domingo, junho 10, 2012

Lá ficaram «as trombas por partir»

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Jogámos contra a Alemanha e perdemos 1-0. Parece que não merecíamos. Não teremos jogado mal de todo, mandámos umas bolas à trave, perdemos uns golos infantilmente e os jogadores terão demonstrado a sua total dedicação e todo o seu esforço na tentativa da vitória.

Os comentários que ouvi a seguir é que me chatearam. De resto, já antes do jogo, eu andava meio incomodado por me parecer que em vez de jogarmos contra a selecção da Alemanha íamos jogar contra Merkel. E que ela ia ver como elas lhes mordiam. E que lhe havíamos de esborrachar a bola na cara. Até o professor Rebelo de Sousa (recentemente consagrado, por vontade própria, diga-se, à figura popularucha que todos gostam de ouvir) afirmou que queria que ganhássemos, ao menos para dar com a bola na cara da senhora Merkel. Em resumo, a nossa codiciosa e indigente comunicação social arranjou maneira de irmos todos assistir ao jogo como quem fosse dar uma tareia em Merkel, em vez de querermos ganhar o jogo, como nos competia, para arrecadarmos os três pontos da ordem.

Mas, dizia eu, os comentários finais foram de uma pobreza lancinante. Eu diria melhor, foram… estranhos. Ninguém parecia estar chateado por ter perdido, mas apenas porque não partimos as trombas à Merkel (este partir as trombas à Merkel não é meu, é ouvido por aí…). E a ideia dominante agora é que temos de ganhar à Dinamarca e à Holanda para voltarmos a encontrar a Alemanha e, então, partirmos de vez as trombas à senhora. Isto, claro, se não nos partirem antes as trombas a nós.

Nota: A SIC tem apresentado um separador que chega a raiar a pornografia. Nele aparecem Sarkozi e Merkel em atitudes e com expressões dengosas enquanto um estribilho idiota de frases patéticas vai acompanhando o desfile cenográfico. Alguém me explica a razão daquela tonteria? E aquilo é para «dar pica» a alguém?
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