terça-feira, janeiro 26, 2010

Down the drain


[3608]

Este post do JCD causa calafrios. Porque as opções que ele coloca são mesmo as que existem. Todavia, as culpas são tanto do governo como de todos os que o votam, que esse é o nome do jogo e a observância estrita da democracia. Não creio, assim, que a queda do governo resolva o que quer que seja. Quando muito resolve uma questão ética, já que temos um primeiro-ministro por demais envolvido num rosário de situações que não o abonam, a ele ou ao país que representa. São demasiadas situações dúbias para que assobiemos para o lado e nos entretenhamos a fazer conjecturas de direito para manter o primado da inocência até decisões transitadas em julgado, blá, blá, blá, sobretudo quando são notórias as manobras e pressões de bastidores para manterem o Grande Líder a coberto destas maçadas. Além de que algumas dessas situações podem até não configurar ilícito mas, certamente, não abonam a estrutura ética e intelectual de quem recebeu em mãos os desígnios de uma nação, consagrados no poder inalienável do voto.

A questão é que o governo cai e outro se levanta, feito da farinha do mesmo saco onde todos nós nos entretemos loucamente a sublimar as idiossincrasias de um povo estranho como nós e que deu por adquirido o jeito de discutir assuntos importantes e vitais para a nossa sobrevivência, à moda de um jogo de futebol. Basta assistir a um daqueles programas dos marretas do futebol (na SIC Notícias e TVI24) para nos apercebermos que o estilo Pôncio Monteiro, Eduardo Barroso, Fernando Seara, Guilherme Aguiar, Cerván e Dias Ferreira (uff! Achei melhor mencionar todos...) é o mesmo que usamos para discutir saúde, justiça, educação, economia e outras minudências com que temos de lidar para “isto” não ir para o buraco.

Voltando ao post do JCD, há uma opção de que ele se esqueceu, qual seja o de mantermos o passaporte válido e irmos viver e trabalhar para outra freguesia. Onde nos limitemos a trabalhar e a viver, deixando a pregação para os outros. Nisso somos inquestionavelmente bons e com provas dadas. Aliás, alguns se apercebem já do brain drainage em curso, enquanto que os cá ficam, sem brain to drain, se arriscam a um dia destes irem, definitiva e irremediavelmente, down the drain.
.

Etiquetas: ,