segunda-feira, setembro 29, 2008

Envelhecem, adoecem e nem avisam, não nada...


[2696]

Ai o bandido. Sacana. Estropício. Gandessíssimo filho de um comboio de senhoras mal comportadas. Vilão. Néscio. Cancro? 4 vezes? Isto faz-se? E se ele morre, pá? Fica a Palin? E depois como é que é?

O que nos vale é gente precavida. Vigilante. Olha se o 5 dias não estava à coca.

Que os americanos corram riscos deste jaez ainda se entende.
Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim!...Mas portugueses, Senhor, porque lhes dais tanta dor? Porque padecem assim?
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Sobre a atribuição de casas pela CML


O bairrismo antilisboeta deste homem é primário, está-lhe nas tripas e raia o absurdo. Qualquer coisa lhe serve para esse fim.
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Os donos do 25 de Abril


[2694]

"Sinto uma profunda repulsa por esta gente. Ouvimo-la, vemo-la, assistimo-la e percebemos que está ausente de paixão. Falha de coragem, gananciosa e sem escrúpulos, diz umas coisas por dizer, removidas quaisquer ideias de progresso, isentas de padrões e de princípios. Resignámo-nos e acabámos por aceitá-la, sem força nem ânimo para a combater até à sua desaparição".

Baptista Bastos, que se soube agora ter beneficiado de uma casa da CML, por ser pobrezinho, escritor, jornalista e antifascista. Sim, esse que passa a vida a perguntar onde é que estávamos no 25 de Abril. No Jornal de Negócios de 12/9/08, referência que agradeço ao RAF do Insurgente.

É claro que choca. Saber que são atribuídas casas (só em Lisboa são mais de 3.000 com renda média de €35) segundo critérios que ninguém sabe bem quais são mas onde parece ser aconselhável ser intelectual, jornalista, artista ou ter um passado antifascista é de vómito mas, no fundo, nada que surpreenda muito neste país. A questão é que esta gente que se arvora de esquerda impoluta, moral e intelectualmente superior que não só se apregoa diariamente, como nos espartilha com o acinte advindo dessa pretensa superioridade, fazendo-nos sentir confortados com a sua vigilância diária em nome da moral e dos bons costumes, acaba por ser descoberta aqui e ali e isso provoca-me uma repulsa bem maior do que a prática habitual e instituída da cunha e do conluio em que vivem.

Esta gente não tem vergonha na cara e não há atributos colaterais que lhes valham. São "trambiqueiros", period. E não hesitam em se prestar à pantomina fácil para eles próprios beneficiarem das prebendas que condenam. À noite olham-se ao espelho e interrogam-se sobre o que seria esta sociedade decadente, não fora eles cuidarem dela.

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domingo, setembro 28, 2008

Benfica 2-0 Sporting


[2693]

O Sporting perdeu e é bem feito. É que, não sei bem porquê, Paulo Bento agora não fala, ralha. Zanga-se imenso a olhar para as câmaras e só não ralha mais porque não consegue articular frases com mais de 4 palavras. Talvez porque esteja na moda. E ainda não percebeu que é preciso dizer aos seus subordinados que se tem de passar a bola antes de se apanhar com o adversário em cima e rematar sem ficar à espera que lhes apareça pernas à frente. E deixar-se de birras, tirar as birras a Vukcevic mas pô-lo a jogar. Sem falar no guarda-redes de nome impronunciável. Terá ainda de explicar a Derlei que ele é apenas um jogador sofrível e que entra em campo para jogar e não para passar a vida a tentar ganhar faltas (vulgo atirar-se para o chão, que é aquela parte em que os nossos comentadores desportivos começam a dizer que se está a gerir o jogo com inteligência). Finalmente um clube que tem um jogador que se chama Pereirinha não vai a lado nenhum. Pereirinha é nome de gente?

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Crystal clear...


[2692]

Lá vou eu de novo!

Este bloguinho foi o primeiro a alertar para o fator Sarah Palin na campanha republicana (um tanto esmaecido agora). E também vai ser o primeiro — talvez o único, mesmo que esteja certo — a afirmar: McCain está jantando o democrata Barack Obama. E ainda palita os dentes. Compreendo agora, de forma mais clara, de onde decorre o sucesso de Obama. Ele repete literalmente tudo o que diz o jornalismo anti-Bush.

Impressionante! Diante da questão do que fazer com a guerra do Iraque, Obama limitou-se a demonizar a guerra e a apontar o erro daquela escolha. McCain foi no fígado e de modo irrespondível: o próximo presidente não vai decidir sobre os motivos daquela guerra, mas como e quando tirar os soldados do Iraque. E insistiu: os EUA estão ganhando a guerra, o que Obama se nega a reconhecer.

Em seguida, veio a questão do Afeganistão. E Obama insistiu no que, não tenho dúvida, é o maior de todos os seus delírios: a possibilidade de os EUA atacarem o Paquistão, hoje um aliado americano, caso o país “não queira ou não possa combater a Al Qaeda”. McCain aproveitou e defendeu que se aprofunde a aliança com o Paquistão para combater o terrorismo no Afeganistão. É o sensato, ou veremos o que, de fato, é o inferno.

Na questão do Irã, cheguei a ficar com pena de Obama. McCain lembrou que o democrata defende conversações, sem precondições, com delinqüentes como Ahmadinejad, Chávez e Raul Castro. E provocou: “Ahmadinejad, que defende que Israel seja varrido do mapa” (e fez uma cara de asco quando disse isso). E indagou como se pode conversar com essa gente sem precondições. Obama tomou a palavra e tentou dizer que não era bem aquilo e... defendeu a conversação com a escória “sem precondições”!!! Sem saída, restou-lhe dizer que o presidente do Irã não é o homem mais poderoso do Irã.

Em seguida, veio a questão da Rússia. Qual deve ser a relação dos EUA com o país? Obama conseguiu dar uma resposta SEM TOCAR NA QUESTÃO DA GEÓRGIA. Sim, isto mesmo: defendeu que os países cooperem e vivam em paz. Ora... McCain, claro, falou que não se pode voltar à Guerra Fria, mas que a invasão da Geórgia é inaceitável.

Obama é um orador poderoso. Como debatedor, é uma fraude. Perdeu todos os embates para Hillary nas primárias, mas a imprensa jamais admitiu. Como seria como presidente? Bem, não sei. O democrata referiu-se a Geórgia só quando retomou a palavra para dizer que... McCain estava certo. Obama parece um líder estudantil. Se conteúdo em debate definisse o presidente, McCain estaria com seu lugar assegurado na Casa Branca
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Por Reinaldo Azevedo na Veja.com. Via Corta-Fitas

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sábado, setembro 27, 2008

Em casa, como ele quis


[2691]

Paul Newman - 25/01/25 - 26/09/08

One of the greatest. Ever!
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Afinal quem ganhou?


[2690]

Já é quase uma da tarde e ainda não consegui ler em nenhum blog quem é que ganhou o debate desta madrugada entre Obama e McCain. E digo ganhou, porque somos peritos em canalizar a nossa capacidade analítica para a forma redutora de ganhar ou perder, quando muitas vezes um debate não produz vencedores nem vencidos, apenas serve de montra às ideias de cada qual. Mas nós não resistimos. Não só temos de dizer quem ganhou como, inevitavelmente, terá sempre de ganhar o da nossa simpatia.

Consegui ver o debate do princípio ao fim porque fiquei agradavelmente surpreendido com a substância de ambos os candidatos, embora eu não hesitasse no meu voto em McCain. Mas isto era se eu fosse americano. Como não sou, limito-me a torcer por um homem que me parece bem mais apetrechado para gerir uma nação como os USA do que Obama.

Quanto à parte perversa da coisa, vou ficar a aguardar e a divertir-me com os especialistas “em uso nesta repartição”.

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A importância de se poder modificar a causa

[2689]

... o que eu gostava que a Estrela Serrano, da ERC, me mandasse um mail e que pedisse para que, em nome da "liberdade de expressão", eu o publicasse no "corpo" do meu blogue! Gostava tanto, tanto, tanto. Eu até acho que o Gabriel Silva podia fazer um workshop desta merda: "Dez conselhos para que uma gaja qualquer da ERC invoque estupidamente a liberdade de expressão para impingir textos merdosos em blogues alheios". Doutora Estrela Serrano...quer fazer um homem feliz, quer poder sentir as suas mãos a passar nas minhas pernas? Mande-me uma cartinha para "o corpo" do meu blogue.... nem precisa de ser em nome da "liberdade de expressão", pode ser em nome doutra merda qualquer, em nome do Quim ou assim.

Maradona in A Causa foi modificada
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sexta-feira, setembro 26, 2008

O direito à indignação e o mau gosto na boca


[2688]

Juro que não é anedota, que não recebi por mail nem é conversa de café. Ouvi eu na TSF, exactamente às 11:28. Desta vez tive o cuidado de registar o tempo.

O forum de hoje era sobre a qualidade dos produtos que compramos e o programa terá sido inspirado na recente crise do leite chinês. Então, entre várias reclamações sobre produtos à venda nas lojas chinesas, desde sapatos a chocolate, passando por chinelos, ouvi este telefonema (vou procurar ser fiel no discurso, tanto quanto possível):

- Bom dia ao forum e parabéns pelo programa. Olhe, era só para dizer que outro dia comprei um baton na loja dos chineses e depois quando usei, dum lado dizia baton, do outro dizia lipstick. Do lado que dizia baton tudo bem, mas cada vez que punha do lado que dizia lipstick ficava com os lábios inchados e mau gosto na boca. Portanto era para lançar este alarme.

Não sei se o alarme era para ninguém comprar mais baton nos chineses ou se era para se ler bem as instruções antes de se meter na boca seja lá o que for. Sobretudo se na extremidade de alguma delas tiver “lipstick”. Incha os lábios e dá mau sabor.

Nota: Ouvi no Fórum, verdadeiras pérolas reclamando sobre os produtos chineses. O que é marcante é a cultura da queixa que nós cultivamos como um canteiro privilegiado do nosso jardim das desgraças. Foram muitos anos de fado da coxinha, da esgraçadinha no gamanço a trabalhar pro pai tuberculoso e, num passado mais recente, do direito à indignação que Mário Soares nos ensinou a ter, nos intervalos em que ele próprio se indignava e insultava polícias, por exemplo. O resultado está à vista. Um povo queixinhas. Queixinhas e desgraçadinho. Queixinhas, desgraçadinho e indignado. Ele é o baton dos chineses, o crédito dos bancos, os timeshares, tudo coisas, enfim, que achamos que somos obrigados a aderir. Ainda ninguém se lembrou de começar a explicar aos portugueses que só compra lipstick e pede créditos pessoais quem quer. Ninguém é obrigado. Mas isso é uma história que dava para o resto da manhã...

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Post Zulu


[2687]

“Pegando” no nevão de Domingo no Kwazulu Natal, e para aqueles que conhecem bem a região, deixo aqui um pequeno apontamento (incompleto) do nome actual de algumas das principais cidades da província.

Ladysmith – Uthukela
Port Shepstone – Ugu
Pietermaritzburg (capital provincial) – Umgungundlove
Dundee – Umzinyathi
Newcastle – Amajuba
Município metropolitano que inclui Durban e cidades limítrofes – Ethekwini

Algumas cidades mantêm os nomes anteriores como Vryheid, Tongat, Empangeni e Umhlanga Rocks.

O clima e a Golden Mile de Durban, de que aqui deixo uma imagem, mantiveram-se inalteráveis.

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quinta-feira, setembro 25, 2008

Sufoco ( 2 )


[2686]

É bom verificar que não estou sozinho a sentir-me sufocado com esta versão de primeiro ministro que nos pastoreia e, muito provavelmente, pastoreará por outro mandato. Também a JCD do Hole Horror reparou nas particularidades de Sócrates, de cada vez que ele ralha com alguém ou se indigna e envereda por uma senda de lugares-comuns e demagogia de fazerem corar qualquer venezuelano “chavista”. No caso em apreço, retive o termo gananciosos que Sócrates repetiu à exaustão. A JCD reteve bastante mais exemplos que, lidos agora, me vêm de novo à lembrança.

Repito: É um sufoco, este homem! Um demagogo. Cheap e choco. Insuportável.

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Agora é na margem-sul


[2685]

Penso que estamos a pagar um preço demasiado caro por tudo o que se tem feito e não tem feito face a uma imigração desregulada, acomodada a "trouxe-mouxe" e, sobretudo, inquinada pelo politicamente correcto, que as luminárias do costume conseguiram fazer prevalecer ao longo dos anos.

É curioso lembrar que a mais superficial referência ao tema imigração nos remetia, durante anos, para o pensamento político de le Pen. Racista, fascista e xenófobo. Hoje, a pressão de uma considerável faixa de população, cuja última culpa é a de serem permanentemente alvo de injúrias, assaltos, agressões e até assassinatos tem feito alargar um pouco o leque de referências e, aqui e ali, já se vai falando no assunto com mais realismo. Apesar dos esforços dos especialistas correctos e moral e intelectualmente superiores da paróquia que acham que todos os imigrantes são vítimas de políticas racistas, xenófobas e são atirados para guetos e correlativos. Estão bem frescas ainda as reacções do inefável confrade Daniel Oliveira e da Diana Adringa que não é confrade nem inefável, sobre o arrastão que não houve em Carcavelos. "Não arrastão", aliás, que mereceu uma visita de Jorge Sampaio à Cova da Moura. Não me lembro se Sampaio chorou, mas retive este episódio como um dos mais patéticos momentos da nossa sociedade e de profundo desrespeito por aqueles que umas horas antes tinham sido atropelados, agredidos e roubados. Lembro-me é que todo o arraial se compôs de uma forma que a ideia geral foi a de que as pessoas não tinham nada que ir para Carcavelos naquele dia e que os jovens se excederam um bocadinho, tudo isto fruto de se sentirem marginalizados. Daí que roubar e agredir os banhistas de Carcavelos tenha sido uma situação perfeitamente aceitável.

A verdade é que os incidentes se multiplicam e desde o remoto arrastão, é rara a semana em que as lutas, escaramuças, assaltos e mortes se sucedem. Naturalmente que os mais vulneráveis são exactamente aqueles que só têm dinheiro para ir a Carcavelos e que residem em zonas paredes-meias com malfeitores. Que é disso que se trata e bom seria que se deitasse mão a todas as medidas preventivas que acharem por bem adoptar, mas que entretanto não se esquecessem daqueles que ao longo do programa vão sendo roubados, agredidos e, aqui e ali, mortos. Em português corrente: - Reprimir já para não morrer mais ninguém, ou o menos possível e, paralelamente, iniciem então a profilaxia que entenderem. Mas haja respeito por todos aqueles que estão a ser vítimas de uma situação caótica e de reconhecido descontrole sobre um bando de malfeitores. Impunes.

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Sufoco


[2684]

A imagem e a voz de Sócrates, de cada vez que intervém na televisão (e são muiiiiiiitas), começam a constituir um factor de insuportável sufoco. E esta manhã o homem resolveu finalmente falar sobre o caos da economia mundial em termos e tom que nos incita praticamente a correr para os túneis do metropolitano, em busca de abrigo contra as maldades dos capitalistas. Um dia destes o plano tecnológico inventa para aí uma sirene on line, bastando carregar uma tecla de um Magalhães e fazer enter. E aí vamos nós para o abrigo a fugir dos capitalistas. Eu bem tento fazer delete sempre que ele fala mas a tonitroância (esta saiu-me agora e dá erro) foi de tal maneira que não consegui furtar-me a ouvir a palavra ganância, proferida seguramente umas 10 vezes.

Permaneçamos calmos, portanto, que temos um primeiro-ministro a tratar de nós e que tratará da saúde dos gananciosos. Ah! E mais. Vai controlá-los. Têm de ser controlados. E que pessoa melhor para controlar capitalistas malvados e gananciosos que um engenheiro civil especializado em inglês técnico? Ou mesmo engenheiro técnico que fosse, com especialização em inglês civil. O que vale é que ele vai controlar e ficamos todos a coberto dos gananciosos. É bom que não nos esqueçamos disso quando formos votar. Mas se nos esquecermos, eu tenho a certeza que ele há-de aparecer por aí a lembrar-nos.
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Nevão no Kwazulu Natal






[2683]

Acabadas de chegar, fresquinhas, estas fotos ilustram um forte nevão ocorrido no passado Domingo na região Kwazulu Natal. Elas são dirigidas sobretudo àqueles que tenham um conhecimento mínimo da geografia da África do Sul e/ou que por lá tenham andado, na certeza de que acharão curioso este nevão. Para mais, numa altura em que a Primavera acabou de se instalar. Para os que não conhecerem o Pais, elas serão meras fotos de um nevão.

Foto 1
: A contradição. Se a "Associação Recreativa e Cultural dos Amigos das Alterações Climáticas" descobrem a foto de um cacto nevado fazem já 8 artigos de opinião, 2 documentários subsidiados e mandam um convite a Al Gore para vir a Lisboa dissertar sobre este cacto zulu;

Fotos seguintes
: Nottingham Road
e a última em Draks Gate.
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quarta-feira, setembro 24, 2008

Curto e grosso


[2682]

"Pôr onze membros do Governo a distribuir computadores pelas escolas, como se distribuem bananas a macacos é pura e simplesmente obsceno. O Governo perdeu o senso. A RTP fazer o que fez com isso mostra-nos que o serviço público está possuído pelo espírito venezuelano".

Obrigado ao Jorge Ferreira pela limpidez sintética deste post.

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terça-feira, setembro 23, 2008

A culpa é dos cow-boys, claro


[2681]

Um jovem de 20 anos entrou numa escola duma cidade finlandesa e desatou aos tiros. Aparentemente há 10 mortos confirmados e vários feridos.

A pressurosa TSF, no seu boletim de notícias, salvo erro das 11 horas, entrou em contacto com o seu correspondente na Finlândia para um apontamento de reportagem e este foi adiantando que o rapaz, vestido à comando e influenciado pelo que costuma acontecer nos EUA entrou na escola e começou a disparar indiscriminadamente.

O à-vontade e falta de pudor com que esta gente se apressa a colocar o ferrete nos americanos por tudo o que de mal acontece no velho continente chega a atingir o absurdo e é de um cretinismo sufocante. No caso da Finlândia, por exemplo e salvo erro, já tinha havido um episódio semelhante em Novembro passado. Apetece perguntar a estes correspondentes a quem se refeririam eles como sendo a nefasta influência das maldades europeias antes dos EUA existirem. Certamente não saberiam, muitos deles não saberão, sequer, há quantos anos existem os norte-americanos.

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segunda-feira, setembro 22, 2008

Fall, again


[2680]

Quem me conhece sabe como gosto do Outono. Ele está aí de novo, como um mosaico das cores que nasceram na Primavera e se foram esbatendo no Verão. Por encanto, todas elas revivem e se exaltam, como se pressentissem que vão morrer para dar lugar ao cinzento único do Inverno anunciado.

Pode ser que essa seja uma das razões por que gosto do Outono. Pode ser o mosaico das cores, pode ser o turbilhão dos cheiros enovelados pelas folhas que vão caindo e restolhando pelas ruas ao sabor dos primeiros ventos frios que começam a soprar. Pode ser, mas também sei que o Outono é o epílogo de uma novela que todos os anos se renova e, frequentemente, se vai sem saudades que permaneçam.

Para além de tudo isto, porém, o Outono é uma estação fabulosa de encanto e beleza. Pela cor, pelo odor e pelo pureza do ar fino e frio que respiramos. E recorda-nos ainda que vivemos numa região do globo onde ainda há quatro estações bem demarcadas. Nem todos podem dizer o mesmo…

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Começa...


[2679]

Já pingou esta noite. As primeiras notícias sobre a desgraça que se abateu sobre o “comércio tradicional de Coimbra” e o centro de Albufeira lembram os autarcas que está na hora de mandar limpar as sarjetas.

Até nisto somos como o menino e o borracho a quem Deus não se esquece de pôr a mão por baixo. Manda-nos umas chuvas amenas, inundam-se meia dúzia de lojas do comércio tradicional (adoro este pormenor das notícias, as desgraças nunca afectam os malandros das grandes superfícies, a vítima é, invariavelmente, o comércio tradicional) e lá ficamos nós avisados para irmos a correr limpar sarjetas. Se estivermos muito ocupados – hoje, por exemplo, vamos estar ocupados a ouvir o plano do “Zé que nos fazia falta” e sobre os passeios de bicicleta de Mário Soares em Sintra –pode acontecer que chova outra vez e se inundem mais uns snack-bares. Mas isso já era azar, caramba.

Logo se vê. Pode ser que não chova ainda.

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As rampas de Sintra e o plano do Zé


Vá! Tudo para o trabalho, sem carros.

[2678]


Mais um dia europeu sem carros.

Desta vez a RTP esmerou-se e no "Bom Dia Portugal" já me comunicou por três vezes que Mário Soares costumava andar de bicicleta (imagine-se). Já andou nas Seichelles (e eu pensando que ele só tinha andado de tartaruga) e em Sintra. Instado sobre o assunto, Mário Soares disse ser um aficionado (termo dele) das bicicletas mas que em Sintra é um bocadinho complicado, por causa das subidas e das descidas (imagine-se, outra vez).

Já noutro local, o “Zé que nos fazia uma falta tremenda” anunciou-nos a abertura da pista que vai do C. do Sodré a Alcântara. Mas que vai haver mais. Um jornalista pressuroso perguntou-lhe, enigmático: Mas é o plano? É o plano, disse o “Zé que nos fazia uma falta tremenda”.

Com campanhas destas, germina e floresce em mim uma vontade incontrolável de pegar no carro e só o largar logo bem à noitinha, depois de emitir uma data de CO2. Não há verdadeiramente pachorra para tanta cretinice!
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sexta-feira, setembro 19, 2008

Mexilhão e estúpido, ainda por cima


[2677]

A subida ou descida do produto final (a gasolina e o gasóleo) tem sido campo fértil de várias teses. Umas, as dos que vão á bomba atestar os depósitos, outras provindas daqueles que vêm á televisão ou escrevem blogues mas que percebem imenso do assunto e nos explicam que esta coisa do crude baixar não tem nada a ver. Crude é crude, gasolina é gasolina, um produto refinado e nós somos compradores de gasolina e não de crude e "pardais ao ninho". Apesar de tudo, houve alguém, e sinceramente não me recordo de quem, que admitiu que a Galp cometeu um grande erro qual seja o de ter aferido os preços de venda dos combustíveis quase ao minuto, sempre que o petróleo subia. E nós sabemos como ele subia ao minuto, por vezes. Em resultado desse “erro” o mínimo que os consumidores esperariam é que as descidas se processassem mais ou menos ao mesmo ritmo da descida do petróleo bruto, a que já chamam “correcção de mercado”, já que as condições para subida continuam a ser as mesmas, furacões, baixas de stock, instabilidade na Nigéria, guerra do Iraque ou uma rinite alérgica de um gajo qualquer.

O resultado é que por muito que se esforcem, a impressão de que todos nós (os que pagamos combustíveis e produtos de consumo afectados pela subida dos mesmos) nos sentimos no papel do mexilhão com esta pantomina dos preços. Porque o que fica é exactamente aquilo a que alguém chamou um erro, imagine-se. Ir acertando as subidas ao minuto e quando a descida temos apenas as doutas explanações de quem sabe da poda, sendo que a poda neste momento é o mundo intrincado do negócio das petrolíferas e que não está ao alcance do comum mortal, pouco dado a este tipo de negócios.

A agravar a situação aparece-nos um inominável ministro a protestar o seu empenho em “moralizar a coisa” (ora aqui está uma medida que me faria imenso jeito, que me moralizassem a coisa…) e que “era o que faltava era que ele não tomasse medidas na defesa dos contribuintes".

Está tudo dito. Mesmo assim, não sendo eu economista, técnico de petróleos nem empregado de estação de serviço, tenho para mim que fosse o mercado realmente liberalizado no sentido de haver uma efectiva concorrência nos preços do produto a ver se os combustíveis baixavam ou não baixavam. E palavra de honra que me causa uma profunda irritação quando me sujeitam às doutas explicações sobre o facto de à descida do crude não ter necessariamente que corresponder a baixa do produto final. Sobretudo porque dito com um ar de que eles é que têm os livros e nós não percebemos nada disto, como de costume. E que nem vale a pena explicar-nos mais do que o que absolutamente necessário, não fôssemos nós ter algum AVC.

E terminada esta oração de sapiência vou ali meter combustível, que tenho de ir trabalhar.

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quinta-feira, setembro 18, 2008

Mistérios


[2676]



Fora de gozo. Alguém me explica o que é uma chapelada?

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Não percebo



[2675]

Por qualquer razão que me escapa, o post anterior não aceita em simultâneo os links das capas dos jornais e os dos blogs.

Assim sendo, ficam aqui, ainda que em separado, as capas a que o post anterior se refere.

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Não se faz


[2674]


Tenho de me render à evidência. Depois de um jogo em que os tripeiros despacharam os turcos num jogo importante como os da "Champions League", os diários desportivos lisboetas de hoje lançam as capas que acima reproduzo.

Desta vez tratámos mal os murcóns, carago, e eu, para além de mostrar uma faceta desconhecida do meu impoluto carácter, arrisco-me a receber dois ou três comentários simpáticos pelo simples facto de ter escrito este post.

Não se faz....

P.S. Ó menina, lá por achar que desta vez têm razão, este post não pode dar guarida ao branqueamento de um passado recente em que a fruta corria livremente por aí!...

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A História a que as nossas crianças têm direito


[2673]

É com espanto e indignação (eu que estou longe já dos conteúdos didácticos em curso) que verifico como em muitos manuais escolares ainda hoje se ensina a história. Tiradas como, e cito,

“…o comunismo foi positivo para a economia…
...o exército Zapatista é um movimento social…
...a globalização quer transformar o mundo num vasto casino…
...se, na URSS, a acção de Estaline provocou milhares de mortos, nos EUA a perseguição aos suspeitos de simpatizarem com o comunismo transformou-se numa verdadeira caça às bruxas…
...Cuba atravessa sérias dificuldades por causa do bloqueio americano e tenta ultrapassá-lo através de uma aproximação à Europa…”

fazem parte de um número de manuais escolares, aliás citados num blog que à frente “linco”.

Estas pérolas e muitas mais constam de um extenso material publicado na Sábado e compilado pelo blog Fiel Inimigo, com transcrições literais e respectivos “links” de várias monstruosidades, afinal em uso ainda em manuais correntes no nosso sistema de ensino.

Pessoalmente não sei sequer definir o grau de irresponsabilidade de quem manda e autoriza estes desmandos. Vale a pena ler o “blog lincado” e ler o tema na totalidade, os exemplos que dou são apenas uma pequena amostra.

Há, ainda um factor que me espanta. Ou nem por isso. A aparente indiferença com que os professores “passam” por episódios como estes. Devem estar assoberbados com a aglutinação de voto pretendida para as próximas legislativas, para contrariar a "ditadura da maioria" (!!!).

Assunto percebido via JCD no Blasfémias.

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quarta-feira, setembro 17, 2008

O fim do capitalismo?


Clicar para ver bem a cornada

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terça-feira, setembro 16, 2008

Quatro meses depois...


Clicar na foto para ver melhor como eram os suspeitos em Maio

[2671]

Tem de haver. Tem de existir uma razão forte para a Judiciária mandar hoje uma foto de dois suspeitos de um assassinato cometido há quatro meses no Bairro Alto, para divulgação na imprensa. Pode ser que os suspeitos entretanto não tenham alterado o detalhe de barba, mudado de roupa, engordado, emagrecido, perdido um braço num acidente de viação, rapado o cabelo à escovinha e serem reconhecidos por um leito do Diário de Notícas, mas, mesmo assim, acolheria de bom grado uma explicação para a publicação em meados de Setembro de uma foto recolhida numa câmara de vigilância em Maio.

Também pode ser que seja eu que não perceba nada de polícias e ladrões...

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Wish you were here


[2670]

Richard Wright - 1943/2008

Um dos meus fétiches de juventude. E não só.

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Acordar com vontade de falar mal de alguém



[2669]

Nas minhas incursões pelo mundo fantástico dos comentários desportivos (leia-se futebol) há duas personagens que marcam incontornavelmente a minha sensibilidade. Um chama-se Rui Santos e é o arquétipo do português mal falante mas que acha que fala bem, mas o seu discurso é um arrazoado de ideias (?) amontoadas, sem fio nem consistência, perdidas entre termos e expressões absolutamente fantásticas e em cujo emaranhado ele próprio se perde. Deixa cá ver se consigo dar um exemplo, pobrezinho que seja, por palavras minhas:

A selecção nacional fez um jogo, como direi, vamos lá ver, Carlos Queirós, que como se sabe é persona non grata em Alvalade, vamos lá ver, todos sabemos que no Sporting, Sporting que está a jogar bem mas onde Paulo Bento não consegue disfarçar que o problema, vamos lá ver, o problema de Vukcevic, quer dizer, o empresário, mas vamos lá ver, os jogadores têm que se compenetrar que em futebol as coisas são o que são, já com o Porto, vamos lá ver, o balneário é uma das coisas mais importantes, pois, quer dizer, eu recordo-me que num jogo com o Sevilha, o Benfica, que aliás, vamos lá ver, tinha feito muitas contratações…

Pois, "vamos lá ver", eu seja ceguinho se este naco de prosa não é bem conseguido e se Rui Santos não fala assim mesmo. A telegenia, naturalmente, não ajuda porque por cima da testa maquilhada e empoada para a exposição televisiva surge um cabelo revolto “embebido” em gel, numa dose que me faz pensar que antes de ir para a cama o homem precisa de duas horas de chuveiro. A menos que vá assim para a cama, mas custa-me a acreditar.

Outro é Fernando Seara. Não usa gel (não teria onde, mas isso não é culpa dele…), expressa-se bem mas é aquele tipo que fala para os outros, fala para si e fala em voz off. Faz a despesa completa. Nada se passa naquele estúdio que não tenha como pano de fundo a foz aflautada de Fernando Seara. Ao género daquelas pessoas que falam e se concentram no que estão a dizer. Tudo, entretanto, enquanto falam, lhes é alheio à volta. Perguntas do moderador, dos colegas de programa, tudo, mas tudo, é secundário. O homem diz o que tem a dizer e mantém-se imperturbável num monólogo interminável que de todo torna impossível que se oiça o que quer que seja quando os outros estão a falar. Há pessoas assim. Muitas. Por razões que não percebo porquê. Mas há. Falam connosco, dizem o que querem, nós queremos ripostar, complementar, comentar e quando pensamos que estamos a ser ouvidos, lá vêm eles com o “resto” da sentença anterior, ou perdidos na divagação romântica e auto-contemplativa do que acabaram de dizer. Muito comum, esta característica. Bem mais do que o desejável.

No caso de Fernando Seara e agora que se fala na sua putativa candidatura à Câmara de Lisboa, bem me saberia que Sintra (e, na intimidade, Judite de Sousa), continuassem a merecer a inquietude falaz da criatura e o mantivessem acolhido por lá. Lisboa é muito mais mediática, tem menos incêndios, eu sei, mas imagino a frequência com que passaríamos a ter de ouvir Seara.

E satisfeito este meu desejo estranho de ter acordado com vontade de falar mal de alguém, vou trabalhar. Antes que comecem a falar mal de mim.

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segunda-feira, setembro 15, 2008

O conforto de uma boa notícia



[2668]

Tive deste homem a visão de um militar agarrado às patilhas e escrupuloso cumprimento do RDM. Na inexperiência da minha juventude e com a embalagem trazida pelo traquejo adquirido no serviço militar obrigatório, interrogava-me sobre a viabilidade de um país em revolução, comandado por um camuflado de patilhas, carrancudo e, aparentemente, limitado.

Hoje, notícias como esta fazem-me curvar perante um homem que não só provou a sua rectidão e honestidade como, a seu tempo, soube encostar às cordas um grupelho de aventureiros que não hesitavam em prender e matar para levar avante uma ditadura popular (???). Curvo-me ainda pela forma como Ramalho Eanes pontilhou o seu percurso de vida, estudando e valorizando o seu acervo intelectual.

Esta atitude de agora acaba, assim, por não ser uma verdadeira surpresa. Apenas um exemplo de que ainda há gente que merece o meu profundo respeito. Muitos outros teriam guardado o dinheiro, sem pestanejar ou, num arroubo de hipócrita modéstia, tê-lo-iam canalizado para os caminhos tortuosos de uma Fundação qualquer.

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domingo, setembro 14, 2008

A good laugh



[2667]

Um excelente momento de descompressão. Imagine-se como seria se os americanos tivessem sentido de humor e soubessem apontar os países nos mapas…

Via, com a devida vénia, Mar Salgado
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sábado, setembro 13, 2008

Juke box 65

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Estou com a minha vizinha, ou não fosse ela uma vizinha de gosto refinado. Era o duo maravilha, mesmo. Em qualquer estilo.

Nota: Ainda hoje tenho, em cassete VHS, o concerto deles em Central Park. Coisas de “Kota”!

Bom fim-de-semana para todos.

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sexta-feira, setembro 12, 2008

Estes americanos são levados da breca


Cidadãos cairotas discutindo paulatina e democraticamente as razões que levaram os americanos a deitar as torres do WTC abaixo. Foto daqui.

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Eu também acho, meu caro. Pensando bem, cá para mim os americanos foram à despensa e acharam que o petróleo estava a acabar. Vai daí, entre dois charutos e uns martinis, resolveram deitar as torres abaixo. Além de que um dos participantes na reunião andava a dormir com a herdeira de um dos grandes empórios de construção civil e com as torres deitadas abaixo, viria dali um chorudo contrato. Para disfarçar atirava-se com um avião para o Pentágono, mas isso era só para disfarçar, para o pessoal pensar que era a Al Qaeda. E assim poderiam invadir o Iraque e o Afeganistão que, como se imagina, iriam suprir a despensa desfalcada.

Por outro lado, “…it remains conventional wisdom here that Osama BinLaden and Al Qaeda could not have been solely responsible for the attacks of Sept. 11, 2001, and that the United States and Israel had to have been involved in their planning, if not their execution, too. it is what routinely comes up in conversations around the region …”“…in a shopping mall in Dubai, in a park in Algiers, in a cafe in Riyadh and all over Cairo…”. E sendo assim, porque não dizer o mesmo no Centro Comercial Colombo, esplanadas da avenida da Liberdade ou Corte inglês? Até porque, como se sabe, qualquer destes países detém um registo de liberdade, democracia e verdade de fazer corar qualquer país europeu.

Repito, já o disse no post anterior, que considero um profundo desrespeito pela morte de milhares de inocentes que, vá-se lá adivinhar, não sabiam que o petróleo estava a acabar na despensa do tio Sam e que era preciso arranjar uma boa desculpa para atacar o Iraque e o Afeganistão, alimentar cadeias conspirativas como esta. Sobretudo se estupidamente absurdas. Mas cada um sabe de si e lá terá as suas razões para achar que os “mentideros” árabes é que têm razão. Livres, justos e escorreitos, eles sabem muito mais sobre os americanos do que nós. Sociedades onde, cá para mim, ainda tropeçam num pecadilho ou outro, em termos de liberdades individuais. Daí que ir viver para lá e estabelecer algumas dicas para subverter modelos burocráticos para os conduzir ao descrédito total poderia ser uma alternativa estimável para muito boa gente. Bem que poderiam ir uns milhares e deixar-nos em paz, para podermos paulatinamente continuar a ser vítimas dos americanos.

P.S. Chavez acabou de aparecer ali na televisão aos urros (o homem urra…) a avisar que o embaixador americano tinha 72 horas para abandonar a Venezuela. Nada que deveria chocar muito os portugueses, habituados como estivemos ao 20/24 moçambicano num passado recente. E acrescentou “yankees de mierda" (este mierda deve querer dizer merda, mas o meu castelhano não é famoso, para além de não estar muito familiarizado com o léxico de respeitáveis presidentes latino-americanos), secundado pela manada ululante de “vítimas” do sistema americano que vão, enfim, ver-se livres do seu jugo.

P.S. 2 - Falta acrescentar que os mentideros árabes têm a ver com a percepção da "verdade" outside USA. Porque inside USA também há amplos motivos de desconfiança. Há pelo menos 400 arquitectos que também desconfiam. Estes americanos não são mesmo confiáveis. Valha-nos umas centenas de arquitectos conscienciosos...

Deplorável, meu caro António. Deplorável! Mas isto digo eu…

Nota: Mudado o título ao post, às 15:00 de hoje. Porque me deu para ali.
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quinta-feira, setembro 11, 2008

Em memória


[2664]

Sou dos que pensam que depois do ataque às torres de Manhatan o mundo mudou para pior. Apesar de tudo, mau grado a perda enorme de vidas, teve o condão de me fazer perceber melhor o fenómeno político e social que, por arrastamento da tragédia, se expôs aos nossos olhos. Portugal é um exemplo muito vivo da forma lamentável, para dizer o mínimo, como o fenómeno foi tratado. Palco de vaidades e assomos intelectuais, chegou mesmo a representar um profundo desrespeito pelos inocentes que morreram. Sobretudo quando as teorias de conspiração medraram pelos nossos media, até á exaustão.

Muitas vezes me passou pela cabeça que não merecíamos a liberdade que, em última análise, estava em causa naquele hediondo ataque. Talvez que pura e simplesmente não entendamos as nobres virtudes da democracia e liberdade.

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quarta-feira, setembro 10, 2008

Lutar pelo descrédito


[2663]

Os nossos filhos podem ir para a escola de telemóvel, bater nos professores, levar armas, participar em desordens, roubar. Podem não chumbar e acabar o secundário sem saber escrever, nem ler e com uma dificuldade arrepiante em se expressar. Podem não ter lido nada, a não ser meia dúzia de páginas de um par de livros que os professores lhes metam pela inteligência abaixo. Certamente saberão masturbar-se a preceito (frequentemente, uns aos outros, depois de se exercitarem em didácticos bonecos), fumam e começam a organizar-se em gangs que aprimorarão um pouco mais tarde, quando abandonarem a escola. Mas há uma coisa que ninguém pode negar. Serão especialistas em subverter, lutar e conduzir as coisas ao descrédito total. Porque a luta continua e isso é que é importante. Terão bons mentores. E nos intervalos poderão sempre frequentar uns cursos do Bloco onde, entre outras florestrias, aprenderão ainda como desobedecer á autoridade civil.

Para se inteirar e ver o estilo, consultar aqui.

Via ferrão.org

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A histeria anti Sarah


[2662]

We’ve been flooded for the past few days with queries about dubious internet postings and mass e-mail messages making claims about McCain’s running mate, Gov Palin. We find that many are completely false, or misleading.

Pode ler todo o artigo aqui, na insuspeita Newsweek. Estão lá os principais pecados de que Palin é acusada e a desmontagem peça a peça de um das mais bizarras reacções da esquerda americana. Pressurosamente seguida pela esquerda bem pensante da sociedade portuguesa. Isso poderá ter ajudado a que, de supetão, McCain tivesse saltado para a frente das sondagens. Ainda falta muito tempo, mas com "empurrões" destes, McCain poderá relaxar em relação aos seus inimigos. Os amigos de Obama farão o serviço completo.

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Quem se mete com eles...


[2661]

Esta foto que surripiei ao Jorge Ferreira deprime. Afinal ela mostra-nos duas das mais importantes personagens do quadro político remansoso e cúmplice em que vivemos há treze anos. O Partido Socialista tem tido o engenho de se derramar e instalar pela sociedade portuguesa, sendo hoje difícil haver um sector onde o seu poder não esteja solidamente instalado. Da comunicação social à alta finança, passando pelo empresariado avulso e terminando num bloco de votantes mais ou menos anestesiados pelos ademanes do “socialismo”, vamos caminhando alegremente para uma incómoda posição relativa no quadro dos países europeus, que nos faz corar de vergonha (os que ainda a temos).

Por um rol de razões, as personagens da foto são dois actores principais. Coadjuvados por uma equipa de diligentes correligionários que, em linguagem de Hollywood, disputariam ao milímetro o Óscar para o melhor actor em "supporting role".

É a vida, como diria um dos fotografados, entre dois acordes de Vangelis e uma lágrima sentida do seu parceiro da foto.

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Então e na América?


[2660]

O que passará na cabeça de um ministro quando nos diz que Lee Oswald foi abatido a tiro por Jack Ruby numa esquadra (?????) a título de explicação para o que aconteceu ontem numa esquadra portuguesa, em que um cidadão desatou aos tiros e enfiou três balas num outro cidadão?

Mais do que o tiroteio da esquadra, a forma infantil (ia a dizer idiota, mas contive-me) como esta gente se “explica” e a prodigiosa imaginação que os faz associar episódios que possam vulgarizar a "bambochata" do país em que parece estarmos a cair é que verdadeiramente me surpreende. Eu acho que jamais me ocorreria evocar Ruby, Oswald e Kennedy nas circunstâncias em apreço, pelo que Rui Pereira ganhou a minha sincera admiração. Não é fácil fazer estas associações de ideias. Não é fácil estarmos mentalmente ginasticados para que nos saltem da ponta da língua explicações certeiras e apropriadas como estas.

Descansemos, pois, que estamos em boas mãos. Um tiro ou outro numa esquadra não quer dizer pescoço. Afinal, em países avançados como na América, estas coisas também acontecem. Fica o caminho aberto para quando houver um tiroteiozito numa escola.

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terça-feira, setembro 09, 2008

O desafio da Madalena



Clicar nas imagens para ver bem

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A minha rua era estreita, curva e bordejada por vivendas modestas que os funcionários públicos podiam adquirir em rendas vantajosas e destinadas a mais tarde serem vendidas a preços de mercado, inflacionado pelo facto de, entretanto, o bairro da Encarnação (assim se chama ele) ter ficado praticamente dentro da cidade.

A minha rua proporciou-me épicos desafios de futebol, fossem de baliza a baliza fossem com equipas completas de cinco de cada lado, no sistema de “muda aos cinco e acaba aos dez. Sob o alpendre de cada uma das casas havia pequenos terraços de cimento que serviam à medida exacta para jogar às caricas e todas as casas tinham aldrabas e batentes (ainda não havia campaínhas) com que eu e os meus amigos nos entretínhamos na iniciação da delinquência juvenil, batendo-lhes e pondo-nos a recato, de onde pudéssemos ver a cara irada dos que vinham abrir a porta. Às vezes havia guerra. A rua 2 contra a rua 4, rua 4 contra a rua 6 e faziam-se mesmo declarações de guerra, aliados e armistícios, dependendo da capacidade negocial de cada um de nós. As batalhas eram à pedrada entre as sebes dos jardins e tenho bem presente o dia em que me parecendo que tínhamos ganho a refrega, me alcei ao pilar de um muro e acabei no hospital com a cabeça rachada e a minha pobre mãe a chorar.

Na minha rua não havia carros, a rua era toda para nós. Lembro-me bem quando o meu pai comprou um Fiat, seu primeiro carro e primeiro carro a, reluzente, parar à porta da minha casa. Muito pouco tempo depois um vizinho comprou um carro também. Éramos quase todos rapazes. Era eu, o Carlos e o Marito (filhos da D.Libânia), o José João, o Jorge Lomelino (um miúdo a que todos nos referíamos como o filho da judia), o Quim, o Eduardo Jorge e um miúdo gordo de que nunca soube o nome e que todos nós nos entretínhamos a correr atrás dele por ser gordo e “mariquinhas”...

Quase não havia raparigas, na rua. Eram quatro, todas irmãs, a Belinha, a Zé, a São e a... pois... já lá não chego, era a mais miúda de todas. A Belinha era lindíssima e povoava os meus cinco, seis, sete anitos de visões e sensações estranhas que eu não percebia mas que acolhia com deleite no meu íntimo. À Belinha devo a descoberta (mal sabe ela...) dos segredos mágicos da infância. Que, mais tarde, se materializariam, gradualmente, na adolescência .

Depois havia a D. Libânia (acho que só em Portugal é que pode existir uma mulher com este nome), havia a D. Flávia, a “mãe” do Eduardo Jorge (mãe do Eduardo Jorge porque nunca lhe soube o nome), a “judia” e a mulher do polícia, sendo que já nesta altura a mulher metia medo pelo simples facto de ser casada com um polícia. O “maluco da Encarnação" fazia parte, também, deste cenário da Rua 2 . Um pobre débil mental que vi durante anos com um macacão azul e um lenço vermelho à cabeça. Sempre que era avistado ao fim da alameda, todos nos metíamos em casa e esperávamos que ele desaparecesse, transidos de terror. Lembro-me ainda que ao fim da alameda havia o que chamávamos “o alpendre” que era onde se apanhava o 8 para a Praça do Chile e onde se comprava os jornais, o Mundo de Aventuras às Quintas e o Cavaleiro Andante aos Sábados.

E, traços largos, esta era a minha rua. Depois dela, muitas ruas conheci. Mas, tal como se costuma dizer, não há amor como o primeiro. Esta ainda é a que consigo descrever com a minúcia de quem poderia lá ter andado a jogar futebol ou ao “mata” ainda ontem. Apesar de ter deixado de lá morar aos nove anos.

E para que não te fiques a rir, aqui deixo dois apontamentos ilustres. Uma rua e uma coluna. Para que não penses que só tu é que tens ruas com o teu nome.

Desafio cumprido. Pobrezinho, eu sei. Mas deu-me gozo lembrar-me da rua 2!

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Posh


[2658]

A visão dos rostos tisnados de Marcelo e Flor Pedrosa sentados no cais de Maputo com a "Sagres" como cenário, com um pratinho de pastéis de nata confeccionados no próprio navio, a dissertar sobre a intriga política portuguesa, fez-me recordar um passado recente em que os factos políticos eram comentados com um complacente sorriso nos lábios e um pastelinho de bacalhau, nos jardins das residência do embaixador português.

Por qualquer razão que me escapa, ainda hoje tudo o que se diz na atmosfera envolvente e “posh” de Maputo se reveste de uma forte componente de frivolidade. É de uma forma frívola que se discute problemas tão graves como a fome, a guerra, as catástrofes naturais ou a insegurança. Tudo entre um “sip” de champanhe, um canapé de caviar ou um camarão panado, convenientemente espetado num palito para não engordurar os dedos. Provavelmente não haverá como fugir a esta forma pagã de se abordar a liturgia dos grandes problemas de África mas que é algo chocante é. Saltitar de embaixada em embaixada para comemorar os dias dos respectivos países entre champagne e canapés e, ao mesmo tempo, participar no "conhecimento profundo" que toda a gente tem sobre as grandes questões que enformam a tragédia corrente de grande parte dos países africanos chega a ser obsceno. Sobretudo quando muitos dos actores não fazem a mínima ideia do que se está falar.

Confesso ter reconhecido o significado de ver a “Sagres” atracada ao cais de Maputo, servir de cenário a Marcelo e Flor desfiando a intriga política do nosso país. Mas aquele ar de quem acabou de passar o dia ao sol da piscina do Polana, ter feito uma sauna, tudo entremeado com um par de exemplos felizes da cozinha moçambicana me fez lembrar o tal passado recente. Quando as desgraças eram regadas a vinho do Porto e champagne e almofadadas a beluga, ostras e viande de Grison. E se aventava um rosário de soluções salvíficas com que se haveria de resolver as tragédias africanas. Tal como Marcelo vai comentando e resolvendo as nossas…

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segunda-feira, setembro 08, 2008

Parolice tout court


[2657]

A propósito da visita da equipa de futebol dinamarquesa a Portugal:

Repórter (de mento compenetrado e braço esticado): - Então, gosta da comida portuguesa?

Jogador dinamarquês (sorrindo, mas meio espantado): - Are we going to talk about football or we talk about your wife as well?

Repórter: - Hi hi hi hi hi…

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domingo, setembro 07, 2008

Depressões


[2656]

Curioso pela novel participação de Pedro Marques Lopes, meti o enfado na gaveta e vi o “Eixo do Mal”. Apesar de ter gostado da participação de PML não vislumbrei alteração de tomo no fio do programa. O mesmo ar chocarreiro de sempre do Daniel de Oliveira e a insuportável Clara Ferreira Alves. Ela está “aterrada” com Sarah Palin, faz-lhe uma série de acusações idiotas (uma delas, confesso que não me lembro de qual, desmentida por um colega do painel, a quem Clara respondeu qualquer coisa como “se não fez assim podia ter feito”). Intolerável e define bem a senhora.

Clara estará a sublimar um estilo que terá mantido nas entranhas e que agora, provavelmente por força de estar a avançar na idade, fenómeno que ela tanto empola relativamente a McCain, desabrocha com a deselegância que a tem caracterizado nas últimas intervenções. Desde o "rapaz de Boliqueime" à “aterradora mulher do Alaska”, passando pela provecta idade de McCain, ela passa tudo a fio de espada, sem classe, sem conteúdo e, grave, sem sequência. Dispara e depois logo se vê. Algum barro se há-de colar á parede.

O “Eixo do Mal” está a ficar depressivo. E deprimente.

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Enciclopedicamente falando


[2655]

A Madalena é uma querida amiga e resolveu distinguir-me com um prémio. Ainda por cima, em fidalga companhia.

Só me “apardalei” um bocadinho com aquela do enciclopédico. Eu? No resto, tudo bem. Sobretudo naquela parte em que ela refere que uma das razões do prémio é eu ser um bom amigo dela. Concordo em absoluto.

Um beijinho grande.

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