terça-feira, agosto 31, 2010

Shhhiuuuuuu!

[3882]

Quando se mistura uma desejável contenção informativa com os pruridos idiotas que escamoteiam a verdade em nome dos superiores interesses das minorias, o resultado é este. Esta noite ardeu um autocarro no Monte da Caparica, os bombeiros acudiram ao local, mas o autocarro foi totalmente consumido pelo fogo. A GNR e a imprensa também apareceram. Esta tentou saber o que tinha acontecido, mas a GNR aos costumes disse nada. Era um mau aspecto explicar à comunicação social como é que tinha ardido o autocarro. E o porquê. Se é que tem de haver um porquê para deitar fogo a um autocarro, nós é que somos um bocado esquisitos e achamos que tem de haver um porquê para tudo…

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segunda-feira, agosto 30, 2010

Voz em Fuga

[3881]

O Voz em Fuga fez seis anos. Já pertence ao grupo de blogues de provecta idade. A Hipatia começou com uma dissertação filosófica metendo B. Brecht e Pessoa num cadinho de ideias que ela soube criar, aprimorar e passar a linha, à medida que, como Mia Couto dizia, a vida ia «descosturando» durante estes seis anos.

A Hipatia é teimosa e tem posts que apetece a gente ir ao Porto e armar uma peixeirada à porta do «Bolhõhe» e atirar-le cum sarrafo à cabeça, carago… mesmo sabendo que ela tem uma arma poderosa, quais sejam os olhos mais bonitos a norte do Mondego… hummm… do Vouga, prontes! Mas tem outros posts que são lindíssimos porque ela é arguta, sensível e escreve admiravelmente. Por isso se exige que ande por cá pelo menos mais seis anos.

Parabéns Hipatia, obrigado pela forma como tens enriquecido a blogosfera e



Tchin Tchin

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A ópera bufa


[3880]

Bufa, bufa não terá sido o caso, pelo menos no conceito da designação que os italianos dão às óperas cómicas. Mas bufa foi, no sentido de que há gente que não resiste ao apelo do longo e conhecido historial dos portugueses, tendencialmente mesquinhos, consabidamente bufos. Daí que Fernanda Câncio faz aqui uma resenha aprimorada e bufa, bufa imenso sobre as 200 a 300 pessoas (ela o diz) que se juntaram no Camões para se manifestarem contra a hedionda lapidação de uma mulher iraniana, acusada de ser adúltera. E Fernanda bufa aos costumes sobre os que foram, os que não foram e deviam ter ido, chama-lhes nomes e lucubra sobre os porquês da ausência da criatura nacional às manifestações sobre as grandes causas, mesmo quando estas são aproveitadas para manipular as gentes e pô-las a manifestarem-se sobre coisas que não têm nada a ver com o objectivo inicial e se espraiam por outras “abrangências” à medida do pensamento colectivo superior que um dia há-de moldar o homem novo. Se Deus Nosso Senhor permitir.

A Fernanda não consegue entender (ou consegue, mas não lhe dá jeito...) que há gente que pelo facto de não alinhar no folclore e na pornografia da esquerda elegante não significa que se identifique com as barbaridades de costumes bárbaros de culturas bárbaras, coisas com que, de resto, a "gauche caviar" (termo feliz da Helena Matos) não poucas vezes tolera quando lhe dá jeito. Sobretudo há gente que sabe que nessas manifestações há muitas ”Fernandas” de caderninho de apontamentos em riste para tomar nota de quem vai, quem não vai e quem devia ter ido. É uma coisa que cheira declaradamente a licença de isqueiro, ao cinzento dos uniformes dos contínuos das faculdades e à presença intolerável (é que não há mesmo pachorra…) desta gente iluminada que acha que toda a gente deve pensar como ela. O chamado “pensar como deve ser”. Além de que, depois, ter de aturar esta gente a bufar é, acima do mais, um espectáculo que carece evidentemente de uma sempre desejável componente estética.

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sábado, agosto 28, 2010

Trancas à porta


[3879]

Ricardo… Ricardo… esse…essa luminária do PS, o que pifa gravadores aos jornalistas… já apareceu hoje umas quantas vezes na TV a dizer umas alarvidades sobre o PSD, a Constituição e outras "patacoadas" que, confesso sem rebuço, já não me lembrar bem o que foi. Eu já não ouvia muito o homem mas depois de o ver roubar gravadores (como e que ficou isso? A criatura foi julgada, não foi, onde estão os gravadores, o homem ainda risca alguma coisa no PS, o que se passou entretanto?), de cada vez que vejo o homenzinho na “pantalha” não resisto a olhar para os jornalistas a ver se eles mantêm os equipamentos bem longe do larápio.

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Tchan tchan tchan tchan


[3878]

Carlos Cruz anunciou que depois da sentença do caso Casa Pia poderá (este tempo do verbo é importante…) muito bem revelar nomes de pessoas ligadas ao escândalo da casa Pia e que, tchan tchan tchan tchan, não pertencem ao Partido Socialista. Não sei se este "não pertencem ao PS" implica que pertencem a outros Partidos ou se apenas não pertencem a Partido nenhum e são apenas do Benfica, do Porto ou do Sporting. Mas acobardem-se gentes. Carlos Cruz afinal sabe muito… não falou logo… ele lá saberá porquê. Mas agora, que vem aí a sentença, ele vai ligar o ventilador. E não são do PS…

Não sei se Carlos Cruz é culpado ou inocente. Se for declarado culpado, o que fez fica-lhe muito mal e deve ser punido. Mas isto que disse agora não lhe fica melhor. É feio, rebarbativo, sacaninha e de mau perder…

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Cuidado com o stress... lá se vai a produtividade


[3877]

A polémica está instalada. Fim de férias e alguns especialistas psicólogos, sociólogos, antropólogos e outros “ólogos” que não retive, multiplicam-se em pareceres sobre a “DPF”. Mas afinal, o que é a DPF? Depressão Pós Férias. Assim mesmo. É que os portugueses, acabadinhos de regressar das férias têm altas probabilidades de apresentarem esta maleita. Ficou por esclarecer se há terapêutica para esta depressão, só ouvi que ela vai afectar o rendimento dos portugueses no trabalho. Uma outra corrente se formou afirmando que chamar depressão a uma “chateação” (SIC) por se terem acabado as férias é claramente um exagero, mas estes psicólogos e sociólogos não devem perceber nada disto, devem ser de direita, só pode, e protegidos do grande capital e dos poderosos. Uns pífios, por consequência.

Dito isto, não sei se não seria aconselhável Ana Jorge mandar fazer uns “estudos” equacionando desde já se será necessário, no futuro, profilaxia adequada, uma vacina, quem sabe?... talvez uma dois em um, tipo DPF e Gripe dos Passarinhos e, porque não, accionar desde já umas quantas unidades móveis para ver se os portugueses andam “chateados” ou “sindromizados”. Seria da máxima importância, os portugueses agradeceriam, além de que essas acções iriam muito bem com o estilo da ministra, perdão com aquilo que é o estilo da ministra.

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sexta-feira, agosto 27, 2010

Xacáver


[3876]

Há momentos na vida portuguesa que nos obrigam a parar para pensar um bocadinho. Ora deixa cá ver. Quer dizer que se Cavaco Silva não se candidatar, o próximo Presidente da República sairá do grupo Manuel Alegre, Defensor Moura, Xico Lopes e Fernando Nobre? Assim mesmo? A sangue frio?

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Bond, James Bond. Djeibi Double O Seven!


Sean Connery este ano, num evento em Nova Iorque


[3875]

Surpreendo-me por perceber que à medida que vamos «crescendo», vamos alargando os parâmetros que definem a fronteira entre um homem maduro e um homem de idade. Acho que há bem poucos anos atrás eu jamais me atreveria a achar um homem de oitenta anos com alguma carga de sedução, ténue que fosse. Mais facilmente o associaria a um ser geronte, engelhado, rico em proteínas de vacas loucas, mais ou menos senil e lançando piropos a mulheres com idade para serem suas netas, e cheios de mazelas precisando de constantes cuidados, nos intervalos da medicação para a hipertensão, gota e diabetes. Hoje, tenho de me render à evidência de reparar que nem sempre é assim. Sean Connery mantém viva a auréola de um dos homens mais «charmosos» do mundo. Eu sei que uma personagem iconográfica parte com uma certa vantagem para este tipo de coisas. Também sei que a fase do «ser charmoso» é aquela que as mulheres descobriram para, paulatina e cruelmente, usarem como forma polida de explicar a um homem que passou de atraente a charmoso... uma designação mais ou menos caritativa e compreensiva, sempre que se quer animar o ego dos homens que vão ostentando rugas a mais e cabelo a menos. Mas chegar aos oitenta anos (Sean Connery completou oitenta anos anteontem) e continuar «breaking hearts» é obra. E faz-nos acreditar, àqueles que ainda estão longe dos oitenta mas vão decididamente entrando na «fase condor», que há sempre uma luz de juventude a brilhar na vida de um homem. Assim ele a saiba manter bem acesa, alimentando-a com tanta coisa boa e bonita que a vida nos dá.

Sean Connery em 1967. A receita?

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quinta-feira, agosto 26, 2010

A «romaria» da esquerda


[3874]

O editorial do Público de hoje (sem link) é um hino ao progressismo rançoso, pontilhado de socialismo politicamente correcto. Para isso aproveita o tremendo problema com que alguns países europeus se têm de defrontar no manejo de problemas sociais gravíssimos ocasionados pelos chamados ciganos e que hoje, como que por milagre, toda a gente aprendeu a designar generalizadamente por roma. Insistindo na velha tecla de que as grandes questões sociais são geradas por governos xenófobos, sobretudo quando necessitam de desviar as atenções do povo papalvo (para a esquerda o povo, em nome do qual sempre fala, é papalvo) nas épocas de grande crises. E então aparecem os agitadores que despertam fantasmas, acendem os rastilhos e celebram o triunfo sobre as cinzas da violência.

O simplismo e despudor com que o autor do editorial (sem link) trata assuntos de transcendente importância como o da integração social de várias etnias e culturas, recorrendo aos chavões do costume próprios de quem nada mais tem ou sabe dizer que aquilo que se diz aos costumes é de arrepiar. É, sobretudo, de reverberar e apontar como uma das causas maiores do tremendo desequilíbrio social que ainda hoje se vive em várias partes do Globo. Houvesse a coragem de encarar estes problemas com sentido de responsabilidade não cedendo á tentação de resvalar para esta patacoada corrente do bla-bla-bla politicamente correcto e, ao invés, obrigasse as minorias a uma integração plena na observância dos seus direitos e deveres numa sociedade organizada e o mundo seria, possivelmente, outro.

E nós portugueses somos exímios em radiografar estas questões sempre que elas se situam além fronteiras. Porque quando elas nos batem à porta, é como a fervura do leite. A espuma vem por ali cima e quando acudimos já é tarde. O que é, no mínimo, uma atitude covarde e, simultaneamente, estouvada e presunçosa. Esta «fórmula do carburex» (quem se lembra do saudoso Cantinflas e do seu «carburex»?) é óptima para escrever editoriais janotas no Público. Só me admira como não tem funcionado para os problemas que temos cá em casa, que nem uma descolonização capaz soubemos fazer. Com dignidade e, sobretudo, com respeito pelos que morreram e pelos que, ficando vivos, tiveram de arrostar com as consequências da nossa vergonhosa e criminosa actuação.

Esta gente não presta. Não, não me reformo aos roma. Refiro-me às cabecinhas bem pensantes que acham que a pensar bem é que é pensar «como deve ser».

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Comer bem, apesar de


[3873]

Um dos insondáveis mistérios da vida portuguesa é a nossa extraordinária capacidade para cozinharmos bem, transformando qualquer prato trivial num pitéu. Mistério porque se analisarmos o circuito «peça a peça» tudo parece conjugado para que a coisa corra mal. Falando de restaurantes do tipo «porta sim porta não» que abundam pela cidade e onde diariamente milhares de lisboetas como eu têm compulsivamente de almoçar, é de registar como na maioria deles se come bem e barato. Há meias doses a €6 e mini pratos a €5. Comida caseira, bem apaladada, tempero ajustado e… fiquemos por aqui porque se começarmos a reparar «peça a peça», como dizia lá trás, não dá para entender. Espaços exíguos, extracção de fumos deficiente, calor opressivo (há sempre um mastigante preocupado com a corrente do ar condicionado e respectivos ácaros), atoalhados de papel, lavabos a centímetros de uma mesa, cadeiras encavalitadas em espaços a lembrar os voos «low cost», barulho infernal de vozes misturadas com toques de telemóvel que vão desde a Cavalaria Rusticana ao último êxito do José Carreira, passando por trovoadas tropicais ou orgasmos lancinantes, som estilhaçante de pires e chávenas em permanente choque a serem depositados no topo de máquinas de café, gente em pé à espera que acabemos de comer para assaltarem as mesas, enfim, um cenário que me levou seguramente dez anos a entender, quando percebi que dali para a frente seria assim, teria de almoçar todos os dias fora. Mas depois… vem a patanisca com o arroz de feijão, a alheira… o bitoque da vazia, as favas à portuguesa, a feijoada, as iscas com elas, o bacalhau ou o polvo a murro e toda uma série de iguarias que tivemos a dita de saber manipular ao ponto do resto ser mais ou menos suportável. Mas que dá que pensar, dá. Como é possível que do verdadeiro caos que é hoje um restaurante barato em Lisboa saia um prato de boa comida, mesmo que não devamos eventualmente fazer muitas perguntas de como é que ela feita, é, para mim, um verdadeiro mistério.

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Socraticidades


[3872]

Durante dois dias fui sujeito a uma sessão contínua do ranço de Sócrates. A mesma retórica, a mesma arrogância , a mesma (natural ou estudada…) pose de estadista e a mesma preocupante e insultuosa ausência de dignidade e sentido de responsabilidade, que era o mínimo que se deveria poder exigir de alguém que tem sobre os ombros a pesada responsabilidade de gerir os destinos de um país.

Basicamente, numa altura em que voltámos a ser vergastados com uma série de notícias preocupantes sobre a própria viabilidade de Portugal como uma nação no concerto da Europa e, assim a título de exemplo, citarei apenas o pormenor de só o Vietname nos ultrapassar numa décima em matéria de segurança de dívida, José Sócrates Pinto de Sousa abriu de novo as hostilidades, gritando o crescimento de Portugal, a inépcia do PSD e exibindo aquele sorriso idiota que usa para as funções deste género. Leia-se… aquela expressão favorita de sempre que decide mentir descaradamente e chamar-nos de parvos.

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segunda-feira, agosto 23, 2010

O melhor é esperar um bocadinho...


[3871]

A propósito de emagrecer, fenecer, estrebuchar e falecer… ocorreu-me agora uma história mais ou menos interessante, Mas pensei, pensei, pensei e falecer por falecer que faleça a história.


Isto é um pouco como o CSI. Por vezes há uma linha mais ou menos difusa entre "natural causes" e "felony". Nada como examinar melhor as coisas. Por vezes acaba por aparecer um cabelo, uma gotícula de saliva, uma lasca de unha ou um resíduo de pele que nos faculte o ADN e permita um relatório final mais acurado (Não sei se este “acurado” existe em português, mas que não deu erro, não deu…). E daí, nunca se sabe. Também pode acontecer que quando e se aparecer o tal cabelo ou a tal unha já a história tenha perdido oportunidade. E se torne, de todo, irrelevante.

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Fenecer


[3870]

E depois há aquela história moçambicana, no tempo das bichas e da penúria, daquele rapaz que trazia um cão magro, escanzelado e olhar triste. E alguém lhe pergunta:

- Rapaz, mas esse cão não come?

- Eishhh, come, come muiiiito, eu que não le dou de comer...

Este blogue está mais ou menos como o cão moçambicano. Ele lá comer, come. Gosta de posts, frequentes e variados, que ele é um blogue de alimento. Eu é que não lhe dou de comer.

Terei de me preocupar um pouco mais com ele. Eu sei que é Agosto, que o Sócrates tem andando calado (graças a Deus…) eu sei que há um défice claro de coisas interessantes que mereçam post, a não ser que se caia na atitude mais ou menos masoquista de se andar sempre a falar da mesma coisa. A verdade é que o Espumadamente come… mas há que lhe dar de comer. Um dia destes tudo volta ao normal. Espero! Antes que o blog emagreça, feneça, estrebuche… e faleça.

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sexta-feira, agosto 20, 2010

Futebol – o costume III


[3869]

O Sporting é um caso perdido. O presidente bem se esforça por deitar as maçãs podres fora e manter o nível (baixo) de intervenção de cada vez que a isso é solicitado. Mas a verdade é que a equipa não acerta uma, ninguém se entende no campo e a equipa vai somando derrotas com as equipas mais improváveis.

As paixões raramente se explicam e por isso não me preocupo muito em perceber ou explicar porque é que sou do Sporting. Sou, parágrafo. Daí que posso não perceber nada de futebol, mas que dói esta “desgraça”, dói.

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Futebol – o costume II


[3868]

Carlos Queirós foi punido, para já, em trinta dias de suspensão de actividade e €1000 de multa. Parece que há mais para vir. Independentemente da foleirice da coisa e da tremenda confusão que vai pela federação acho que todos lucramos com este castigo. Só o facto de ele estar impedido de orientar a equipa durante um mês aumenta, com certeza, a campo das possibilidades de ganharmos aos cipriotas e aos noruegueses. Venham mais castigos.

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Futebol – O costume


Quando Pinto da Costa chamava imbecis àqueles que diziam que ele ia contratar Villas Boas


[3867]

O FêquêPê deve ter um instrumento qualquer assim parecido com as chamadas NEP. Não sei se ainda há «NEP’s», eram uma coisa que o Exército Português tinha e eram assim uma espécie de bíblia. Eram as Normas de Execução Permanente, ou seja, coisas que não eram sequer, sujeitas a discussão, eram normas para serem cumpridas e fim de papo.

Eu digo que deve haver NEP’s no FCP porque quando alguém vai para lá trabalhar, às vezes gente simpática, acaba por adquirir de imediato uma atitude de sujeição incondicional ao sistema e que se traduz num estado de beligerância permanente, de alerta contra o inimigo, uma coisa assim ao estilo do que nos ensinava a resistência ao Estado Novo, que os polícias eram o inimigo e o alvo a abater, prática aliás ainda hoje seguida pelos socialistas em geral e por Soares, Jorge Sampaio e Alberto Costa em particular. Agora é o novo treinador do Porto, um rapazinho simpático enquanto andou pela Académica e que, de repente, de cada vez que abre a boca, faz com que nos apeteça que o Porto perca os jogos todos. Em duas intervenções, a criatura já conseguiu dizer que foi bom ganhar ao Benfica até para ressarcir a equipa portista das injustiça a que foi sujeita no ano passado e ontem ao dizer aos jornalistas que o facto de Rui Meireles não constar da convocatória não era facto coisa nenhuma, os jornalistas é que passam a vida a inventar. Vai longe este jovem!

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quinta-feira, agosto 19, 2010

Tudo boa gente


Mia Farrow depondo no Julgamento de Charles Taylor, depois de ter acordado muito "preocupada com a forma como os assuntos de África andam a ser tratados"

[3866]

À falta de melhor, tenho seguido com algum deleite duas historinhas. Uma, a dos diamantes que a modelo Naomi recebeu a meio da noite, umas pedras assim com um aspecto sujo e que treze (!!!!) anos depois Mia Farrow resolveu trazer à liça. Parece que na altura Naomi achava muito natural ser acordada a meio da noite para lhe oferecerem diamantes (umas pedras assim sujas, disse ela…) e também parece plausível que Mia Farrow tenha esperado treze anos para ligar o ventilador, aparentemente porque um dia acordou e achou que estava muito preocupada com a forma com que os assuntos em África andam a ser tratados, segundo diz o Sol. Também ninguém parece estranhar que Mandela, Graça Machel e Quincy Jones (para falar apenas nas figuras mediáticas) andassem a jantar com um alegado responsável por verdadeiros morticínios em África, sobretudo porque estavam ali reunidos para inaugurar o Blue Train sul-africano, que por acaso eu julgava que já tinha sido inaugurado há uma data de anos, ainda que sem a Mia, Naomi, Taylor e Graça Machel. Em fim, tudo boa gente e espero que tudo acabe em bem, que não se aleije ninguém e que os assuntos de África passem a ser bem tratados para que a Mia passe a acordar mais calminha e sem afrontamentos.

A outra história é caseira e tem a ver com o nosso Queirós, aquele senhor que a FPF resolveu ir buscar a Inglaterra com um contrato milionário para quatro anos e que agora acha que o homem não vale nenhum. A história é tão foleira, quase tão foleira como a forma como Queirós nos tem tratado a todos desde que pegou na selecção, que chega a parecer inverosímil, mas em Portugal não há inverosimilhanças e tudo acontece. Desde que se queira, claro. E se possa. E como nesta terra há uma data de gente que pode uma data de coisas vamos assistindo ao folhetim, cujos detalhes não vale a pena referir, conhecidos que são de toda a agente. O que verdadeiramente me preocupa é que, segundo o que vou percebendo, Queirós vai levar dois jogos de suspensão (a cumprir contra o Chipre e Noruega) e depois continua tudo na mesma, é isso? Entenda-se, o homem continua a ser seleccionador e nós vamos continuando a ganhar moralmente e a chamarem-nos parvos ao fim dos jogos, é isso?

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quarta-feira, agosto 18, 2010

Copy... Tea... meel? (ou de como a silly season também chega aos blogues)


[3865]

Quando acabarem de ler este post, tenho a certeza que saberão o que é que "TANJOOBERRYMUTTS" quer dizer e então, mas só então, sintam-se devidamente qualificados para uma visita de negócios à CHINA.

Você liga para o Room Service e instala-se o diálogo:

Room Service (RS) : "Morrin. Roon sirbees."

Você (V) : "Sorry, I thought I dialed room-service."

(RS): " Rye . Roon sirbees...morrin! Joowish to oddor
sunteen???"

(V): "Uh..... Yes, I'd like to order bacon and eggs."

(RS): "Ow ulai den?"

(V): "......What??"

(RS): "Ow ulai den?!?... Pryed, boyud, pochd?"

(V): "Oh, the eggs! How do I like them? Sorry.. Scrambled, please."

(RS): "Ow ulai dee bayken ? Creepse?"

(V): "Crisp will be fine."

(RS): "Hokay. An sahn toes?"

(V): "What?"

(RS): "An toes. ulai sahn toes?"

(V): "I.... Don't think so.."

(RS): "No? Udo wan sahn toes???"

(V): "I feel really bad about this, but I don't know what 'udo wan
sahn toes' means."

(RS): "Toes! Toes!...Why Uoo don wan toes? Ow bow Anglish
moppin we botter?"

(V): "Oh, English muffin! !! I've got it! You were saying 'toast'...
Fine...Yes, an English muffin will be fine."

(RS): "We botter?"

(V): "No, just put the botter on the side."

(RS): "Wad?!?"

(V): "I mean butter... Just put the butter on the side."

(RS): "Copy?"

(V): "Excuse me?"

(RS): "Copy...tea…meel?"

(V): "Yes. Coffee, please... And that's everything."

(RS): "One Minnie. Scramah egg, creepse bayken , Anglish moppin,
we botter on sigh and copy ... Rye ??"

(V): "Whatever you say."

(RS): "Tanjooberrymutts."

(V): "You're welcome"

Lembre -se : No início do post eu avisei que quando acabasse de o ler você havia de saber o que é que 'TANJOOBERRYMUTTS' ...... quer dizer!

Recebido por e-mail.

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segunda-feira, agosto 16, 2010

Barbeque(d)


[3864]

“…então passo a explicar. O churrasco baseia-se na ideia é que a gaija vai ao supermercado, a gaija compra a carne, a gaija acarta com aquela merda toda pra casa, a gaija descarrega o carro e mete a porra toda no frigorífico, a gaija cozinha tudo - menos a carne, cuidado, que nessa não se pode tocar! - e a gaija põe a mesa, prepara as saladas e sobremesas, tempera a carne no dia anterior, porque qualquer gaija com dois dedos de testa sabe que o segredo está no tempero, etc e tal. Se o gaijo estiver inspirado, quando muito certifica-se que há cerveja ou vinho no frigorífico. E depois de horas de preparos, quando o resto do gaijedo está à vista, o gaijo incha os tomates devidamente e liga o churrasco, e põe lá os bifes 7 minutos. E pronto, ele é que é o rei da cocada preta, ele é que é responsável pela qualidade do jantar, ele é que sabe, ele é que é o grande chefe, ele é que faz e acontece. Ele é que a tem grossa...”

Ler e rir tudo, aqui. Quem escreveu? A Priscilla. Whoelse?

Nota à margem: A "gaija" é que escreve o post mas aqui o "gaijo" é que teve de pôr os acentos, as cedilhas e os tis. Por uma questão de rigor!... E em defesa da honra, carago!

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Falando de Cascais…


[3863]

…não resisto a postar, com a devida vénia, esta foto linda de Cascais. A Luísa tem fotos deliciosas no (s) blogue (s) dela. O Corta-Fitas está lá, mas o Nocturno-LA ainda não consta da minha lista do lado direito. Pura preguiça. Um dia destes calha. Porque é mais do que justo.

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E quem não é de Massamá... não faz falta cá


[3862]

Se eu fosse do Cacém, Rio de Mouro, Rinchoa, Algueirão ou Mem Martins, ficava chateado. Isto de glorificar Massamá como residência de Passos Coelho e ignorar olimpicamente as outras partes de um todo que aparentemente serve de base curricular a um futuro primeiro-ministro deveria dar direito, no mínimo, a uma mini-regionalização de Lisboa e Vale do Tejo.

Mas no essencial, a mensagem de Mendes Bota (que eu juro que não sei onde mora) passou. Calemo-nos os outros, os betos de Cascais, que vem aí para primeiro-ministro um português a valer. De Massamá. Do povo. Por mim, vou tentar manter-me despercebido, vou misturar-me discretamente entre os «fassistas» e novos-ricos que são, consabidamente, os habitantes da linha, onde tenho a desdita de morar.

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domingo, agosto 15, 2010

Opgedateer van der Merwe's


Clicar na imagem para ler melhor

[3861]

O posto fronteiriço Ressano Garcia/Komatipoort (Moçambique/A.do Sul) passou a exibir este eloquente cartaz. Não sei se é pura má tradução ou se é a prevalência da verdade subjacente à incontornável realidade. Em qualquer dos casos, a África do Sul bem poderia melhorar a sua balança de pagamentos se começasse a exportar cartazes destes aqui para a paróquia, para serem expostos num quantos locais que eu cá sei. Tribunais incluídos.

Imagem surripiada daqui

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sábado, agosto 14, 2010

Porque sim


[3860]

Da minha língua, vê-se o mar (Vergílio Ferreira)
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sexta-feira, agosto 13, 2010

A Josefa e a outra


[3859]

Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?


A Josefa é uma das razões que ainda me fazem acreditar no meu País. A «outra», de cujo nome não me recordo, naturalmente, era uma jovem empertigada, muito chateada porque já tinha acabado a faculdade há mais de um ano e o Estado ainda não lhe tinha arranjado emprego (lembram-se?). E isso ela o disse a um directo numa televisão com a pose e a ligeireza que a convicção lhe confere. Verdade seja dita que a «outra» não tinha inteiramente a culpa do despautério. Culpa, mesmo, tinha e tem quem se esforçou e esforça por meter nas cabecinhas de tantas «outras» que o Estado tem a obrigação de tudo fazer por nós. Pior ainda quando as ensinamos que o Estado, além de ter de nos tratar de arranjar emprego também nos pode proporcionar um cadeia de amizades e influências que podem facilitar até a obtenção de um canudo. Mesmo, vá-se lá adivinhar, a um Domingo.

Curvo-me perante a Josefa.
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quinta-feira, agosto 12, 2010

Os espanhóis não percebem nada disto


Mapa palmado daqui . Clicar na imagem para ver melhor.

Este mapa, retirado do site do European Forest Fire Information System (EFFIS), mostra onde ocorreram fogos de médias ou grandes dimensões este ano. Alguém pode mostrá-lo a Rui Pereira para ele não andar a dizer as coisas que diz?

[3858]

Estes espanhóis são uns morcões, carago. Tirando a Galiza, provavelmente pela proximidade connosco, sempre há as fagulhas e assim, o melhor que arranjaram foi duas «fogueiritas» em todo o resto do território, como se pode ver pelo mapa. Pusessem os olhos em nós, carago, e aprenderiam como se «ignita» o território. Foguetes, fogo posto, cacos de vidro, uns churrascos, umas pontas de cigarro… fácil, fácil. E depois… eles que arranjassem um MAI como nós. Eu sei que não é fácil, que MAI a preceito só há um, Rui Pereira e mais nenhum. Mas podiam ao menos ouvi-lo a perorar um pedacinho ou ler as crónicas da mulher e já ficavam com umas ideias. Depois era só levá-las para o outro lado.


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quarta-feira, agosto 11, 2010

Shhhhhhhhhuiiiit....PUM


[3857]

Deus omnipotente e misericordioso ensinou o português a escolher melões. Ensinou-o a rir sempre que um directo de uma televisão lhe pergunta quantas pessoas morreram no acidente e ensinou-o a ter opinião sobre o "off-side" não assinalado ao Foculporto, sobre as razões por que o lançamento do último foguetão espacial teve de ser adiado ou sobre o último orçamento geral do estado. Deus disse aos portugueses que o bigode lhes ficava bem e concedeu-lhe a graça do sorriso único sempre que “viram” uma caneca de verde minhoto, carrascão do Cartaxo ou uma bagaceira vadia. Leia-se, um sorriso de prazer e sapiência. Mas Deus esqueceu-se de explicar aos portugueses porque é que eles têm de lançar foguetes nas romarias, nas feiras, nos baptizados, quando a Maria “alcança” ou quando o Benfica ganha. Deus ensinou os portugueses a lançar foguetes e vai daí, os portugueses, crentes, lançam os foguetes nas festas e prontos. E fora das festas. Muitos deles apanham mesmo as canas. Outros não apanham, deixam-nos nos matos que não roçaram, porque dava muito trabalho ou porque acham que o Estado é que tem de roçar. E de foguete em foguete lá vamos tendo, ao que parece, 400 fogos por dia. Claro que é exagero dizer que são todos por causa dos foguetes. Muitos deles são feitos com isqueiro mesmo. É o chamado «fogo-posto». Ou «de mão criminosa». Mas ignições (sigamos, de novo, a ladainha) são 400/dia.

Um dia destes chove. Os fogos acabam, as romarias também, os emigrantes regressam a França enquanto não vem a “retrête” e os jornais têm que se agarrar a outra coisa qualquer. É o ciclo da vida. Da nossa vida. Todos os anos é a mesma sina e desta vez nem nos podemos queixar muito porque até a Rússia, país dos frios, também tem incêndios. E só em Moscovo, dizem os repórteres, morrem 700 pessoas por dia. Quer dizer… dizem os repórteres porque depois a reportagem mostra que não é bem assim. Parece que morrem 400 pessoas por dia em Moscovo por causas diversas mas este ano morrem 700. O que indica que 300 são por causa do calor. Mas o repórter acha que morrem 700 por causa do calor. E todos nós sabemos que quando os portugueses começam a achar, o melhor é deixá-los e não lhes dizer nada...

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«Hajam» saúde e dinheiro para gastos

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A tropa já não é o que era. Aquelas fardas brancas, ataviadas de condecorações e símbolos e galões dourados infundiam o respeito devido à instituição. Mesmo nós, oficiais ou mesmo sargentos milicianos, fauna menor de um grupo de voluntários à força, concedíamos uma deferência genuína a quaisquer galões acima das três tiras douradas horizontais, o que equivalia a dizer que a partir de major era esperável lidar-se com gente da Academia Militar, gente estudada e razoavelmente culta, sobretudo numa altura em que as circunstâncias determinavam que quem tivesse pelo menos o acesso à faculdade pudesse ser oficial miliciano.

Mudam-se os tempos, quiçá as vontades, não mudam os galões, mas muda com certeza a formação de muitos oficiais. Só assim consigo entender que um tenente-coronel (uma larga e duas estreitas, lembro-me bem…), de dentro da sua imaculada farda branca e reluzente de galões e dourados correlativos, diga repetidamente «póssamos» à RTP, numa entrevista sobre os fogos que assolam o país. Eu sei que não é a gramática que apaga fogos, a coisa vai mais com água, mangueiras e aviões (meios aéreos, siga-se a ladainha), mas o busílis é que uma má gramática torna sempre desconfiável a competência e as capacidades de quem lidera situações de risco e emergência. Isto pode parecer um preciosismo, mas não é. Para decidir bem é preciso pensar bem, pensar sem erros. Para que «póssamos» todos ficar mais descansados. «Tênhamos» fé, que o homem da Fenprof e o senhor Albino da Comissão de Pais, através da boas práticas (esta das «boas práticas» concorre decididamente para destronar o «é assim») da educação, «há-dem» de contribuir definitivamente para que os tenentes-coronéis passem a ter uma esmerada educação em pequeninos. Já «houveram» casos semelhantes, ainda agora o senhor Albino se congratulava com a acção do governo no manejo e solução da indisciplina escolar. «Tênhamos» fé.

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terça-feira, agosto 10, 2010

Há dias assim


Gustav Klimt

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Em que o tempo pára e nos detemos observando a paz feita sorriso adormecido de uma mulher. Com um pouco de ousadia podemos mesmo esboçar uma carícia nos seus cabelos soltos e finos e perdermo-nos na imensidão do desconhecido, na vastidão contida no «soninho» de uma mulher feliz. São as alturas em que nada se diz porque nada é preciso dizer, nada se pensa porque pensar se torna adventício na beleza do momento e apenas nos detemos na contemplação da beleza do quadro, na beleza da mulher semi-adormecida, feliz, serena e ausente do mundo vulgar. Será uma forma de meditação, uma forma de sublimação de energia, será o que for, mas uma coisa é com certeza. Um momento de indizível beleza, serenidade, cumplicidade e muito gratificante. Observemos pois. E cuidado com a carícia para não a acordar. Há dias assim!

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segunda-feira, agosto 09, 2010

Uma questão de higiene


[3854]

Este fim-de-semana foi fértil em notícias que consolidaram a ideia que a maioria das pessoas tinha já, de resto, com excepção dos inquiridos da Eurosondagem do inefável senhor Oliveira, que o Freeport enformava um embuste grosseiro que nos envergonha a todos. Daí que se vulgarizou a ideia de que tanto o Dr. Pinto Monteiro como a Drª Cândida tiveram uma actuação mais que duvidosa relativamente ao que se percebe agora ter sido a preservação da figura do primeiro-ministro. Não que não existisse já abundante evidência deste desiderato, mas agora as coisas estão mais preto no branco, a cascata de notícias deste fim-de-semana só com muito boa vontade poderão ser incluídas em campanhas negras. O toque risível veio com o funcionário analfabeto que, não sabendo inglês, devolvia o correio da polícia inglesa (às vezes dá para nos perguntarmos até onde esta rapaziada socialista acha que pode fazer de nós parvos…).

«Dito isto», como diria o nosso Marcelo, só me espanta toda a gente agora estar mais ou menos de acordo em que nem Pinto Monteiro nem Cândida Almeida têm condições para continuar nos seus postos de trabalho. Pergunto: Então e Sócrates? Cadê os outros, como dizem os brasileiros? Ou, neste caso bem concreto, querem correr com Cândida e Pinto Monteiro e não se toca na pedra angular da sua actuação? Não há provas, não há evidência, acusação, a polícia não encontra razões para pronunciar Sócrates… pois não. E é para admirar? Em face do que tem vindo a lume, é de admirar que a polícia não tenha encontrado nada?

Não é justo, assim, bater nos magistrados e deixar Sócrates, paulatino, a coberto da sua presunção de inocência, Por razões óbvias. O que se pode e deve fazer, não sei. Mas para isso, para que alguém saiba o que deve fazer é que temos um Presidente da República eleito. E se tivermos que ir para eleições antecipadas, pois que não hesitemos. Sai caro? Sai. Mas nada é pior que manter Sócrates a rir-se de todos nós. E, de resto, há casos em que a higiene é um factor absolutamente prioritário.

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África, terra bruta


[3853]

Este Verão está bruto. Temperaturas elevadas, ventos, fogos, neblinas e poluição. De Portugal nada vem de novo, os fogos do costume e a descoordenação habitual, sempre que extinguir labaredas exige planeamento, ordem, respeito pelas hierarquias, organização, enfim. Todos mandam e ninguém sabe quem manda. O costume, de resto. Lá de fora, há que registar a situação em Moscovo, onde os russos estufam em 40 graus e respiram uma mistura de fumo e poeira. Voltando aqui ao pedaço. Tivemos, uma vez mais, um fenómeno irritante, qual seja o de África nos mandar toneladas de pó com o vento quente saariano e que se abate sobre nós por via duns pingos de chuva envergonhados, quentes, pastosos e castanhos. As ruas, casas e automóveis ficaram assim, este fim-de-semana, todos da mesma cor. Tudo amarelo, ocre, beije, cocó de menino, de resto uma cor adequada ao estado da nação. África, de vez em quando, vinga-se das tropelias a que os europeus a submeteram e resolve irritá-los com estas bizarrias. Borra-nos os carros, irrita-nos a paciência e faz-nos achar que África, realmente, é terra bruta. Que até à papaia lhe chamam de fruta! Chover lama! Onde já se viu…

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sábado, agosto 07, 2010

Shoooooshhhh


[3852]

Fernanda Câncio quer calar José António Cerejo que, pacientemente, vem a desenvolver uma meritória actividade no sentido de descascar este tremendo embuste do Freepoort. Ela está incomodada e brande uma retórica muito própria para justificar o injustificável.

Fernanda poderia ser, com facilidade uma boa substituta da Drª Cândida Almeida. É uma questão de engordar um bocadinho e pensar bem no assunto.

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Abjecto


[3851]

Afinal Cândida Almeida «entupiu» o processo do Freeport e não deixou que as perguntas fossem feitas a Sócrates e a Silva Pereira. Isto a acreditar na imprensa e ainda ninguém desmentiu.

Sempre achei que a Drª Cândida lidava com estes assuntos da Justiça como quem discute os preços do peixe no supermercado com a vizinha. E quase sempre manifestando a sua simpatia pelo supermercado do seu contentamento. Esta notícia, porém, supera tudo o que poderíamos esperar em matéria de isenção e dignidade e deveria ser suficiente para que a senhora fosse despedida sumariamente, não sei se pode… mas deveria ser afastada já. Porque o que ela fez é abjecto, só comparável à atitude igualmente abjecta do PGR.

Quanto ao coro psitacídeo que se manifestou pela televisão, jornais e blogues sobre o absurdo das 27 perguntas, que nunca viram nada assim e tal, deviam meter a língua no saco. E comê-la. Depois que gastem uma palete de antiácidos, analgésicos e antisépticos. Mas comê-la bem comida.

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Fiscais


Clicar para ler bem

[3850]

Depois de ler este documento, a primeira figura que se me ocorreu foi a de fiscal de licenças de isqueiro que eram uns alarves cinzentões, bufos, à cata daqueles que acendiam os cigarro sem serem com os amorfos da fosforeira portuguesa.

O PS está cheio de fiscais de licenças de isqueiro. Os outros partidos também os terão. Mas o PS abusa. Está-lhes nas tripas. Bufas, arrogantes e caceteiras.

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Nada como uma data


[3849]

Salazar pode ter tido a tentação de legar uma obra de grande envergadura. Fosse pelo que fosse, mandou erigir uma ponte que é uma verdadeira obra de arte, um exemplo de alta engenharia e de absoluta indispensabilidade na ligação entre as duas margens do Tejo. Factor não despiciendo é que a obra terá terminado seis meses antes do prazo estabelecido e sem derrapagens (onze milhões de contos, salvo erro). Para vergonha daqueles que não conseguem evitar uma derrapagem numa simples rotunda. Com o dinheiro de rodos nós, bem entendido.

A ponte Salazar mudou depois de nome, para 25 de Abril. Diz bem do nosso provincianismo que continua a não saber resistir a uma boa data para enfeitar a toponímia nacional.

A ponte, entretanto, fez quarenta e quatro anos e permanece, bela e indiferente, a servir os homens, indiferente à sua estupidez.

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sexta-feira, agosto 06, 2010

O "esgraçadinho"


[3848]

A história conta-se rápido. Ele era emigrante na Alemanha, vai daí era Agosto e como em Agosto se vem a Portugal ele resolveu vir, até porque queria dar um beijinho ao paizinho que estava doente no hospital, não se sabe bem a doença, mas estava doente e ele queria dar-lhe um beijinho. O nosso homem meteu-se à estrada mas antes, não esqueçamos, foi a casa fazer a mala e lá partiu ele, sem reparar que andava cansado e com sono. Vai daí, chega a Espanha, «dá-le» o sono e perdeu o controle da viatura e - pimba esbarrou contra um camião que vinha de frente. O carro esmagou-se e os ossinhos dele ficaram todos em fanicos pela estrada fora, uma desgraça. Mas uma desgraça nunca vem só, ele trazia a mulher e um filhinho, também iam dar um beijinho ao avozinho depois de comer uma sopinha e - pimba. Morreram todos, os desgraçadinhos, os «felizbertos», ali, na estrada, feitos em faniquinhos, os ossinhos espalhados pela estrada. Pior mesmo foi quando o pai dele, doente no hospital, soube da notícia. Ao perceber que já não ia ter o beijinho do filhinho deu-lhe um fanico… e morreu, que Deus o tenha.

Daí para a frente perdi a fio à meada, acho que o funeral foi muito bonito com muitas flores, com os sinos repicando, mulheres chorando, algumas mesmo desmaiando e assim. E apareceu um senhor, um tal de Graciano Saga, que achou que devia fazer desta história o hino do emigrante. E desatou a cantar, cantou a desgraça e toda a gente chorava no cemitério e o Graciano acabou a recomendar vivamente que «vênhamos» todos devagar, sem pressa de chegar, para Portugal abraçar. E que vale mais perder um minuto na vida que a vida num minuto – esta não conhecia, mas está bem «alembrada». Perder a vida num minuto não dá jeito, é um desperdício e tem ainda que às tantas nem um beijinho ao pai doente no hospital damos. E o pai morre e tudo - sem o beijinho já se vê.

Tragédias à parte, interrogo-me se haverá paralelo no mundo para este «fado», concluo que Herman José foi um grande humorista e que pena que ele nunca mais tenha pedido ao Felizberto Desgraçado para cantar um faduncho – mesmo daqueles com letra do meu marido, com música do gajo que vive comigo e dedicado ao gajo da mesa do canto.

Letra do hino já a seguir. Avisa-se as almas sensíveis que pode dar para chorar. Ora choremos, é ouvir aqui:

Via João Condeixa

"Imigrante vem devagar por favor,
Temos muito tempo para lá chegar
E depois, lá diz o velho ditado:
Mais vale um minuto na vida,
Do que a vida num minuto."

Passou-se no mês de Agosto,
Este drama tão cruel
De um imigrante infeliz.

Foi tanta a pouca sorte,
Na estrada encontrou a morte
Quando vinha ao seu país.
Do trabalho veio a casa,
Preparou a sua mala
e partia da Alemanha.
Mas seu destino afinal
Acabou por ser fatal
Numa estrada em Espanha.
Dizem aqueles que viram
Que ele ia tão apressado
A grande velocidade.
Foi o sono que lhe deu
O controlo ele perdeu
Desse carro de maldade.

Foi o sono que lhe deu
O controlo ele perdeu
Desse carro de maldade.

Trazia na sua mente
Ir ver o seu pai doente
Que estava no hospital.
Na ideia um só pensar
O seu paizinho beijar
Ao chegar a Portugal.
Mas tudo foi de repente
Partiu de Benavente
O drama aconteceu.
Ele vinha tão cansado.
De tanto já ter rolado
E então adormeceu.

Nada podendo fazer
Num camião foi bater
E deu-se o choque frontal.

Seu carro se esmagou
E desfeito ele ficou
Num acidente mortal

Seu carro se esmagou
E desfeito ele ficou
Num acidente mortal

Ele não vinha sozinho
Trazia também consigo
Sua mulher e filhinho.
Sem dar conta de nada
E naquela madrugada
Morrem os três no caminho.
Quando a notícia chegou
No hospital alguém contou
O desastre que aconteceu
Seu pai que tanto sofria
Nunca mais o filho via
Fechou os olhos morreu.
Imigrantes oiçam bem
Não vale a pena correr
Porque pode ser fatal.
Venham todos devagar
Há tempo para cá chegar
E abraçar Portugal

Venham todos devagar
Há tempo para cá chegar
E abraçar Portugal

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A tortura dos voos nocturnos


[3847]

Sempre sustentei preferir os voos de longo curso diurnos aos nocturnos. Numa fase da minha vida em que viajava bastante, chegava a escolher o único voo diurno entre Johannesburg e a Europa, um bendito AF JHB/C. de Gaulle, entre as muitas dezenas de voos entre aquela cidade e a Europa, todos à noitinha…mesmo tendo depois, em Paris, de mudar de avião para o destino final. Daí resultava que uma pessoa chegava ao hotel do destino, cansado, amarfanhado, mas tomava um duche, dormia e na manhã seguinte estava fresco que nem uma alface para trabalhar.

Quando eu falava na minha preferência pelos voos diurnos, normalmente as pessoas olhavam para mim como quem olhava para um ET, mais ou menos a expressão que hoje me concedem quando digo que não gosto de pato, lampreia, cabidela ou sarrabulho. Mas repare-se neste delicioso cartoon de Cristoph Niemman (recebido por e-mail) e depois digam se tenho ou não tenho razão.

Nota: Felizmente que a TAP hoje tem voos diurnos, pelo menos assim de repente e que me ocorra, para Maputo, Luanda, S. Paulo e Praia.

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A «mesmice»




Orações de sapiência

[3846]

A vergonha é um fenómeno que está indissociavelmente ligado já a esta rapaziada que vai se mantendo, indefinidamente, no poder. Vergonha que sentimos aqueles que são confrontados com as diatribes diárias desta tribo patética que vai dando tratos de polé à nossa dignidade e às nossa finanças e a falta dela. Da vergonha, por parte daqueles que não hesitam já um milímetro em prestar-se à função que lhes és cometida, cada um com a sua, todos contribuindo para este estado de desgraça nacional.

O João Gonçalves faz, a propósito, um apontamento muito oportuno a que chamou a «mesmice», através do qual aparecem os mesmos de sempre, como por encanto, nos órgãos de comunicação social, de mansinho e com aquele ar pedagógico, a explicarem ao povo básico o porquê de muitas coisas, de cada vez que algumas labaredas se ateiam altas demais, como aconteceu recentemente com o Procurador Geral da República, a propósito da verdadeira vergonha do Freeport. Foi assim, com Proença de Carvalho, melífluo, Júdice, a roçar o irónico e Alberto Martins (que está ministro da justiça como podia estar à frente dos pastéis de Tentugal), condescendente, que trataram de nos explicar esta ensarilhada decorrente da inocência do Dr. Monteiro. E no-lo explicaram com aquele arzinho de como se a culpa fosse nossa. Ler o José na Porta da Loja sobre este assunto acaba por ser, também, um dever cívico. Aqui, aqui, aqui e aqui.

A Helena Matos também fala num aspecto que define bem a engrenagem mental destas cabecinhas governamentais, tal a forma como elas, as cabecinhas, se vão moldando a uma lógica de inevitabilidade que lhes garante toda a sorte de idiotia. A bem da Nação. E das cabecinhas claro, que a elas devemos o bem-estar em que vivemos (!!!).

Vale-nos que o treinador do Porto, aquele rapaz louro que se vê aflito para articular uma oração com mais de cinco palavras, que já nos garantiu, no serviço público da RTP, que não é clone de Mourinho. Fiquei muito mais descansado e logo vou dormir melhor.

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