quinta-feira, abril 10, 2008

Idiotas, que nem úteis são


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Lá, como cá, idiotas há. Com ou sem sotaque, idiota é idiota e não há nada a fazer. Atente-se no comentário deste brasileiro ressabiado (vá-se lá saber porquê...) a esta notícia do Público, a propósito do acordo ortográfico:

"Basta percorrer o site do Instituto Camões para se ter uma idéia dos níveis absurdos de preconceito que os 'intelectuais' Portugueses demonstram em relação àqueles que fazem com que a língua Portuguesa seja uma das mais faladas no mundo. Leio muito, observo as atitudes dos Portugueses (todos, da arraia miúda aos graúdos demagogos que frequentam o Parlamento). Não merecem que a gente continue a compartilhar do mesmo espaço linguístico. 'Comunidade lusófona' é uma expressão eufemística para esse pessoal (que vive na época das Caravelas) dar prosseguimento a esse projeto colonial horroroso que culminou no extermínio dos índios e no tráfico negreiro (esse sim, de proporções mundiais - e liderado por Portugal). Proclam-se a língua Brasileira, restaurem-se as línguas Bantas, estimule-se o Inglês. Que o Português fique com os Portugueses... assim com o Basco é falado (por alguns) Bascos. E falo isso como descendente do Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, que morreu lutando contra os Mouros aos 95 anos. E falo isso como descendente de uma meia-irmã de Nuno Álvares Pereira, o herói de Aljubarrota. Saudações"

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20 Comments:

At 7:14 da tarde, Blogger AnaD disse...

hummmmm quanto será que o moço pagou pela arvore genealógica???

 
At 9:32 da tarde, Blogger António de Almeida disse...

-Contra o acordo ortográfico, sem preconceitos, mas pretendo manter-me fiel aos ensinamentos que recebi.

 
At 12:55 da manhã, Blogger Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

A favor da evolução, inclusive da lingua portuguesa, que com ou sem acordos tenho a felecidade de fonéticamente já se ter chegado à conclusão há muito tempo de que podemos usar um "f" em vez de um "ph" e que com toda a certeza o mundo lusófono, onde a lingua portuguesa que é hoje falada muito mais fora do que dentro de Portugal pode e deve sim evoluir através de acordos...mas não, com toda a certeza, na lógica do anônimo.

 
At 8:17 da manhã, Blogger 125_azul disse...

Mas não somos democráticos, que raio? Porque cada um não fala e escreve como quer? Nós aqui, eles lá, cada um na sua e Deus contra, é o que é!
beijinhos

 
At 9:14 da manhã, Blogger Carlota disse...

Até que consigam explicar-me bem a razão pela qual eu tenho de me adaptar à evolução dos outros e não, apenas e só, evoluir naturalmente, sou completamente contra essa imbecilidade de acordo ortográfico que ainda-não-percebi-bem-quem anda a tentar impingir-nos!

 
At 9:23 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

anad/fg
Provavelmemte :)) O meu pai costumava dizer que nesta coisa de árvores genealógicas nem sempre convinha esgravatar muito para além da terceira ou quarta geração. Frequentemente encontrávamos um pirata, um violador, um ladrão de velhinhas indefesas...
:)))

 
At 9:30 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

antónio de almeida
Por mim, não sou contra só por ser. Mas quando se usa o que de mais nobre temos, a língua, para satisfação de vaidades,(políticas ou outras) tenho de ser contra, com certeza.
Aliás mesmo na vertente pura da filologia, Graça Moura tem sido cristalino no que diz. É simplesmente deplorável o que se pretende.

 
At 9:33 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

zé pasulo

Peço desculpa, mas receio não ter entendido bem o seu comentário.

Na parte que refere do português ser mais falado fora do que em Portugal, para mim esse é um pormenor perfeitamnete secundário. Atente na desproporção entre os falantes de inglês fora de Inglaterra e os ingleses. Nem por isso eles, os ingleses transigem na pureza da língua. Nem mesmo em relação aos americanos. Dito isto, a minha posição fica bem clara.

 
At 9:34 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

azulinha

Ou, em bom português do Bulhão, cada um m.... com a sua :))

 
At 10:15 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

carlota

É isso que revira as tripas, Carlota. É a sensação de quenos estão a impingir uma coisa absolutamente desnecessária e apenas reveladora da nossa falta de amor próprio. Cito sempre os ingleses como exemplo do contrário. E depois...

No carro, a caminho do escritório, ouvi Malaca Casteleiro e, a seguir, ouvi Graça Moura. A razoabilidade argumentativa entre um e outro é abissal e não vale a pena entrar muito por aí. Virá sempre ao de cima o cliché de que a direita se opõe à revisão ortográfica e a esquerda, em obediência ao seu (dela) nobre desígnio de achar que deve mudar o mundo, pela simples razão de que será a única forma de apresentar obra feita, é a favor. Já aqui eu o dizia.
Beijola

 
At 2:48 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Também se me revoltaram as entranhas ao ler esse comentário, que esta imbecilidade do defunto acordo que agora querem ressuscitar não lembra a ninguém- e ainda não consegui perceber porque é que temos nós de adaptar-nos às variantes dos outros... Não gosto muito de admiti-lo mas tenho de dar a mão à palmatória; quando José Saramago respondeu a um jornalista brasileiro que numa conferência de imprensa se queixava não perceber o seu sotaque com um acutilante" A língua é minha o sotaque é seu" estava a salientar a questão que me parece mais importante nesta polémica- mas afinal quem é que espalhou o português por esse mundo fora? E tal como tu espumantezinho, volto a relembrar o exemplo inglês: acaso os nossos aliados deixaram de escrever colour com U só porque nos EUA assim se faz? Para mim a questão é "that simple"! Beijinhos
t-shelf

 
At 4:27 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 4:29 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Ti

Que prazer em ver-te pela blogo!
:)
A coisa é that simple para ti e para muita gente. Infelizmente há sempre quem ache que a coisa is that simple se a complicarem um bocadinho :))
beijinhos para ti e para a dinastia dos shelves

 
At 4:32 da tarde, Blogger Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Como introdução ao que vou tentar esclarecer ao “Espumadamente”, começo pelo o que dizem ser uma colocação de Fernando Pessoa: “ A minha Pátria é a minha língua.”
Em vários lugares que se debate, ou se debatem algumas pessoas, sobre este tema, coloco sempre esta questão do se falar hoje mais o português além fronteiras portuguesas do que em próprio Portugal no foco da importância que a língua tem para o mundo. Não entro aqui na questão como ela foi difundida. A história nos conta. Neste tema o importante é que a mesma acabou por se sedimentar por várias regiões geográficas e não mais pertence só à ponta da Península Ibérica, mas haverá que haver orgulho por lá ter surgido, reconhecidamente pelos mais estudiosos, uma das línguas mais completas.
Sendo assim, a evolução da mesma, que historicamente não haverá como fugir-se, não deverá afastar-se de acordos, acordos esses que não deverão só fazer parte Portugal e Brasil, e sim também todos os outros países onde a língua oficial seja a portuguesa.
Afinal, o acordo não trata de sotaques, de termos ou gírias locais, e sim de questões gramaticais e ortográficas que não vejo como não andarmos, países lusófonos de mãos e canetas juntas, ou melhor dizendo, de “cabeças” a trabalhar em conjunto.
Sinto, como português, nascido em Moçambique e residente no Brasil há 32 anos, que a grande maioria que está contra o acordo ortográfico (que acordo, qual deles?) nem mesmo conhece os detalhes do mesmo, e que antes de estar contra a evolução deveria estar mais preocupada, essa gente, em saber como estão tratando tal acordo, como está ele levando em conta as tais regras de exceção. Levanto um, como o”c” no “facto” em Portugal, que diferencia do “fato”, que no Brasil é “terno”. Vai-se deixar como outras línguas, e até já no português em alguns casos, na interpretação coloquial? (Como algo interessante, factível, no Brasil como em Portugal, continua se escrevendo com o “c” antes do “t”, pois neste caso não está ali só ocupando espaço.)
Sobre o que alguém aqui já questionou se somos ou não somos democráticos, espero bem que sim, pois acredito na democracia como a busca do consenso sem necessariamente concordarmos com tudo e com todos, mas não acredito na democracia, muito menos em questões como este tema, como cada um faça como bem entender.
Sobre o exmplo dos ingleses e americanos, torço para que consigamos sermos melhores que eles. J
Espumadamente, espero que tenha deixado a minha posição mais clara..
Abraço a si e a todos que aqui participaram até agora.

 
At 11:06 da manhã, Blogger ana v. disse...

Este comentário (o do brasileiro, quero dizer) mostra bem um enorme complexo de inferioridade transformado numa raiva cega contra os portugueses. Os papeis de colonizadores e colonizados inverteram-se, o homem ainda não deu por isso...
Mas nem todos os brasileiros são assim, felizmente. Já fui a favor do acordo, agora que o conheço um bocadinho melhor acho-o desnecessário e mal explicado. Acho que as línguas evoluem porque são "coisas vivas", mas a evolução não significa uniformização. Pelo contrário, isso seria um retrocesso na riqueza e pluralidade. Enfim, lutas patetas que não têm nada a ver com o tema.

 
At 1:39 da tarde, Blogger Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Talvez uma boa dica de leitura: http://www.unifai.edu.br/internet_noticia.asp?cod_conteudo=2680&area=1627

 
At 9:59 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 10:14 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

zé paulo

Nada do que eu disse contraria Fernando Pessoa. Parece-me que fui bem claro em deixar transparecer um sentimento de concordância com a evolução natural da língua nos vários países de expressão portuguesa. Eu próprio já vivi em países assim e achei que as variações morfológicas e fonéticas (e até de sintaxe) são um experiência enriquecedora para um falante de português. Vou-lhe dar um exemplo: Se viveu em Moçambique, como diz, deve lembra-se da expressão "uma hora de tempo", tão usada pelos moçambicanos. Dito em português mas, obviamente, adaptada da expressão inglesa "one hour time. Ora aqui está um bom exmplo. Nada tendo contra a expressão, nada me move a adoptá-la no português matricial porque uma hora de tempo é uma expressão incorrecta.
Com o Brasil passa-se exactamente a mesma coisa. A grafia de mutos vocábulos brasileiros, a construção de frases e a fonética estão errados, mas isso não quer dizer que esteja errado no Brasil, onde a língua evoluiu por entre várias influências, particularmente a norte-americana, é bom não equecer isso.
Resumindo. Nada tenho contra a expressão brasileira, pelo contrário, acho-a até bem mais rica e sonante que a expressão portuguesa. Daí a fazer-se um acordo de uniformização vai uma distãncia que não acho que tenha que ser vencida. Bem basta expresões que se foram generalizando por cá como abicha (que tem um significado diferente de fila, hoje na rádio minguém diz bicha), o "tudo bem?" o "tá?" e inúmeras outras expressões que os portugueses, distraídos, estouvados e despersonalizados se apressam a adoptar.
Um abraço para si

 
At 10:20 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

av

Aproveito este local, na esperança de que aqui volte, para lhe dizer que semprue que vou ao "porta do vento" tenho experimentado dificuldades. O computador encrava, a página do "Porta" custa a movimentar e, frequentemente, aparece uma página a anunciar jogos e "aquelas casas onde se jogam jogos de azar" (não o uso o termo apropriado porque receio que me aconteça o mesmo e a verdade é que tenho sentido esta dificuldade desde que a Ana fez aquele post onde a palavra ( .... a tal) aparece. É naquele post do "Estoril Sol Residence" onde entre outras coisas a palavra é escrita.
Daí que não tenho ido ao "porta", porque de cada vez que lá vou o meu computador encrava e tenho de fazer "reiniciar".
Não sei se o problema é só comigo, mas não quis deixar de a informar.
Um beijinho e espero que o defeito seja só meu :)))

 
At 3:14 da tarde, Blogger Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Espumadamente,
Entendo o seu ponto de vista, mas não entendo que o Acordo Ortográfico trate de expressões e/ou gírias locais, até porque elas são mesmos regionais, dentro do vasto território brasileiro e mesmo no não tão vasto mas também plural território português.
O acordo está direcionado para a ortografia, e não cabe, ao meu ver, o exemplo da gíria e / expressão "bicha" ou a expressão "uma hora de tempo". O acordo esta direcionado na ortografia dessas palavras e não como um minhoto,em Portugal, ou um paraíbano, no Brasil a pronunciariam, claro que bastante diferente do que um lisboeta ou um curitibano. O que eu torceria é que ao escreve-las, as palavras, todos o fizessem da mesma forma.
Sobre eu ter vivido em Moçambique, nasci lá em 1960 e vim para o Brasil em 1975, tendo tido uma passagem rápida por aqui ainda em 1972.
Outro abraço para si.
ZP

 

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