segunda-feira, setembro 26, 2011

O sorridente gado açoriano

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Votei Cavaco. Por exclusão de partes, é certo. Mas hei-de reconhecer que me revia na sua seriedade e competência técnica. O tempo, porém, encarregou-se de me estilhaçar a imagem. Cavaco parece-me ser claramente vácuo, de uma ausência e irrelevância arrepiantes e, tal com ainda agora demonstrou na sua viagem aos Açores, meio apatetado perante as investidas de um tiranete idiota e mal formado como Carlos César, que fez do Presidente gato-sapato e não se ensaiou nem um bocadinho para o ofender pessoalmente e aos portugueses que votaram nele.

É a política no seu melhor, são os nossos políticos na sua expressão mais genuína de mediocridade e arrogância de quem nada mais tem para exibir do que isso mesmo. Para além de uma insuportável malquerença, só comparável à das claques de futebol.

Cavaco, nos Açores, foi ignorado, enxovalhado e a única coisa que lhe ocorreu foi referir o sorriso das vacas açorianas contemplando, com deleite, os prados verdes das ilhas. Já uma vez Cavaco se exaltara com o passo estugado de outras vacas a caminho da maquineta que lhes sugaria as tetas por uns minutos. Se eu fosse malicioso diria que Cavaco tem um fascínio acentuado pelo gado vacum. Como não sou, fico-me pelo desencantamento do único homem em que eu votaria nas últimas eleições presidenciais. Convenhamos que é um desalento.
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