segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Chegou a conta

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Não consigo perceber bem a analogia que se faz entre descontentamento popular e uma clara intervenção de grupos organizados que se entretêm a destruir, ferir, matar se preciso for, como o que vai acontecendo em Atenas. Atenas não é a Grécia e muitos dos bárbaros à solta provavelmente nem atenienses são. Parece-me evidente que estamos em face de um claro exemplo de alteração da ordem pública que deveria ser exemplarmente reprimido.

Também me choca observar a onda de simpatia de uma considerável fatia de «bloggers» e jornalistas e comentadores pelos distúrbios que se verifica na maltratada capital grega. Não entendo mesmo a distorção que objectivamente se faz dos factos, condenando sempre a Alemanha pelo que acontece. Qualquer pessoa minimamente informada perceberá que o estado calamitoso em que se encontram as finanças da Grécia se deve à política habitual dos socialistas que continuam a sonhar com o estabelecimento de Estados Sociais à custa dos outros, já dizia Margareth Thatcher que o socialismo é óptimo enquanto o dinheiro dos outros não acaba. Os governos socialistas estabeleceram níveis de benefícios sociais, salários e hábitos de consumo, incomportáveis com a realidade económica, sempre com à convicção habitual de quem leu na cartilha os direitos do povo, sem fazerem contas ou, fazendo-as, na presunção que os ricos e os poderosos as pagassem. A isto iam juntando a sua proverbial incompetência e irresponsabilidade na gestão das despesas, ao mesmo tempo que mergulhavam frequentemente em escândalos, conúbios e cumplicidades. O povo ia recebendo e gostava, pudera. Agora chegou a conta. O povo esperneia e o governo vê-se na necessidade de escolher entre pagar contas e reduzir os benefícios em nome da desejável democracia e desenvolvimento ou apaparicar as vergônteas do sistema e manter o discurso que se conhece.

Aqui pela paróquia continua a procissão socialista do costume e a emulação dos gregos, perante os nazis. Já vi por aí, até, que a Alemanha devia era pagar o que deve e roubou aos gregos durante a guerra, ficando por saber porque se esqueceram da cidade de Londres, da Polónia, da Bélgica, da Noruega, da França e da Rússia. Para só citar alguns. Ressalta até um aparente desejo de que Portugal se torne um foco de instabilidade «à la grega». Não sei bem em nome de quê, talvez deixássemos de ter de pagar as contas no imediato. E, mais uma vez, deixar uma herança esperta para os nossos filhos e netos.

Rezemos para que permaneça o bom senso. E que continuemos, como até aqui, a cumprir as nossas obrigações e avançar com a resolução da nossa crise. Ámen.
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