terça-feira, março 31, 2009

A ler, que o discernimento dos outros não ocupa lugar

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A política económica de José Sócrates e do Ministro Manuel Pinho baseia-se no conceito de Estado Empresário. José Sócrates, Manuel Pinho e mais meia dúzia de assessores escolhem as áreas de negócio e os projectos em que as empresas devem apostas. Por vezes o Estado aparece como facilitador, graças ao sistema público de cunhas (também conhecido pelo sistema de Projectos com Interesse Nacional). Por vezes o Estado aparece como financiador (obras públicas). Por vezes aparece como comprador de electrodomésticos (Magalhães). Por vezes faz o papel de departamento comercial (Magalhães, Energie). Por vezes aparece como ideólogo (Via CTT). Por vezes aparece como parceiro pagante (carro eléctrico). Por vezes aparece como sócio gestor (Aerosoles). Em todos os casos, os homens do governo fazem conjecturas (que por natureza são falíveis) com o dinheiro público. O tempo de vida da maior parte dos projectos é muito superior a uma legislatura, pelo que já não estarão cá quando a maior parte dos projectos fracassar.

A óbvia questão que se coloca é a seguinte: Porque é que José Sócrates e a sua equipa haveriam de ter conjecturas melhores que cada um dos milhares e milhares de empresários portugueses? Sabemos que a performance académica de José Sócrates foi medíocre. Sabemos que ele não é conhecido por ser um empresário de sucesso no sector privado (mesmo pressupondo que são verdadeiras algumas histórias que se contam sobre o seu espírito empreendedor, sobretudo na área da arquitectura e intermediação de licenciamentos). Sendo assim, o que é que qualifica José Sócrates para ser o empreendedor com os mais valiosos projectos em curso em todo o país?


João Miranda no Blasfémias
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