrente e recolhe, habitualmente, a benevolência da comunicação social que acha que a liberdade é isto. As pessoas não gostam e dizem que não gostam. Ora, parece-me que ninguém já hoje discute a liberdade de cada qual se manifestar em acordo ou desacordo com o que quer que seja. Mas chamar liberdade a grupelhos que transvazam o seus humores e frustrações por via de uma ideologia que eles, de todo, desconhecem na sua realidade histórica, parece-me uma liberdade poética.

Não entendo porque é que tanta gente vai a tribunal responder por injúrias e outra se passeia incólume pelo país chamando assassino e ladrão a figuras que, goste-se ou não, são figuras institucionais de um regime democrático, foram eleitas e representam, em última análise, aqueles que ora os injuriam. Uns dirão que são os aleijões da própria democracia. Outros, como eu, acharão que isto mais não é que uma reverência idiota aos desígnios de um Partido, o PCP, que antes de chamar ladrão ou assassino a alguém deveria ter medo que lhe caia em cima algum caco de vidro dos telhados que tem.
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domingo, fevereiro 17, 2013

Sapientia ducit at astra


[4859]

E queixava-me eu que ainda não tinha ouvido D. Januário sobre a resignação do Papa. Eis que Sua Eminência solta a sua sabedoria e encaminha-a ao firmamento através de umas quantas directrizes e considerações pertinazes, não vão os cardeais esquecerem-se ou malbaratar os interesses da Igreja Católica. Assim (e cito):

- De certeza que o Papa não abdicou por acaso. Escolheu o tempo próprio;
- O Papa foi apanhado de surpresa;
- Perdeu a confiança na Cúria Romana;
- O novo Papa deve estar aberto ao mundo e não representar interesses;
- Não deve pertencer a «lobis»;
- Deve rejeitar o centrismo.

«Prontes»! D. Januário disse. E ai do Vaticano que desvalorize a sua sapiência. De caminho dá para reflectirmos o que leva este bispo a manter-se numa igreja que já não inspira confiança aos Papas, parece ter Papas que representam interesses e «lobis» e é assim tão dada ao centrismo.

Não haverá comprimidos para «isto»?
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sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Contra a exploração e o empobrecimento...



[4858]

...dos franceses, está bem de ver, porque no que toca aos portugueses lá irão uns quantos mais para o desemprego. Mas nada que não se componha. O Arménio, depois de se certificar que nos sindicatos franceses não há «escurinhos», parecia mal, solta por aí mais umas diatribes sobre o internacionalismo, berra um «proletários de todo o mundo, uni-vos» e diz que a culpa é da troika e do Passos Coelho. Com jeitinho ainda manda marcar uma greve dos maquinistas da CP. Ou da Carris. Ou geral...
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Pedir facturas


[4857]

Ora até que enfim. Aqui está um exemplo dum repórter com imaginação (ver o vídeo). Um pulinho à Assembleia da República e perguntar a alguns deputados se pedem factura.

Há respostas curiosas, desde a deputada do PSD que diz que não, porque são só €0,20. Ao deputado do PS que diz que tem ouvisto qualquer coisa mas não sabe se a lei está em vigor. O impoluto deputado do CDS diz que pede SEMPRE factura e Honório Novo, do PCP, dispara de imediato: - O senhor tem identificação? É da Autoridade Tributária?

A coisa acaba com um comício de Honório Novo (os comunistas aproveitam qualquer circunstância para fazer um comício. Se os apanharmos num urinol público eles «comiciam» no acto da micção, que é um acto político como outro qualquer). No «comício» da reportagem em apreço, palavras e expressões como «maquiavelismo», «areia para os olhos» e correlativos, emolduradas numa fácies adequada a quem se fartou de cruzar, no caminho para a Assembleia,  com amigos a cada esquina, ouvindo uma data de manhãs a cantar a gaivota a voar ou o Zeca Afonso a esquartejar latifundiários, ganham o cotejo habitual nos comunistas e o remate é com a saída de FJV, já por demais glosada e conhecida. Só não vi Bloquistas, provavelmente a estudar uma forma de desobediência civil. Com o que, no caso vertente e com muita surpresa, eu incondicionalmente concordo. Ou isso ou a solução do FJV.
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quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Só podia dar merda. Literalmente...


Francisco José Viegas com expressão «ante fiscais de facturas»...

[4856]

A nossa intestina propensão para manga de alpaca, o gosto e jeito para chibarmos e a apetecência por tudo o que tenha a ver com a usança indevida do nariz na vida dos outros, a satisfação enorme de compensarmos a nossa pífia pequenez através do uso de uma autoridade, outorgada por um bando de gende habitualmente imbecil, só podia dar no que deu. Gente atenta e de olho vivo a ver quem não pede factura, a fim de aplicar a devida coima.

Este país não raia o absurdo porque de há muito que estamos dentro dele. O FJV teve uma boa saída. Chega de aturar estes «gajos». Só não concordo com o tomar no cu. O Francisco vai vezes demais ao Brasil. Devia manter-se pela mais genuína e marialva expressão de «apanhar». Até porque «tomar» pode conduzir a erros... algum dos protofiscais que aí vêm achar que tomar no cu é terapêutico, assim como tomar um comprimido, e acabar a passar ainda outra... contra-ordenação para quem tomar no cu e não passar factura.

Nota: A resposta de Relvas é hilariante. E respeitadora...
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Mudam-se os tempos...

[4855]

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões


No século XVI parece que era mais ou menos isto. E a gente forte sabia como transmitir a ideia à fraca gente. Hoje já não é bem assim. A Vodafone engendrou um anúncio para o dia dos namorados, no  qual se vê uma senhora boazuda e um cavalheiro tipo fat wallet, sort of thing, cada um no seu carro a caminho de um encontro. Antes do qual, cada um deles tem o cuidado de tirar a aliança. 

Juro que não sou santinho nenhum, nem sequer exemplo feliz de impoluto procedimento neste «departamento». Mas... confesso que tive alguma dificuldade em explicar o assunto a uma sobrinhita de doze anos que me questionou o anúncio, as alianças tiradas e a vulgarização da cena para um anúncio relativo ao dia dos namorados. Agarrei-me à música de fundo (lindíssima, de resto) e disse-lhe que tal como a Mrs Jones, o senhor e a senhora do anúncio they had a thing going on...
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terça-feira, fevereiro 12, 2013

Alocução do Papa Bento XVI

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[4854]


"Queridíssimos Irmãos,
Convoquei-vos para este Consistório, não apenas por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também, em menor grau, através do sofrimento e da oração.
No mundo atual, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha capacidade para exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo consciente da seriedade deste ato, e em plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de S. Pedro, que me foi confiado pelos cardeais no dia 19 de abril de 2005. De forma que, a partir do dia 28 de fevereiro de 2013, às 20:00, a sede de Roma, a sede de S. Pedro vai ficar vaga e deverá ser convocada, através daqueles que têm competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice".

Um exemplo de humildade, de grande nobreza, modernidade e realismo, a resignação de Bento XVI. A par da sua reconhecida elevada craveira intelectual. Comovente, também. Não é necessário ser católico, para o reconhecer. Este Papa prestou um inestimável serviço à Igreja Católica.
Não escapei a várias manifestações de indigência mental nos comentários à resignação, nas televisões. Falta-me ouvir D. Januário...
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À Coruña. Já.

[4853]

O meu clube parece ter-se tornado um alvo apetecido para um grupo de criaturas tipo cidadãos como deve ser e que acham que o mundo, as pessoas, o clima e o futebol lhe devem alguma coisa. É uma prática conhecida e muito em uso nesta repartição, mormente ali para os lados do Rato.

As criaturas da foto parecem ser um bom exemplo do que digo. Ainda ontem, por exemplo, fui ligando, a espaços, a televisão para o «Prolongamento» da TVI 24 e de cada vez que o fiz ouvi, sempre, Eduardo Barroso dizer que havia um pacto de silêncio firmado na Assembleia Geral até às eleições e, por isso, não falava. Ele não falava, mas ia lançando vitupérios contra todos os que ousaram enfrentá-lo. Fremente, raivoso e hipócrita fartou-se de falar, colocando entre vírgulas, que havia um pacto de silêncio que o impedia de falar. É uma prática conhecida. desprezível mas, infelizmente, muito em uso.

Eu não percebo um «bite» das razões que conduziram o Spoting à desgraça em que se encontra. E julgo, até, que o presidente demissionário não me parece de especial competência. Mas não consigo dissociar a tragédia do clube a uma espécie de assalto dos socialistas que, julgo, começou já com Dias da Cunha. Teimosos, pesporrentes, vaidosos, arrogantes, geralmente incompetentes e seguros de que a natureza os gratificou com uma aptidão especial para dizer às pesoas o que devem fazer e como devem ser. Não é extraordinária a semelhança com outros filmes a correr?

Nota: Domingos Paciência acabou de ser despedido do Desportivo da Coruña, ao fim de pouco mais de um mês. Barroso e Sampaio deviam lá ir fazer um chinfrim qualquer e iluminar os dirigentes do clube. Não se admite...
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segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Perdoai-lhes, Senhor


[4852]

Tive o privilégio de viver no seio de uma comunidade de pescadores desportivos ( * ). Partíamos do Clube Naval e sabíamos exactamente onde íamos e quando íamos, já que havia lugares e tempos específicos para o atum, para o dorado, o wahoo, o marlin, a barracuda e o veleiro. Curiosamente, o tubarão não fazia parte desta lista. A baleia é o maior animal do mundo, mas o tubarão é o rei dos oceanos. Um pouco à semelhança do que se passa na selva entre o elefante e o leão. Henrique Galvão, um militar que nos intervalos em que assaltava o Santa Maria e outras judiarias, escrevia livros lindíssimos, centrados em África e na sua inigualavel fauna, discordava de mim e dizia no seu «Da Vida e da Morte dos Bichos» que o elefante era o verdadeiro rei da selva e que o leão não passava de um cliché. Com o devido respeito por quem sabia muito mais do que eu de bichos e de selva, discordo. Porque um rei não tem a ver só com o tamanho. Tem a ver com o garbo, pundonor, beleza, harmonia estética e respeito que infunde à sua volta.

Dito isto, está mais ou menos explicado porque é que eu acho que o tubarão é o rei dos oceanos. Vi-os várias vezes e aprendi a respeitá-los e admirá-los. E num período iniciático de «game fishing» apanhei um par deles. Um tubarão cinzento e um tubarão-martelo (este levou-me cerca de duas horas a içar...). À medida que fui percebendo alguns dos códigos de honra dos pescadores desportivos, passei a considerar os «esticões» de tubarões (muito frequentes, aliás) como «acidentes de percurso» e, respeitavelmente, cortava a linha. Ninguém apanhava tubarões e no mar alto acho que isso funcionava como uma acordo de cavalheiros. Os homens não os pescam e eles não os atacam - limitam-se a circular e vão-se embora.

Ver as fotos (subtraídas ao meu amigo Rui Santos) deste Great White apanhado há menos de duas semanas na costa de Inhambane, em Moçambique, provocou-me um profundo desconforto. Sobretudo porque eu sei que os próprios moçambicanos normalmente também não pescam os tubarões. Mas percebi, então, que os chineses pagam verdadeiras fortunas (relativizadas, claro) pelas barbatanas. E o resultado é este. Um magnífico Great White a ser barbaramente amputado, numa praia, antes de ser largado aos caranguejos!

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Mal comparado é como se um tubarão nos atacasse e nos comesse paulatinamente os pés... depois, as mãos...depois, as pernas, os antebraços, as coxas e, no fim, os braços.

Nota: Clicar nas fotos

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É exactamente isto. Será que é preciso fazer um «croquis»?

[4851]

A Câmara de Cascais, por acaso PSD, ofereceu um jantar de 13 mil euros aos 250 participantes de um encontro da Internacional Socialista (IS), por acaso socialistas. Este gesto de generosidade e ecumenismo foi mal visto pela típica mesquinhez pátria e deu origem às indignações do costume, aflitíssimas com um repasto de 52 euros por estômago e convencidas de que a esquerda, só porque é esquerda, se alimenta a bifanas.

O curioso é que quase ninguém pareceu indignar-se com o encontro da IS propriamente dito. Arriscando acusações de parcialidade, acho esquisito que os principais obreiros da crise europeia passeiem nos países onde a crise é mais flagrante a fim de debatê-la e, não se riam, resolvê-la. Não seria muito diferente se um bando de pirómanos regressasse ao local do incêndio para discutir protecção florestal. Aliás, salvo a provável comparência da polícia no segundo caso e a incompreensível ausência da política no primeiro caso, não é nada diferente.

Mas o cúmulo do descaramento passou pela destacada presença do presidente da IS, Georgios Papandreou de sua graça. O seu papel na desgraça grega, que contemplou e, a bem da “agenda” pessoal, agravou enquanto primeiro-ministro chegaria, num mundo justo, para manter a criatura na prisão durante longos e pedagógicos anos. No mundo que temos, a criatura ciranda por aí a oferecer palpites e alertas. Os nossos media, que deram ao sr. Papandreou a antena que não dariam à comparativamente credível Leopoldina dos hipermercados, divulgaram-lhe as declarações na abertura do convívio cascalense: “A crise não acabou. Ainda hoje, se a Europa não tomar mais medidas, os sacrifícios dos portugueses, gregos, espanhóis e italianos poderão perder-se e mais nos será exigido.”

Nem uma admissão de culpas, nem um pio sobre responsabilidade: o importante, note-se, é a Europa “tomar medidas”. Não importa que os socialistas tomem juízo ou vergonha na cara. No máximo, tomaram café após o jantar pago pelo contribuinte, uma despesa minúscula face à factura que essa gente já nos legou.

Da crónica de Alberto Gonçalves, ontem no DN
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domingo, fevereiro 10, 2013

Fofuras



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[4850]

Falando de fofuras, quem disser que Cascais não é o local mais «fofo», «posh» e aprazível para se viver, o pai dele é gato. E nesta foto, pode ver-se a benção da rua de mais trânsito da vila, no remanso solitário de um dia de inverno com sol. 

No Verão estraga-se um bocadinho... milhares de turistas do circuito saloio têm fatalmente de passar por Cascais, perdendo cerca de uma hora, ou mais, para atravessar o centro. E isto é se não se lembrarem de parar para tomar uma meia de leite e um travesseiro. Ou, nos dias de canícula, uma mine.
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Sem eles... o caos, nem «no more I love you's»

[4849]

Não sou jornalista, não percebo nada de jornalismo. Mas porque adormeci com o televisor ligado, acordar com a semanal sessão de pornografia das meias noites de sábado e repetidas às sete da manhã do dia seguinte (Pedro Marques Lopes está cada vez melhor, «aquilo» já não é fake orgasm, aquilo já lhe vem das tripas e ombreia garbosamente com a «pluma caprichosa» e o Daniel), logo seguido de um boletim de notícias «à la» SIC Notícias, é receita demasiada para quem não dormiu nem por isso e precisava de mais uma horita de sono. Repare-se neste alinhamento das notícias das oito. Primeiro,  uns minutos, largos, de notícias fofinhas (para seguir o léxico da Helena Matos). Ele é o jantar de homenagem a Carlos Brito, ele é a aliança de esquerda, ele é a reconciliação de Soares com Alegre e Alegre, de voz embargada, citando esse encontro e a importância que ele teve no plano afectivo e no plano político para TODOS os portugueses, fustigados pela direita, ele é o Tó Zé Seguro regozijando-se por ter sido o indutor do encontro Soares/Alegre e a dizer que é um homem de diálogo e que fará sempre todos os esforços para manter os socialistas unidos ele é, ainda, Alegre dizendo que Portugal está numa situação gravíssima (só foi pena não ter dito porquê, porque ele sabe, ai sabe, sabe...), ele é Carlos Brito a fazer beicinho porque Jerónimo não foi ao jantar e a dizer que o momento português é grave e que a esquerda tem de se unir, ele é o Manuel Alegre outra vez, a dizer que a direita tem sido mais inteligente que a esquerda porque se une, ele é, enfim, uma fofura socialista e lânguida com que os socialistas gostam de acordar e com a qual gostariam que todos os portugueses, os que são como deve ser, deviam acordar. A seguir, o caos. O tremendismo deste governo de direita que nos come a carne e nos rói os ossos. Uma notícia dada em timbre adequado, tipo leitura de baixas numa operação de guerra, de que Carlos Moedas acha que o «corte» dos quatro mil milhões se fará sentir ainda este ano.

É nesta altura que me levanto mesmo e vou impregnar a cozinha e a sala com o aroma delicioso de um café fresquinho. Não há pachorra mesmo. E agora vou caminhar, para voltar a casa a tempo de ouvir a Lucy Pepper às 10 na TVI 24 falar sobre o PAPEL, uma iniciativa feliz de mais uma veterana da Blogger que acabou de lançar uma revista on-line.
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sábado, fevereiro 09, 2013

Ler os outros. Mesmo (ou sobretudo) quando se fala de trambolhos


[4848]

É! Este ano atrasei-me porque me deu para prolongar as minhas deambulações pelas várzeas, apanhando azedas. Tanto que nem reparara que as margaridas da marginal, ali a Caxias, já floriram. Por isso me ia passando  uma prática verdadeiramehte litúrgica, qual seja a de ver/ler os «trambolhos» da Rititi, uma peça sempre renovada, mesmo que os intérpretes se repitam e mudem apenas de encadernação.

Os trambolhos da Rititi são a frescura necessária ao ambiente paroquial e grunho, saturado de secretários de estado, austeridade e putos reguilas a fazer perguntas pseudo difíceis a quem tem idade para ser pai deles e que, apesar de tudo, têm o polimento necessário para lhes responder em vez de lhes dar um açoite (ainda que, como recentemente aconteceu, dar uns açoites na Ana Drago não fosse, de todo, uma ideia despicienda). Voltando aos «trambolhos», quase que me escapava a Rititi, este ano. E gostei da selecção dela. Só não concordei com a legenda dada à Hale Berry. Cá para mim, a mocinha (a Hale) estava com uma cãibra (vulgo «câmbria» para alguns comentadores desportivos). Nos gémeos. Hummmm... na face antero-superior da coxa... ou doía-lhe a tíbio-társica... nada do que a Rititi sugeriu.

Já agora, também, «...os machistas chamam-lhe puta e as feministas básica, ignorante e irresponsável... amor, filhos, carreira, projecção, ambição e o c... ». A ler tudo, aqui.

No fundo, ler a Rititi é um bocadinho mais do mesmo que tem sido vai já a caminho dos dez (!) anos. Mas é um «mesmo» sempre um bocadinho melhor!
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sexta-feira, fevereiro 08, 2013

África sem ajudas de custo




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[4847]

Sinto-me causticado com a repetição exaustiva das notícias sobre o secretário de estado, do combóio a que a ligeireza cretina de muitos dos nossos jornalistas chamou de TGV e com a acção continuada e absurda da SIC Notícias na sua cruzada de «bater no ceguinho» (ler, a este propósito, este texto do José da Porta da Loja).

Por isso acho que foi uma boa hora aquela em que tropecei nesta foto de uma mulher bonita, etíope, por via de uma amiga de Tomar. Quanto mais não fosse, fez-me pensar que África dispensa bem o paternalismo idiota de muitos de nós europeus, cheios de politicamente correcto e ocupados patologicamente em enaltecer o black is beautiful. As africanas não precisam disso para nada e quando lhes dá para ser bonitas, é assim.

Fica esta imagem para o fim de semana e, também, para reanimar um pouco este Espumadamente que andou um bocado pelas várzeas a apanhar azedas. E digam lá se esta mulher precisa de nós para alguma coisa para ser bonita...
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A velha questão do copo meio cheio e meio vazio



[4846]

Às vezes é assim. É preciso puxar da vontade e coragem residuais e acender o fósforo que há-de atear a fogueira que há-de queimar o punhado de ilusões que se gera num tempo e num espaço, carinhosamente debruados num pedaço de vida que nos concedemos. Resistimos, respiramos, mas percebemos que é preciso dizer «chega» e que não é possível conciliar aquilo que, num determinado momento, se nos depara inconciliável. E arde tudo. Ficam as cinzas, como resíduo anódino do tempo bom e do pensamento fértil, mas que não passam disso mesmo, de cinzas. Com a vantagem de serem um material biodegradável, apesar de conterem recordações perenes. É, por assim dizer, o copo meio vazio.

Depois há o pragmatismo e o espírito de sobrevivência. Se a todos os animais foi concedido um robusto sentido de sobrevivência, ao homem foi concedida a inteligência, uma espécie de vergôntea desse sentimento. A sua sublime capacidade de pensar permite-lhe um manejo da alma capaz de lhe proporcionar a antecâmara da renovação e da noção exacta de que a vida continua. Bem exemplificada aqui pela mulher com frio, que não hesita em tirar as calças para nos proporcionar um cenário gratificante, enquanto se sujeita a uma vulgar operação de aquecimento das nádegas, o que lhe há-de trazer o conforto, prazer e a revitalização do sistema circulatório. É o copo meio cheio. Aquele que, apesar das ilusões tornadas cinzas na fogueira, sugere um plano de renovação, de «re-existência», que nos há-de alimentar o corpo e confortar a alma. Por muito altas, abrasivas e comburentes que se tornem as chamas.
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