quinta-feira, novembro 29, 2012

Fiat Lux

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Alguém tem o nervo necessário para explicar a estas luminárias que TODAS (sem excepção) estas «malfeitorias» foram, sim, cometidas por Guterres e Sócrates (este, em circunstâncias agravadas) e que nessa altura, que me lembre, ninguém se lembrou de escrever cartas a pedir demissões? O que é que andavam a fazer? Andavam entretidos com quê? Mas está tudo doido? Ou é mesmo, como receio, má-fé?
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Agora é uma carta...

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Um grupo de personalidades da esquerda em que estamos enformados decidiu achar que o nosso primeiro-ministro não serve e, assim sendo, tem mais é que se demitir. Vai daí, em jeito epistolar, escreveu um documento para ser entregue ao PR e aguardar serenamente que as consciências difusas e ou desbotadas que ainda acreditam que este governo está a fazer um esforço sobre-humano para remendar o que personalidades bem semelhantes aos ora assinantes da referida carta se entretiveram a malbaratar, acabem por se converter à luz privilegiada do seu pensamento.

Mas o ponto não é esse. É a forma como esta gente se proclama detentora da luz da verdade. Esta gente convive mal com a liberdade, não a aceita, não sabe lidar com ela, tem uma visão distorcida e ronhosa da sua essência, salvo se ela for moldada à sua própria conveniência e entendimento. E não hesitam um milímetro nem um segundo para deitar às malvas o princípio sagrado da democracia e da liberdade – o voto popular. E é assim que eles, os subscritores, «acham» que este governo não serve. E como se sentem com procuração duma coisa difusa e suspeita chamada socialismo, mas que eles «acham» que se funcionou em Cuba, na Coreia do Norte e, a espaços, na Venezuela e na Argentina, pode muito bem funcionar em Portugal.

Vale que lendo os nomes dos subscritores e deparando com Mário Soares, Ferro Rodrigues, João Galamba, Inês Medeiros, Fernando Rosas, Daniel Oliveira, Valter Hugo Mãe (a estrela que refulge no momento e vai a todas…), Pilar del Rio e Vítor Ramalho, rapidamente percebemos que é tudo bons rapazes e que nos poupam até o trabalho de ler o texto todo. Porque esse, a avaliar pelo gabarito dos seus autores, será certamente pouco recomendável.
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Crime. E o MP não faz nada?




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Mia. Quando vires ou ouvires isto não vais gostar da companhia. E lê aqui. Mas quem é este Valete? E não prendem este gajo? Mais grave: Há muita gente que vê isto? E paga por cima?
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Alegrias do socialismo. Alguns produtos para venda nas prateleiras de uma loja em Havana, na comemoração do 50º aniversa´rio da revolução castrista

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Socialism is the philosophy of failure, the creed of ignorance, and the gospel of envy. Its inherent virtue is the equal sharing of misery.

Há dias tropecei nesta reflexão de Winston Churchill. E concluí que a esquerda, mais do que ser velha, de há muito que está bem identificada pelos seres pensantes e minimamente dotados de inteligência. E outra coisa que me ocorreu é que foi pena Churchill não ter conhecido bem os portugueses (Nossa Senhora fez um milagre e poupou-nos à guerra…) porque se os conhecesse, poderia ter acrescentado meia dúzia de palavras que ilustrassem a casta de iluminados que continuam a achar que o socialismo é que é. Não porque acreditem nele, mas porque é a única forma, mesmo que paroquiana, que têm de protagonizar qualquer coisa. Para o que contam com o tocante desvelo da nossa comunicação social. Churchill morreu sem ver tudo!
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As orelhas de Judite de Sousa


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Não deu para ver a entrevista toda a Passos Coelho. Mas, de relance, alguma coisa me chamava a atenção. A gravata de Passos? O sorriso tripartido (SIC, RTP, TVI) de José Alberto Carvalho? A Judite? Algo me latejava nas têmporas e eu não chegava lá. Percebi algumas diferenças na Judite de Sousa. Primeiro reparei que devia ter ido de moto para o trabalho… depois, agradeci ao Senhorio lá de cima a faculdade que me concedeu de gostar de cabelos lisos e finos mas, claro, reconhecendo sempre a constitucionalidade de cada um usar o penteado que lhe aprouver. E de repente… Eureka. Voilá, que eu dava com o pormenor que me «fazia espécie». Ao fim de quase duas décadas eu finalmente via as orelhas de Judite de Sousa. Depois dei por mim a reflectir que passei tanto tempo a pensar no assunto que acabo por não me lembrar bem da forma e da substância da entrevista.
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quarta-feira, novembro 21, 2012

Medir decibéis na Av do Brasil. Uma boa opção para os Verdes

 
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Heloísia Apolónia, aquela senhora que come azedas ao pequeno-almoço há uma data de anos e que paira no Parlamento a velar pela saúde da esquerda portuguesa, hoje fez algumas recomendações a Passos Coelho que amanhã, como sabemos, tem de ir a Bruxelas. Depois de lhe dizer, a Passos Coelho, que o senhor não tem autoridade para representar Portugal, o senhor não sabe representar Portugal, recomendou-lhe então que não se esquecesse de pedir ao Conselho Europeu para mandar acabar como os ataques israelitas a Gaza.
A essa hora, o seu correlativo Francisco Ferreira andava na Avenida Brasil a medir decibéis e a explicar aos portugueses que tínhamos de reduzir o tráfico em Lisboa (não sei de ele se referia a carros ou a aviões, já que nesse preciso momento estava um a aterrar). E poucos minutos depois um comando do Hamas lançava uma bomba a um autocarro em Telavive provocando mais de uma vintena de feridos, alguns deles em estado grave.
Resumindo: Heloísa podia muito bem dar mais consistência à essência do seu Partido se fosse medir decibéis para a Avenida Brasil com Francisco Ferreira, enquanto o Hamas lança granadas aos autocarros israelitas, poucos minutos depois de ela pedir a Passos Coelho para que a Europa acabe com os ataques dos malandros dos israelitas.
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Pergunte-se a Fernando Nobre

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Quando a porosidade do corpo é invadida pela genialidade do espírito, somos brindados com pérolas deste jaez. E mantemo-nos tão inebriados pela sabedoria que delas emana que nos esquecemos, até, de nos perguntarmos de que é que estamos à espera para pôr estas ideias em prática. Afinal, andamos todos aqui a queimar as pestanas, a sobressaltar o sistema nervoso central e a submetermo-nos a uma versão revista e aumentada das cinquenta sombras de Grey versão noticiosa das nossas televisões e as soluções todas aqui, à mão de semear. Expressões como «… reorganização para reabilitarmos o Estado social… um estado falido não pode ser social… meios adequados… juntas e concelhos a mais…reestruturação e reorganização… acabar com as gorduras… revolução…» são a expressão avulsa de tudo quanto podemos ler aqui.
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terça-feira, novembro 20, 2012

Back to basics

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Perfect landing. Safe, happy and sound.
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domingo, novembro 18, 2012

Um cisco num olho

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Mesmo ainda em gone roving cruise, apanhei com um cisco televisivo num olho que me provocou uma alteração de rota. Assim tipo um insecto esborrachado no parabrisas. Uma simples notícia da SIC Notícias, segundo a qual Passos Coelho lamentava que o ministro da Administração Interna não tivesse feito uma declaração mais esclarecedora quanto à intervenção do Governo, a propósito do tornado de Silves.

Pronto. Mais uma dissensão no Governo. Mais uma distinta possibilidade de entrarmos em crise governativa porque os nossos ministros não se entendem. Afinal, de seguida, vinha a peça em directo e Passos Coelho lamentava não ter sido possível ainda uma declaração mais esclarecedora por parte do ministro de Administração Interna. Adiante, esclarecia ainda que saberemos isso quando tivermos uma comunicação mais rigorosa dos estragos e dos prejuízos.

Assim mesmo. Tout court. A SIC, na sua já habitual sanha, cinismo e falta de ética profissional e de respeito por quem a vê, neste caso objectivamente disseminando uma notícia que, por omissão vocabular e pelo cenho do apresentador, poderá ter levado milhares de pessoas a pensar que havia nova crise no governo.

A SIC Notícias tornou-se um exemplo acabado de intriga, desonestidade em geral e política em particular, um caso que, a meu ver, roça mesmo alguma patologia que convém, no mínimo, denunciar, para evitar casos destes. A SIC é vista por muitos milhares de pessoas e está a seguir pisadas muito semelhantes às do «Público». Se o «Público» tem mais possibilidades de falecer a curto prazo, o mesmo não se poderá dizer da SIC, é um conceito diferente de comunicação social, mas, em linguagem chã, se eu fosse dono daquilo, jamais permitiria que se usasse esta ardilosa chico-espertice para para dar livre curso às angústias ideológicas dos seus coordenadores políticos, alinhadores de notícias e «paineleiros». O que se está a passar com a SIC é de um constrangimento incontornável e diz bem da qualidade de muitos dos que a servem.

À margem do episódio, ainda deu para ver o «Diário Digital» dar a notícia correcta, mas colocando aspas no «possível». Mesmo assim, escamoteando o «ainda». O que é simplesmente ridículo. Tão ridículo como os «FaceBookers» do costume, que já hoje se excitam imenso naquela rede social, dando a notícia do «Diário Digital» como quem saboreia uma panqueca matinal.

E agora, rumo retomado e corrigido que ainda não estou em tempo de aterragem. Mas não resisti. Ai não resisti, não! Há coisas que nem em «mode gone roving» se aguenta.
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sábado, novembro 10, 2012

Gone roving

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A brisa fria das alturas torna negligenciáveis as coisas terrenas. Valoriza e sublima a virtude da liberdade e a insubstituível e gratificante sensação de escolha do rumo, ou mesmo um deliberado abandono aos caprichos do vento, ao mesmo tempo que purifica os sentimentos, que adquirem, assim, o sentido verdadeiro de uma expressão cada vez mais vulgarizada e comezinha, mas nem por isso menos importante na realização espiritual do homem - a felicidade.
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quinta-feira, novembro 08, 2012

Capa foleira

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Uma das capas mais foleiras que tenho visto na comunicação social portuguesa. Na Sábado. Uma mulher com ar de megera militante com as quotas em dia, um par de tomates a atingirem-lhe a cara feia e enrugada e um fraseado idiota. Uma boa dica para esse grupo excursionista que anda por aí a chamar gatunos a toda a gente e a atirar tomates. É só pagarem-lhe o autocarro e um farnel de pastéis de bacalhau e arroz de tomate.

Esta mulher teve, muito provavelmente, um percurso de vida bem mais penoso do que muitos destes rapazelhos saídos das faculdades com o título de comunicadores sociais. E poucos deles perceberão que em vez de lhe atirarem tomates lhe deveriam estender a mão pela lucidez e pragmatismo com que ela tem tentado resolver a alhada em que alguns países europeus, incluindo o nosso, colocaram o país que ela, eleita e legitimamente, representa.

Mas nós somos assim. Ligeirinhos e rancorosos. Noutro registo, basta reparar no ar com que as televisões anunciaram que Romney levou quase uma hora (imagine-se…) a admitir a derrota. Uma hora. Que mau perder, o de Romney!

Nota: O FB vai salivar de links shared pelos suspeitos do costume!
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terça-feira, novembro 06, 2012

Magna descoberta da nossa comunidade científica

Qual crise?

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Estou muito mais descansado. A nossa comunidade científica fez uma notável descoberta, segundo a qual os portugueses andam a dormir mal por causa da crise. Certamente estudos aturados, profundos e comparticipados levaram os nossos cientistas a tão preclara conclusão. Por mim, sinto um alívio extreme, gratificante, porque andava realmente a dormir mal, mas atribuía o fenómeno a qualquer coisa que eu andasse a comer e que fosse indigesta para o jantar, mas Deus quis que me descobrissem a causa da maleita e as televisões, pressurosamente, informaram-me das causas da minha insónia.

Agora janto o que me dá na gana, vou para a cama sabendo que a causa da insónia é a crise e o Passos Coelho e o resultado é que durmo que nem um gansolino que se esqueceu de limpar o celeiro…
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domingo, novembro 04, 2012

As tentações do Mafarrico

[4799]

Dei uma oftálmica pelo Facebook e não sei se olhei para a Ana e tropecei nos acarajés ou se olhei para os acarajés e tropecei na Ana. Em qualquer circunstância o tropeção é estimável, resta a magna questão de perceber o que fazer depois de esparramado no chão com a Ana e os acarajés. Pessoa de princípios, berço e com o máximo respeito pelo gineceu, hesitei apenas um nano segundo e comi os aracajés. O resultado foi desastroso, se considerarmos que ando há um mês sujeito voluntariosamente a um regime de frango da Guia bem seco e salada, alternado com uma posta de peixe grelhado com legumes. Tudo em nome de poder ver a cor das boxers sem ter de curvar a coluna… À noite, para aconchegar o piloro, uma sopinha e meia papaia, mas daquelas pequeninas brasileiras, nada dos mamões brutamontes das Áfricas.

Mas também, colocar uma foto destas no FB é um atentado ao bom senso, uma tentação do mafarrico, mas «prontes», uma tentação aqui e ali também não é coisa a que devamos, humanamente, resistir.
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País estranho

[4798]

Adormeci tarde e acordei tarde. Mas às sete percebi que a sessão pornográfica e burlesca que dá pelo nome do «Eixo do Mal» me martelava impiedosamente. O timbre da Clara Ferreira Alves é algo só semelhante à tortura chinesa, pelo que procurei desesperadamente o comando para lhe cortar o verbo, mas ela calou-se, entrou uma voz mais edível… e adormeci de novo, como um menino que acabou de ter um pesadelo. Mais tarde voltei a acordar, aí pela dez… e uma apresentadora simpática fazia perguntas naquele estilo que a SIC Notícias adoptou agora como exemplo claro de uma de duas possibilidades: idiotia ou esquizofrenia. Tratava-se de perguntar a um senhor chamado Rui Atalaia (juro que fui ao Google tentar saber quem era, mas o mais aproximado que encontrei foi um Rui que estudou no Fundão, nasceu em Mafra e vive em Sintra e, pela foto, parecia ele…e peço desculpa ao Rui que estudou no Fundão, vive em Sintra e nasceu em Mafra se estou enganado) e que parece ser actor de teatro, uma série de questões do momento, todas elas convergentes na desgraça em que vivemos por causa do Passos Coelho e Vítor Gaspar, tal como aliás, dizem, o constitucionalista Jorge Miranda, a Manuela Ferreira Leite (não se cala esta mulher…) que diz que vai acabar a democracia e João Salgueiro que diz que o memorando precisa de retoques. Já meio acordado pude fixar o pensamento linear dito num ar tipo mas como é que ninguém repara nisso?... nas deixas do Rui Atalaia que debitou o verbo seguinte que cito de cor:

- Vivemos numa sociedade em que procuramos fingir que o novo é o que está a acontecer. Mas não nos podemos desligar do passado.

- As pessoas quando pensam que Portugal está miserável pensam em emigrar, quebrando laços de amizade e pertença o que como se sabe, é óptimo para os grandes grupos económicos.

- Para fazermos um espectáculo diferente (Rui Atalaia está num espectáculo em Setúbal, o «Auto de Purificação») precisamos de processos diferentes. No «Auto de Purificação» fomos buscar adegas e uvas e a receptividade das pessoas é boa. Este Governo, como se sabe, escolhendo os métodos antigos só pode chegar aos mesmos resultados.

Perceberam? Eu também não. Depois destas sábias reflexões e salganhada de ideias tentei dormir de novo. Mas já estava desperto e pronto para mais um dia neste país estranho, cada vez mais estranho e irremediavelmente condenado aos desígnios deste tipo de gente com este tipo de pensamento e à vontade do tipo de gente que comanda a televisão que temos.
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sexta-feira, novembro 02, 2012

Os hemorrégicos

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Os portugueses são exímios na arte de falar bem o falar mal. Porque há coisas que relevam do nosso feitio em forma de assim e que nos leva a dizer mal aquilo que sabemos dizer bem. Um exemplo corrente é o helicóptero, cuja leitura atenta deveria corresponder a uma fonética adequada e correcta em vez do vulgar ilecóptero.

Por vezes, o erro gira à volta de pessoas com menos qualificações académicas mas mesmo essas são ordinariamente descuidadas e não reparam que se uma cliente de charcutaria pede duzentos gramas de fiambre, elas poderiam, pelo menos, reparar na diferença e pensar, antes de repetirem perguntando: - duzentas gramas? Mas, enfim, este é um caso menor, mesmo atendendo que conheço gente de cátedra que sabe que grama é masculino mas fá-lo feminino, porque dá mais jeito. Não é verdade, João? Sem link, por se ele ler isto sabe que é ele.

Hoje de manhã, a notícia era de que um bebé tinha saído do hospital com uma hemorragia no umbigo. Inevitavelmente, a repórter da RTP disse que o bebé saiu com uma grande hemorregia, como lhe competia, não fosse ela licenciada em comunicação social. O caricato da coisa foi a repórter entrevistar a mãe da criança, a mãe ter dito três ou quatro vezes hemorragia e a repórter continuava alegremente a dizer hemorregia, se a hemorregia era grande, se achava que a hemorregia era perigosa e se achava que a hemorregia se devia a erro médico. E a mãe lá ia dizendo que sim, a hemorragia era grande, a hemorragia era perigosa, a hemorragia isto e a hemorragia aquilo.

Pontos nos i’s e traços nos t’s. Eu jurava que a repórter sabe escrever hemorragia, mas por que carga de água tem que dizer hemorregia? Preguiça mental, descuido, desleixo, falta de rigor, enfim tudo o que caracteriza este bom povo português, lá diz Gaspar, e que, neste momento, está causando uma verdadeira hemorragia de cérebros por falta de condições de trabalho. Tenho a certeza que os hemorrégicos da paróquia passam a hemorrágicos, mal tenham necessidade de aprender a trabalhar, agir e actuar com rigor e eficiência.
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