domingo, janeiro 31, 2010

A luta continua, a vitória et caetera


[3617]

O entendimento da razão de uma greve ou manifestação requer sempre uma dose de contemporização e benevolência por um conjunto de práticas (as boas práticas???) que nunca contemplam o interesse geral dos cidadãos. Pior: À menor observação que se faça sobre tais actos políticos, solta-se o incontornável jargão de que a greve e a manifestação são um direito constitucional.

Pois bem. Eu acho, e esta é a opinião de quem se viu já molestado e, pelo menos numa ocasião, na contingência de fazer de parteiro acidental, pelos interesses de várias corporações, frequentemente caldeados mais no campo ideológico do que propriamente em pontos de agenda de negociações, que as greves podem e devem continuar a ser feitas. Mas seria tempo, talvez, de ajustar e sujeitar a sua realização aos interesses gerais das populações ao invés do de um grupo corporativo. Sobretudo quando as manifestações e greves, mais do que perturbarem os governos, perturbam gravemente quem está ou quem passa, como foi o caso flagrante e recente dos enfermeiros e dos industriais dos carrosséis. Neste último exemplo, foi flagrante o interesse de escolher trajectos e horários de grande turbulência de tráfego, medida aliás anunciada com alacridade e incontido gozo por um dos mentores da manifestação.

Está mal!
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sábado, janeiro 30, 2010

Tu cá, hijoputa lá…


Esperanza Aguirre

[3616]


O mundo está perigoso, costuma dizer Pulido Valente. O mundo anda nervoso, digo eu. E cheio de microfones mal desligados.
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Dando excessivamente sobre Maputo *


[3615]

Ainda sobre a Maputo excessiva, de que falei no post anterior, registo esta interessante achega do A. Botelho de Melo, no Ma-schamba.

Av. 25 de Setembro, em plena baixa, há dois dias atrás. Foto do Ma-schamba
* Título do post indecentemente plagiado do Hole Horror
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sexta-feira, janeiro 29, 2010

África terra bruta, que até à papaia lhe chamam de fruta…



[3614]

Esta foto da Ana David fez-me recordar a imagem frequente que se me deparava na época das chuvas em Maputo. Aquelas descargas violentas que nos faziam pensar numa briga dos deuses que, no fervor da refrega, entornavam tudo à sua volta. Por vezes provocando até grande ruído que chegava até nós nos formidáveis estrondos das formidáveis trovoadas da costa do Índico.

A foto mostra um declive que existe entre o topo sul da Julyus Nyerere ali ao pé do Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Marginal, no troço que liga o Clube Naval à escola da Marinha. E eu lembro-me bem quando lá passava em dias de chuvada, como abrandava fascinado pela força da torrente e pensava como tudo era superlativo nesta cidade onde, como em nenhum outro local, assisti a desmandos da natureza que nem sabia serem possíveis. Desde a chuva de peixe elevado às alturas por uma tromba de água a cerca de vinte milhas da costa e que fez as ruas da Polana parecerem um mercado de peixe miúdo, até à saraivada de um mês de Novembro, quando pedras de gelo do tamanho de laranjas da Baía estilhaçaram vidros de casas e de carros, esgalharam acácias e jacarandás, até à depressão tropical «Domoína» que arrancou árvores e matou dezenas de pessoas nos leitos imersos dos rios Maputo, Umbelúzi e Tembe, arrastando-as para a baía, juntamente com gado graúdo, criação, animais selvagens e enormes garoupas gigantes que não resistiram à turbidez dos estuários, e passando mesmo por uma trovoada medonha que apanhei numa descolagem no aeroporto de Mavalane, em que o avião sacolejou exactamente como esvoaçaria uma folha de papel e me fez pensar e dizer mil vezes para mim próprio que o pessoal da Tap devia saber o que estava a fazer, mas…

Havia ainda as “suladas”. Aquelas violentas ventanias que resultavam de dois dias de vento norte, quente e forte, que iam acumulando cúmulo nimbos ali pelas coordenadas da Ponta do Ouro e que, de repente, invertiam o sentido do vento com rajadas que ultrapassavam os cinquenta nós e embranqueciam o Índico de espuma irada e revolta. Várias foram as ocasiões em que fui apanhado pelo fenómeno, frequentemente ele acontecia, por vezes, em pouco mais de 30 minutos, tempo demasiado curto para se concluir a ligação de barco entre a Inhaca e Maputo. Uma vez apanhados pela “sulada”, a solução era manter o barco aproado aos 270º e em velocidade lenta até suspirarmos de alívio quando vislumbrávamos, enfim, a silhueta da cidade e a muralha do clube naval, sem deixar alguma vez de manter o contacto pela rádio com o saudoso Covinhas que, se nesta altura me estiver a ler lá dos céus onde agora reside, se deve lembrar das vezes que me dizia «alô Fame, alô Fame, não demore que o barómetro baixou»!

Isto vem a propósito de quê? Pois, que me ocorra, a propósito da foto da Ana. Como me lembro bem desta obra de retenção de águas! Como me lembro bem de Maputo como cidade que tanto tinha de excepcional beleza como, pacientemente e com desvelo, dava colo aos excessos da sempre excessiva natureza onde se gerou.



Fotos surripiadas do Digital no Índico
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À beira da esquizofrenia?

[3613]

As campanhas negras fizeram a trouxa e saltaram as fronteiras. Internacionalizaram-se. Acantonaram-se nas “agências de rating”, essas manhosas, malditas e filhas de um comboio de senhoras mal comportadas, bastardas do capitalismo selvagem e que, à falta de entretenimento mais adequado, resolveram azucrinar o nosso ministro das finanças. Um dia destes ainda se tem que pedir para aí a um magistrado qualquer em Bruxelas que exerça pressão para estes chatos se calarem.

E, como diz a Helena Matos, se governassem?
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quinta-feira, janeiro 28, 2010

Alô? É do inimigo?


[3612]


Tenho procurado, com alguma fremência, devo admiti-lo, aqueles críticos competentes, preclaros e prenhes de boa consciência, cheios de teorias de guerra e de juízo crítico sobre o facto de, aqui e ali, os americanos de vez em quando se enganarem e atingirem os seus próprios companheiros, apesar do teatro de guerra compreender muitos milhares de homens e de meios. Debalde. Sumiram. Up in smoke. Agora que o friendly fire atingiu sem remissão as perigosas e sobrelotadas águas algarvias e uma lancha da Armada Portuguesa disparou contra uma lancha da polícia, imagine-se que, por acaso também portuguesa, ninguém diz nada. Ainda me esperancei numa aparição, por fugaz que fosse, do General Loureiro dos Santos. Debalde!
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Almocinho à pala


[3612]

Esta história, para além do absurdo e da pesporrência que fez escola (e que parece que ainda faz) nos nossos serviços públicos, tem a particularidade de ser um bom indicador dos hábitos alimentares dos portugueses. Sobretudo se em serviço, logo, portanto, por conseguinte, “à pala”. Uma expressão favorita do xico-esperto lusitano.
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O aquecimento global alargado aos neurónios

[3611]

Ou “momento Chávez” num concurso de beleza. Será que estes discursos fazem parte dos contratos? E, fazendo, os júris estarão assim com tanto calor (global) que não saibam discernir melhor? É que exemplos destes fazem lembrar o Eduardo Barroso, o Dias Ferreira e o Rui Oliveira e Costa (este último auto-titulado politólogo), três sportinguistas que ultimamente tanto se têm esforçado pela formação de uma onda de simpatia pelos lampiões, tais e tantos são os dislates que têm dito ao longo do momento idílico que vivem com o FêQuêPê…

Via Blasfémias

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quarta-feira, janeiro 27, 2010

No aconchego de quem toma conta de nós


[3610]

Teixeira dos Santos deixou ontem o país em suspenso com o anúncio do orçamento. Televisões em stand by iam dando notícias avulso de locais que se tornavam verdadeiras capelinhas das aparições, versão pós moderna de um país a caminhar aceleradamente para a condição de trouxa. Nos estúdios fazia-se o que normalmente se designa por «encher chouriços», enquanto a virgem, peço perdão, o ministro não aparecia aos pastorinhos. Programas vários eram adiados para a madrugada por causa de tudo isto.

Aparece o ministro. Explicações dadas ficou, pelo menos, a ideia de que o tom paciente, didáctico, sapiente e quase protector da criatura, apesar de uns assomos episódicos de alguma severidade como convém, já que nem sempre nos portamos bem, temos muitos telemóveis, somos consumistas, usamos pouco os transportes públicos e pedimos muito dinheiro emprestado aos bancos, nos deviam fazer agradecer a Deus estarmos protegidos por quem tão bem zela por nós. São os momentos Chávez do nosso contentamento (a propósito, se Chávez nos pagasse à TAP e os Magalhães, as nossas contas não melhorariam? Podiam pedir a Mário Soares para dar um jeitinho, sei lá…).
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A síndrome de Deco


[3609]

Um jogador, aparentemente habilidoso e com sotaque das ilhas, foi contratado pelo FêQuêPê. No dia seguinte, fez-se luz nas meninges do rapaz e não é que ele se lembrou logo de que em Outubro do ano passado (!!) o Rui Costa o interpelou no túnel do estádio da luz, disse palavrões e lhe mostrou os dois dedos? Gosto particularmente da cena dos dois dedos!

Pinto da Costa continua a usar o seu público, jogadores e mastigantes de jantares de desagravo, como um grupo de pulgas amestradas.

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terça-feira, janeiro 26, 2010

Down the drain


[3608]

Este post do JCD causa calafrios. Porque as opções que ele coloca são mesmo as que existem. Todavia, as culpas são tanto do governo como de todos os que o votam, que esse é o nome do jogo e a observância estrita da democracia. Não creio, assim, que a queda do governo resolva o que quer que seja. Quando muito resolve uma questão ética, já que temos um primeiro-ministro por demais envolvido num rosário de situações que não o abonam, a ele ou ao país que representa. São demasiadas situações dúbias para que assobiemos para o lado e nos entretenhamos a fazer conjecturas de direito para manter o primado da inocência até decisões transitadas em julgado, blá, blá, blá, sobretudo quando são notórias as manobras e pressões de bastidores para manterem o Grande Líder a coberto destas maçadas. Além de que algumas dessas situações podem até não configurar ilícito mas, certamente, não abonam a estrutura ética e intelectual de quem recebeu em mãos os desígnios de uma nação, consagrados no poder inalienável do voto.

A questão é que o governo cai e outro se levanta, feito da farinha do mesmo saco onde todos nós nos entretemos loucamente a sublimar as idiossincrasias de um povo estranho como nós e que deu por adquirido o jeito de discutir assuntos importantes e vitais para a nossa sobrevivência, à moda de um jogo de futebol. Basta assistir a um daqueles programas dos marretas do futebol (na SIC Notícias e TVI24) para nos apercebermos que o estilo Pôncio Monteiro, Eduardo Barroso, Fernando Seara, Guilherme Aguiar, Cerván e Dias Ferreira (uff! Achei melhor mencionar todos...) é o mesmo que usamos para discutir saúde, justiça, educação, economia e outras minudências com que temos de lidar para “isto” não ir para o buraco.

Voltando ao post do JCD, há uma opção de que ele se esqueceu, qual seja o de mantermos o passaporte válido e irmos viver e trabalhar para outra freguesia. Onde nos limitemos a trabalhar e a viver, deixando a pregação para os outros. Nisso somos inquestionavelmente bons e com provas dadas. Aliás, alguns se apercebem já do brain drainage em curso, enquanto que os cá ficam, sem brain to drain, se arriscam a um dia destes irem, definitiva e irremediavelmente, down the drain.
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segunda-feira, janeiro 25, 2010

Aí está o que lhe convém

[3607]

O autocarro do F.C.Porto e a viatura particular de Pinto da Costa foram ontem apedrejados na A5.

O facto de haver sempre um punhado de energúmenos que gostam de «amandar umas pedradas» aos carros não desculpa a actuação destes últimos dias de Pinto da Costa, exímia a inflamar ódios, com discursos idiotas e ressabiados e que estimulam e induzem os tais energúmenos a «amandar-lhe umas pedradas». Provavelmente isto até veio jogar em favor de Pinto da Costa. Agora não tomem as devidas providências e eu quero ver como é que corre a vista do Benfica ao Porto…

Pinto da Costa é um terrorista verbal. Ainda por cima é inteligente. Sabe como e quando deve irritar as massas. Devia ter um pouco mais de pudor. Contenção. Não tem. Não resiste. É tão trauliteiro como aqueles que lhe «amandam» as pedras. Com a agravante de ser presidente de um clube de futebol, de quem se esperaria mais decoro e que deixasse de tentar fazer dos outros lorpas.
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Vejam lá em que é que ficam…


[3606]

Hoje de manhã a SIC Notícias noticiava o desastre de um avião da Ethiopian Airlines nos arredores de Beirute. O avião ia com destino à Europa e o presidente do Líbano disse que tinha sido atentado, dado que testemunhas tinham visto uma bola de fogo antes de o avião cair…

A TVI24 disse que o avião da Ethiopian Arlines dirigia-se a Addis Abbaba, estava a chover muito e o presidente do Líbano afirmou que não foi atentado.
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domingo, janeiro 24, 2010

Não há justiça no mundo...


[3605]

Gosto desta mulher. Bonita q.b.,sexy, loura MAS inteligente (que eu já vi muitos filmes dela e só pode mesmo ser uma mulher inteligente…) e, como se vê na foto, suficientemente informal para não se impressionar com os longuilíneos vestidos da Nicole Kidman ou da espalhafatosa Sandra Bullock (aqui está outra que já conheceu melhores dias…).

Téa tem, todavia, uma coisa que perturba. Como é que uma mulher inteligente, bonita, sexy e informal, coisas que, em condições normais, exigiriam quatro mulheres, i.e. uma por atributo, é casada com uma criatura como Duchovny com aquela cara hermética dos X-Files e o sorriso recente de quem foi oficialmente declarado sex addict desde que filmou o Californication? Ainda por cima está na cara que tem bad breath, não faz a barba todos os dias e usa desodorizante em stick, sem álcool, daqueles que se mantêm activos por três dias. Iria mesmo longe ao ponto de ter a certeza que tem fungos nas unhas dos pés, como as meninas do Sado, e só não terá carrapatos atrás das orelhas porque nunca ouviu os Adiafa nem sabe quem são. Tenho ainda sérias dúvidas sobre o tipo de underwear que usa e se tira as meias para dormir. Também tem cara de quem não sabe o que é um bidé ou, se sabe, acha que foi uma invenção estúpida dos europeus. Já para não falar da sintomatologia facial evidente de quem tem crises agudas e recorrentes de flatulência incontrolável e consistente com a ingestão de fibra e hidratos de carbono, o que obriga o homem a dietas quase exclusivas de red meat (T-Bones, Rump, Sirloin, spare ribs, pork chips e lamb, lots of a lamb). A Téa que espere pela pancada e vai ver o que vai ter de gastar em medicamentos para o colesterol. Para não falar na conta actual de carvão activado e os desconfortos recorrentes de alcova (lençóis de algodão e ventoinha de teto). A boa (literalmente) da Téa vai-me casar com um criaturo desta estirpe…

Ele há mulheres para tudo, sabe-se que sim, mas resta sempre a esperança no entendimento do androceu mais empedernido que uma mulher como Téa bem poderia visitar este blogue e, com calma, seguir os sábios conselhos da Rititi, em matéria de machos continuadores da espécie (isto é graxa a ver se ela inclui lá um tuguita...).

Foto retirada do Geração Rasca onde a Carlota dá um pulinho, de Bruxelas com amor, de quando em vez. E veio cá fazer a cobertura dos Golden Globes. Só faltou mesmo mostrar os pelos das pernas da Monique.
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O andor do costume


Foto retirada, com a devida vénia, do Ma-schamba

[3604]


Pedro Vieira, no seu Irmão Lúcia, condensa uma opinião sobre o livro de Isabela Figueiredo e que tanta celeuma vai levantando.

Para além de eu não me aperceber bem do facto de a celeuma ser assim tanta como Pedro Vieira diz (que me ocorra, está em curso um debate no Ma-Schamba e ouvi uma entrevista do Carlos Vaz Marques na TSF), causa-me alguma eripsela a sobranceria e a forma redutora como Pedro Vieira cataloga os livros bafejadinhos de nostalgia, com pretinhos em fundo, sobretudo se escrito por mulheres que não falam como catrapilas, nem sejam supostas falarem de cona.

A chatice com estes livros, como o desta Isabela Figueiredo, é que são tão rapidamente inquinados com críticas supostamente elevadas, intelectualmente estruturadas e alicerçadas com a opinião de quem, na maioria das vezes, nunca pôs um pé em África e acha que percebe imenso do assunto depois de ler algumas notícias da época e um par de livros do Agualusa, Pepetela, Craveirinha ou Mia Couto (não faço ideia se é o caso de Pedro Vieira, ele até sabe que havia campos de concentração com sabor a caril, 7’s de Setembro e correlativos, é até natural que conheça, vá-se lá saber) que uma pessoa começa a leitura já condicionada pela matriz de análise que nos foi instilada.

Mas não é do livro que quero falar. Vi muitos «livros de Isabela Figueiredo» ao vivo e a cores e isso pode ficar para depois. O que francamente irrita é o atestado de menoridade que se passa a livros de grande beleza, valor literário e, sobretudo, de tocante genuinidade, que são publicados e passam mais ou menos despercebidos nos escaparates das livrarias se não forem acompanhados pela fanfarra e andor do costume, id est toda a claque da nossa esquerda modernaça e a obrigatória culpabilização pelos despertares matinais dos colonos que acordavam a pensar «quantos pretos se iria matar nesse dia sem dizer nada à polícia» ou com que idade é que se começava a «ensinar aos filhos que as pretas tinham conas mais largas que as mulheres brancas».

Há livros muito genuínos, de grande riqueza narrativa, muito deles escritos por portugueses que nasceram em África e que nem por isso tiveram pais como Isabela Figueredo refere. Alguns desses serão enviesados por uma óptica saudosista e emocional e, provavelmente, desfocados da realidade da presença dos portugueses brancos em África. Outros, muitos, foram escritos com a vivacidade, verdade e honestidade de quem conheceu África profundamente, a amou e, sobretudo, não resolveu escrever um livro depois de uma sessão de psicanálise e ter descoberto que as nossa colónias estiveram entregues a um bando de filhos de puta. Ainda por cima, analfabetos e curtos de vista.
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sexta-feira, janeiro 22, 2010

O insustentável peso de ser


[3603]

Esta coisa das escutas obtidas à sorrelfa e expostas na net, sejam de Pinto de Costa a manipular o futebol da paróquia ou de uma aluna a agredir uma professora por causa de um telemóvel, meteu-me sempre uma grande confusão. Pois se o acto é ilícito e remete para um campo viscoso de ausência de ética, havendo mesmo quem afirme alto e bom sono que jamais as ouvirá, em nome da decência e da reserva de privacidade de cada um, a verdade é que elas existem e são sempre lidas ou ouvidas por uns quantos milhares de pessoas.

Dito isto, eu compreendo que:

- A quebra do segredo de justiça e a subtracção de meios que permitem a divulgação de escutas é um acto que configura crime e como tal deve ser tratado. Deverá ser investigado e deverá ser garantido um tratamento adequado para que as instituições da justiça não pareçam uma casa de alterne onde, a troco de favores, tudo se consegue;

- Que os visados usem o seu pleno e legítimo direito de apresentar queixa e, naturalmente, serem ressarcidos pelos prejuízos morais e materiais advindos de toda esta balbúrdia que caldeia as instituições de Estado, muito por culpa dos seus próprios agentes.

Já não compreendo nem aceito que:

Os visados, na circunstância actual o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, actor principal da peça de coscuvilhice em curso, realize comícios inflamados afirmando que as escutas são uma invenção de Lisboa, que o quer derrubar, afagado por estrepitosos aplausos dos grupos mastigantes habituais que lhe vão prestar vassalagem. É a «cacicagem» no seu melhor, é o nacional «carneirismo» em uso corrente e é esta intolerável mania de alguns que acham que lhes é fácil fazer dos outros lorpas.

Repito. No caso presente, em que toda a gente, ou quase, ouviu ou vai ouvir as escutas, tem de ouvir o Sr. Pinto da Costa afirmar em regime inflamado que é tudo invenção, repito, in-ven-ção e que os lisboetas acordam todos os dias a pensar: o que é vamos inventar hoje para lixar o Pinto da Costa?

Nota: Esta reflexão é aplicável a muitos e conceituados bloggers da nossa praça, a quem assiste todo o direito de questionar a licitude da publicação das escutas, mas que deviam, tal como Pinto da Costa, ter alguma reserva (e pudor) em fazer dos outros parvos.

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quinta-feira, janeiro 21, 2010

É a Helena, pá


[3602]

Perante a interpelação do Parlamento sobre o aumento do desemprego em Portugal, a ministra do Trabalho Helena André assumiu o ar condizente com o governo modernaço que temos e diz que não escamoteia que há um problema grave com o crescimento do desemprego. Solução? Os deputados que olhem para os números com um ar refrescado.

Para usar a terminologia dos nossos irmãos brasileiros é com «frescuras» destas que vamos resolvendo os nossos problemas. Com gente moderna. Com políticas de proximidade. Gente amiga. Gente porreira. Gente fresca. Depois, logo se vê…

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Os tipos do PSD são uns chatos



[3601]

Eu pensava que já estava curado, mas acabamos sempre por ceder a uma pontinha de nostalgia dos fóruns da TSF (quando mais não seja para ouvir a Sinapse roer-se de saudades a partir de NY City). Daí que tenha saído de casa a ouvir o fórum até chegar ao escritório. E foi divertidíssimo. Fez-me lembrar os festins dos gauleses de Uderzo e Goscinny, aquela imagem do Obélix a devorar um javali, já com as costelas descarnadas. Na circunstância, no fórum o javali era o PSD e os mastigantes, uma colecção amestrada de comentadores, politólogos, especialistas em PSD’s e ouvintes afinados pelo diapasão socialista. E foi um fartar vilanagem.

Gostei particularmente da ideia que rapida e consensualmente se gerou no programa de que a periclitante situação em que este país se encontra se deve não à estultícia, incompetência e desonestidade política (e, em alguns casos, mesmo sem ser política) do governo que temos, formado pelo Partido que insistimos em votar, mas sim ao facto de o PSD não se entender, do PSD continuar entregue ao baronato (versão subdirector do DN…), de o PSD se digladiar em lutas intestinas e estar mais interessado em discussões estatutárias do que na resolução dos problemas nacionais. Ah! Claro. E de Ferreira Leite se ter fragilizado com o anúncio da não recandidatura. Quem a mandou fazer aquele disparate?

Diagnóstico final no fórum. A «choldra» não avança porque o PSD não deixa. Deixasse o PSD e compenetrasse-se ele da sua responsabilidade de maior partido da Oposição e o PS conseguia governar. Assim, não dá. Os tipos do PSD são uns chatos. Nem governam… nem saem de cima! Pouca sorte a nossa de termos um bom governo que quer governar e uma Oposição da treta, que não deixa!

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Change (versão tuga)

[3600]

"É tão fácil pôr meia dúzia de chavões políticos simpáticos e razoavelmente consensuais em livro. Mas desengana-te Manuela, tu, mesmo que escrevesses os Lusíadas, só terias direito a 22 segundos de notícia e 15 de filmagem que, por coincidência seriam na altura precisa em que a tua cara estava numa posição estranha."

Joana CD no Hole Horror. A propósito da versão lusitana da mudança "obâmica".

O pormenor apontado pela Joana é consabidamente um fenómeno nacional e desabona em absoluto a qualidade, a inteligência e, em alguns casos, a integridade de muitos jornalistas. Há os que não se apercebem, há os que se apercebem mas não gostam da «velha» (mas perdoam a velhice de Manuel Alegre e se extasiam com as rimas do poeta) e há os que saltitam como pardalitos idiotas sem mesmo perceberem verdadeiramente o que se está a passar, contribuindo para a mais grosseira manipulação de opinião pública de que tenho memória.
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Entretenhemo-nus

[3599]

Quem gosta do Sporting saiu satisfeito
Quem gosta do Mafra saiu orgulhoso
Quem gosta de futebol… entreteu-se

Flash entreview após o Sporting vs Mafra. É o entretimento nacional…

Ainda a propósito de entreter. Eu entreti-me imenso com os trinta penaltis em Belém. Só não me entreti com o FêQuêPê a acabar por ganhar (imerecidamente) o jogo. Há horas assim…
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Autofagia


[3598]

O Sporting mantém a senda suicidária que tem sido a sua imagem de marca nos últimos tempos. Eu sabia que a atitude populista de convencer a grei de que o clube também tem lendas vivas resultou na contratação de uma pessoa que um dia acordou, meteu-se no automóvel, fez-se à A5 e achou que devia dar uma "carga de porrada" (expressão usada na altura) ao seleccionador nacional de futebol. Um caso premeditado que custou uns murros àquele seleccionador.

O Sporting achou que era de bom-tom ter uma lenda viva no banco e no banco a criatura tem estado, gritando, saltando, refilando com os árbitros e dando palmadinhas nas costas dos jogadores substituídos. Tudo de acordo com os cânones do fenómeno.

Ontem, o caldo entornou. A propósito da desastrosa actuação de um guarda-redes (que, por acaso, também é muito irritável, ralha imenso com os companheiros de cada vez que ele próprio faz uma burrada), a lenda viva andou ao soco com Liedson. E tratou de borrar a escrita que ia tão limpinha com as seis vitórias seguidas do clube.

Autofagia em estado puro.
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quarta-feira, janeiro 20, 2010

Manobras subterrâneas


[3597]

… Vai daí, os americanos, depois da operação cosmética de colocarem um negro simpático na presidência, puderam regressar calmamente à sua missão de ocupar o mundo. Como isto à superfície anda um bocado confuso, os americanos desataram a experimentar umas armas sofisticadas que não matam assim directamente como a gente vê no cinema. Mas provocam terramotos, ou seja deita uma data de coisas abaixo, de caminho “despacha” uma data de gente e ainda por cima dá azo a que os ianques venham depois botar figura, tratando dos sobreviventes à medida que, paulatinamente, vão fazendo a ocupação militar do território, ao mesmo tempo que dão umas massas a ganhar a empresas de construção civil. Assim mais ou menos como eles fizeram com o petróleo do Iraque, pelo menos até virem os europeus e os russos a fazer os contratos todos.

Chávez tem todos os ingredientes para um enredo burlesco de uma série de televisão. Assim uma espécie de Seinfeld ajustado. Pode ser que aconteça um dia, se as celebrities em voga como Oliver Stone e Sean Penn deixarem…

Até lá, Chávez irá mantendo a sua pantomina privada com as partenaires de ocasião. Como uma vez vi, num hotel de uma capital africana. Mal sabia ele que os americanos, por essa altura, já andavam a experimentar terramotos…
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O consigo e a excelência


[3596]

Passadas algumas tentativas mais ou menos frustres e folclóricas de prolongar o achincalhamento a que Pedro Santana Lopes tem sido continuadamente sujeito, a propósito da sua recente condecoração pelo Presidente da República, o que ficou da cerimónia foi um episódio simples, breve e protocolar. Suficiente, mesmo assim, para recordar a também breve intervenção de Santana Lopes que, a certa altura, disse “é para mim uma honra receber esta condecoração das mãos de V. Excelência”. Esta frase passaria mais ou menos despercebida se não me fizesse recordar a intervenção recente de Sócrates quando afirmou a Cavaco Silva, “continuaremos a colaborar consigo”.

Esta diferença de estilo e respeito institucional não tem a ver com votos. Tem a ver com a natureza das pessoas, com sentido de Estado, cidadania e com o brilho devido à forma de nos expressarmos junto das figuras de Estado, tem a ver, enfim, com uma forma de estar e de ser que temos ou não. Está connosco, é intrínseca e são línguas que não se aprende depois de velho, lá diz a velha sabedoria popular.
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terça-feira, janeiro 19, 2010

Um enviesado e corporativo disparate

[3595]

Miguel Abrantes acordou ontem a fazer contas de cabeça. Vai daí, declara que o PS é que ganhou as autárquicas. Não sei bem a propósito de quê ou de quem, deu-lhe para ali, podia dar-lhe para ir beber uma imperial e comer uns tremoços. Mas não - deu-lhe para ali. E justifica-se com um somatório de disparates que motivaram mesmo um puxão de orelhas do Tomás Vasques. Que o Tomás é de esquerda mas não é idiota e prima pelas ideias escorreitas e honestidade no que diz.
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New kid in town


[3594]

O João Condeixa gastou os axónios, após o que comungou de uma Câmara, ele e mais um pelotão de gente, e cansou-se. Depois, andou por aí, como o outro. De repente, deu-lhe três coisas e voltou. Pletórico, bem-disposto e unipessoal, depois de escrever uma constituição real para a República do Cáustico.

Aqui fica o registo de boas-vindas a um bom amigo, naquilo que, certamente, será um bom blogue. Que não gaste os axónios outra vez e não desate para aí a comungar são os meus desejos.

Welcome (tradução técnica já no comentário que lhe deixei) and relax. E, só para chatear o Frankye going to Hollywood, DO IT.
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segunda-feira, janeiro 18, 2010

Paquetices


[3593]

“…Não comecei no jornalismo como paquete. Vítor Rainho foi paquete no ‘Expresso’ e é subdirector no ‘Sol’. Está pior no ‘Sol’ que no ‘Expresso’. É subdirector sem ter deixado de ser paquete. Um paquete pacóvio e mal-educado…”

Que Emídeo Rangel se expressava mal e era um malabarista medíocre no circo do proselitismo em redor do Grande Líder, já eu tinha percebido. Que era um casca-grossa e com uma noção totalmente distorcida do mérito é que foi novidade para mim. Mas também, who cares?
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A culpa é dos acontecimentos *


[3592]

Os americanos têm destas coisas. Têm um discurso escorreito e impõem-se pela sua racionalidade, simplicidade de processos e wide mental screen.

É bom ver (e ouvir, em vídeo incorporado) isto. Entretanto, há um avião português em bolandas desde Sexta-Feira sem saber bem o que tem de fazer. A culpa é dos americanos, que estão a controlar o aeroporto, já ouvi ciciar por aí. Com jeitinho, o ministro da tutela (adoro este termo) ainda vai a Port au Prince ralhar com eles. E tirar outra foto, digo eu…

* Ideia do título roubada à Cristina, com a devida vénia
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Pedir desculpa (por estar de costas?)


[3591]

Já pedi desculpa, por procuração, mas pedi, de ser descendente dos cruzados. De ter traficado escravos, ter vivido em África, servido o exército português, ter casa e automóvel. Por ter nascido e vivido no Estado Novo. Por pertencer a uma sociedade dita ocidental cheia de conforto e de vícios e pelo nascimento de Estados falhados como a Libéria, a Somália ou o Haiti. Por ser branco e ter feito a primeira comunhão.

Na torrente politicamente correcta que nos impele diariamente por um percurso que não escolhi, arrosto a cada instante com as malfeitorias acima referidas, mesmo se não escolhemos os antecessores, se os escravos continuam a existir em 2010 em vários países africanos, ou se no período colonial eu vivia em Luanda num apartamento arrendado, carro a prestações e uma empregada, contrastando, já no período pós independência e em Moçpambique, com um salário vinte vezes superior (mais os “fringe”, bem entendido), dois carros da empresa, uma vivenda no Sommershield, um motorista para ir buscar artigos de luxo (pasta de dentes, papel higiénico, “Mary”crackers, velas e fósforos…) uma vez por semana a Nelspruit, enquanto os cidadãos nacionais se acotovelavam em bichas para receberem um atado de carapau congelado. Para não falar num barco de 20’ que me servia para ir espairecer para o Índico sempre que me sentia entediado, o que era uma maçada tremenda e não dava jeito nenhum. Mesmo que, no Estado Novo, eu tenha servido o exército em regime obrigatório, enquanto outros se escapuliam heroicamente para a Argélia, Paris ou Brazaville, medidas, de resto, que haviam de proporcionar imenso currículo mesmo, ou sobretudo, para uma candidatura a Belém. Ou, para não tornar isto fastidioso, ter visitado, em trabalho, países de florescente produção agrícola como o Sudão, o Egipto ou o Ruanda (grandes produtores de algodão há bem pouco tempo) e que hoje não produzem uma cápsula e não estarão longe dos tais designados Estados falhados.

Pedi desculpa, por procuração, por isto e muito mais. Agora leio isto e parece que tudo se compõe para que venha a ter de pedir desculpa por ser heterossexual e, nessa condição bárbara, ter tido o atrevimento de me ter casado e, segurem-se, ter tido três filhos, quando afinal fui um dos que contribuíram para a crescente fatia de casais divorciados. É que a Carla Quevedo, onde cheguei através do Albergue Espanhol e do Blasfémias um dia destes acordou e achou que "se a educação de uma criança depende de situações ditas ideais, os primeiros responsáveis pelo colapso da família são os casais heterossexuais" . Assim mesmo. Tout court. Ora, ou eu percebi mal ou infere-se do "despertar" da Carla que um par de companheiros homo estará mais apetrechado para uma casamento feliz e adopção de crianças do que um casal heterossexual. Não estará apetrechado para ter filhos, mas nada que não se resolva com inseminação artificial ou uma queca avulsa em Badajoz, porque não? Eu acho esta afirmação da Carla… no mínimo surpreendente, pelo menos em relação ao que me habituei a ler dela. Por mim, tenho três filhos saídos de um casamento heterossexual e de um posterior divórcio. Todos escorreitos, escovados e que amam o pai e a mãe e, tenho a certeza, se orgulham e revêem neles. Apesar do divórcio. Afirmações como a da Carla são a súmula deste caldo politicamente correcto que parece querer afogar-nos. Em todo o caso, e apesar das pressões, quero afiançar à Carla que apesar de tanta maçada, se tivesse de casar outra vez continuaria a preferir casar, com ela, por exemplo, do que com um homem. Ah! E tenho um acrisolado amor pelos meus filhos. E proud of it, já agora. Sem embargo de amigos e parentes homossexuais que também os tenho e que, estou certo, ficariam muito ofendidos se achassem que eu passava a ser politicamente correcto com eles. E no total respeito pelas crianças para adopção, que precisam mais de uma família que os acolha do que experiências sociais politicamente correctas relevadas do maisnstream em voga e em uso nesta repartição.
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sábado, janeiro 16, 2010

De vez em quando, o Torquato


Pormenor da cachoeira da Gabela - Angola

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Às vezes o tranquilo rio dos dias
encontra um precipício,
mas, por mais que sejam frias
as suas águas, os rios cumprem o ofício
de ir sempre rumo à foz.
Não assim nós,
que não raro hesitamos na corrida
e com avanços e recuos,
bravatas e amuos,
infernizamos a vida.

Para além do prazer imenso em ler o Torquato, há uma vantagem. É que sabemos quase de cor o que vem no livro que ele publicou e, ainda por cima, ele encarrega-se de todos os dias nos oferecer uma poesia nova. Coisa que, de resto faz parte do seu ofício diário. Com a elegância e a sensibilidade de sempre. E, às vezes, tão apropriada que não resistimos a roubá-la para enriquecer os nossos blogues. Sempre assim foi…
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Uma notícia simpática


O esquilo vermelho que passou a partilhar com os portugueses merendas e brincadeiras de Verão

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O esquilo vermelho (Sciurus vulgaris) esteve quase extinto em Portugal desde há quinhentos anos. De repente, eis que regressa, pletórico, próximo dos humanos, promovendo a imagem delicodoce de um animal rabudo e bonito, comendo bolotas e pinhas. Ou seja uma imagem muito própria do primeiro mundo. É uma viragem à esquerda, diz a direita com alguma irritação pela cor do simpaticíssimo animal.




Entretanto, a população de milhafres e gaviões aumentou consideravelmente, em função, claro está, do aumento do número de esquilos vermelhos. É a direita. Eles comem tudo e não deixam nada, diz a esquerda cheia de preocupações ambientais.
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sexta-feira, janeiro 15, 2010

Um voto

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Não era giro uma final Angola vs Moçambique?

E.T. Para quem é do tempo em que o futebol em Luanda se resumia à imagem do Estádio dos Coqueiros, ali ao Baleizão e Treme-Treme, ver este vídeo dá uma certa vibe, digam lá que não.

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Vamos a la playa, oh oh oh oh


[3587]

Vamos a la playa, oh oh oh oh oh.
Vamos a la playa, oh oh oh oh oh.
Vamos a la playa, oh oh oh oh oh.
Vamos a la playa oh oh.

Este vai ser o estribilho madrileño, após mais uma boutade do nosso ministro das obras Públicas. Já foi o deserto do Jamé, agora é la playa portuguesa ao alcance de um vulgar TGV (da estação do Oriente à praia deve levar tanto tempo como de Madrid ao Oriente, mas isso já é outro departamento).

Esta rapaziada socialista ainda acaba toda a fazer stand-up comedy no fim dos mandatos. É uma questão do Bruno Nogueira perceber que não tem graça nenhuma a falar mal do Pacheco Pereira e a TSF e a RTP começarem a fazer umas substituições estratégicas. Vão ver…
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quinta-feira, janeiro 14, 2010

Bad Mary, bad Mary, You are here you are taking (ou, em português técnico, Mau Maria, tás aqui tás a levar)


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Esta crónica do João Gonçalves tem tanto de triste como verdadeira. E de nos obrigar a cinco segundos de recolhimento e tentarmos decifrar que “porra” de gene herdámos nós, sabe-se lá de quem, para este tipo de génio e, pasme-se, pretenso humor. Aquela do “Camone, Your are done to the beef!" é de antologia. O embaraço na paternidade deste slogan só é contrabalançado pela estupidez de muitas camones que, aparentemente, foram sensíveis ao inglês técnico do Zezé no areais do Algarve. Ou, porventura, a fominha é má conselheira.

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Sole Mio


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Para quem se esqueceu (a ausência desfoca o conhecimento e a imagem), o Sol é uma massa estrelar composta primariamente de hidrogénio e hélio e por oxigénio, silício, enxofre, magnésio, crómio, cálcio e outras minudências. O sol arde (e, segundo quem percebe da coisa, arderá por mais vinte biliões de anos) e a temperatura é de tal modo elevada, aproximadamente 5790 K, que lhe confere uma cor branca, todavia, transformada em amarelo devido à dispersão dos raios na atmosfera.

Apesar de o Sol exagerar em algumas partes do planeta, “torrando os sítios e as gentes com temperaturas elevadas, noutros locais", de vez em quando dá-se ao luxo de se ausentar, sem dizer para onde nem porquê. E faz falta, No caso português, dá cor às gentes, seca a chuva contínua onde chapinhamos há semanas e aquece as almas e os corpos enregelados porque, tanto quanto nos disseram na TV, o anticiclone dos Açores descaiu para sul, dando lugar a massas de ar árctico. Não se faz.

Pois o sol regressa hoje. A partir do meio-dia. Segue pela tarde fora e só não segue pela noite porque vai cumprir a sua missão de manter a Austrália em pot roast de 38º. Mas amanhã de manhã regressa para nos aquecer a paróquia por mais umas horas até se esconder de novo, lá para a tarde, mergulhando-nos de novo no cinzento frio e molhado em que temos vivido há…. já nem sei quanto tempo. Certo, certo é que o fim-de-semana vai alojar de novo o tal general inverno que se vai instalar por mais uns tempos. Longos. Pois que seja tudo depressa, que as imagens estivais começam a fazer falta. Subir às ávores por exemplo.
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Tragédia e catástrofe


[3584]

A grande catástrofe do Haiti (fala-se em meio milhão de mortos) conduz-nos a momentos de recolhimento pela perda de vidas e pela impotência do homem perante a magnitude da natureza, sempre que ela tem uma birra.

Acordar numa cama quente e fofa e começar a ouvir os ecos da grande tragédia daquele país do Caribe causa um certo mal-estar e impulsiona-nos a fazer qualquer coisa pela desgraça.

Em Portugal esboça-se já aquela tendência idiota de se misturar alhos com bugalhos e começa-se a achar que as culpas estão a montante porque não sei quê e a juzante não sei quantas, e a pobreza, e os ricos, e os sistemas políticos. E as injustiças sociais e a solidariedade e o raio que os parta. Estamos aqui estamos a achar (muito se acha nesta terra) que a culpa foi do Bush. Ou do Durão Barroso. Ou, porque não, da Sarah Palin, que não tem nada que andar a matar alces no Alasca.
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quarta-feira, janeiro 13, 2010

Paciência é:


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Ver uma reportagem da estação estatal onde todos os dias ouvimos dizer trezentas gramas a perguntar aos transeuntes se diz trezentas gramas ou trezentos gramas. Visteis? Eu sei que temos de dar o desconto a muitos re-pór--res que são -ni-o-res, antes de ser
lí--res ou ca-dá--res, mas não deixa de ser giro.
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terça-feira, janeiro 12, 2010

A Rititi, pois claro. Who else?


[3582]


«...Comecei 2010 como comecei todos os meus últimos 10 anos, ressacada, com um comboio de mercadorias dentro da minha cabeça e a mamar o Mamma Mia, O Diabo que se veste de Prada e uma infinidade insultuosa de horas de séries de gaja com a sua dose justa de lagriminha, amor sem vergonhas de casa de banho e lições de vida a golpe de pares de sapato caros.» (...)

«...Porque, caros leitores (os que me restam, vista a queda brutal da audiência rosa-cueca), a qualidade do tomatame nestas séries e filmes é tão fraquinha, são todos tão pichas moles, tão menstruados, tão sensíveis às novas temporadas da Zara que eu, pás das tantas, dei por mim a achar que tinha casado com último macho à face da terra. Se este ser ultra-compreensivo, anoréctico e metro-sexual é o Novo Homem a Humanidade está condenada à extinção. E é disto que as gajas gostam?» (...)

«...espécimenes adulterados da masculinidade que nos dizem que sim a tudo, que acham naturalíssimas as nossas neuras, que não têm problemas em nos comprarem os pensos higiénicos, que sabem de cor as canções da Beyonce, que não têm ressaca, que não ressonam, que cheiram sempre bem, que não se cagam na mãe de ninguém, que não andam ao murro, que conduzem cuidadosamente, que sao gajas? E se nós, as gajas, não precisamos de uma gaja como companheira, precisamente porque para gajas já nos bastamos e nos fartamos o suficiente, então quem nos está a vender este novo homem? Uma conspiração gay para acabar de vez com a raça humana? » (...)

A Rititi, pois claro. Who else?

Ler o post todo, aqui.
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Asfixiante


[3581]

Ainda me lembro do gáudio que a asfixia democrática de Ferreira Leite provocou nas hostes progressistas e claques socretinas, à altura. O termo foi glosado nas 1001 posições que a fértil e abnegada imaginação dos conhecidos paladinos do regime podia proporcionar.

O tempo passou e agora aconteceu isto. Se isto não é asfixia, então o que é? Não tanto o desfecho (saída de Marcelo) mas mais o percurso meticuloso, paciente e milimétrico que foi usado até Rebelo de Sousa se fartar daquela gente.

Asfixiante!
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segunda-feira, janeiro 11, 2010

Sempre a aprender


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Eu conhecia robalos ao quilo ou à caixa. Ou à dose e meia dose, em se tratando de restaurantes. Mas robalos ao quilómetro, eu seja ceguinho se fazia ideia.

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domingo, janeiro 10, 2010

Mais campanha negra


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Mais uma campanha negra contra este governo. Não é que agora os mentores das campanhas se lembraram de incomodar Alberto Costa, provavelmente o ministro que mais anti-corpos gerou nas gentes que conseguem ainda manter alguma racionalidade desde os tempos em que ele não se identificava com a sua própria polícia (muito fascista para o seu gosto) e das peripécias de Macau, das quais sobreviveu sempre como o sarrafo em torrente de leitos de cheia?

Não temos emenda. De cada vez que as coisas parecem querer carrilar lá começam as campanhas outra vez. Ontem com o primo de Sócrates a fazer das dele (após profunda meditação transcendental (!!!)) e a afirmar loud and clear que pediu ao primo,ao nosso Grande Líder, para invocar o seu nome sem ser em vão) e agora estão a meter-se com Alberto Costa, enumerando esta monumental série de trapalhadas que já li três vezes mas que ainda não consegui perceber muito bem. Só percebi que são uma data de milhões e que o actual ministro Alberto Martins já substituiu os gestores. Fica a ideia de que se a pasta não mudasse de titular tudo ficava na paz santa do Senhor. Mas pode ser só a ideia, claro.
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Será que eles não dão por ela? Se calhar, não (leitura obrigatória)

[3578]

Pacheco Pereira hoje, no PÚBLICO:


«O que mais me assusta é a irresponsabilidade de toda esta “festa”. Os jornais e as televisões ardem de falsa indignação quando um deputado chama palhaço a outro ou o manda a qualquer lugar feio, mas não é isso que ajuda a estragar o Parlamento: é o momento em que este, sem sequer parar para pensar, se desvia do país para navegar causas absurdas com as quais gasta as melhores das suas palavras. Quando ouvia interiormente o «tirem-me daqui», foi quando assistia aos discursos grandiloquentes sobre o dia da «decência», o momento de «grande dignidade», a «reparação dos direitos ofendidos», a dádiva da “maior felicidade”, com hipérbole sobre hipérbole, desde o primeiro-ministro aos Verdes, do Bloco de Esquerda ao discurso de puro insulto inflamado de um deputado da JS.
No meio disto tudo, o discurso de Vale de Almeida parecia um exemplo de moderação, apesar do seu tom de oração evangélica aos «irmãos e irmãs», que fazia chorar as pedras da calçada. E mesmo Assis, que é bem melhor do que a sua bancada, colocava entre parêntesis o seu pessimismo antropológico para saudar o «progresso» daquele dia, em que o Sol rasgava as trevas ignaras da Reacção. Parecia o Congresso a aprovar a Declaração da Independência. Só o PCP, embora votando junto com a esquerda, mantinha uma reserva e discrição envergonhada, eles que ainda mantêm o fio da corrente ligado à terra e sabem bem que tudo aquilo é mais folclore do que qualquer emancipação de um direito. E era tudo, no fundo, tão ridículo, que eu me perguntava:
será que «eles» não dão por ela? Se calhar não.
As principais vítimas de tudo isto serão aqueles que amam ou desejam alguém do mesmo sexo, homossexuais e lésbicas, mais os primeiros do que as segundas, que sitiados por uma sociedade que efectivamente os hostiliza e maltrata, serão vítimas de ver o seu amor ou o seu desejo ainda mais marginalizado pela exibição mais ou menos folclórica e «fracturante» de meia dúzia de intelectuais, pequenos e médios criadores e artistas, gente do mundo da comunicação social, das indústrias culturais, da moda, urbana, jovem, bem arranjada e chique, que em conjunto com alguns políticos, deram origem a uma pseudocausa, de um pseudodireito, o do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O Partido Socialista frágil nas suas convicções e sem uma ideia consistente para o país, que cada vez menos conhece, abriu a brecha por onde o Bloco de Esquerda entrou. E não o fez só agora, já com a legislação sobre o divórcio se andam a meter nas andanças da engenharia social «fracturante», gerando uma sociedade mais fragilizada e menos justa para os fracos, como as mulheres divorciadas por carta e os homossexuais que não pertencem à beautiful people.»
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Neva no Porto


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Parece que está a nevar no Porto. Tenho a certeza que o Carlos Romão não vai deixar de nos surpreender no seu magnífico Cidade Surpreendente.
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sábado, janeiro 09, 2010

Orgasmos sim, obstipação, não


Clicar na foto para aumentar a carga erótica do esforço

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Tentei hoje convencer o vereador de cultura de um centro cultural que eu cá sei a autorizar-me a expor uma série de fotografias com expressões diferentes da prisão de ventre. Recebi um rotundo não como resposta, prevalecendo a dúvida sobre o interesse cultural do evento, o interesse do próprio público (mau grado a morbidez curiosa dos portugueses) e, até, do ponto de vista estético. Ainda contra-argumentei, afirmando que as expressões, no fundo no fundo, não eram assim tão diferentes de uma sessão de orgasmos, por exemplo, e se a questão fosse o substrato científico da coisa eu poderia apor legendas sob cada uma das fotografias expostas, com um breve dissertação técnica das causas e origens da obstipação, relação da mesma com a flora bacteriana nas paredes intestinais, influência da mesma no equilíbrio hormonal dos sofredores, independententemente da sua orientação sexual, malefícios no peristaltismo, aumento do flato e aparecimento de hemorróidas.

Tentei, assim, fazer ver que à bondade plástica do evento, poderíamos acrescentar um módico de ciência. Já na cultura, certamente que poderia haver também lugar a uma resenha histórica sobre os principais sofredores de prisão de ventre. A partir da época dos descobrimentos, já que antes do Infante D. Henrique parece não existirem dados fiáveis e os portugueses, aparentemente defecavam muito mais e com muito maior facilidade. Provavelmente por mor da dieta mediterrânica que começou a desvanecer-se no século XVI, com a necessidade de conservar alimentos para as viagens à
India e ao Brasil.

Debalde. Nem sem balde. Levei tampa e agora tenho as fotos para ali, sem préstimo nem função. Olho para elas, depois olho para estas e iria jurar que as minhas, para além do elemento científico, estético e cultural conseguem, quiçá, ter uma carga tão erótica como as dos orgasmos. Mas isto, já se sabe. Cada cabeça sua sentença.
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Há tempos, no Massabi


Clicar na foto para ver melhor.

Lagoa do Massabi. Situada a norte de Cabinda, faz fronteira com a Repúblida do Congo. Região de floresta luxuriante, do tipo equatorial, habitat de excelência para jibóias, papagaios e, segundo testemunhos locais, ainda de alguns
gorilas
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A Canja

As pessoas sentadas à mesa. Eu, o meu director geral, o administrador do grupo em Lisboa e o gerente local de uma fazenda de café e óleo de palma (conhecido pelas suas extravagâncias).

O Administrador: - Mas que rica canja, não é?

Eu: - (olhando para a sopa, branquinha, saborosa e com os fiapos de carne boiando no caldo e uma folhinha de hortelã) Sim, está muito boa. Este cozinheiro merece os parabéns.

Director: - (Metendo outra colherada à boca) Também acho, está óptima. A não ser que seja por estarmos cheios de fome, depois da caminha pelo cafezal.

Gerente: Sim, este cozinheiro é óptimo. E o que é bom é que eu só preciso de lhe dizer: Olha, somos x pessoas. O resto é com ele.

Administrador: - A canja está realmente muito boa. Para mim, só lhe falta uma coisa que eu gosto muito. A moela. Gosto imenso de encontrar a moela na canja.

Gerente: Mas, Ó senhor Coronel, as jibóias não têm moela!

(Cai o pano e não caímos nós todos da cadeira já nem sei porquê. Mas a canja ficou por ali e ficámos a aguardar o prato seguinte. E continuámos a comer. Não sem que tivéssemos perguntado 100 vezes, primeiro, de que bicho eram os bifes que vieram para a mesa…

A jibóia

Numa caminhada por um cafezal, tive necessidade absoluta de me afastar do grupo em que estava integrado e retirar-me para a intimidade de uma pequena clareira na floresta espessa onde, agachado, dei livre curso à fisiologia, que todos somos filhos de Deus e, concomitantemente, sujeitos aos caprichos do organismo.

Estava eu, já aliviado, meditando sobre se aquilo que eu acabara de fazer não caberia na tão cantada lista das melhores coisas do mundo, quando no maciço de folhagem e a pouco mais de um metro da cara vejo aquilo que me parece ser uma coisa que mexia. Levantei-me, tipo mola, recuando um par de metros. A tempo de ver «um bocado» de uma jibóia (e digo um bocado, porque não lhe vi a cabeça nem a cauda) deslocando-se lentamente. A bicha estava claramente incomodada pela minha presença e provavelmente, estaria a colocar-se em posição de defesa. Ou, quem sabe, de pituitária susceptibilizada pelo odor humano, particularmente dadas as circunstâncias, teria decidido «mudar de ares».

Não sei se alguma vez viram um jovem a correr com as calças da mão. Foi-me dito mais tarde que eu parecia a personagem de uma daquelas anedotas em que um homem é obrigado a uma retirada estratégica de um quarto de uma dama, sem tempo sequer para apertar o cinto, mas não achei muita graça.

Lamentavelmente, poucos minutos depois, uma equipa de batedores apareceu, matou a jibóia e nessa noite houve festim na aldeia.

Estes dois episódios, rigorosamente verdadeiros, vêm a propósito do ataque terrorista à equipa de futebol do Togo, participante no CAN. Porque conheço exactamente o local do ataque, no Massabi, numa estrada que liga a lagoa à fronteira com a República do Congo, a caminho de Pointe Noire. Eu era um jovem recém-formado e nas minhas atribuições cabia o futuro acompanhamento da fazenda de óleo de palma e café.

Curiosamente o director da altura é o meu CEO actual.
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sexta-feira, janeiro 08, 2010

A surpresa do silêncio


[3574]

Já são oito e meia e ainda não apareceu ninguém a chamar tacanho a Pacheco Pereira, por ele ter trazido a colação ontem, na Quadratura do Círculo, o fenómeno da pederastia como factor importante no bloqueio que o Partido Socialista fez à adopção de crianças por pares de indivíduos do mesmo sexo.

Confesso que esperava uma saraivada de críticas, mas reina, aparentemente, um prudente silêncio. É pena. Mas não é de estranhar.
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"When Pedro met Clara"


[3573]

Esta semana há orgasmo científico em exposição no Centro Cultural de Cascais. Clara Pinto Correia expõe uma série de fotos onde evidencia uma sequência de “caras de prazer” que culminam num sublime cigarro, fazendo jus à máxima de que as três melhores coisas do mundo são um whisky antes e um cigarro depois.

Por mim, confesso que achei mais graça à Meg Ryan no seu fabuloso “fake” num restaurante de Nova Iorque, perante o atónito Billy Crystal e que faz com que uma cliente cinquentona madura peça à empregada “I’ll have the same of that lady”.

Clara é cientista, eu sei, mas falta-lhe o brilhozinho nos olhos da Meg, tem as gengivas muito salientes e expressões que deixam alguma dúvida se está a sentir prazer ou se está a ter uma cãibra (foto 5), uma cólica intestinal (foto 8) ou se acabaram de lhe contar uma anedota de papagaios (na foto 9 que é, afinal, a foto do clímax, antes do cigarro retemperador). Eu condescendo, por mor do currículo da Clara, afinal Meg foi catapultada para a fama pela sua cara laroca enquanto Clara é uma autodidacta que entremeia as suas caras de prazer com crónicas de ciência, genuinamente dela ou pifadas de revistas nova-iorquinas, como parece ter sido o caso há um par de anos (um casal de anos, esta é para o Paulo…) atrás. E isso dá-lhe mais valor intrínseco. São orgasmos indubitavelmente mais científicos, mais biológicos, antropológicos, sociopolíticos. Orgânicos, enfim, o que lhes confere uma percentagem de carbono que faria a Meg Ryan roer-se de inveja tetravalente.

Em qualquer circunstância, este fim-de-semana tenho as "caras de prazer à mão de semear" aqui mesmo à porta de casa. O que seria dos cascalenses sem estas manifestações científicas... Não perder, ainda, a crónica, de que junto o excerto final, segundos antes de ela puxar do cigarro epilogar. Cito:

Ao menos diz-me o teu nome, palerma.
E o café que eu já pedi há mais de três quinze dias, gaja? Não digo mais nada sem me trazeres o meu café.
Boa. Agora convenceste-me. És mesmo um homem. Vou buscar o café sem mais demora, chefe. E vais ficar por aqui quanto tempo, já agora, só para eu depois ir à mercearia comprar aquelas porcarias todas de que os homens gostam?
Ele espreguiçou-se todo de puro conforto, com o tal sorriso velhaco a ficar cada vez mais doce
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Referência lincada daqui, onde poderão ver as fotos todas e ler a crónica.

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quinta-feira, janeiro 07, 2010

Portuguêz téquenico


Sócrates et Sarzozy, ançamble dans la fête

[3572]


Mário Crespo com um esgar misto de embaraço e de gozo, mostrou à câmara o programa do nosso Grande Líder por terras da Bastilha onde, entre outras florestrias, vai ser recebido pelo presidente françês (SIC, na SIC).

Em roda de almoço comentei o caso e levei uma sova por causa dos meus alegados excessos de rigor, pois qualquer um se engana, assim me foi dito. Em total respeito pela teoria do meu verdugo de personalidade, recuso-me a aceitar esta cedilha como um descuido. Descuido é letra trocada, palavra corrida, consoante dobrada, é pisar o pé a dançar, é calçar meias diferentes, é pum, é palavrão solto na refrega da discussão, é tudo. Mas uma cedilha em «francês», não. Nem com a desculpa que cedilha rima com Bastilha. Cedilha em «francês» é desmazelo, é arrumar o carro por cima das linhas, galgar o passeio na curva ou, quem sabe, sinal de quem realmente não sabe escrever ou, pior, não faz a mínima ideia da responsabilidade que tem pelo simples facto de representar o primeiro-ministro de Portugal.
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