sexta-feira, dezembro 21, 2012

Fim do mundo?



clicar na foto

[4826]

O dia hoje foi prazenteiro e do tipo de nos pôr bem com a vida. Pus uns assuntos em dia, no computador, após o que rumei ao centro da vila e caminhei uns minutos respirando um ar muito puro e deliciosamente frio e franzindo um pouco os olhos por força do brilho intenso de um sol que nem os RayBan conseguiam atenuar. As pessoas deslocavam-se, sem pressa, ao longo da calçada ajardinada que leva à Praia dos Pescadores e até o trânsito estava pacífico e quase silencioso.

No largo Camões, sentei para me irritar um pouquinho com o Público mas a militância do costume não conseguiu mais que arrancar-me um sorriso condescendente. Entretanto, chegaram uns salmonetes que me recordaram como a qualidade da nossa comida é inultrapassável, sobretudo se desfrutados numa daquelas esplanadas. O celular também zumbiu, trazendo um par de mensagens que, apesar da rotina, são sempre novas e gratificantes.

No fim da refeição ao sol quente/frio do Inverno lembrei-me que era hoje que o mundo acabava. Pensei então que deveria ir ao moinho da Azóia, hoje por hoje um dos lugares mais belos do mundo, pelo menos do mundo que conheço, e conheço alguns. E achei que se o mundo ia acabar não queria que isso acontecesse sem eu revisitar aquele lugar de eleição e de me posicionar no ponto mais ocidental de Portugal. Por razões muito minhas.

Quando lá cheguei, olhei em volta e gratifiquei a retina com o deslumbrante espectáculo da foto. E achei que se Deus alguma vez acabar com o mundo é porque terá tido um acesso de bílis por força de uma discinésia mal tratada pelos arcanjos do paraíso. Ou por uma aguda irritação com a estupidez dos homens. Mas depois lembrei-me que o Divino não deve ter vesícula ou então a Bíblia é uma história mal contada. E que o fim do mundo é ciclicamente inventado pelos homens que gostam imenso de catástrofes, energias, forças esotéricas, luzes interiores, telepatia e correlativos.

Mais descansado, meti-me no carro e voltei para casa. Com o olho cheio e a alma regalada. Entretanto o celular trouxe mais um par de mensagens. Já é noite e o mundo não acabou coisa nenhuma. Um mundo com um cenário como o do moinho da Azóia e com salmonetes como os nossos não poderá, jamais, acabar.
.

Etiquetas: , ,

1 Comments:

At 9:21 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

...e muito menos num 21 !:)))*

 

Enviar um comentário

<< Home