sexta-feira, junho 24, 2011

Crítica? Ou fábrica de água a ferver?



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Não gosto dos abúlicos. São inertes, parecem até desprovidos de matéria. Mas uma coisa é a abulia e outra, bem diferente, o sentido criterioso de justiça e a honestidade intelectual. Não vale criticar só para que não nos acusem de abúlicos. E, todavia, aquilo que Pacheco Pereira tem vindo a fazer ultimamente aproxima-se, infelizmente, deste desiderato. Criticar por criticar ou em obediência àquilo que se convencionou ser uma forma de existir em política é pedante e releva de uma atitude política em que o «reviralho» fez escola. É batota. Se em determinadas épocas o «reviralho» pode ser plausível como uma consequência própria do irrequietismo juvenil, naquela altura em que queremos tudo depressa e bem e costumamos levar uma data de tempo a remediar o que fazemos de mal, já há fases de nossa vida em que a maturidade, a honestidade política e, até, um certo recato em adejarmos as asas da vaidade pessoal, deveriam constituir a matriz desejável do nosso comportamento.

Admirador indefectível do talento, cultura e inteligência de Pacheco Pereira, receio que nestes últimos tempos ele se esteja a deixar dominar por uma síndrome «reviralhista» a todos os títulos condenável. Refiro-me, naturalmente, à sua conduta na Quadratura do Círculo.
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