quinta-feira, novembro 11, 2010

E a jeropiga que aquela senhora bebeu, não foi ela, fui eu


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Hoje bebi jeropiga e comi castanhas, depois de almoço. O senhor Lourenço (ou foi o senhor Vitorino?) trouxe castanhas para a mesa porque era Magusto e eu achei que, no mínimo, a «coisa» merecia um cálice de Porto. Que não. Jeropiga é que era. Acedi… a jeropiga, para mim, é assim uma espécie de física quântica ou um solo dolomítico, «quer-se dizer» a gente já ouviu falar mas não faz a mínima ideia do que seja. Por mim, tinha uma vaga reminiscência de que era uma bebida doce e amarela, mas isso também uma mulher carinhosa atacada de hepatite o poderia ser. Aí, houve um colega simpático que me explicou, cientificamente, que a jeropiga resulta de uma travessura. Quando o mosto começa a fermentar a gente «vai daí… e pimba, bota-le» aguardente e então sai aquela mistura xaroposa, generosa, licorosa e outras «tecnicalidades» que a gente ouve aqui e ali quando se fala em vinhos.

Bebi, assim, um copo de jeropiga. Para um abstémio como eu, um copo de jeropiga tem o mesmo efeito que atirar um rapaz virgem para um bacanal romano, daqueles com cachos de uvas e tudo e túnicas e tudo e tudo, quer-se dizer… deve ser, que eu nunca fui a um bacanal romano e nem sei mesmo se alguma vez fui virgem. Mas pela experiência que tenho de vida deve estar uma coisa para a outra.

É bem feito para mim. A coisa soube bem mas agora estou para aqui a chupar kompensan desde que me sentei à secretária. Que me lembre, a última vez que bebi jeropiga foi na Golegã, há um ror de anos. Tenho uma ténue ideia que me sentei com colegas rodeando um alguidar de castanhas e outro de tremoços e nós próprios estávamos rodeados de pipas de água-pé e jarros de jeropiga. A coisa deu mal porque nem pelo cair da noite eu dei e o resultado é que tudo o que sei da feira da Golegã é de «ouvir dizer» e parece que «aquilo» até é giro, mete cavalos, amazonas e assim! E hoje… o que me teria dado para beber um copo de jeropiga?

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15 Comments:

At 6:31 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Então, estás assim tão mal?????
Esses "xaropes" nem sempre caiem bem!
Se calhar o problema é porque bebes pouco..:))
Fica bem!

 
At 6:35 da tarde, Blogger LurdesMartins disse...

Lê-lo é um divertimento!!!
Beijinho de S. Martinho, again!
(sou uma beijoqueira ;))

 
At 7:10 da tarde, Anonymous IL disse...

só tu pra me fazeres rir hoje :D

 
At 8:17 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

papoila

Eu não bebo pouco nem muito. Não bebo, period :)))Ainda por cima bebi a jeropiga num copo normal e quando ia a meio é que um colega me disse que «aquilo» se bebia ao cálice. :))

 
At 8:20 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Lurdes

E o que se leva nesta vida senão fazer dela um divertimento? Mas também é bom ter leitores (e leitoras como diria o PS) que se vão mantendo fieis ao longo de todos estes anos. Com a Lurdes, afinal!

 
At 8:22 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

IL

Para te fazer rir, «eu vou ao fim da rua... eu vou ao fim do mundo». Não é assim que se diz na TSF? :)))

 
At 9:46 da manhã, Blogger Dulce Braga disse...

Estou com a papoila, isso é pq bebes de menos...ou..espera...pensando bem ...será que não é porque já bebeste de mais?...:)*

 
At 2:29 da tarde, Blogger Jorge disse...

Ôi, Nelson
Eu cá p'ra mim ficava-me pelo bacanal romano. Dispensava a jeropiga , as uvas e as túnicas. Ao natuiral era mais engraçadop:-)))Um abraço

 
At 2:53 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Dulce

Há bebidas que nunca são demais, por muito que se beba :) *

 
At 2:54 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Jorge

Vou equacionar o problema :))) se eu chegar a uma conclusão posso avisar????
:)))
Um grande abraço aí para Montijo City :))

 
At 7:34 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Pois, de entre ás várias coisas tuas que herdei, o estômago de periquito foi uma delas :) Nada que um gastrex pela manhã não resolva.
Beijos Dad.
A Filha mais Nova.

 
At 11:13 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

A Filha Mais Nova

Espero que o resto das várias coisas que herdaste de mim, para além do tal estômago de periquito, seja coisa que se veja e aproveite. Para que não vingue a ideia de que apenas te tenha «passado» uma herança do trato gastro-enterológico, incluindo uma indesejável sobreprodução de ácido clorídrico. O que, convenhamos, seria frustrante. E caro, se avaliarmos as coisas em termos de Gastrex, cujo preço está pela hora da morte :))))))
Beijos filhota (U gotta a name???) :))))

 
At 11:37 da manhã, Anonymous IL disse...

gastroquantos????
As coisas que este homem deixa de herança :D

 
At 3:14 da tarde, Blogger Luísa A. disse...

Estranhamento, Nelson, só me lembro de beber jeropiga em miúda, talvez adolescente mas ainda inocente, e as minhas memórias da experiência são extremamente positivas. Não trazem quaisquer sugestões de bacanais reveladores dos segredos íntimos da vida (se calhar porque, naquela idade, desconhecia o que fossem uns e outros), mas apenas reminiscências de cândidas euforias. Este ano, por azar, falhei as castanhas. Mas saboreei-as, de certo modo, neste seu saborosíssimo «post». ;-)))

 
At 12:13 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Luísa

Também não tenho euforias particularmente ligadas à jeropiga. De resto aquele episódio de juventude na Golegã é verdadeiro. O post partiu da minha aparente ignorância de que um copo normal de jeropiga é uma quantidade demasiadamente generosa para se tomar a uma refeição - sobretudo se é um dia de trabalho, como era o caso. E é também verdade que não bebo álcool, salvo uma ou outra cerveja avulso se vou a uma cervejaria. Tudo junto e somado... saiu o post. Ainda bem que se divertiu :)

 

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