sexta-feira, julho 31, 2009

Eles respeitam


[3280]

Ando freneticamente à espera duma decisão do Tribunal Constitucional que o conspícuo Alberto Martins não respeite. Até aqui a coisa tem corrido bem e, mais uma vez, Alberto Martins declara, solene e condescendente, que respeitará as decisões do Tribunal Constitucional.

São estes tiques socialistas que remetem, de forma certeira, para a verdadeira natureza desta gente do «poderzinho». Não podem, não conseguem alijar a arrogância que lhes reveste a mais comezinha das atitudes. É uma coisa assim mais ou menos como alguém que caia da varanda de um trigésimo andar e que a meio da queda tenha de afirmar que aceita que ao tocar no chão muito provavelmente se esborrache.
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Sir Bobby Robson 1933 - 2009


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Há jogos em que não há tácticas, técnicas, atitudes, posturas, carácter nem relva comida que cheguem para vencer. Bobby Robson perdeu o jogo da vida porque o adversário ainda é mais forte. Enquanto resistiu, soube ser umas das mais carismáticas figuras do fenómeno futebol, ao mesmo tempo que deixou um rasto de muitas e grandes virtudes humanas. E uma imensa simpatia.
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Viola no saco


[3278]

Curiosamente, ou nem por isso, Cavaco tem sido quiçá a figura mais atacada no rescaldo da decisão do Tribunal Constitucional sobre o estatuto dos Açores.

Afinal aquilo que resultou de um assomo de provincianismo retrógrado do senhor Carlos César e da habitual excitação «socrática» de cada vez que ele sente (que o convencem) de que pode marcar pontos para o Partido resultou num flop tremendo e se alguém ficou mal na fotografia não foi, certamente, o Presidente da República, que fez o que lhe competia. E a acusação de que ele poderia ter enviado o assunto há mais tempo para o Tribunal Constitucional é absolutamente deslocada e típica de todos aqueles que embirram com Boliqueime e com o bolo-rei.

Se é verdade que todos os Partidos se excederam na forma estouvada como apreciaram o dossiê, ninguém poderá negar que o episódio é um exemplo cabal daquilo em que resultaria a criação de reizinhos e de poderzinhos como o de Carlos César a partir da putativa regionalização que o PS anunciou já nas parangonas habituais de início de mais um ciclo governativo.
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Lá terão que se amancebar...


[3277]

Ora aqui está mais matéria para a solução de continuidade de mais um dos grandes desígnios nacionais. O casamento de papel passado entre homossexuais. Vai haver, de certeza, a tonitroância do costume nos jornais, televisões e correlativos, Louçã vai rrrrrrrrrrecalcitrrrrrrrar loucamente, desafiando uma vez mais a apoplexia, sobre o tema, Joana Amaral Dias é muito bem capaz de ficar boa, salvo seja, da rouquidão que a tem atacado ultimamente e Sócrates vai usar o termo «desde logo» e «aquilo que são» mais vinte vezes a propósito do casamento gorado das senhoras.

Quanto ao cerne da questão, àquilo que verdadeiramente interessa, deixo aqui uma sugestão: Hotel Íbis na A5 está com preços de promoção,
derivado à season.
Estou certo que os quartos estão com uma tarifa mais barata que o custo dos recursos em tribunal.

Já quanto a mim, preparo-me para deixar que um par de amigas modernaças me chame homofóbico, apesar de saberem que o não sou, situação que tratarei com bom feitio pela amizade que lhes tenho, mas a que não darei grande saída porque não me está a apetecer muito falar sobre cretinismo. Nem homo nem hetero.
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quinta-feira, julho 30, 2009

Começo a ficar envergonhado


[3276]

Já perdi o fio à meada. Mas por este andar parece-me que é da mais elementar justiça que Fátima Felgueiras peça uma indemnização ao Estado. Pelo menos que lhe paguem a passagem de ida e volta ao Brasil, que a vida está que não se pode.
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Feios, porcos e maus (e ricos, naturalmente)


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Os mais ricos estão menos ricos, dizem ali na TVI.

Com jeitinho e pela graça de Deus qualquer dia estamos todos pobretes. Nem por isso alegretes, mas cumprem-se os grandes objectivos da Nação. Tudo teso. Por igual. Sem distinção de classes. Com sorte, até os ciganos, pretos, homossexuais, canhotos, excluídos, infectados de HIV e obesos serão caldeados numa sociedade igual, solidária e, ia a dizer Graças a Deus mas contive-me, duma invejável indigência para a qual todos trabalhamos afincadamente. Seremos, então uma sociedade moderna e um admirável exemplo para o resto do mundo. Especialmente para os americanos (sempre eles), japoneses, países do Norte da Europa, do centro da Europa e outros países onde os seus desgraçados povos não foram iluminados como nós.

A notícia é dada com a ajuda de fotos de alguns bandidos ricalhaços portugueses, com cara sorridente e expressão de quem acabou a sobremesa de um almoço calórico e obsceno.
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Portugal, um país axial


[3274]

Que estranho processo sináptico ocorrerá pelas circunvoluções de Garcia Pereira para afirmar que as soluções para Portugal passam por um grande aeroporto em Lisboa, um grande porto em Lisboa, outro em Sines e, naturalmente um TGV, mas um TGV para passageiros e mercadorias, além de ter de servir dois eixos principais, Lisboa/Vigo (para tornar o Porto um grande centro galego - se fosse eu tinha dito cluster - e outro eixo (um país axial, é o que se pretende…) mas no percurso tradicional dos nossos emigrantes, Vilar Formoso, e não por Madrid…

Portugal é um país manifestamente estranho!
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...tem uma saca de farinha para dar à joaninha ( 4 )


[3273]

Já passaram setenta e duas horas e Joana Amaral Dias (gosto de pessoas conhecidas por três nomes) ainda não disse quem é o mentiroso. Se Sócrates, se Louçã, se, pensando melhor, ela própria. Já agora, já alguém se lembrou de perguntar a Mário Soares?

Há um pequeno desenvolvimento. Paulo Campos parece que teve uma pequena conversa com JAD mas como o repórter facilmente perceberá, ele não vai revelar o conteúdo de conversas privadas com uma amiga.
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quarta-feira, julho 29, 2009

Em Lisboa, obra-se profusamente neste Verão


[3272]

Lisboa está insuportável. Obras, buracos, bandeirinhas, montes de areia, montes dessas indizíveis e malfadadas pedras da indizível e malfadada calçada portuguesa, sinais de trabalhos, desvios, poeira (nuvens de pó, uma das razões porque me questiono como é passa pela cabeça de alguém comprar um descapotável em Lisboa…), tambores vazios, ruas esventradas com uns cabos a aparecer que alguns operários me disseram ser fibra óptica, um mundo de incómodos, barulho, poluição, tudo refogado na caldeirada do desleixo, gritaria, palavrões, carrinhas estacionadas a esmo, de gente que está a trabalhar e total desorganização – uma imagem de marca afinal.

É assim que ao tradicional período de férias, em que Lisboa se torna mais ou menos habitável pelo notório decréscimo de trânsito automóvel, aconteceu este ano uma autêntica praga de obras e obrinhas que fazem desesperar um cidadão. Na parte que me toca, há uma inacabável obra na recta do Dafundo, onde se arranca a pedra da calçada, se faz valas, se tapa valas, se estaciona tractores e escavadoras ao longo do passeio. Certamente que a obra deve servir para alguma coisa, mas começou há cerca de um mês e pelo andar da carruagem deve haver ali marmelada para mais um mês ou dois. Ou seja, para quando toda a gente vier de férias.

Decidi-me a passar a usar a A5. O problema é que há sempre um acidente junto à pimenteira, ou junto à saída para Carnaxide, ou junto a uma treta qualquer que obriga a circular só numa faixa, provocando uma bicha (na rádio, cuidadosos e reverentes, os locutores dizem fila) que começa no viaduto Duarte Pacheco. Será que me acabaram com um dos pouco prazeres lisboetas que sobreviviam ao caos – leia-se circular, comer e ir ao cinema no Verão?
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Desfocado


[3271]

Posso estar enganado mas começo a ter a sensação de que a BlogConf foi uma operação de charme lançada com mestria e eficácia sobre um número de bloggers, que começa a pagar dividendos. Só assim se explica a ideia generalizada de que o homem é um sedutor nato, de que a reunião de bloggers teve um mérito incontestável, não importando nem o conteúdo nem a forma como a mesma decorreu e a oportunidade de ouro que lhe foi dada, a Sócrates, de utilizar este precioso tempo de antena para repisar as linhas mestras do seu modus operandi - falar indefinidamente sobre coisa nenhuma, desta vez com a especiaria recentemente adquirida e consubstanciada na fórmula português suave.

No essencial teria sido bom que não se tivesse desfocado a questão principal, qual fosse a de não saltar as múltiplas facetas do percurso de um primeiro-ministro claramente ligado a uma legislatura muito má, com a particularidade de ele próprio não poder furtar-se a uma apreciação muito crítica às inúmeras situações pouco claras em que se viu envolvido. Mas o que observei nos vídeos disponíveis (há que fazer pesquiza em blogconf) foi um exercício de retórica mais ou menos estéril, uma ou outra tentativa mal sucedida de fazer humor, um ror de perguntas encomendadas. Salvou-se o voluntarismo do João Maria, mesmo assim condicionado pelo desconforto de perceber que estava a ser mais ou menos manipulado pelo sorriso e experiência dos cinquenta (cinquenta e um, peço desculpa…) anos do seu interlocutor.
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…tem uma saca de farinha para dar à joaninha! ( 3 )


[3270]

E a coisa vai-se desvanecendo (Deus sabe da tristeza de uma coisa desvanecida) e vamos mesmo ficar sem saber se o convite a Joana mora numa mentira de Sócrates, de Louçã ou numa travessura ressabiada da própria.

Pronto, ficamos assim. Na falta de um passo em frente de qualquer destes vértices do triângulo formado não há outra hipótese senão ficarmo-nos pelo convencimento de que na matéria em apreço nenhum deles é flor que se cheire. O que não é, de todo, uma novidade.

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terça-feira, julho 28, 2009

Dar ares de


[3269]

Este governo tem mais a ver com Durão Barroso do que se pensa. Este dizia que sabia que havia de chegar a primeiro-ministro, só não sabia quando. Pois Teixeira dos Santos acabou agora mesmo de dizer ali na TVI que o governo vai pagar as dívidas, só não sabe é quando.
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Porreiro, pá

[3268]

Primeiro tive pena. Já havia 23 inscritos e era tarde para mim. Depois deixei de ter pena quando me apercebi da minha insignificância de blogger singular que não dispõe do estatuto de blogger de referência e observei movimentações, também essas singulares, que iam alterando a ordem e o nome dos inscritos. Depois fiquei contente quando ouvi Sócrates dizer, à chegada, que achava que os bloggers falavam muito mal dele e ele foi ver se era verdade, mas que os bloggers eram gente com muito respeito por si próprios. Tudo isto de forma melíflua e em «mode português suave», descoberto e em uso depois das europeias. Depois tive pena outra vez quando ouvi algumas perguntas e achei que uma pergunta distante dos lugares comuns do costume poderia ser bem mais interessante e criar mais impacto.

Um volúvel e um inconstante, é o que eu sou…
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…tem uma saca de farinha para dar à joaninha! ( 2 )


[3267]

Já passaram quarenta e oito horas e Joana Amaral Dias (gosto de pessoas conhecidas por três nomes) ainda não disse quem é o mentiroso. Se Sócrates, se Louçã, se, pensando melhor, ela própria. Já agora, já alguém se lembrou de perguntar a Mário Soares?
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segunda-feira, julho 27, 2009

Perdere verba leve est

[3266]

«...Gestos de indelicadeza e mal-criadez».

Ministro Teixeira dos Santos, no DN, a propósito de A. João Jardim

Ora aqui eis um exemplo feliz de boa falagem para que póssamos orgulhar-mos da nossa ilustre governância. É uma regalagem e confortação a gente termos menistros que falem assim tão bem. Há-dem (não me lembro se há-dem é com tracinho ou hadem sem tracinho, a minha esposa diz que é com, mas não é grave) ver que é verdade, já dizia Jorge Coelho, quando ele tinha tempo para falar ao pessoal.
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É quase 1º de Agosto


[3265]

Estou a entrar naquela fase em que oscilo entre não fazer nada ou fazer coisa nenhuma. Tenho de confessar que este estado de espírito me era desconhecido antes de me instalar definitivamente em Portugal, em 1996. Sempre tive férias, «globetrotei» com gosto e convicção enquanto vivi por outros paralelos e sob outros céus, mas nunca me atirei às férias porque tivesse sido atacado de alguma síndrome específica. Ia de férias porque sim, mas se não fosse ou se as adiasse, ninguém morria por isso. Mas agora, tenho de reconhecer que me deixo envolver, subconscientemente, num estado de certa «catabulia» (entre o abúlico e o catatónico) e consequente incapacidade de produzir seja o que for, talvez porque os derradeiros esforços de fazer alguma coisa de útil antes que os primeiros dias de Agosto se instalem esbarrem já com «fendas» no casco, ou peças que, entretanto, se soltaram na empresa e abalaram para longe e isso resulte na incapacidade de dar continuidade aos assuntos que ainda temos em mãos.

Talvez a solução seja essa mesmo. Deixarmos que nos constituamos, nós próprios, numa peça ausente ou uma fenda no casco, vestirmos umas bermudas, calçarmos uns ténis e irmos «fraldiscar» para perto do mar, beber uma caipirinha (liberdade poética, que sou abstémio, mas há sempre uma água tónica com gelo e limão para dar o ar de que estamos a beber alguma coisa de jeito) e ver as turistas enquanto estão gordas e de pernas «branquelas».



Mas hoje, ainda não dá. De resto, não me perdoaria a ausência no frémito que se adivinha por parte de alguns companheiros de almoço (verdadeiramente, só um, mas freme por mil…) que me vai explicar tim-tim por tim-tim as virtualidades do Benfica que acabou de ganhar ao Ajax.


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É preciso ter córagem

[3264]

O dirigível do PND foi abatido a tiro na Madeira. É preciso ter «córagem»…
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Estava a direita posta em sossego

[3263]

Enquanto Joana fala e não fala, se falar, Tomás Vasques aproveita para achar que a questão reside no facto de a direita andar atrás de tudo o que mexe, enquanto não há um programa de governo do PSD.

Alguém tinha de ter alguma culpa de alguma coisa…
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…tem uma saca de farinha para dar à joaninha!


[3262]

Passaram já vinte e quatro horas sobre a acusação de Louçã relativa à oferta de préstimos do PS a Joana Amaral Dias. Joana mantém-se muda e queda. Parece mal. É um assunto demasiado delicado para que Joana se mantenha calada. Seja para desmentir o alegado convite de Sócrates, seja para calar o terrorismo verbal de Francisco Anacleto. Joana não pode ficar calada.

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domingo, julho 26, 2009

Homesick


[3261]

Toca o telefone. Número da A. do Sul no visor.



- Pai!
- Sim, filho. Viva. Então, tudo bem?
- Tudo bem, dad. Está um frio desgraçado, estamos com temperaturas negativas todos os dias, depois das 5 da tarde…
- Mas está tudo bem, filho? Passa-se alguma coisa?
- Não, nada de especial. Hoje lembrei-me aí da terra porque vi alheiras num supermercado. Comprei duas e tentámos comê-las.
- Tentaram?
- Sim, quis fritá-las, a A. disse que não sabia como é que «aquilo» se fritava. Experimentei eu, mas no fim aquilo ficou tudo desfeito, deitámos tudo fora e fomos buscar um frango ao Nando’s…
- Pois…
- E o que é que almoçaste hoje, dad?
- Eu? Olha, por acaso fui ali à Malveira da Serra, fui ao cozido à portuguesa.
- Pois…
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Os gloriosos (e chatos) malucos das máquinas voadoras


O Team Guinot, duas bailarinas que se exibiram como se vê na foto, também assinaram o ponto no festival do Estoril

[3260]


Parece que o festival aéreo do Estoril foi muito interessante. Mas para quem, como eu, se deitou tarde e mora na linha de descida dos bólides para a praia (ou seja, ainda em Cascais), o barulho infernal durante toda a manhã fez-me desejar ter uma bateria anti-aérea à mão.
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A diferença



[3261]

No vídeo de cima, a versão do sargento Crowley, da polícia de Cambridge, sobre a prisão de um professor negro, amigo pessoal de Obama. No vídeo de baixo, a «desculpa» de Obama, depois de ter afirmado que a polícia de Cambridge tinha actuado de forma estúpida.

A reter dois pontos. De como o racismo não sopra só de um lado e como é diferente o sentido cívico e a forma como se trata a polícia, relativamente ao que se passa em Portugal. Para os que não sofrem de memória curta, está ainda bem presente a forma desbragada e abusiva como Soares e Sampaio invectivaram a polícia por motivos fúteis.

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O dever de Joana Amaral Dias

[3258]

Joana Amaral Dia tem um dever cívico a que não poderá furtar-se. Mesmo dando de barato que a política é feita de ambiguidades e de mentiras, creio que desta vez há mínimos de decoro e decência a cumprir. Vejamos:

- Louçã afirma, no seu estilo «Famel Foguete» e de pré-apoplexia, que Joana Amaral Dias foi convidada para as listas do PS. Alternativamente, ter-lhe-ia sido oferecido um lugar no aparelho de Estado, vulgo «tacho», por troca de favores e influências a obter por seu intermédio.

- Sócrates e o Partido desmentem formalmente Louçã, afirmam que jamais terá sido oferecido um lugar nas listas do PS e Sócrates afirma mesmo que não vê Joana há três anos.

- Louçã, de imediato, afirma que Sócrates está a mentir e que foi o próprio Sócrates, em pessoa, que convidou Joana.

Eu penso que há limites para a trapalhada e para a tramóia. Há, ou devia haver, também, limites de linguagem e exigências de mínimos de honestidade no uso de conteúdos de propaganda política. Neste caso, Louçã ou Sócrates é um refinado mentiroso. Porque nem sequer há a desculpa de frases tiradas do contexto, porque toda a gente ouviu alto, claro e bom som, na televisão, as suas afirmações.

Daí que Joana deveria, sem ambiguidades, vir a terreiro e dizer, preto no branco, quem é o mentiroso. Se não disser nada, o assunto cheira ainda pior…
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sexta-feira, julho 24, 2009

À atenção do Pedro Correia

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Acabei de ouvir ali na TVI (09:19, programa da manhã) um senhor de bigode, fato de marca, a falar sobre não sei quê mas que parecia ser coisa importante porque estava a ser entrevistado em directo pela apresentadora, a dizer aproveitacionismo. Duas vezes a criatura falou em «aproveitacionismo».
Ajudei nalguma coisa? Ou só contam palavras que existem?
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Jamais



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Um blog que vai nascer e é bem-vindo (já nasceu). Para ajudar a recuperar o prestígio, a economia, o emprego, a seriedade. Para ajudar a que nos recomponhamos de um longo período de esquerda (??) tão moderna quanto estéril (leia-se, esquerda nenhuma) e de permanente agressão ao nosso bom senso e inteligência. Para ajudar a perdermos o embaraço (Sócrates e o seu governo embaraçavam frequentemente) e, ainda, na esperança de que a direita possa ganhar as eleições e saber responder, com o voto, a uma forma torcionária (Mas se a maioria relativa for do PSD, supõe a actual direcção do PSD que o conjunto da esquerda (maioritário) permitirá a passagem de um governo seu?) e muito típica de fazer oposição. Forma que, tragicamente, tem resultado.

Post corrigido (12:25)
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Yes! We can't


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Inspiração bebida aqui.
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Iupiiii! já reclamámos 500.000 vezes


[3254]

Ouvi há pouco que os portugueses apresentaram 500.000 queixas por escrito no ano passado. Curiosamente esta notícia é dada com um ar de júbilo que não entendo muito bem. A sensação é de que é óptimo haver tantas reclamações e que, com jeitinho e esperança, o número de reclamações para 2009 vai aumentar substancialmente.

Salvo melhor opinião, eu fico chateado com tanta reclamação. No plano teórico, o ideal seria que as reclamações fossem zero, era sinal de que tudo estava a correr bem na paróquia. Mas o que sinto é que para nós o fundamental é reclamar. É sentirmos que agora o podemos fazer sem vir a Pide ou outro exemplo de malfeitores rasgar-nos o livro de reclamações e sujeitar-nos à tortura do sono. Haver 500.000 razões para reclamar parece coisa sem importância, boa, por sinal, para que possamos, democraticamente, reclamar. Com jeitinho, o Grande Líder ainda junta as quinhentas mil reclamações ao acervo político do seu mandato.

Há coisas que não entendo. Mas, se calhar (esta do se calhar «ficou-se-me» do Artur Jorge), tudo se explica com exemplos simples. Ainda ontem entrei no carro e o rádio, sempre ligado, invadiu-me o espaço com uma entrevista a Vasco Lourenço e a pergunta, circunspecta, que lhe estavam a fazer era: Acha que alguma vez duvidou do êxito da revolução do 25 de Abril?

Quando trinta e cinco depois ainda martelamos a grei, na rádio, na televisão e nos jornais, com a presença diária de um golpe militar, é sinal de que nunca mais fizemos nada que se visse ou, tendo-o feito, consubstanciamos um caso de incontornável patologia, alimentada pela inteligentzia que continua a andar por aí. E que não há meio de nos desamparar a loja. E esta alegria com o português reclamante afina pelo mesmo diapasão. Por mim, acho tudo isto uma paranóia, independentemente do direito de todos nós usarmos um livro de reclamações. Como se impõe, afinal.

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Call the feds


Brigada especial, treinada em «lip reading» (talvez ajudasse, ou é ilegal?)

[3253]


Não haverá um protocolozinho que permita a vinda de um grupo do FBI para fazer uma comissão de serviço a Portugal? A coisa é rápida, eficiente e parece que não dói muito. Investigação, «you have the right to remain silent», acusação, julgamento e vai tudo de cana. Evitávamos, por exemplo, o arrastamento empastelado dos nossos processos, o embaraço de amigos, compadres, familiares e correlativos se andarem a acusar (e julgar) uns aos outros enquanto não chega a prescrição, a pedirem desculpa por estar de costas e a pesquisar vírgulas nos processos para alegar irregularidades processuais. Afinal, tudo parece simples.
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quinta-feira, julho 23, 2009

Santidade


[3252]

Por acaso aprecio os homens com a hombridade e decência para afirmar que não são nenhuns santos. Prefiro-os, de longe, mas de muito longe, àqueles que se couraçam num moralismo superior, na ética politicamente correcta e, frequentemente, prenunciadoras de muito probleminha mal resolvido. Para além de que com tanta moral acabam por se asfixiar na atmosfera fétida das suas próprias idiossincrasias.

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Reparei agora

[3251]

Reparei agora que fiz dois post titulados em latim. Foi sem querer, juro. Penso mesmo que se o Grande Líder não se tivesse distraído com a cultura eu poderia e deveria ter feito três. É o resultado que dá os primeiros-ministros andarem distraídos. De qualquer modo, percebo agora que os títulos em latim podem muito bem ter sido uma reacção subconsciente à crítica de dois prezados confrades. Como quem diz, posso escrever mal sobre política mas arranco um ou outro título em latim, o que dá um certo panache à coisa (e sabe-se que coisa com panache é... outra coisa) e disfarça outras deficiências.

Um abraço para um e um beijinho para a outra.
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Veritatis simplex oratio

Luis Delgado, ontem muito peocupado na SIC-N com o silêncio de Ferreira Leite

[3250]

Vai por aí uma onda de comentaristas, analistas, politólogos e correlativos formatados em power point, preocupados com a falta de ideias e ausência de programa político de Ferreira Leite. Há mesmo quem diga que o atraso causou já danos irreversíveis ao PSD, pois ao demorar a apresentação das suas propostas Ferreira Leite vai de certeza frustrar as enormes expectativas geradas em trono das alternativas a Sócrates.

Em contrapartida o PS vai apresentando propostas, planos e acessórios, acompanhados em «side plate» de uma conveniente remissão de pecados, humildemente admitidos pelo Grande Líder que, certamente em momentos de fraqueza, se deixou arrastar pelo erro. Começou pela falta de atenção com a cultura (imagine-se quão cultos estaríamos hoje se Sócrates não se tivesse distraído) e já vai no fecho das urgências.

Como o rebanho é como os meninos pequeninos que gostam de uma promessa se, por acaso, comerem a sopa toda, ainda acredito que o PS acabe por ganhar as eleições. Sério. Pelo que com mais uma legislatura da estirpe desta que acabou (um embaraço, repito, um embaraço) e com o FêQuêPê muito possivelmente a ganhar outro campeonato não me restará outra alternativa senão voltar a emigrar. Eu sei que isso pouco contribuirá para a felicidade de quem quer que seja, mas tenho de zelar pela funcionalidade da minha própria.
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Confiteor Deo omnipotenti


[3249]

Ainda falando de Sócrates, contaram-me ontem que ele terá afirmado na rádio, compungido e na versão «português suave», que reconhecia outro erro. Que não devia ter fechado algumas urgências dos hospitais.

Imagine-se como é que estas coisas podem acontecer. Chego a ter pena do Grande Líder que, de repente, se apercebe que cometeu outro erro (eu diria deslizes, mas o homem está em maré de contrição…), sobretudo agora, com as eleições á porta.

Aguardemos, mas cheira-me que Sócrates ainda vai descobrir mais erros e achar que se precipitou na avaliação dos professores, com os juízes, com os comunistas, com o pessoal da Carris, com os sindicatos, enfim, uns quantos erros, lapsos e distracções que ele certamente irá corrigir na próxima legislatura.

Já o disse várias vezes. Este homem causa um verdadeiro embaraço às pessoas minimamente habilitadas de senso comum.
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Candid Blogo

[3248]

A candura com que Carlos Manuel Castro se refere à afirmação de Sócrates de que está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que ele e, logo de seguida, acrescenta que está para nascer a primeira candidata a primeira-ministra que faça pior no défice do que ela fez quando esteve no ministério das finanças só pode remeter para uma arrepiante falta de honestidade política. Carlos Manuel Castro não explica como é que Sócrates alcançou semelhante feito (nem a sua falta de opções) nem se refere ao rescaldo do habitual regabofe dos socialistas que condicionaram Ferreira Leite. Mas ele, Carlos Manuel Castro, sabe. Sabe, mas não diz.

A memória é curta, mas não pode ser assim tão curta, que diabo.
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quarta-feira, julho 22, 2009

Negócio ruinoso? Jamé


[3247]

Afinal temos um Tribunal de Contas pouco fiável. Dá pareceres mas depois vem Mário Lino e comandita achar que as opiniões do Tribunal são questionáveis. O Tribunal de Contas deve ter feito uma birra qualquer e achou que o negócio da Liscont foi ruinoso (SIC) e apresenta uma série de irregularidades. Uma maçada. O que vale é que o governo, através do ministro das obras públicas já veio fazer luz sobre o assunto, não fosse o rebanho pensar que o negócio tinha sido feito de forma estouvada ou, pior ainda, alinhado no favorecimento de um grupo privado onde, só por acaso, uma das mais fortes personagens do Partido Socialista foi levado à carga de inventário. O Tribunal de Contas que os deixe mas é trabalhar. E o Simplex que reforce a argumentação do ministro Lino, para que aqueles que ainda têm dúvidas as clarifiquem de vez. Sobretudo a inteligentzia, que consabidamente merece uma explicação mais exaustiva.

Negócio ruinoso? Jamé!

Resposta do ministro das Obras Públicas ao relatório do Tribunal de Contas via Blasfémias. E concordo com a Helena Matos: a falta que faz Jorge Sampaio…

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terça-feira, julho 21, 2009

Jessica???

[3246]

A Jessica é uma jovem bonita, inteligente e aplicada. Acabou uma licenciatura há dois anos e está prestes a acabar um mestrado. É alegre, franca e transparente, cativa toda a gente e transborda uma alegria contagiante. É, ainda, de mente simples e corpo são. Como é possível, assim, chamar Jessica a uma entidade para gerir não sei quantos milhões de € com o objectivo de estimular a reabilitação urbana? Ou uma espécie de mãe de todos os fundos para a reabilitação urbana que depois, caso a caso, vai dar origem a fundos específicos para apoiar acções de reabilitação urbana?

Um abuso, é o que é…
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É que nem de propósito


[3245]

Boas notícias, más notícias

Boas notícias: Sócrates vai dar (dinheiro do PS) 5 mil euros a cada português (ou apenas aos primeiros 5 mil, como nos passatempos da rádio?) para comprar um carro eléctrico da Nissan.

Más notícias: O carro eléctrico da Nissan não existe.
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A «simplexicidade» da coisa




A foto deste post foi substituída pela presente às 11:55

[3244
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É preciso fazer qualquer coisa. Neste grupo de pessoas, muitas são gente inteligente, argumentativa, com capacidade de exposição, «convincing» e decidiram, vá lá saber-se por quê, fazer campanha pela reeleição de um governo manhoso, sem categoria e lesivo dos interesses portugueses. Ainda por cima, um governo que é tudo isto e vai alegremente ralhando com os portugueses, chamando-lhes estúpidos, quando não os põe de castigo, colocando-nos ao canto, no fundo da sala europeia, com orelhas de burro. Nem mesmo o cortejo das «alegalidades» do seu líder foi suficiente para deter este grupo de personalidades apostadas na renovação de uma continuidade podre e insustentável.

Na minha modesta opinião há, assim, que contra-argumentar. Há que recordar o viés da trajectória de Sócrates e sus muchachos, as mentiras, a arrogância, a chico-espertice instituída, as trapalhadas mal explicadas, as suspeitas relevadas das referidas «alegalidades» e o desconforto (e o embaraço) de sermos representados por semelhantes criaturas. Tenho a certeza de que há gente capaz, com registos apropriados e com suficiente engenho para deter esta onda Simplex (a salada de maiúsculas e minúsculas foi normalizada), trazendo à tona a muito pouco recomendável acção de Sócrates e correlativos.

Este é um apelo sincero que, espero, seja atendido mais cedo ou mais tarde.

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segunda-feira, julho 20, 2009

Medida acertada


[3243]

Há alguns anos atrás abri uma crise familiar porque uma das minhas sogras insistiu devotamente que a minha filha de dois anitos haveria que beijar uma imagem de Cristo que tinha sido previamente beijada por um comboio de gente, numa Páscoa longínqua. Não transigi e o padre deu-me uma pedagógica lição de moral e explicou-me a liturgia da coisa como se explica a uma criança a soletrar nos primeiros dias de escola. No fim da história, a sogra zangou-se imenso, o padre deve-me ter excomungado mentalmente mas a minha filha manteve-se livre de colibacilos bentos, como a razão impunha.

Verifico agora que o padre Feytor Pinto, a propósito da disseminação da gripe A, aconselha os crentes a evitar a água benta nas pias e aquele beijinho das missas que eu ainda não percebi bem para que serve mas que se troca com os parceiros do lado. Isto é um sinal de bom senso e de que a igreja se vai ajustando às realidades, o que me apraz registar, apesar da resistência do rebanho.
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domingo, julho 19, 2009

Um relance pela Blogo


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Uns dias fora sem muito tempo para nos mantermos actualizados fazem-nos sentir a necessidade de vaguear pelo conteúdo dos blogues que visito com mais frequência. Foi o que fiz e notei, assim de relance:

- O excelente serviço que Pitta prestou a Santana Lopes. Quiçá aos lisboetas. São inteligentzias destas que ajudam os indecisos. Passo por cima do facto de Pitta certificar uma rodada de burro a quem votar Santana, mas isso vai sendo hábito da esquerda moderna, a que temos de dar o devido desconto.

- Há pessoas gay, period. Fazer disso uma ponta de lança na imposição de formas de vida remete para questões mais complexas que, essas sim, deveriam ser tratadas. Esta recente questão da reserva sobre dadores de sangue espoletou reacções dos suspeitos do costume. Nada de muito novo afinal. Mas vai sendo tempo de essas pessoas, todos nós, afinal, percebermos que dar sangue não é um direito. Poderá, eventualmente, ser um dever que, como tal, tem de ser regulado na defesa dos direitos daqueles que de sangue precisam. Por razões óbvias.

- A Helena Matos continua, como sempre, atenta, à tradicional incompetência e negligência socialistas iniciadas com pompa e circunstância e inevitavelmente remetidas para arquivo morto logo que terminadas as suas atribuições de propaganda barata. Estou, realmente, farto desta gente.

- Roseta parece surpreender muita gente com os seus flique-flaques (não sei se é assim que se escreve) políticos. Mas o Playbekx não anda distraído e faz uma oportuna consideração sobre a senhora. Em paralelo, corre a sua trajectória política em vários blogues. Surpresa, sim, é quem embarca ainda nestas marés. A JCD faz uma brilhante, como habitualmente, alusão ao tema, também.

- Vai por aí uma desusada excitação com um blogue que celebra seis meses e 100 posts. Chama-se alfaiate mas não é do Panamá. É de Lisboa e pôs o gineceu em polvorosa. Pelas (muitas) dezenas de comentários percebi que era seguido discretamente por muita gente que, de repente, explode, indiscretamente, em exaltação geral.

- O Pedro Correia atingiu 283 vocábulos que odeia. A ver na interessante rubrica que mantém no Corta-Fitas. Vivo na esperança que ele inclua, além de palavras, expressões. E que a primeira seja «aquilo que é». Por exemplo. Fui ao estádio para ver aquilo que é um jogo de futebol. Tenho a certeza que ele entende…
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sábado, julho 18, 2009

As melhores mangas do mundo


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Lá dizia Jorge Amado, na sua infinita sabedoria e disponibilidade de matéria-prima, que era impossível dormir com as mulheres todas do mundo. Mas um homem que se preze devia tentar sempre.

Com a devida vénia por direitos de autor, salvaguardadas as devidas distâncias entre uma mulher e uma manga (Mangifera indica) e reafirmadas aqui e agora a minha incontornável posição de reserva perante qualquer anedota machista, independentemente do gosto que me dá ouvir uma bem humorada piada sexista, por um lado ou pelo outro, com a devida vénia, dizia eu no início deste ror de desculpas e cautelas idiotas (não vá alguma das minhas amigas, familiares directos ou indirectos, colegas e/ou outras personal acquaintances, e vamos ao que interessa se não nunca mais chego lá, ao que quero dizer, entender-me mal) foi de Jorge Amado que me lembrei ao comer, mais uma vez, mas desta vez em profusão desbragada que me custou uma inusitada excitação peristáltica em locais embaraçosos como entrar num avião ou a meio de uma reunião com oficiais responsáveis pela agricultura de um país como o Senegal, aquela que passa por ser a melhor manga do mundo.

A manga da região da «L’Afrique de l’Ouest» é consabidamente a melhor manga do mundo. Moldados que estamos à imagem e ao paladar da manga enorme, enrijecida, de polpa de consistência entre a de um nabo saloio e um pepino de Bruxelas e paladar entre um quarto de Luso e uma talhada de melão branco de Almeirim cultivado em Huelva, degustar um manga senegalesa (ou maliana ou do Burkina) transporta-nos à evocação do pecado e à imediata contestação da máxima de Jorge Amado. Porque depois de comer uma manga do Senegal, todas as outras se tornam supérfluas, descartáveis. Grandes, rosadas/amareladas, de casca fina, sem fios, sumarentas ao ponto de nos obrigar a ir ao duche depois de comer uma, de aroma único e sabor cuja descrição não está ao alcance de um blogger pobrezinho como eu, transporta-nos a um mundo de pecado (e eu ainda gostava de saber desta tendência dos homens de relacionarem o prazer com o pecado, como se não houvesse prazeres bem compostinhos e pecados de sabor horrível, mas isso fica para outra ocasião).

Il faut manger. Allez-y às mangas senegalesas. São, mesmo, as melhores do mundo. E valem bem o aperto e embaraço de subir a escada de um avião a carregar o saco de viagem e achar que temos trinta segundos para chegar à casa de banho mais próxima.


E.T. A manga (Anacardeaceae, Mangifera, Mangifera indica) é uma nativa da Índia e de Burma (Myanmar), sendo particularmente abundante na região de Goa. Presume-se que os portugueses tenham tido um papel muito activo na disseminação da mangueira em África e no Brasil.

É um fruto muito rico em fibra, sais minerais, vitaminas e proteínas, muito nutritivo, portanto. Deve-se evitar comer mangas verdes porque o seu sumo tem, nesta fase de desenvolvimento, propriedades abortivas.

Os maiores produtores mundiais de mangas são o Brasil, México, Paquistão, Índia e África do Sul. Só o Brasil produz anualmente cerca de 600.000 toneladas de mangas, das quais exporta cerca de 100.000 toneladas. A extraordinária qualidade de aroma, sabor e consistência de polpa das mangas de alguns países do Sahel tem concitado o interesse de alguns países na sua exportação para a Europa, assistindo-se a um reconhecido esforço de alguns governos da região nesse sentido.

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Becagueine


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Regressado a casa, depois de uma viagem de trabalho um pouco mais longa do que o previsto, o pormenor que mais me despertou do torpor morno da tropicalidade foi a mudança brusca dos noticiários. Das notícias de televisão de extracção francesa, reconhecidamente sóbrias, abrangentes e interessantes passei à metralha incessante da intriga nacional á volta de patetices e manifestações de insuportável e pueril saloiice. É triste mas é verdade. Talvez este meu desabafo tenha a ver com o acto de Louçã ter sido o primeiro político (????) que ouvi, perorando sobre os desígnios inelutáveis do Bloco na luta contra as prrrrrrráticas parrrrrrrrrrrrrasitárrrrias deste goverrrrrrrrrrrrrrno ( e confesso que nem me lembro já do tema, só me lembro da figura patética de Louçã, olhos a saltar das órbitas e língua a estralejar os erres do costume chamando parasita ao governo).

É uma sensação estranha, este regresso àquilo que me parece uma acabada impossibilidade de escaparmos ao fado da pequenez (o tal Portugal dos Pequeninos), quando a única coisa que parece restar dos desejáveis engenho, dedicação e sentido de serviço público é esta patética forma de nos enlearmos nas tricas domésticas, à revelia dos acontecimentos que verdadeiramente deveriam interessar os portugueses, quer do ponto de vista de andarem bem informados como, sobretudo, preparados, para nos perfilarmos junto dos nossos parceiros na análise e na solução das grandes questões internacionais.
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domingo, julho 12, 2009

Vou ali e já venho



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Vou ali e já venho. Ainda agora cheguei e estou de abalada outra vez o que, independentemente de outros factores meramente circunstanciais, pode significar, perigosamente, que ando a trabalhar demais para o meu gosto.

Fiquem-se com a tempestade perfeita e com o grande «Grand skipper» que nos saiu na rifa, que eu já venho. Sexta-feira estou por aí, de novo. Se puder e tiver tempo irei passando pela blogo, até porque eu quero saber como é que foi o terceiro dia do Cristiano Ronaldo em Madrid e saber melhor aquela coisa do fantasma do Michael Jackson. A CNN desmentiu, mas eu nestas coisas do «além» sou muito respeitador, que com estas coisas não se brinca e Deus castiga-nos, e eu vi, eu bem vi, aquela sombra misteriosa lá numa das salas da neverland. Estarei atento, portanto.


Dakar (Senegal) - Mercado
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A salada do José ( * )


[3238]

Na questão das candidaturas dúplices do PS, Sócrates informou a vassalagem que está farto (Sócrates farta-se com facilidade, farta-se que se farta…) de explicar. E explica outra vez: «a posição para o Parlamento Europeu teve a ver com o que consideramos de importância política sendo as candidatas que mais se destacaram no Parlamento Europeu e com isso dar à delegação portuguesa uma afirmação superior no contexto do Parlamento Europeu», explicou, cada vez mais farto, que os portugueses (e as portuguesas) são assim meio para o burrote. É que a prioridade política da Ana Gomes e Elisa Ferreira são as candidaturas às câmaras, ou seja, destacaram-se no parlamento europeu mas a prioridade, essa, é das candidaturas e por outro lado esta maçada do intervalo das legislativas e das autárquicas serem com quinze dias de intervalo não ajuda nada, porque a prioridade europeia não ofusca a candidatura vencedora de cada uma das duas socialistas, e depois esta decisão do Partido de não permitir candidaturas em duplicado quando foi tomada, já a decisão das candidatadas estava tomada, uma maçada, uma trapalhada, isto da política é difícil, mas daqui para a frente é que é. A Sanfona não gosta mas não tem outro remédio senão ir afinar o instrumento para Alpiarça ou, então, dar uns concertos em S. Bento, agora tudo ao mesmo tempo não dá, ou há moralidade ou comem todos (neste caso, todas), com a excepção já bem explicadinha da Elisa e da Ana, ainda por cima a Ana já disse que não precisa disto para nada porque já foi embaixadora e se quiser pode ser embaixadora outra vez e a Elisa se perder o Porto sujeita-se ao cinzento de Bruxelas, tudo a bem da Nação. Não pode é haver mal-entendidos e vistas bem as coisas Alegre tem razão porque tem que haver moralidade, mas ao mesmo tempo não tem razão coisa nenhuma porque a Elisa e a Ana foram apanhadas a meio e Alegre está a embirrar, é o que é, ele podia e devia muito bem estar calado porque estas duas … pois, já se explicou lá em cima, além de que, e para que conste, Alegre também foi candidato a PR e não deixou de ser deputado por causa disso, então e o milhão?

Não se percebe bem esta salada? Sócrates tempera-a bem, no Público. Qualquer tergiversação da coisa é pura má vontade. É da oposição. Da reacção (aqui está um termo que cai bem dizer de vez em quando para não se diluir nesta apagada e vil ausência de ideologia do presente). É do governo anterior, é da campanha negra, é do clima, é da tempestade perfeita. E não há nada pior que a coisa tergiversada.

Já devíamos estar habituados, que Vitorino bem nos avisou, a tempo e horas. Se não estiverdes (habituados) ainda vão a tempo. Custa um bocadinho mas não dói por aí além.

(*) Sabem os apreciadores de séries televisivas americanas, cinéfilos, residentes na zona metropolitana de Los Angeles e turistas não acidentais que há restaurantes na cidade que criam e anunciam saladas com o nome de celebridades. Sócrates, não escaparia.

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sexta-feira, julho 10, 2009

A tempestade imperfeita


[3237]

Sócrates veste a pele de George Clooney e compara a crise do nosso país à Tempestade Perfeita. Por mim, por uma vez, concordo com o homem. Tirando a parte da imagem retórica em que Sócrates se compara a Clooney e que as ondas maiores que temos por aqui são aquelas do Guincho, o resto bate certo. Vai tudo ao fundo, morre tudo e acaba a história. Ah! Outro ponto de discordância. É que depois, da catástrofe, não me parece que, no nosso caso, haja muita a gente a chorar em terra. Ainda outro «Ah!». Tanto a Mastrantonio como a Diane Lane são mais giras que Câncio ou a Maria de Belém e, imediato por imediato, o Mark Wahlbergh é muito mais pachola que o doutor Santos Silva.

Vistas bem as coisas a única coisa verdadeiramente plausível é a distinta possibilidade de o barco ir ao fundo. Ah! (Um último «Ah!»). No filme, o barco afunda-se cheio de valioso peixe. O nosso barco, infelizmente, está teso que nem um carapau, leia-se sem carapau nenhum, já que estamos a falar de pesca.

Resumindo e concluindo. O Grande Líder vai ao cinema mas não lê as legendas. E como o seu inglês técnico é tão perecível como o chicharro depois de dois dias sem frigorífico, depois saem-lhe tiradas metafóricas destas, sem metáfora nenhuma, tudo baralhado.

A culpa é da Manuela que deve ter rasgado o guião original e inventado outra história qualquer. Só pode.
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quinta-feira, julho 09, 2009

Ai eles são os filhos da nação

[3236]

Viver em Portugal começa a ser penoso. O governo Sócrates, como disse e repeti por várias vezes, tornou-se um embaraço para quem tenha um mínimo de dignidade, sentido das coisas e amor-próprio. As pessoas, já mais ou menos conhecíamos a farinha com que eram amassadas. Mas
ouvir e ver manifestações boçais aos gritos de «Sócrates, escuta, és um filho da puta» e «O Sócrates não cumpriu, vai para a puta que o pariu», por entre petardos e bombas de fumo, envergonha profundamente. E não colhe dizer que Sócrates anda a colher os ventos que semeou e outras coisas do género. Sócrates é o primeiro-ministro e se bem me lembro foi uma maioria clara que o elegeu. E se não gostam, esperem mais um bocadinho e votem noutro. Assim que é. Agora vir para a rua nestes termos faz-me acreditar, cada vez mais, que não somos dignos disso que por aí anda e que insistimos em chamar de democracia. E que a turba boçal em que a maioria de nós se está a tornar confunde com esta forma de se exprimir.
A notícia do Público foi, entretanto, alterada.
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Os tiros bons e os tiros maus. Ou o cu e as calças do problema


[3235]

Quando se fala de polícias e ladrões e, consequentemente, nos tiros de cada um, que é como quem diz os «tiros bons» e os «tiros maus», costumo dizer que já dei para este peditório. De um lado acha-se que esperar e exigir da polícia mais firmeza na contenção dos meliantes, com o recurso a armas de fogo se for caso disso, remete para a nostalgia de um hipotético estado policial em que os meliantes devem levar um tiro nos miolos se espirrarem durante um interrogatório. Ou meterem o dedo no nariz. Do outro, advoga-se a garantia de que qualquer energúmeno, a canalha por assim dizer, pode paulatinamente agredir, roubar ou, até, se a vítima for muito incómoda ou recalcitrante, dar-lhe um tiro. Porque é pobre, porque é excluído, porque é preto, porque está frio, porque fomos negociantes de escravos, porque as autarquias não mandam arranjar as redes das balizas dos campos de jogos dos chamados bairros problemáticos ou por outras incidências bem conhecidas (e usadas) pelos defensores do homem novo que deverá ter a capacidade de uma hermenêutica pericial que lhe permita avaliar todos os cenários de cada vez que se leve um tiro. De um ou do outro lado.

Disse que já dei para este peditório mas a verdade é que cada vez que um polícia dá ou leva um tiro, as claques regurgitam o verbo adequado à situação. Como se faz aqui e onde não se perde pitada de tudo o que aconteça para se vincar bem a tese de que sim, no fundo, no fundo, os culpados são sempre a polícia ou quem acha que a polícia deve agir com mais firmeza e com mais tiros, sem estarem sujeitos ao escrutínio posterior dos burocratas do costume. No cu e nas calças da Fernanda, salvo seja, encontramos de novo e sempre esta forma enviesada de analisar o assunto. A autora diverte-se imenso a explanar as suas teorias e a vituperar tudo o que cheire a qualquer atitude que possa lembrar ou conduzir ao tal estado securitário que a direita tanto emula (pensa ela).

Por estas e por outras, e no meu sinceramente modesto entendimento, é que cada vez há mais tiros nos polícias, a juventude se afoga numa iliteracia deprimente e as prisões se arriscam a ser convertidas em turismo de habitação. E se me perguntarem, ao falar na educação e na justiça, o que é o cu tem a ver com as calças eu diria que sim, que tem. Tem tudo. E que a solução estaria mesmo na firmeza com que na maioria das situações analisadas pela Fernanda, se baixasse as calças a muita gente e se lhes aplicasse um bom par de açoites.
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quarta-feira, julho 08, 2009

Agradecimento


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Quero agradecer, com muita sinceridade, a todos os que felicitaram este blogue pelo «penta» (para usar a feliz expressão do Jorge Ferreira do Tomar Partido), quer através de comentários, quer através de mails ou posts. Decidi não individualizar os agradecimentos, ao contrário do que gosto de fazer, pela simples razão de que o Technorati, em definitivo, deixou de merecer qualquer confiança, e poderia deixar alguém para trás.

Para todos um grande abraço e obrigado.

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Angola aos pedaços ( 2 )


Para os que conhecem: Cachoeira, na estrada que liga o Sumbe/Porto Amboim à Gabela. É uma estrada recentemente pavimentada, de elevada qualidade, que serpenteia serra acima, mas muita perigosa pela sinuosidade e pela humidade do piso devido aos nevoeiros intensos e quase diários nesta altura do ano. Nota-se na foto um pé solitário de café, um indício de que a produção de café está a ser dinamizada, de resto pelo «nosso» Nabeiro através dos Cafés Delta. Apesar de tudo, o café produzido não chega ainda sequer para o consumo nacional.

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Conforme referi em post anterior, tive ocasião de viajar quase um par de milhares de quilómetros em Angola, por estrada, coisa que não fazia há muitos anos. Ir a Angola significava, para mim e muitos como eu, ir a Luanda e fraldiscar no Hotel Trópico onde se tratava de tudo o que havia para tratar até se ir jantar a um qualquer restaurante da ilha.

Desta vez viajei de carro e a primeira impressão é a qualidade das estradas. Largas, bom piso, boas marcações horizontais e verticais, são hoje ligação cómoda e rápida entre praticamente todas as capitas de província daquele extenso território de 1.200.000 km2 onde Portugal cabe catorze vezes e mais uns trocos. E é nesta parte que reparamos que os angolanos substituíram o perigo das minas antigas pelo perigo de se matarem diariamente através do binómio estrada boa/carro bom que claramente domina o interior do país. Na verdade, apesar da superior qualidade das estradas, há um número preocupante de acidentes mortais que aparentemente se explica por isso mesmo.

Há qualquer coisa que me faz meditar na inegável herança portuguesa neste povo longínquo que para além de dispor de sumos Compal, água de Luso, vinho alentejano ou duriense, sardinhas algarvias, manteiga açoreana ou cerveja Cristal, entre provavelmente centenas de outros artigos made in Portugal, herdou um comportamento na estrada que só pode ter permanecido através da nosso legado de gente que guia como se tivesse acabado de roubar o carro. Aceito que a situação em Portugal é hoje melhor, há menos acidentes, menos mortos e um melhor comportamento na estrada. Diria que em Angola estão na nossa fase de há trinta anos atrás em que à velocidade desajustada à topografia do terreno se junta aquela forma estouvada que alardeamos em mais ou menos tudo o que fazemos. O resultado está à vista com acidentes mortais diários a polvilharem as excelentes estradas do país.

Nota: Há milhares de motos no interior de Angola. Qualquer posto de abastecimento de combustível tem, normalmente, um amontoado (em Angola não há bichas, há aglomerações) de muitas, mas muitas dezenas de motos que são o transporte de excelência no exterior. Quer para transporte próprio quer para fazer de táxi. As motos são chinesas, muito baratas (uma 250 c.c. pode custar cerca de não mais que US$1000) e de marcas inimagináveis como «leopardo», «leão da savana» e/ou termos regionais. São motos de conceito antiquado mas design mais ou menos actualizado e apelativo. Enxameiam as pequenas povoações ao longo da estrada e há uma espécie de liturgia a seguir no seu abastecimento, como me foi explicado e que consiste no abastecimento diário na quantia exacta do resultado da actividade do dia. Nem mais, nem menos. Isso, aliado ao monopólio da distribuição de combustíveis da Sonangol origina aglomerações de mais de uma centena de motos nas bombas. Curiosamente, os motociclistas facultam a passagem de um carro ao local do abastecimento, abrindo alas á sua passagem àqueles que, como eu, pensavam que teríamos de aguardar que cem motos fossem abastecidas até chegar a nossa vez. Cá está uma simpatia que os angolanos devem ter herdado de todas a gente que não dos portugueses, com certeza absoluta.

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terça-feira, julho 07, 2009

Cinco anos a entreter-me


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O Espumadamente cumpre hoje 5 (cinco) anos.

Foi bom, foi gratificante, conheci muita gente interessante e passei a ser uma pessoa mais bem informada desde que um dia resolvi aderir ao «sistema» com o propósito único de puro entretenimento, tal como reza o banner do template (ena, esta do banner do template soa bem, iniludivelmente. Curioso é que nem banner nem template dão erro ortográfico no computador…).

Um obrigado sincero a todos os que por aqui passam e aqui ergo uma taça de «espumante» convosco. Sem vocês, certamente que já teria parado há muito tempo.
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