terça-feira, dezembro 16, 2008

Como é que ainda me surpreendo?


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Pasmo com a corrente de simpatia, gerada na blogosfera e não só, pelo idiota que atirou com os sapatos a Bush. Uma alegria quase tão grande e tão indisfarçável como a que se verifica pelos acontecimentos de Atenas. Eu sabia, mas continuo com esta forma estúpida e ingénua de me surpreender pela forma como as "esquerdas" (neologismo instituído recentemente por Manuel Alegre) regem e patrocinam os métodos da grosseria e a forma calceteira como procuram fazer vingar as suas ideias. As que as têm minimamente, outras nem ideias terão. Entregam-se apenas ao desfrute lúdico e à catarse do derrube violento dos símbolos do seu descontentamento.
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4 Comments:

At 10:27 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Hum... eu acho surpreendente a forma como certos gestos espontâneos e sentidos ainda são feitos. não estamos a falar de mandar um avião contra uma torre mas de um sapato contra um escroque que, vistas bem as coisas, muito contribuiu para a destruição (seja com que argumentos for) do país do qual provinha o jornalista. é algo espontâneo e sem respeito pelas convenções, e acho que isso, nos nossos dias de politicamente correcto, é de louvar. eu se pudesse teria feito o mesmo.
(acho que às vezes és faccioso: se um jornalista tivesse feito um acto semelhante, com gesto máximo e violência mínima, com uma figura pública que tu desprezas também acharias graça).

 
At 2:55 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

springhasasister

1.- Há indicadores fortes de que o gesto não foi expontâneo. Foi, antes, devidamente estudado ao milímetro e pago. Tal como, de resto, as manifestações "expontãneas" que depois "apareceram" nas ruas de Bagdad.

2.- Não sei porque é que um acto como o de atirar um sapato a um presidente seja um gesto que se inscreva nos nossos dias de politicamente correcto. Por muito que se despreze Bush há uma coisa que se chama respeito institucional e Bush era ali o presidente de uma nação livre e democrárica.

Os gestos máximos de violência mínima são, normalmente, sinónimo de fraqueza e truculência inata, já cena selemelhante se dera com o sapato de Kruchev nas Nações Unidas. Para te ilustrar melhor a coisa: Eu embirro solenemente com o Louçã, por exemplo, mas jamais lhe mandaria com um sapato se, por acaso, eu estivesse a atender uma conferência de imprensa em que Louçã fosse orador. Eu respeitaria a figura, a instituição, embora o fulano, como pessoa, não me mereça respeito algum.

Espero que depois destes dois argumentos desfaças um pouco a ideia de que sou faccioso... ou melhor, sou um bocadinho, sim, sobretudo quando se trata do Sporting, por exemplo, mas isso faz parte das pequenas idiossincrasias do indivíduo. Em relações humanas e em comportamentos cívicos, sou intransigente na lisura de processos e numa coisa que se chama de boa-educação.

Posto isto, espero não levar com um sapato teu se alguma vez me lobrigares por aí... :))))

Beijinhos

 
At 4:23 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Tou mesmo a bêr que o Paulo inda leba cum sapato, mas boltando à baca fria, a piada está num poderoso lebar com um sapato, qué como quem diz bai de baixo até cima, e geralmente a malta gosta dessas coisas, como as noibas a cair nos bídeos dos casamentos, dos gajos a dar com o trombil nas pranchas das piscinicas, a dar com os ditos wm qualquer lado ou lebar neles e por aí fora.

Eu, o que mais admirei foi o instinto de defesa.:-))

 
At 7:46 da tarde, Blogger cristina disse...

«Eu embirro solenemente com o Louçã, por exemplo, mas jamais lhe mandaria com um sapato se, por acaso, eu estivesse a atender uma conferência de imprensa em que Louçã fosse orador. Eu respeitaria a figura, a instituição, embora o fulano, como pessoa, não me mereça respeito algum.»

Se estivesse na conferência do Bush também não lhe atiraria um sapato. Mas aconteceu, e como tal, tendo em conta a "embirração solene", merece no mínimo um esgar de um sorriso! E, apesar de garantires que não vais atirar sapatos ao Louçã, tens de admitir que se alguém o fizer a tua reprovação não vai ser plena de conteúdo. Vá confessa!

 

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