sexta-feira, julho 09, 2010

As virtudes evangélicas da PlayBoy


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A reacção que se espera de alguns sectores mais conservadores da sociedade portuguesa à iniciativa da PlayBoy portuguesa em colocar Jesus Cristo no meio de umas quantas «peladas» e alusões avulso ao «Evangelho segundo Jesus Cristo» não pode passar como muleta à esquerda avançada para criticar o putativo (que bem calha aqui este adjectivo) conservadorismo português. Na verdade eu creio que o que menos choca nesta manobra da PlayBoy é ver Jesus Cristo em boa companhia. Aquilo que me parece realmente cretino é esta pulsão idiota de misturar alhos com bugalhos e a preocupação de alguns intelectualóides portugueses em não desperdiçar qualquer possibilidade que se lhes depare para agitarem o estandarte modernaço da esquerda que acha que pôr Cristo no seio (literalmente) de umas quantas «gajas boas» pode ajudar a uma visão mais progressista da obra e do carácter de Saramago.

Há, a meu ver, muito de esquizofrénico neste tipo de manobras. E de idiota também. Mas esta gente vive contente e feliz por ter nascido, continuando a fazer os possíveis e os impossíveis para que, de uma forma geral, continuem a considerar os portugueses um bando de idiotas agarrados à ortodoxia de uma esquerda que, na maioria dos países, algumas gerações já só conhecem de ouvir dizer.

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2 Comments:

At 9:59 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Completamente alheia às manobras da Playboy, fui à Tabacaria, onde encontrei três cabeças a abanar de indignação:
Uma das meninas com a revista na mão perguntou-me:
JÁ VIU ISTO?
NÃO. O que se Passa?....
Explicaram-me e mantive-me calada.
Mas...de repente diz um homem que lá estava:
"Eu, se fosse a si comprava este número, é o último e daqui as uns tempos pode enriquecer se o quiser vender"....
NÃO ME APETECE LEVAR O SARAMAGO PARA CASA!:)))))))
Vim-me embora a pensar que estamos rodeados de palermas!!!

 
At 11:09 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

É nestes momentos que algumas "tiradas" que saem da alma do povo abragonense (cheias de sabedoria, diga-se) se me afiguram, além de perfeitas, as únicas que me ocorrem para exprimir aquilo que verdadeiramente sinto e penso.

É por isso mesmo que, plagiando esse bom povo, aqui vos deixo esta que (a meu ver) tão bem ilustra a presente situação.

Então, aí vai:

- " Valha-me Deus, o pãozinho de Cristo sempre dá de comer a muito burrinho"!

(povo abragonense dixit. E eu também!)

 

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