segunda-feira, junho 30, 2008

Rititi


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A Rititi é mãe. Fica aqui um beijinho para ela, um abraço para o feliz marido e o desejo das maiores venturas para o Manuel.

E preparemo-nos para blogagem mais esparsa

Parabéns à família.

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Resolver ao estalo


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Tal como há quatro anos, os Iberos (expressão usada há quatro anos pelos espanhóis quando Portugal foi finalista) foram á final do campeonato europeu de futebol. Desta vez ganharam-no. E ganharam bem, diria eu que não sou grande espingarda a comentar futebol, ma também não sou assim uma nulidade como Marcelo diz que Jaime Silva é.

Falando ainda de Marcelo, é curioso que quando noticiaram a agressão de que dois juízes foram vítimas por parte de réus condenados tive, de imediato, a mesma sensação do professor. Achei gravíssimo que a um réu lhe passasse sequer pela cabeça agredir um juiz em pleno julgamento. Mais do que a agressão em si, sempre remediável por prisão, fica a mentalidade que reina no cidadão, a sensação de impunidade e desrespeito pela lei e pelas regras instituídas. Mas a verdade é que o cenário não ajuda. O desmazelo, o ar negligente dos funcionários, a limpeza, a confusão e a sensação de total ausência de um mínimo de solenidade desejável num estabelecimento onde se aplica a justiça ajuda a isso mesmo. No fundo nada muito diferente para quem se lembre do que foi o arrear da bandeira de Portugal nas antigas colónias para dar lugar a um novo país e sabe da solenidade que revestia a mesma cerimónia na transmissão de poderes em países de colonização inglesa. Por muito mal que os períodos pós independência corressem os ingleses sabiam transmitir aos novos países o clima de solenidade que o acto requeria. Que eles, depois, o aproveitassem ou não já era outra história.

Por isso acho que fazer julgamentos em salões de bombeiros não ajuda muito. Ou em snack-bars, paredes-meias com clientes a jogar á sueca, como li na imprensa. Convenhamos que não só não ajuda como propicia um ambiente em que resolver as coisas ao estalo estará mais de acordo com o cenário…

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Nulidades


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Não consigo evitar uma referência ao sentido de oportunidade de Flor Pedroso, ontem no “As escolhas de Marcelo” quando, pouco depois de Marcelo ter dado a definição de nulidade em direito e dizer que Jaime Silva era uma e ter insistido, dizendo que o ministro de agricultura é "o mais incompetente do mundo", Flor Pedroso, de verrina elegante e sorriso maroto foi dizendo que Figo não seria seleccionador nacional, ao contrário da previsão de Marcelo.

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sábado, junho 28, 2008

Fim-de-semana

[2571]

Bom fim-de-semana para todos.

E.T.-
Voltei a ver o vídeo e reparei que, cá para mim, o miúdo já fuma. Interrogo-me também se não lhe terão dado os exames de matemática deste ano, para o puto se entreter…

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sexta-feira, junho 27, 2008

Geração Rasca



[2570]

Foi assim que tudo começou. Das calças abaixo à designação de “geração rasca” pelo Vicente Jorge Silva num dia em que se esqueceu do kompensan foi um salto.

Sem que a referência à foto acima possa esconder, da minha parte, qualquer sugestão contextual ao André, à Cristina, à Nancy B, ao Carlos, à Leonor, ao Helder, à Carlota e ao Miguel, quero aqui deixar as minhas sinceras felicitações pelo terceiro aniversário do GR, que de rasca tem muito pouco.

Tchin Tchin

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Andar ao estalo


[2569]

Confirma-se que resolver as coisas ao estalo ainda é a grande solução para um país de brandos costumes como o nosso. Veja-se o tribunal de Vila da Feira (o tal que quinze anos depois de ser construído está a cair…). Um par de juízes bem intencionados a fazer um julgamento num quartel de bombeiros foi agredido por dois energúmenos e respectivos familiares. Remédio santo. Já ouvi, nas notícias matinais, para aí vinte vezes que o Tribunal de Vila da Feira vai estar prontinho rapidamente.

Ainda ontem ouvi uma entrevista com um magistrado na SICNotícias, segundo o qual fazer julgamentos em quartéis de bombeiros ou salões de festas improvisados, algumas vezes paredes-meias com grupos de amigos a beber uns copos e a jogar à sueca, são prática corrente. Nada que um par de chapadas não resolva.

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Ler os outros

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- Antes que apareçam os comentaristas especialistas em África e Africanos a chamar nomes a Helena Matos, vale a pena ler este post dela no Blasfémias. Publicado também no Público.

- Eu sabia que este post não era mais que um esguicho de besugo. Ele não ia resistir. Mas ainda bem que não resistiu!
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quinta-feira, junho 26, 2008

Uma questão de ética


[2567]

Esta é a primeira página do DN de hoje. 46 páginas adiante, o jornal noticia que «Caso Alcides quase retirou seis pontos ao Benfica».

Se não for pelos leitores, o próprio jornal, com 144 anos de vida, e os €0.90 que pago para o ler mereciam mais respeito por parte de quem o faz.

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Só um bocadinho de saudade, de vez em quando


[2566]

Roubei esta foto à Ana, do blog dela. Por nenhuma razão especial. Talvez porque me fez lembrar a neblina e o frio de algumas manhãs de vários Junhos que vivi em Maputo. E porque diariamente passava por ali.

E deu-me a saudade. E quando a saudade bate à porta não faz mal nenhum deixá-la entrar e pô-la à vontade, como se estivesse em casa. Porque ela é boa companhia, é bom estar com a saudade de vez em quando e deixá-la tomar o rumo das recordações da forma que mais lhe aprouver. Mas depois convém convidá-la, a saudade, delicadamente a sair. Que é o que estou a fazer neste momento, porque são horas de ir trabalhar.

Tenho o privilégio de continuar a usar diariamente uma marginal. Igualmente bonita e, como a outra, frequentemente assolada por brumas e cinzentos. Mas faltam os coqueiros. Provavelmente é neles que residem a cor, os cheiros e os sabores tropicais. No meu trajecto actual há umas palmeiras ali para Oeiras. Mas não cheiram nem sabem a nada…

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Justiças


[2565]

Por força das últimas notícias, tenho acompanhado com alguma curiosidade a novela de Vale e Azevedo.

Quando se remexe nos meandros da justiça portuguesa acaba por vir ao de cima a recordação do percurso dos julgamentos de V. e Azevedo e às tantas acontece o impensável e começamos a simpatizar com o homem.

É realmente muito grave o estado da justiça portuguesa. Mas, vistas bem as coisas, porque é que a justiça haveria de ser diferente da saúde ou da educação?

P.S.
Na altura em que posto isto, há notícias que no tribunal de Santa Maria da Feira três dos arguidos acabados de ouvir a sentença, saltaram sobre os juízes, um homem e uma mulher, e os agrediram, no que foram imediatamente secundados pelos familiares que assitiam ao julgamento. Os três (!!!) polícias que prestavam segurança foram impotentes para evitar a agressão. A notícia é omissa, mas presumo que terão chegado reforços e tenham prendido os réus. E espero que os familiares, também...

Notícia também aqui

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quarta-feira, junho 25, 2008

As grandes questões nacionais


[2564]

A SIC anuncia em regime contínuo que Rui Santos pergunta quem é que nós achamos que deve ser o novo seleccionador nacional de futebol. E que deveremos mandar um SMS para o número tal e tal.

Para os menos informados, Rui Santos é um preclaro comentador de desporto, especializado em irritar as gentes e a ser agredido aqui e ali por causa disso. A pergunta, claro, é de interesse vital e eu estou a pensar seriamente fazer um retiro espiritual para coordenar as ideias, estabelecer prioridades e procurar conclusões sólidas antes de mandar o tal SMS. É que com estas coisas não se brinca…

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Berreubéubéu


[2563]

Eu sei que a política blá blá blá, coisital, a gente diz, desdiz, baralha e dá de novo, berrebeubéu, pardais ao ninho e touche-touche, peixe é água. Mas um ministro, Jaime Silva, de seu nome, que sobraça a pasta da agricultura e que deve ser, ex-aequo com Mário Lino, o mais estrondoso erro de casting deste governo, dizer, com as vírgulas todas, em português de lei, que a CNA é de extrema-esquerda e a CAP é de extrema direita, corrijo, direita mais conservadora e, vinte e quatro horas depois, dizer que não disse, que disse mas não era o que queria dizer, não disse ou talvez tenha dito mas foi mal interpretado, (já nem sei bem o que o homem disse que desdisse e não disse) ultrapassa o que é espectável e aceitável num político. É que até para dizer e desdizer é preciso uma certa preparação, um certo fôlego (diria até que um certo charme) e acho que nem para isso a nossa gente serve. Já tínhamos exemplos dos delírios do ministro "Jamé", agora temos um ministro de agricultura que se permite falar como se fôssemos todos uma colecção de atrasados mentais.

Menciono este episódio por uma razão principal. Porque ouvi e vi, ao vivo e a cores, as afirmações do ministro, quando disse e, no dia seguinte, quando disse que não disse, desdisse que dissesse e que tenha dito o que se dizia que ele disse.

Disse
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A extraordinária leveza das coisas boas da parte boa das rotinas


[2562]

O meu itinerário a caminho do trabalho inclui uma passagem rente ao rio, desde Algés até ao viaduto da Infante Santo e é uma das coisas incluídas na parte boa das rotinas. Ontem, a rotina foi enriquecida pela presença do maior, mais pesado e, na minha opinião, mais bonito navio do mundo. O QM2 lá estava, magnífico, atracado junto ao Salsa Latina, tornando Lisboa ainda mais bonita.

Quem terá tido a sorte de se cruzar com ele, como eu?

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terça-feira, junho 24, 2008

Black & White


[2561]

Pior que pretos racistas só mesmo brancos preconceituosos. A caixa de comentários a este post do JCD é um exemplo espantoso da figura do branco de calções, meia alta e chapéu colonial (daqueles de cortiça, vulgarizados pelos ingleses) que, de repente, despe os calções e as meias e descobre que tem uma nobre missão na Terra, qual seja a de cuidar dos pretos. Ensiná-los a “estar”, protegê-los nas suas fraquezas e das injustiças de que foram alvo ao longo dos séculos e, sobretudo, preservá-los da ignomínia e crueldade da Natureza os ter feito pretos.

Eu conheci brancos assim, no período pós independência em Moçambique. Peroravam exactamente neste registo, entre um berro mandado para a cozinha para o “moleque” (a quem, entretanto e qual "homem novo", passaram a chamar "companheiro") a pedir uma cerveja e um telefonema para a polícia secreta a denunciar um tipo qualquer, desde que fosse branco, de sabotagem económica. Foi numa altura em que os brancos saltavam dos Mercedes para fazer, a pé, o trajecto do desfile do 1º de Maio até ao Largo do Conselho Executivo onde, lá chegados, já não tinham paciência para ouvir Machel e regressavam a casa, retomando o carro, para voltar a berrar para a cozinha para o preto lhes trazer outra cerveja gelada. Foi no tempo em que muitos brancos passaram a palavra sobre uma das mais idiotas expressões populares (e, do meu posto de vista, racistas-paternalistas que, por definição, é bem pior que apenas racistas) e que dava pelo nome de “cerveja escura”, sempre que se pedia uma cerveja preta e que era a expressão usada tanto por pretos como por brancos até essa altura. Ouvi, várias vezes, clientes brancos a "explicar" (com aquela superioridade epidérmica que Deus lhes deu) aos empregados pretos que “agora” a cerveja preta se chamava cerveja escura, eles que não esquecessem, porque “agora era assim” (aos empregados, muitas vezes, só lhes faltava dizer "sim senhor, patrão"). A “cerveja escura” vulgarizou-se e ainda hoje é usada em Moçambique, muitas vezes por indivíduos de uma geração que não ouviu já falar da cerveja preta.

No incidente de Carcavelos, assisti a uma catadupa de comentários a este post do JCD onde muitos deles se insurgiam sobre a necessidade de se identificar a etnia dos jovens que andaram ao estalo e, de caminho, esqueceram as rivalidades e diferenças para mandar umas "arrochadas" na polícia e roubarem uma série de objectos. O JCD deu-se ao trabalho de “explicar” porque é que achava que a informação devia conter a indicação da etnia, se bem que o ponto principal do seu post terá sido a imbecilidade do repórter da SIC, muito chateado porque não havia queixas contra a eventual desproporcionalidade da actuação da polícia.

Aposto que muitos dos comentaristas nunca terão estado em África. Falam por ouvir dizer ou por reacção epidérmica (aqui, no sentido literal) porque acham que os pretos devem ser poupados à "tragédia de terem nascido pretos". Não vêem ou não percebem que, com a mesma naturalidade com que um polícia nova-iorquino, branco ou preto, por exemplo, identifica um fugitivo através de um pormenor que deve ajudar bastante na sua detecção, ou seja se é preto, branco, asiático ou hispânico, os pretos deveriam merecer o respeito de não serem tratados como se o mundo contivesse um imenso abrigo de desgraçadinhos (pretos) naturalmente cuidados, monitorizados e ensinados pelos privilegiados brancos. Sobretudo quando escrevem em blogues e acham que detêm a chave da nona porta para… seja lá o que for que lhes vai na cabeça quando acham que não se deve mencionar se um homem é preto ou é branco.

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segunda-feira, junho 23, 2008

Arrastão, digo, arraial em Stº Amaro


Tudo se resolveu a tempo e civilizadamente

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Parece que ainda não deu tempo para se preparar um desmentido da PSP a dizer que os distúrbios ocorridos na praia de Santo Amaro de Oeiras entre gangs rivais, onde polícias e transeuntes foram agredidos com garrafas e outros objectos contundentes, não ocorreram. Foi uma rixa sem importância e a polícia, pacífica e ordeiramente aconselhou os contendores a irem para casa rezar o terço. Ou ler o Corão, investiga-se ainda este pormenor. O sindicato dos jornalistas também investiga e tenta apurar porque é que a PSP mandou três (três!...) brigadas de intervenção, uma vez que a rixa se limitava a dois pacíficos cidadãos que não tiveram culpa nenhuma que, por causa deles, se começasse a agredir os poucos polícias presentes.

Parece que na confusão da fuga (certamente provocada pela acção violenta e desproporcionada da polícia), os fugitivos à carga policial tiveram tempo para fazer um mini-arrastão de objectos que encontravam pela praia, mas já se sabe como estas coisas são. Este último pormenor da notícia terá a ver com o outro arrastão em Carcavelos que, como sabemos, não houve.
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Futebol de regalo


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Não me é possível deixar de assinalar a extraordinária actuação e demonstração de arreganho e organização da estupenda selecção russa que bateu a Holanda por 3-1 no Sábado.

Futebol assim dá gosto de ver e depois desta demonstração, a Rússia (sem nomes muito sonantes no mundo das transferências milionárias) ganhou um “torcedor” pela sua vitória no campeonato. Sem ironias.
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Fora dos eixos


[2558]

Há assim uns domingos em que acabo por me fixar no "Eixo do Mal", na SICNotícias. É difícil descobrir um programa onde a ignorância factual consiga ultrapassar a tolice pura que reina por aquela mesa de confrades que se juntam a falar mal de alguém. A forma patética como o problema da imigração na Europa foi tratado neste último programa, a propósito das recentes deliberações da União Europeia demonstra como Daniel de Oliveira (e mesmo Clara Ferreira Alves) não fazem a mais remota ideia do que a integração dos fluxos migratórios representa em países de imigração. Só sabem aquilo que lhes convém para manter aquele ar bem compostinho do politicamente correcto. Daniel de Oliveira, então, é absolutamente confrangedor a tratar problemas sérios e que deveriam merecer-lhe mais respeito – tanto no que se refere aos imigrantes como aos países de acolhimento. Mas ele, simplesmente, não sabe do que fala. Para além de uma espécie de, como dizer, ódio, na forma chocarreira como trata este problema. A Espanha, então, choca-o muito, sobretudo porque é um governo socialista, diz ele muito sério…
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Correcto e afirmativo


[2557]

Pronto. Os chineses agora são pretos. Quer dizer, não são bem pretos, pretos, são pretos q.b. para poderem ser integrados nas políticas de affirmative action da África do Sul. De resto, já activistas chineses acham muito bem esta reclassificação do Supreme Court Sul Africano, porque também eles foram lutadores anti-apartheid. Daí que se sintam qualificados para beneficiar das políticas que favorecem os negros relativamente aos brancos, sobretudo nas leis do mercado do trabalho.

Isto para mim é apartheid, mas como é apartheid correcto e afirmativo, dá-se-lhe o desconto. Não foi sempre assim?

Já agora, os chineses podiam também fazer uma pressãozita para não serem descriminados tout-court em países como a Malásia, onde até os anúncios para aluguer de habitação têm secções distintas para chineses-chineses e chineses malaios.

Este mundo é giro…

Via (e foto) Contra Capa
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sexta-feira, junho 20, 2008

Juke Box 61



[2556]

Velhos são os trapos.

Willie Nelson e Sheryl Crow em “On the road again”. A seguir Willie Nelson, Diana Krall e Elvis Costello em “Crazy”.

Bom fim de semana para todos.

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Não vá o diabo tecê-las...


[2555]

Pelo sim pelo não, eu mandava Mário Soares à Venezuela outra vez fazer outra entrevista/conversa com Chávez, para transmitir no Canal 1 em horário nobre.

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Ela não escreve, não escreve, não escreve, não escreve e depois vai-se a ver...


Nereida Ronaldo Gallardo

Ao contrário de ti, Carlota, eu não tenho problemas nenhuns em escrever sobre futebol. Ó para mim aqui com esta foto a escrever sobre o Cristiano Ronaldo!

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Se a confrade Carlota (ou mesmo sem frade) continua a apregoar que não escreve sobre futebol, ainda acaba por me dar três coisas. Faria se escrevesse...


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Onde pára a militância?




[2553]

Tenho andado com uma certa curiosidade em ouvir os professores sobre o alegado “facilitismo” dos exames que estão a decorrer. Afinal, quando eu julgava que a sua militância poderia e deveria ser utilizada no tratamento de questões tão sensíveis e importantes como esta, parece que ela, a militância, se esgotou na defesa dos direitos adquiridos, das conquistas e na prossecução de programas políticos, milimétrica e religiosamente observados. E todavia seriam exactamente os professores as pessoas mais indicadas para se pronunciarem sobre aquilo que à primeira vista parece ser uma autêntica fraude a nível nacional, com resultados de assustadora imprevisibilidade. Mas não. Parece que tudo se resolveu depois das cedências do ministério. O "resto" parece já não incomodar muito.

Ler este post do Jorge Ferreira com detalhes, sobre o assunto.

E ainda Avaliar no Hole Horror


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Desesperante


[2552]

Lembro-me da minha filha mais nova, na voracidade própria dos seis ou sete anitos para as respostas às perguntas que lhe fervilhavam no espírito, me ter perguntado como é que diabo os fabricantes de pasta de dentes conseguiam meter a pasta dentro das bisnagas. Eu tenho mais ou menos a mesma dúvida Como é possível autorizar que Rui Santos perore sobre futebol na SICNotícias e ainda lhe paguem por cima?

Rui Santos paira acima da racionalidade para dizer os dislates que lhe vêm à cabeça. O que não é crime, cada um diz o que lhe aprouver desde que não cometa ilícito. Mas que lhe dêem uma tribuna, lhe façam perguntas e, horror, lhe entreguem um cheque no fim "daquilo tudo" é que me parece absurdo.

Hoje de manhã ouvi excertos daquilo que o senhor parece ter dito ontem acerca da derrota da selecção. A avaliar pela amostra, imagino o que terá sido o programa. E depois, o homem é mau. Mau. Mauzinho. Escorre-lhe raiva pela boca como o gel pelo cabelo encaracolado. Ele lá saberá porquê. Ou não sabe. É igual, o cheque chega-lhe na mesma.

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quinta-feira, junho 19, 2008

Uns venais, estes noruegueses...


[2551]

A gargalhada do dia devo-a à notícia da demissão da ministra do petróleo norueguesa, por força do escândalo a propósito de um cais de cinco metros que ela mandou fazer para a sua embarcação particular e de um anexo que alugou a um estudante. Ainda me estava a rir da “gravidade” do escândalo quando fiquei a saber que a ministra não usou pessoal do Estado, não roubou cimento nem usou fundos de nenhum saco azul, nem o anexo alugado era propriedade do Estado. O que ela não fez e devia ter feito foi ter pedido a necessária licença à Câmara para os tais cinco metros de atracação privada e quanto ao anexo... o anexo é dela, imagine-se. Ela é que não declarou o aluguer às finanças.

Convenhamos que os noruegueses não vão longe com “escândalos” destes. Nem um tio taxista na Suiça, nem sacos azuis, nem terrenos reclassificados, nem trabalhadores usurpados, nem fugas para o Brasil, um diplomazito por cartão de visita. Assim sendo, o que é que eles queriam para além de uma notícia meio despercebida nos media?

Interessante foi perceber que os noruegueses, mais do que irados pela venalidade da ministra ficaram admirados. Como é que era possível uma ministra cometer tais ilícitos? Contra o Estado, ainda por cima...

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quarta-feira, junho 18, 2008

Racismo vegetal



[2550]


Ana Gomes (AG) prossegue a sua cruzada de causas, relativamente aos factos políticos e sociais que lhe causam urticária. Sem que me interesse ou de minha conta seja as causas da urticária da senhora, sou eu próprio acometido de insuportável eripsela de cada vez que esta senhora se mete a abordar assuntos onde demonstra não ter a mínima capacidade para os discutir. Outrossim, resvala para conclusões absolutamente preconceituosas e sem qualquer respeito pela racionalidade ou pela lógica pura das coisas.

Neste post, AG diz que não é esquisita mas quer saber o que come. Concomitantemente deixa-se arrastar de novo na leva de críticas aos OGN. Para isso, mistura tudo e revela uma total ignorância sobre o que está a dizer. Por exemplo, fala em sementes estéreis, quando se refere à produção de milhos provenientes de sementes híbridas. E afirma que as sementes são estéreis porque os seus produtores assim o entenderam para obrigar os agricultores a comprar sementes mais caras (as eternas malfeitorias dos capitalistas…). Mal comparado, tal como uma mula, híbrido de burro e égua, não produz descendência, também o produto de sementes híbridas não se reproduz. Ou reproduz mal. O que não impede que um hectare de milho semeado com sementes híbridas pode produzir de dez a quinze toneladas de milho contra os oitocentos quilos obtidos a partir de semente tradicional. Além de que Ana Gomes faz aqui uma confusão enorme entre cruzamento de linhas parentais de variedades de milho com modificação de genes com objectivos diversos do aumento de produção.

De resto, fica sempre uma pergunta. O que é que proíbe Ana Gomes de comprar uma herdade e fazer uma plantação de milho com semente tradicional?
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Pernas


Clicar na foto para ver em tamanho bom

[2549]

Morreu Cyd Charisse. Há poucas horas atrás. A parceira de Fred Astaire e de Gene Kelly e inesquecível intérprete de Singing in the Rain morreu com 87 anos.

Passava por ter as mais belas pernas do mundo. Numa época em que cresce o número de cultores das pernas de Cristiano Ronaldo, na justa medida da consolidação de preconceitos que espartilham o discernimento sobre o privilégio divino de se apreciar com deleite as pernas de uma mulher (não arranjei maneira mais simples de dizer "isto", devo andar a ver demais o Rui Santos na SICNotícias...), é com alguma nostalgia que recordo as pernas que talvez me tenham povoado mais vezes e mais intensamente os devaneios da luxúria da minha adolescência.

Os tempos mudaram muito mas as pernas, no essencial, mantêm-se. E nem pernas de milhões como as de Ronaldo ou de outras coqueluches da mesma estirpe farão alguma vez esquecer a visão sublime de um par de pernas como as de Cyd, a dançar.

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terça-feira, junho 17, 2008

Grrrrrrrr!


[2548]

Surpreendentemente, gostei do Prós e Contas de ontem. A prestação de CAA, foi um exemplo de uma argumentação espontânea, mas muito sólida e muito inteligente. Vindo de alguém que frequentemente me obriga a um konpensan, concretamente de cada vez que ele trata os assuntos relacionados com o seu FêquêPê, só posso regozijar-me e cumprimentá-lo pelo seu desempenho.

Relativamente a Daniel de Oliveira e numa fase em que eu já desesperava de conseguir entendê-lo, sobretudo quando ele se desdobrava num argumentário absurdo sobre o patriotismo, eis que a chave do entendimento me é dada por ele próprio. Trata-se do dever que todos temos de rosnar (termo dele). As pessoas têm a obrigação de rosnar e, na opinião dele, rosnam pouco. Por outras palavras, se por absurdo se vivesse num mundo perfeito, ainda assim as pessoas deveriam rosnar.

Num mundo perfeito, coisa que eu estou longe de idealizar como matriz desejável, mesmo assim DO rosnaria. Problema é que nos tempos que correm, em liberdade, é sempre possível argumentar sem rosnar. E se por absurdo se vivesse no tal mundo perfeito, ainda assim o DO rosnaria, porque ele acha que é assim que deve ser. Acha mal (ó para mim a rosnar).

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segunda-feira, junho 16, 2008

Esbulho?


Ideia luminosa

[2547]


Alguém que me explique a lógica desta medida. Para além de me sentir esbulhado, fico na dúvida se não sou eu que não percebo nada disto e se esta medida não se justifica plenamente à luz de um qualquer conceito novo de economia e gestão que tenha surgido pelas universidades, "galado" por uns quantos crânios privilegiados e levado à prática à luz de uma qualquer razão de Estado.
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Mais meio grau para Junho


Uma crédula ouvinte dos boletins meteorológicos a precaver -se contra o meio grau anunciado

[2546]


Nos "idos de Maio" ouvi uma notícia sobre meteorologia. Que devíamos estar preparados para vagas de intenso calor que estariam a arribar em Junho. Calor intenso e seco, dizia a noticia. Embora o final da notícia fosse rematada com a previsão de que Junho seria meio grau mais quente em relação a um período qualquer que já não me ocorre, o que ficava eram as vagas de intenso calor seco. Aliás, o pormenor do meio grau acrescentava o rigor e o preciosismo desejáveis nestas coisas de aquecimento global. Claro que a RTP, sempre lesta a noticiar as desgraças associadas às alterações climáticas, ou não fizessem elas parte do cardápio de malfeitorias da nossa civilização, com os americanos a empunhar o estandarte, repetiu a notícia uma, duas, três, um milhão de vezes.

Hoje, dezasseis dias depois do anúncio da catástrofe do meio grau, acordei com a chuva a bater na vidraça. Lá terei que esperar mais uns dias, que ainda faltam catorze para se cumprir a previsão. Das vagas de calor que irão fazer subir a temperatura meio grau. Por enquanto está tudo bem, espera-se apenas um aumento de trabalho de bate-chapas que é o costume entre os condutores portugueses – amolgarem-se todos uns aos outros sempre que caem uns pingos.
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sábado, junho 14, 2008

O poeta lá teria as suas razões

[2545]

Para a Madalena, com um beijinho amigo, a propósito deste post.

O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores
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Carreira Política



[2544]

Lá se foi a carreira política do homem!


Fotos via Portugal dos Pequeninos
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sexta-feira, junho 13, 2008

Alguém me explica?


[2543]

Ainda não consegui perceber a histeria que vai pela esquerda a propósito da vitória do “não” irlandês. Eu sei que a esquerda pensa muito bem, lê muitos artigos, é sensível, correcta e assim mas podia ao menos explicar às pessoas porque é que está tão satisfeita. É que vai pelos blogues um "foguetório" danado mas ainda não li um post que me explicasse o porquê da alegria. Provavelmente, como de costume, a esquerda está contente mas não sabe bem porquê. Saberá a esquerda que algumas das razões principais que conduziram ao “não” foram exactamente questões tão conservadoras como a do aborto e da eutanásia? Mas é o costume, a esquerda roça as fronteiras do clímax sempre que alguma coisa remeta, remotamente que seja, para a teoria da desconstrução e ainda que possa dar o aspecto aos mais incautos que obteve mais uma estrondosa vitória.

Ao menos, algumas distintas personalidades do Porto estão satisfeitas mas nós percebemos que é porque o tratado se chama “Lisboa”.

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Há dias assim...


[2542]

Problema grave é morar em Cascais (não é feriado), trabalhar em Lisboa (feriadíssimo) e a fábrica ser em Alverca (dia normal de trabalho).

Levanta-se um pobre trabalhador cheio de vontade de trabalhar e depois é isto. Ficamos para aqui sem saber o que fazer. É que não há condições…

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Portugal dos Pequeninos

[2541]

O Portugal dos Pequeninos completou cinco anos. Um dos melhores.

Parabéns ao João Gonçalves.
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De pasmar


[2540]

Com a decisão (quase) final da Uefa sobre a participação do F.C. Porto na Champions, percebo que a grande questão reside no facto de os juristas do Clube terem sido capazes ou não de produzir suficiente matéria (e perdoe-se-me a pobreza do meu léxico, mas não sou jurista) que inviabilize a punição. Uma vírgula, uma escuta ilegal, um qualquer aleijão processual que anule a decisão anterior.

Não está em causa um dos mais acabados exemplos de batota (seria repetitivo enumerar, de novo, todos os factos apurados) do mundo do nosso futebol mas sim se não haverá uma vírgula onde não devia haver, um documento entregue fora do tempo ou um possível flic-flac da lei que permita passar uma esponja sobre o assunto.

Paralelamente vai tomando forma a ideia de que o Benfica está por de trás disto tudo. Filipe Vieira, presume-se que com a sua enorme influência junto da Uefa, vai manipulando as coisas a seu favor. Isto para não contar com a evidente má vontade de Platini que já se denunciou como um inimigo acérrimo do F.C. Porto.

Eu sei que estas coisas são assim mesmo. Mas irrita um bocado. Que se lamente que uma belíssima equipa como a do F.C.Porto seja arredada de uma competição de prestígio como a Champions é uma coisa. Outra totalmente diferente é pôr de lado o facto incontornável que foram os seus mentores que objectivamente contribuíram para a desgraça. Por muito que isso os surpreenda. A eles. Aos próprios.

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Forca. Já!


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Um traidor, este Scolari! Bem que Pinto da Costa avisou há seis anos atrás…

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A fome e a vontade de comer


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Não há combinação mais explosiva que o ócio e um burocrata politicamente correcto, sobretudo quando este, sob o peso e a responsabilidade da secretária de um gabinete do Parlamento Europeu em Estrasburgo, se sente mandatado para que dele dependa a felicidade do mundo. Ora atente-se no momento reflexivo deste exemplo que, reflectindo no mais puro europês, produziu as seguintes pérolas:

"Os blogues e os outros conteúdos produzidos pelos utilizadores da Internet contribuem de forma viva e enérgica para o pluralismo da comunicação e não devem ser sujeitos a restrições. No entanto, existem algumas questões legais, designadamente o direito de resposta, que carecem de uma solução adequada.

"Os blogues não podem ser considerados automaticamente uma ameaça, mas imaginemos os grupos de pressão, os interesses profissionais ou quaisquer outros grupos que utilizem os blogues para veicular a sua mensagem. Os blogues são instrumentos poderosos e podem funcionar como uma forma avançada de exercício de pressão. Nesse caso, poderão ser considerados uma ameaça”.

“Não consideramos os blogues como uma ameaça. No entanto, sabemos que podem poluir, de forma considerável, o ciberespaço; a clarificação do estatuto permitiria a resolução legal de eventuais litígios.”


Via Jorge Ferreira no Tomar Partido

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quinta-feira, junho 12, 2008

A "estranha" ida de Scolari para o Chelsea


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Scolari vai mesmo para o Chelsea. Cabe aqui o elogio do melhor seleccionador de sempre da equipa de futebol nacional. Seja qual for o resultado deste campeonato, Scolari conseguiu pôr uma equipa nova e mais ou menos tresmalhada a jogar um futebol de fina água e a ganhar. Portugal parece, pelo menos parece, imune aos habituais conflitos, coscuvilhice, má-língua e mezinhas de alho à cabeceira que não deixavam aflorar os muitos talentos de que a selecção foi dispondo.

A norte do Vouga há muito ressabiamento pelos êxitos da selecção e o silêncio tem substituído as habituais diatribes contra o homem que teve a coragem de enfrentar a cacicagem local. Mais ao Sul, o comentarista Rui Santos depois de dois minutos de carrossel, acabou por dizer, na SICNotícias, que é muito estranho que Scolari vá trabalhar para o Chelsea. Será possível produzir afirmação mais portuga ou será possível alguém, algures, em tempo algum, produzir afirmações em penumbras mais insidiosas?

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Próóóóóóximo


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Quem é que ainda se lembra daquele anúncio a um seguro de saúde no qual uma administrativa de um hospital ou de um centro de saúde chamava o “próóóóóóximo”, com uma entoação de muitos anos de direitos adquiridos?
Pois…

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quarta-feira, junho 11, 2008

Os indignados


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Isto é um bocadinho como o futebol. Gera-se a dinâmica do conflito, cria-se as condições para a desordem e para a impunidade sempre que as coisas não correm ao gosto da grei. No futebol, porque um árbitro de mãe mal comportada marcou um penalti contra as nossas cores. Nos transportes rodoviários porque os combustíveis começam a ter um preço incomportável para se obter lucros, ainda que ninguém me tenha explicado o que impede os camionistas de aumentar os preços dos fretes. Mas voltando ao conflito, penso que estamos mais perante um problema de desordem pública do que propriamente de reivindicação. A tal dinâmica do futebol instalou-se e se há coisa que os portugueses gostam (e não sabem fazer civilizadamente) é recalcitrar.

Pacheco Pereira diz no Abrupto que «…está toda a gente a fazer de conta, a começar pelo governo, que não existe hoje um grave problema de ordem pública em Portugal. Tudo na paralisação das empresas de camionagem é ilegal e ninguém quer saber. Impedir a circulação e “bloquear estradas é ilegal, organizar piquetes que impedem com violência os camiões de passar é ilegal, e tudo isto é feito diante dos olhos dos agentes da GNR que passivamente assistem não se sabe bem para quê…» . Pela minha parte acho que há um pormenor que provavelmente se encontra já esbatido na memória das pessoas. É que o Partido Socialista tem uma responsabilidade maior na contribuição objectiva que teve para o actual estado de coisas. Muito antes do desvario de Armando Vara na Ponte e dos idiotas úteis que o seguiram, já Soares e Sampaio haviam dado sinais lamentáveis de reviralho em regime contínuo, mesmo quando já não havia nada para revirar. E se bem nos lembramos foi a autoridade, a PSP e a GNR, a ser achincalhada por dois presidentes que se divertiram imenso com as diatribes a que se entregaram na altura, no total desrespeito pela ordem pública e, afinal, numa atitude não muito diferente da do Bloco de Esquerda quando se empenha a ensinar aos jovens a desobediência civil. Estes episódios de Soares e Sampaio foram duas gotas no oceano de contestação em que o PS se banhou e, ainda, por cima, pensando que estava a fazer uma linda e pedagógica figura. Foi pena que não tivessem provado, à altura, do direito à indignação que Soares também pregou e o povo indignado não corresse com eles. Mas contaram com uma massa lêveda e bovina pastoreada por um séquito de boys profissionais e tudo acabou por afunilar no actual clima de agitação social que se vive.

Por mim diria que é bem feito para o PS. O problema é que os efeitos do actual estado de coisas não tem a ver com o PS. Tem a ver com todos nós e as consequências estão aí à vista. Espera-se agora mais cedências de Sócrates, tal como já aconteceu com os professores, os pescadores, “utentes” (ai, os utentes…) dos postos de saúde, autarcas e outros que estarão aí ao virar da esquina, a seguir aos camionistas.

Que S. Cristóvão nos valha.

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terça-feira, junho 10, 2008

Dia da raça ( * )

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( * ) Só para chatear o Fernando Rosas. Aconselho ainda a leitura deste suculento post do Nuno Miguel Guedes, no 31 da Armada.

Puro Sangue Lusitano


Cão de água português

Cão Serra da Estrela


Porco preto alentejano


Touro Mirandês


Berbigão da Trafaria

Burro Mirandês


O bardo

Para ver em tamanho bom, clicar sobre as fotos


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segunda-feira, junho 09, 2008

Chama-se Estulin e andam a censurar-lhe o livro


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«...Chamo-me Daniel Estulin. Sou o autor de ‘Clube Bilderberg - Os Senhores do Mundo'. Devido a algumas informações muito perturbadoras que temos recebido dos nossos amigos em Portugal, estou a escrever a todos os bloggers portugueses a pedir ajuda...»

«...os editores receberam FORTES PRESSÕES de membros do governo PARA NÃO VENDEREM O LIVRO acerca do Clube Bilderberg...»


Pode-se acabar de ler este arrazoado aqui, ou aqui, sendo que neste último link a coisa tem mais objectividade por se reportar à data em que o senhor Estulin fez o apelo, ou seja, Junho de 2006. Exactamente. Há dois anos. A coisa deve ter corrido mal por que, aparentemente, Estulin volta á carga. A menos que o blogger ande a ler notícias requentadas. Quer porque os €19,95 de cada livro são um exagero quer porque ciclicamente se deva apurar o guizado.

De qualquer maneira é interessante verificar como os paladinos da conspiração se mantêm atentos e activos (“...ou ainda são daqueles que acreditam que as torres gémeas foram destruidas por um qualquer muçulmano escondido nas montanhas do afeganistão, se acreditam então…existe o pai natal para vós...”)comentário de um post sobre Bilderberg no insuspeito AspirinaB).

A biografia de Estulin é de verter a lágrima ao mais empedernido. Ex-patriota russo, foi expulso da União Soviética em 1980. O pai dele foi um dissidente que lutou pela liberdade de expressão, que foi preso e torturado pela KGB. Quando os soviéticos se cansaram deles, eles mudaram-se para o Canadá. Doze anos depois Estulin mudou-se para Espanha, mas o destino do pai é omisso. Acontece que o avô era um coronel na KGB e tinha, assim, informação privilegiada, daí que Estulin aproveitou o privilégio, juntou-lhe uns pós do M16 e da CIA e voilá. Desata a escrever livros que a censura (a censura, a nossa, a ocidental, capitalista) não autoriza. Ele explica porquê, no livro, o tal que custa €19,95. Tal como descreve a forma como as gentes da KGB, M16 e CIA, "gente patriota que amava o seu país, ficaram absolutamente aterrorizadas com políticos, banqueiros e até a realeza que fabricavam guerras" para... não sei bem para quê, devia ser para vender armas, mas isto digo eu que não escrevo livros censurados pela FNAC.

Entretanto, o que fica é que o livro custa quase €20. Quaisquer 10.000 cópias devem dar um jeitão, numa altura em que o mundo anda demasiadamente complicado, além de que a gasolina está por um preço que não se pode. E abrir um blog dá uma trabalheira. Além de, vai-se a ver, e acabava por ser censurado também.

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Skoda-se...


Foto roubada do Hoje há Conquilhas. A história também vem bem documentada

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… que o rendeu-se às malfeitorias do capitalismo. Selvagem, ainda por cima, já que é uma selvajaria privar os “utentes” (adoro esta dos utentes, mas vem a propósito) da Praça das Flores do seu usufruto.

A história é conhecida e está abundantemente descrita aí pela Blogosfera. Registo apenas o facto da conversão do , gorados, aparentemente, os planos sobre as corvinas e os berbigões da Trafaria.

Por aqui se vê a falta que o Zé nos fazia (e à Skoda). Não fosse o engenho da criatura e a Praça das Flores nunca seria reabilitada.

Fica aqui um abraço de solidariedade ao amigo Torquato da Luz. A falta que o Zé fazia ao Torquato, e o Torquato que não sabia…

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Comentar "inssencialmente" o que verdadeiramente interessa


Rui Santos, comentador na SICNotícias não comenta ao vivo. Mas vale a pena ouvi-lo, uma vez que seja. Ele ilustra bem aquela expressão que uso no post abaixo de falar em "carrossel" e de conseguir falar longos minutos e de, às tantas, já não sabermos bem o que é que ele está a tentar dizer. Mais grave: - Nem ele. Alonga-se de tal maneira que verdadeiramente se "perde" no emaranhado que teceu. Um "case study", este Rui.

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Um treinador de antanho, Artur Jorge de seu nome, disse uma vez que sempre que via futebol na televisão, desligava o som e punha auscultadores com música clássica. Única forma, dizia ele de conseguir ver os jogos sem lhe apetecer mandar uma jarra ao monitor.

Os anos passaram e eu acho que Artur Jorge parece ter cada vez mais razão. Independentemente do tratamento de polé dado à gramática e daquele discurso tipo carrossel que anda á volta das coisas durante longos minutos, de tal maneira que a acção no campo é já uma outra completamente diferente quando o comentador acaba o comentário, há um desfasamento total entre o que diz e a acção no campo. Situações de grande emoção, de iminência de golo, de lesões de jogadores ou outras, que poderiam e deveriam ser aproveitadas para se enfatizar o momento e acrescentar aquela pontinha de emoção ao episódio, passam ao lado dos comentadores que, ao invés e em simultaneidade com a emotividade da cena, se entretêm com comentários tão importantes como o que Cristiano Ronaldo comeu ao pequeno almoço, da tosse de Nuno Gomes ou do gosto do Miguel Veloso pela roupa que compra.

Esta é uma pecha antiga dos comentadores desportivos no nosso país e que eu tenho alguma dificuldade em perceber. Basta sintonizar qualquer outra estação de televisão estrangeira para percebermos as diferenças e a forma como se deve comentar. A nossa forma de comentar reflecte bem o nosso espírito pequenino e pífio de analisarmos o fenómeno desportivo, dando primazia à coscuvilhice em detrimento daquilo que se passa no terreno, muitas vezes no meio de grande emoção.

Este fenómeno não é exclusivo do futebol. Actualmente, na Fórmula 1 assistimos ao mesmo tipo de comentários quando, por exemplo, no meio de uma fantástica ultrapassagem, da mudança de líder por força de uma paragem melhor nas boxes ou de um espectacular acidente, estamos a ver essas imagens e a ouvir o comentador, alegremente, falar do piloto A que está de malas aviadas para a equipa B, do mau feitio do Alonso, ou do dirigente C que foi apanhado com uma beldade em Monte Carlo e a mulher não gostou.

Sinceramente, houve tempo em que não percebia porque é que as coisas se passavam assim. Hoje, doze anos depois de ter assentado na mãe pátria, percebo tudo muito melhor. Não gosto do que percebi, mas é a vida, como dizia o outro. A vida portuguesa diria eu.

Nota: O “inssencialmente” do título é uma homenagem ao nosso inefável Carlos Manuel que no Sábado usou o termo mais um punhado de vezes.

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sexta-feira, junho 06, 2008

Juke Box 60




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That’s what friends are for
e
You don’t know me

Music hot shots!

Bom fim de semana!

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A bovinidade recalcitrante


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A facilidade (ingenuidade) com que se passa de uma situação de descontentamento para um engajamento efectivo em actos políticos estudados ao milímetro e que, longe de defenderem os interesses de quem quer que seja, contribuem decisivamente para o cada vez mais precário mercado de trabalho e, mais grave, se hipoteca o futuro dos nossos filhos e netos, esta facilidade e ingenuidade, dizia eu, é de arrepiar.

Não estaremos longe do dia em que empresário algum invista neste país um cêntimo que seja, assustado com a “matéria prima” que temos para oferecer. Restarão os empresários portugueses, pelo menos aqueles que não tiverem o engenho suficiente para se mudar para outra freguesia. Entretanto, estes duzentos mil que ontem pressurosamente se manifestaram e outros duzentos mil que porventura virão confortam-se no convencimento de que o Estado lá estará para dar uma mãozinha, um subsídio, um emprego e uma reforma.

O Partido Socialista é objectivamente cúmplice da estratégia danosa da CGTP. E cúmplice é, também, na preservação do estado de bovinidade geral que se vai instalando nos alegres e recalcitrantes trabalhadores portugueses. Porque é o que sabe fazer melhor. O problema é que volta não volta é poder. E depois, é uma chatice, não dá jeito nenhum...

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A debandada


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Meio incrédulo, assisti à retirada das últimas representantes do cheiro de família cá de casa. Duas gatas, cuja presença lânguida, preguiçosa, absolutamente inútil, dispendiosa e danosa (que o diga um sofá com que elas terão simpatizado) me ia consumindo a paciência, desde que há seis anos atrás a minha “mirim” me pediu uma gata e lhe dei duas, abandonaram, finalmente, a home land para assumirem novo domínio territorial em casa da minha filha, sua legítima dona.

Cumpriu-se, assim, a retirada dos despojos finais de uma família unida, cuja expressão última se consubstanciava exactamente naqueles dois felinos exemplares. A Gray, cinzenta por cima e branca por baixo, uma autêntica dama, pela sua forma aveludada de caminhar, elegância a comer e porte majestoso a dormir e a Twilight, amarela, branca e preta, tipo de pelagem a que vulgarmente se chama de “tartaruga” a única gata que conheci verdadeiramente bipolar. Tanto dava marradinhas nas pernas, como se atirava furiosamente a insectos invisíveis que aparentemente lhe assolavam o território, como comia desabridamente e fazia arranques meteóricos da inércia em repouso para a velocidade estonteante de um cometa sem cauda, logo desgovernado e chocando com o que fosse que estivesse á frente.

E dizia no princípio do post que estava meio incrédulo, porque do alívio que saboreei antecipadamente pensando no dia em que a minha casa se tornaria “cat-free” passei á depressão profunda e quase suicidária só possível em quem não fazia ideia nenhuma da importância de se ter gatos. Animais raros, extraordinários, poderão ser a mais perfeita máquina do reino animal, seja pelas suas espantosas características físicas, seja pela sua extraordinária demonstração de carácter e dignidade. Ao pé da nobreza e dignidade do comportamento de um felino, um cachorro aos saltos e a abanar a cauda pela chegada do dono é uma visão risível e idiota.

Foram os filhos, foram as gatas, resta a Cristina que teima em aparecer ciclicamente na parede da sala. São os tais ciclos de vida ou, como todos sabemos, a vida é feita de mudança e se há coisas que se não deve mudar é exactamente a mudança, sob pena de se mudar o que não deve ser mudado. E mais não digo se não o presidente Moita Flores vem para a televisão dizer outra vez que a blogosfera só serve para acomodar solidões mal resolvidas ou promover negócios escuros, branqueamento de capitais, agitar o pedófilo que todos temos, recalcado, dentro de nós ou outra coisa qualquer que Moita Flores tenha aprendido por essa Blogosfera fora (ou mesmo, dentro, vá-se lá saber...).

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