terça-feira, outubro 30, 2007

Volto já



[2120]


Trabalho oblige.


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Coisas fedidas - os inevitáveis



[2119]

Habituei-me a um país (o meu…) em que ciclicamente nos submetemos à opinião de certas personagens, inevitáveis em todos os sectores da vida nacional. Desde os grandes acontecimentos de imenso alcance social, politico ou económico, até à D. Mariquinhas, que deu um espirro e pegou uma gripe ao vizinho do Lote 5. E digo habituei-me porque até há onze anos atrás andei por outras latitudes onde as pessoas eram, digamos, mais iguais ou, pelo menos, as nossas opiniões não eram formadas em torno de personalidades impostas pela comunicação social.

E foi assim que atravessei épocas de personalidades diferentes, ditadoras de opinião. Ocorre-me Mário Soares, Sampaio, Louçã e outros obrigatórios do regime. “Então Dr. Sampaio, o que acha daquele restaurante que foi fechado em Tavira, por falta de condições de higiene”? E o Dr. Sampaio emitia a sua douta opinião, se necessário fosse com uma lágrima ao canto do olho. “Então Francisco Louçã e o que acha da fábrica de sapatos que fechou na Varziela? E o Dr. Louçã lá nos explicava os inextrincáveis e tortuosos caminhos do capitalismo selvagem, insultava uns quantos com a jactância do costume e anunciava logo uma campanha de desobediência civil.

Mas tudo funciona por modas. A moda agora é Berardo. Não há emissão de gases poluentes pelo normal flato de uma vaca holandesa que não mereça um adequado comentário da douta criatura. Faz parte, no momento da vida nacional, e tudo passa por ele. Do Benfica ao BCP, das cicadáceas da África do Sul ao turismo da madeira, do impressionismo de um pintor que agora não lhe se lhe ocorre o nome aos horários de verão da TAP.

Haverá uma explicação para este estado de coisas. Por hipótese o servilismo idiota de muitos dos nossos jovens jornalistas que tentam desbravar a pulso de microfone uma carreira mediática. Mas convenhamos que a coisa fede. E de coisas fedidas andamos nós fartos. Concretamente sobre Joe Berardo, eu tenho de dizer que nutro o maior respeito pelos self made men, mas é preciso não esquecermos a proporção das coisas e o efeito perverso que a falta de estofo pode causar numa generalizada falta de cultura. Com a fanfarronice própria da lusitana gente, dá uma mistura explosiva de imbecilidade e arrogância.
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segunda-feira, outubro 29, 2007

The Argentina




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Psicologia de massas



[2117]

Este fim-de-semana vi pouca televisão (muito pouca) e rádio quase nenhuma. Mesmo assim, registei uma entrevista na rádio (Rádio Clube Português, Ana Sousa Dias) com um psicólogo a propósito do comportamento das crianças em idade escolar e da adequada e desejável acção dos pais em relação a esta matéria. E a uma capciosa pergunta sobre como é que os pais deveriam reagir perante um filho que tivesse agredido algum colega, o psicólogo respondeu: - Repare. Desde logo, deve conversar com o filho.

Ainda sustive a respiração a ver o que é que vinha a seguir, mas não veio nada. Fiquei a saber assim, assim, que se o meu filho mandar umas lambadas num colega, espetar um alfinete nos olhos do canário ou atirar com o apagador à professora, eu devo falar com ele. Não vá esquecer-me e não dizer nada ao miúdo. E nesta conversa deve estar implícito, presumo, que ele está ser vítima de uma sociedade infectada com uma série de malfeitorias que só a minha preclara e correcta alocução poderá compensar. Não fosse o entrevistado do RCP e eu ficaria sem saber o que deveria fazer ao meu filho brigão.

Eu sei que os psicólogos (independentemente da muita estima que alguns deles me merecem e que fazem o favor de ser meus amigos) são uma peça fundamental do regime na construção da sociedade aberrante correcta que andamos todos a construir. Mas, que diabo, o RCP poderia rever os seus critérios de escolha, pelo menos no diz respeito à loquacidade dos seus entrevistados.

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Rotinas

[2116]

Circunstancialmente, não tive tempo para o blog durante este fim-de-semana. É uma sensação estranha de traição, salpicada aqui e ali com uma saudável atitude de libertação em relação a uma rotina de mais de três anos.

É assim que, muitas vezes, se estraga uma relação.

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sexta-feira, outubro 26, 2007

Tenhamos calma que um dia seremos salvos

[2114]

Há um fenómeno estranho, talvez mais fácil de explicar do que parece mas, mesmo assim, muito difícil de abordar. É o estilo e a forma como a maioria, se não a totalidade, dos programas de natureza informativa da RTP são caldeados por uma atmosfera de contestação social, desde os acontecimentos mais comezinhos de uma qualquer aldeia do interior até ao dia a dia das grandes urbes. Todas as notícias são enformadas num enquadramento de, repito, contestação, oposição e indignação. Aliás, tudo vocábulos de uma cultura recente em que o PS se sente mais à vontade do que a governar e a fazer coisas. E é assim, que um incêndio num celeiro de uma aldeia no Norte, um acidente de viação à fusão de dois bancos são notícias que a RTP nos dá como se elas fossem o resultado da sociedade injusta em que vivemos. Uma sociedade dominada por uma clique de cleptómanos, venais, compadres, caciques e inescrupulosos representantes de uma sociedade em mudança.

Isto poderá, em certa medida, ser até verdade. Há é uma ironia desarmante no facto de, como todos sabemos desde que não andemos demasiadamente distraídos, os partidos que passam pelo poder serem os principais geradores deste fenómeno, através de conhecidos e rocambolescos episódios que, quando muito, acabam por ser exprobrados mas nunca julgados, resolvidos ou punidos. Mas o que é ridículo é o estado de coisas funcionar num mecanismo estranho em que conscientemente se educa o povo a contestar as políticas pelas quais os próprios contestados são responsáveis. Tal e qual aquele episódio em que um ministro saiu uma vez do seu gabinete e veio para a rua juntar-se a uma manifestação contra ele próprio. Um episódio entre outro (populista) que metia uma refeição de mioleira em Bruxelas e ainda um outro (suspeito) em que ele era indiciado por graves atropelos á lei num "assunto" qualquer de terrenos agrícolas que já nem me ocorre bem.

Assim se padece pela forca do PS! É a dinâmica da oposição, do botabaixismo da baixa política (José Lello aplica muito este termo…) que é o que o partido do governo sabe fazer bem. Tem o inconveniente de não contribuir em nada para a nossa felicidade e de ser um insulto à inteligência de muitos de nós, mas temos de convir que a culpa não é deles mas sim de quem os elege. Quanto a isso, não há realmente nada a fazer nem a dizer…

P.S. Ilustra bem o que digo o programa informativo da RTP Bom dia Portugal. Enquanto estações normais dão as principais notícias do dia, incluindo a meteorologia, o trânsito e até uma ponta ou outra de humor, na estação estatal procede-se de imediato, todos os dias e bem cedinho, ao rol de desgraças em que os capitalistas nos atolam todos os dias desde que acordam e às iniciativas atentas e correctoras do nosso governo. Assim como quem não quer a coisa. Hoje, por exemplo, fiquei descansadíssimo em saber que o PC está muito preocupado com a fusão do BPI e do BCP e que o Governo acha que se tem de deixar funcionar o mercado mas que está atento...
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Ai que saudades, ai, ai...


Bilene - amanhecer

[2113]

Resmas de fotos do Bilene, do Tofo, do Tofinho de Chiguendele e outras paisagens, que até é pecado vê-las. Não falta sequer o lançamento de Nuno Morais Sarmento (o senhor Nuno) na indústria do turismo moçambicano. Caras bonitas e muitas, muitas praias…

Aqui no
Estrada Poeirenta e via 25 centímetros de neve.
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Post capicua



[2112]

Fácil fazer posts, fácil…
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quinta-feira, outubro 25, 2007

Quem tem filhos...


clicar na foto

[2111]


Ora para isso é que existem os pais. Amor, carinho e prontidão sempre que eles precisam. Não percebo, assim, o bru-á-á que por aí vai com os €12,5 milhões que Jardim Gonçalves desembolsou para o filho. Eu, por exemplo, ainda na sexta-feira passada tive de adiantar €50 euros à minha filha porque ela já tinha gasto a mesada toda de Outubro. Crianças estouvadas, tss, tss! Apenas uma questão de escala…

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quarta-feira, outubro 24, 2007

Banja


[2110]

Ainda relativamente ao post anterior, estabeleço uma associação de ideias, e vá lá perceber-se porquê, com uma cena que me ficou gravada na memória, tinha eu uns dez anitos.

África, tempo colonial, cenário reunião (banja) de chefe de posto, administrador e representante duma concessionária de algodão, cipaios e "língua" ("língua" era a designação de "intérprete" no norte de Moçambique, Niassa, Nampula e Cabo Delgado). A reunião tinha a ver com uma alocução moralista e pedagógica, em português, a um grupo de cerca de duzentos agricultores do sector familiar, em que o chefe de posto lhes explicava as vantagens de produzirem algodão, já que com o produto das colheitas poderiam comer, comprar roupas para os filhos, sabão e, até, uma bicicleta. E o chefe de posto ia falando neste registo e assim o fez durante cerca de trinta minutos ou mais. Numa forma cordata, pedagógica, melíflua, amigável, tudo muito bem explicadinho, algodão aqui, bicicleta, comida e roupa para a família ali, ele falou e falou e falou, cônscio da grande interacção que estava a gerar com a população da aldeia e do seu papel decisivo no aumento da produção de algodão que se iria sentir na temporada.

Depois de mais de meia hora de conversa pedagógica, virou-se para o "língua" e disse-lhe para traduzir devidamente para macua o que acabara de proferir. Ao que o "língua" correspondeu com uma conversa em tom de aviso, com uma expressão severa e em não mais de 15 segundos. O chefe de posto, espantado pelo facto de o "língua" ter condensado uma pedagógica sessão de quarenta minutos num par de frases em quinze segundos, perguntou-lhe:

- Afinal… você explicou tudo bem o que eu falou? Falou tudo o que eu expliquei? O que é que você disse a eles?
- Sô chefe eu falei pra eles que tem que fazer argodão, tem que semear, capinar muíííto bem e apanhar as colheita, senão sô chefe vai dar-le porrada!

Salvaguardadas as devidas diferenças e proporções, por vezes tenho a impressão que os ministros que temos, de duas uma: ou começam a pôr "línguas" para nos explicarem o que estão a dizer ou acham que, se nos portarmos mal, não precisamos de "línguas" para nada e ainda acabamos todos a levar uma carga de porrada. Tipicamente socialista!

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Idiota e ininteligível



[2109]

"…Teve uma intenção construtiva e pedagógica. O senhor procurador geral da República é uma personalidade de grande prestígio e muito conceituada. Todas as suas palavras devem ser levadas a sério e não é aceitável que alguém queira gerar alarmismo…"

Palavras minhas mas que espelham com muita fidelidade o desconchavo retórico, que acabei de ouvir na TV, de quem ainda pensa que cada vez que um governante se dirige à grei deve fazê-lo da forma tão idiota quanto ininteligível possível. Estas foram proferidas pelo nosso preclaro ministro Alberto Costa, aquela figurinha irritante (desde a sua tirada a propósito das polícias que não consigo olhar para ele sem me rir…) de cuidada barba por fazer, como lhe disseram que se usava em Cascais, para justificar a reportagem de Pinto Monteiro ao Sol.
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Que pena...tinha um post porreiro para pôr!



[2108]

Há aquela história conhecida do Américo Tomás que foi ao Brasil em viagem oficial e, antes de ir, pediu a Artur Agostinho que lhe ensinasse uma anedota ou uma piada para contar ao presidente do Brasil quando desembarcasse. Artur Agostinho disse-lhe que uma piada gira seria ele perguntar ao presidente do Brasil quantos pastelinhos ele conseguiria comer em jejum. O presidente brasileiro diria "três" ao que Tomás deveria dar uma risada e dizer:

- Não, senhor presidente, porque quando comer o segundo pastelinho já não está em jejum, porque já comeu o primeiro.

E assim, Tomás passou as nove noites da viagem a repetir para si próprio a piada, ia até ao portaló depois de jantar, repetia a piada tin-tin por tin-tin e procurava fixar bem a parte final…

"…ele diz-me que consegue comer três e eu digo: Nááááá, porque quando comer o segundo já não está em jejum porque já comeu o primeiro".

Chegado ao Brasil, Tomás desce as escadinhas do barco e pergunta de imediato (não fosse esquecer-se…) ao presidente brasileiro:

- Então quantos pastelinhos é que o senhor presidente consegue comer em jejum?

O presidente pensou, estranhando a pergunta de chofre, mas acabou por responder:

- QUATRO.

- Que maçada, diz Tomás, tinha uma piada engraçadíssima para lhe contar se tivesse dito três

Isto para dizer que estive hora e meia a ver o jogo do Sporting e a dizer para dentro:

- O jogo acaba, eu vou ao computador e faço um post com uma foto do Sporting, ponho o título Sporting 2 Roma 1 e ponho o texto: - porreiro, pá.

Tal como Tomás, a quem o presidente brasileiro estragou a anedota, fiquei com o post estragado. Lá 2-1 foi, mas tinha de ser ao contrário para o post ter graça…
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Acordemos



[2107]

Este homem começa a despertar em mim uma desagradável sensação de desconforto, passe a redundância. Já nem é a substância, mas a forma como Sócrates exercita o poder ou maneja a influência que ele acha que tem nos areópagos internacionais. A forma como ele gritou o seu ACORDEM para os eurodeputados, quando instado a responder sobre a possibilidade de referendar o tratado, mostra como o presidente em exercício da União Europeia é um sinal inequívoco e insuportável de uma clara impreparação para as relações internacionais, para além de dar um triste contributo á imagem dos líderes portugueses. O homem é autoritário, ele grita, ele enerva-se, ele incha, guincha, ele ralha, ele é um exemplo acabado de uma arrogância provinciana de quem nunca mandou em nada na vida e sabe que tem nas mãos a grande oportunidade de ver a sua imagem espelhada no rio.
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terça-feira, outubro 23, 2007

Prós e Prós




[2106]

Ontem recusei-me a ver o Prós e Contras. Passei de relance e, num minuto, apercebi-me exactamente que este era um dos tais programas em que toda a gente ia estar de acordo, saldando-se por mais uma sessão de propaganda. Coincidentemente, ou não, a Fátima falava… e falava. E eu passei. Desta vez passei mesmo. Aparentemente,
eu tinha razão.

Eu não disse lá em cima que tinha razão?
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segunda-feira, outubro 22, 2007

O Lote 5 - 1º Dtº


[2105]

O Lote 5 faz dois aninhos. Aqui fica um beijinho de parabéns para a Carlota.

Um dos meus blogs favoritos. Um dos melhores, também.

Tchin Tchin



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A novidade da rotina



[2104]

Sempre achei que os ingleses e os anglosaxónicos em geral tinham uma arrepiante falta de imaginação. São capazes de se sentar a uma mesa de um McDonalds ou de um Wimpy e ler atentamente um menu que é rigorosamente igual em todos os países onde estiverem. Mesmo assim, olham-no atentamente, discutem-no pormenorizadamente com a família e o cenário não é diferente de quando nos sentamos num bom restaurante francês e precisamos de mais de quinze minutos para equacionarmos as mil e uma ofertas da belle cuisine. No caso dos ingleses e dos restaurantes da Wimpy, e depois de toda aquela atenta e cuidada análise, a decisão salda-se em 99% dos casos por um double cheese burger with fries and aquela disgusting beverage que ostenta o nome de coffee mas que eles, pragmaticamente chamam de coffee drink. E encomendam com cara de quem acaba de tomar uma sábia decisão e a excitação de quem anuncia à família: -
"Vamos lá experimentar este prato".

Em Portugal estamos a atingir uma situação semelhante com os boletins meteorológicos para o dia. O apresentador da tv anuncia o boletim, aparece um indivíduo de meia idade com ar de entendido e estudado na coisa (onde pára Bill Murray a anunciar o festival da marmota??), nós fazemos uma pausa e ouvimos atentamente o tal indivíduo dizer que o céu vai estar pouco nublado a limpo, vento fraco e temperaturas um pouco acima dos valores normais para a época e ondulação de um metro na costa ocidental. É assim todos os dias. Durante semanas, meses. É assim a expectativa, é assim o resultado de uma meteorologia onde depositamos as expectativas de um esquisite dish e acabamos a comer o cheese burger do costume. Mas não deixamos de prestar a devida atenção. Excitação é que nem por isso.

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domingo, outubro 21, 2007

Leitura indispensável

[2103]

"...Hoje é proibido pensar que as pessoas podem ser diferentes umas das outras em capacidades cognitivas, sendo tais diferenças correlativas às suas origens genéticas. Tal como é proibido dizer que o aquecimento global não é provocado pelos seres humanos. A proibição em si é grave, pois mostra até que ponto estamos em pleno pesadelo orwelliano..."

Ler mais aqui no de rerum natura.
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sábado, outubro 20, 2007

Segundas Pátrias. Existem?



[2102]

Se é verdade que existem, a minha é a África do Sul. De há muito tempo a esta parte. Por isso, agora que os Springboks começaram uma final mundial com a Inglaterra, a minha força vai toda para eles.

(...)

Sounds the call to come together,
And united we shall stand,
Let us live and strive for freedom,
In South Africa our land.

Acaba assim o hino da África do Sul. Força Springboks, dêem lá uma lição aos "pommies", que eu faço daqui uma forcinha!

Moer hulle, bokke!
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Post dedicado (Serviço Público)


[2101]


À Sinapse. Com a certeza de estar contribuindo para a sua imperdoável falha de cultura sobre o "nacional-cancenotismo". A Natércia era de Moçambique, teve um retumbante êxito com esta música que vais ouvir e hoje vive em Johannesburg. Pelo menos vivia há meia dúzia de anos.

Ora prepara-te e, para veres e ouvir a Natércia, carrega aqui. E faxavor de não gozar que ela era uma prendada menina e ainda hoje é uma moçoila atrevida e bonita. É o que dá dares-te com kotas. Às tantas dás por ti e estás a aprender os "óculos de sol"!

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Era o que faltava...


[2100]

Maria Madalena estava para ser apedrejada quando Jesus resolveu interceder em seu favor diante da multidão. E Jesus disse:

- Quem nunca errou, que atire a primeira pedra...

Um português, presente em todos os lugares e épocas, empolgou-se, pegou num enorme calhau e acertou em cheio na testa da Maria Madalena, que caiu redonda. Jesus, entristecido, foi direito ao portuga, olhou-o bem nos olhos e perguntou:

- Meu filho, diz-me a verdade! Nunca erraste na tua vida?


O português respondeu :- A esta distância, não!

Com um grande beijinho para a Zabeloca e para Coimbra

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Tratado de Moscavide?


[2099]

Parece mentira mas desde que o Tratado de Lisboa foi selado que ainda não ouvi Pinto da Costa seguir o mesmo princípio que o levou a chamar estádio de Oeiras ao estádio nacional e chamar ao Tratado de Lisboa, Tratado de Moscavide, por exemplo. Estou espantado!


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Juke box 29



[2098]

Clair de Lune – Debussy

Agora é que é. Bom fim de semana para todos.


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Um comentário




[2097]

Um comentário destes do RAF tem de ser dado à estampa. Pela que encerra de sabedoria, reconhecimento de incontroversa factualidade e pedagogia dos mais distraídos.

Quanto ao facto da minha filha ter reparado mais na Eva Longoria ou no Aston Martin, faço uso da minha prerrogativa de pai para ter a prioridade de primeira escolha. Para a Eva, pelo menos por enquanto, primeiro olho eu. Demoro-me depois no AM, sopeso e descarto um dos elementos de análise. Os dois juntos (Eva e carro) é uma combinação impossível de deal with. Ou uma coisa, ou outra. Tudo ao mesmo tempo dá despiste com certeza …

Bom fim-de-semana (a ver se não me esqueço dos hífens) a todos.
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Hilariante



[2096]

O meu objectivo, ao citá-lo, é uma tentativa metodológica de prolongar a desconstrução derrideana, aplicando-a numa hermenêutica totalizante.”

(…)

"Em resumo uma pequena demonstração de que o nada, desde que devidamente enfarpelado em retórica, passa por inteligência em determinados círculos da esquerda. E eis como, tendo escrito um amontoado de bostadas completamente esféricas, sem ponta por onde se lhe pegue, gerei “uma inteligibilidade…uma fine construction”.

Um exercício de retórica de vacuidades que abalou o (ou a falta de) sentido de humor do 5 Dias. Vale a pena ler tudo, aqui.

Via O Insurgente

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Entrega do primeiro A380


Clicar para aumentar

[2095]


Tempo para parar a discussão académica sobre o Tratado de Lisboa e celebrar este exemplo de avanço científico e tecnológico de uma Europa que ainda há sessenta anos estava em escombros.

Ver mais fotos aqui e aqui.
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sexta-feira, outubro 19, 2007

Uma pestana no olho



[2094]

"...Mas antes de prosseguir, deixe-me fazer-lhe uma advertência. Não se iluda, ilustre concidadão, pensando que o MPLA por solidariedade ou por consideração à sua leal e desinteressada prestação de serviços à revolução o venha a coonestar dos estigmas de que se queixa. Lembre-se das personagens de George Orwell (autor de 1984)..."

"...Reconheço que os seus livros são admirados pela beleza e pela “transcendência espiritual” das estórias que conta. Porém, preferia vê-lo doutra forma. Não como um escriba sentado e submisso que sempre cortejou o príncipe e a sua corte; que sempre se acomodou aos servilismos culturais do MPLA e aos fetichismos do seu regime político; ou que sempre se calou diante das monstruosidades criminais e totalitárias do Estado, e sempre fingiu ignorar os abusos contra o pensamento e a liberdade de expressão..."

"...Com efeito, esperam-se mais explicações, especialmente sobre a tal Comissão em que V. trabalhou. Para as pessoas menos avisadas (ou desinformadas) fica a impressão que os membros dessa Comissão, do princípio ao fim, se pautaram por um espírito de equanimidade. No entanto, não foi essa a percepção nem a experiência que colhi quando V. e outros (entre os quais ministros e altos responsáveis do MPLA) me “interrogaram” na tarde do dia 4 de Junho de 1977. O que ali se passou (recorda-se?) foi tudo menos uma investigação ditada pelo rigor e pela observância de normas jurídicas, e menos ainda pelo respeito a regras de humanidade, e sim uma longa e delirante sessão de tortura psicológica, temperada por gritos de achincalhamento, por ameaças físicas e todo o tipo de bestialidades. No tempo em que durou aquele inferno inquisitorial tive por vezes a sensação de estar na antecâmara da morte..."

Excertos de uma Carta Aberta do historiador angolano Carlos Pacheco dirigida ao escritor angolano Artur Pestana – Pepetela e publicada no Público em 2005.

Esta carta passou-me ao lado, na altura, talvez porque criei uma certa defesa relativamente à emergência dos cantores das acácias rubras, magias africanas, odores e sabores tropicais, sorrisos de meninos e noites do Cruzeiro do Sul, mangas maduras e fogueiras de “sekulos” durante o período louco e volátil do pós 25 de Abril. Sobretudo porque conheço alguns intelectuais, escritores, pintores, escultores, pensadores que brotaram na geração espontânea de intelectuais africanos com raízes em Freixo de Espada à Cinta ou A-dos-Cunhados. E criei a couraça porque convivi de perto com eles, senti-lhes o cheiro e ouvi-lhes o verbo e li-lhes o pensamento. E, frequentemente, fiquei aterrado com o cenário.

A edição do livro de Dalila Mateus e Alves Mateus trouxe agora a terreiro o extermínio sumário de milhares de pessoas em Angola, em 1977. A mim, verdadeiramente o que me pasma é o pasmo de hoje de pessoas que não se pasmaram ontem e que inclusivamente, estremeciam de emoção pela nobreza das causas. No caso de Angola, por exemplo, poucas pessoas se lembrarão já que as vítimas dos massacres nasceram da ou na esfera soviética e eram convictos revolucionários. Mas eram mulatos. Ou brancos. Ou pretos cúmplices. E para muitos brancos ou mulatos, a única escapatória na altura era serem pretos. Nem que fosse só por um bocadinho até se tornarem figuras convenientes ao establishment, para exportação de imagem.


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Facturas que impressionam bem



[2093]

Com o advento do correio electrónico, a correspondência aqui em casa passou a ser, quase exclusivamente, composta de contas para pagar. Como sempre tive jeito para ser rico (jeito, friso, jeito, eu disse jeito…) não me ocorre alguma vez me ter demorado a esmiuçar uma factura de água, luz ou telefone em detalhes.

Pois bem. Tomo o pequeno-almoço agora mesmo e, na ausência de jornais já lidos à mão, entretive-me a abrir correio recebido de véspera. Ao acaso pego na factura da água e verifico que a conta deste mês é de €16,77. Ou seja, consumi €16,77 de água, distribuída por escalões 1, 2, 3 e 4 o que até achei razoável, sobretudo se considerarmos que se há momentos em que me abstenho de preocupações ecológicas é quando estou debaixo do duche. Mas depois… atenção: - Há um quota de serviço que eu não faço a mais remota ideia do que seja e que custa €12,26. Segue-se um saneamento. Um é variável (presumo que de vez em quando se saneia qualquer coisa cá em casa e outras vezes, não, não se saneia coisa nenhuma) e custa-me € 5,05. Outro é fixo (presumo que há qualquer coisa que é saneada em regime contínuo e custa-me €6,10. Há ainda uma rubrica de resíduos variável, donde infiro que a minha residência tem uma considerável acção residual intermitente, apesar de me interrogar que resíduos possam ser, e que me custa €2,10. Segue-se, naturalmente, uma taxa de resíduos fixos (sempre fica qualquer coisa…), no valor de €0,50. Algures, em algum momento, há alguém que me controla a qualidade da água que bebo. Isso custa-me uns modestos €0,04. Juntamos um inevitável IVA a 5% e lá está. A minha conta de água do mês de Setembro é de €45,01, apesar de eu só ter consumido € 16,77.

Sempre fomos bons nisto. A arte de as facturas oficiais terem um ar sério, assertivo, rigoroso, traduzido em quantias de casas centesimais, imagem de A bem da Nação e, de caminho, umas contas que ninguém entende mas sabe que tem que pagar. Como já vivi em países onde as contas domésticas vinham em forma de, por exemplo, "consumo do mês tal, tanto", agora, com tantos saneamentos, controles de qualidade e outros factores fixos e variáveis, estranho. E digam-me lá se não tive um pequeno almoço interessante e, sobretudo, esclarecedor.


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quinta-feira, outubro 18, 2007

A crista



[2092]

Deus deu-nos uma "crista". Não fôssemos sair uns pintos desprotegidos na capoeira europeia dos ventos, frios, chuvas e geadas com que a Europa é fustigada em regime quase permanente. E nisso, o Criador não transige. Não se dá ao luxo de que algures, num canto da Europa, um povo que nasceu intrépido, arrostando com as tempestades do Bojador e da Boa Esperança se tenha tornado num case study de hipersensibilidade às “correntes de ar”. Daí que, magnânimo mas, também, cauteloso, Deus nos tenha rodeado de uma “crista”. A chamada crista de altas pressões que é assim uma espécie de buffer zone das nuvens malvadas, traiçoeiras e carregadas de malfeitorias meteorológicas que vão avançando pela Europa. Basta olhar para uma carta meteorológica para percebermos que enquanto os desgraçadinhos para lá de Tuy, Badajoz e Huelva tiveram de se habituar a conviver com a borrasca, nós vamos por Outubros e Novembros dentro, protegidos pela tal “crista”.

Deus, na Sua omnisciência e pia consciência, protege-nos e mantém-nos neste forninho dos 26 e 27 graus que põe a diáspora a chorar rios de desespero e saudade, sobretudo aqueles que têm de suportar estoicamente as agruras das várias capitais europeias, que eu nem sei como é que resistem, e nos mantém a nós, indígenas, de colarinho desapertado todo o dia. Quando muito, baixa-nos a temperatura, por uma questão de divina decência em relação ao resto do mundo, ali para os 16 ou 18 graus, lá pela noitinha. Nada que um casaquinho de malha e umas meias de lã não resolvam. No resto, é uma questão de cuidado para não sermos acometidos por ideias estúpidas, como ligarmos os aparelhos de ar condicionado e, convenientemente não nos pormos para aí feitos maluquinhos a abrir janelas. Para não sermos surpreendidos pela “correspondência”*. E, já agora, pelos ácaros. Os ácaros assassinos que pululam aí por milhares de aparelhos de ar condicionado que os restaurantes compram porque vão muito bem com a montra dos peixes, mas que não ligam pelas razões já citadas.

* Termo alfacinha que aprendi com o meu avô quando, protegido por um conveniente casaquinho de lã, me sentava sobre os joelhos roídos pelo reumático e me explicava os perigos da correspondência que é o efeito de uma massa de ar que se desloca dentro de uma sala quando se abrem duas janelas de paredes opostas. Claro que o ar científico desta nota é da minha lavra. O meu avô limitava-se a dizer que não se devia abrir uma janela, quanto mais duas, e fim de papo. Que, no meu tempo, as formigas precisavam de algum tempo para ter catarro. O “resto” deduzi eu, portento de criança, que já sabia ler aos 5 anos e tinha uma notória e precoce capacidade para perceber a alma lusitana.

P.S. Este post é o resultado de eu acabar de ouvir e ver uma apresentadora de televisão, com ar de menino a quem deram uma "play station", de que para hoje vamos continuar com temperaturas acima dos 25º e (aqui a cara dela rasgou-se num sorriso orgás... isso,) as temperatutas amenas (!!!) vão continuar para os próximos dias.
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quarta-feira, outubro 17, 2007

Coisas e nomes de que dá pouco jeito falar









«Por estranho que pareça, as atrocidades cometidas no Chile de Pinochet, se comparadas com o que se passou, de 1977 a 1979, no país de Agostinho de Neto, assumem modestas proporções. E o mais chocante é que, no caso de Angola, nem sequer atingiram inimigos, mas sim membros da própria família política.»



Sita Valles









Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus, Purga em Angola. Nito Alves, Sita Valles, Zé Vandunem e o 27 de Maio de 1977. Edições ASA

Outros links úteis, todos recolhidos no A Origem das Espécies:
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Coisas de mulheres


Um carro "giro"

[2090]

Quantas vezes reflectimos sobre esta expressão, tão curta quanto carregada do significado enigmático que todos os homens concedem existir nas mulheres. Sobretudo quando fazemos uma determinada ideia ou geramos um certo conceito sobre uma mulher, esposa, amante, filha ou vizinha da frente e essa ideia acaba estilhaçada por uma revelação inesperada.

Hoje, por exemplo, fiquei a saber que a minha filha não liga a carros. Assim, sem mais nem menos. Durante 21 anos mantive uma convicção subconsciente de que filho algum meu, alguma vez, em alguma circunstância, pudesse ser indiferente a carros. Até ao dia, hoje, em que uma filha me solta a frase assassina: - Até porque não ligo muito a carros, pai, é preciso é rodas. A não ser... bom, aquele carro da Eva Longoria no “Donas de Casa Desesperadas”, enfim, esse é giro.

O tal carro giro da série é um Aston Martin, DBS, pelo que na escuridão do desalento permanece o brilho de uma luzinha de bom-senso. Pelo menos, de mau gosto a minha filha não poderá ser acusada. Mesmo que se trate de um vulgar e anódino A.Martin DBS que a minha filha condescende em achar giro. Enfim! Coisas de mulher.



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Já agora...



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Sempre achei que os portugueses eram exímios na arte de explanar razões, usando uma lógica que só eles entendem. Melhor, nem eles entendem, mas sabem que o uso continuado de um fluxo de argumentos mais ou menos alinhavados em torno de um tema poderão e deverão chegar para conseguir o fim em vista. Acho que não sei explicar melhor, mas exactamente porque sou português, estarei, quiçá, a cair no mesmo pecadilho.

Isto a propósito de uma série de explicações técnicas que começam a esboçar-se por aí sobre a legalidade do perdão de uma dívida a um cliente de um banco que, por coincidência, é filho do presidente do próprio banco. De jornais da especialidade a alguns blogues que tuteiam estes assuntos de finanças surgiram já várias razões para “percebermos” que nada de ilegal de passou.

Apesar de tudo eu, que não tenho nem devo dinheiro ao BCP, apetece-me lançar daqui um apelo a todos os que têm e devem para inundar a administração com pedidos de perdão de dívidas. Por incapacidade. Por falta de meios. Porque não lhes apetece. Qualquer coisa.

É, simplesmente, imoral, o que se passa. Por muitas razões técnicas que nos dêem. O facto mantém-se inalterável. Alguém foi perdoado em 12.5 milhões de euros enquanto os nomes de muitas centenas, ou milhares, todos dos dias são remetido para o Banco de Portugal por incumprimento e sobre os quais se iniciam processos de execução fiscal.

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A guerra do Ultramar



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A série de Joaquim Furtado começou ontem. À partida parece-me isenta daquela linguagem corrente que os portugueses adoptaram e que o José da Grande Loja do Queijo Limiano chama, com propriedade, de linguagem de esquerda.

A série é longa e Furtado ainda vai nos preliminares, apesar de já se notar, em relação a Angola, que a génese do início da chacina de brancos (e de pretos bailundos, de etnia umbundo) está a milhas de distância da consciência autonómica que as populações, de repente, pudessem ter adquirido e que foi a verdade que nos foi passada. Mas estou curioso em ver os episódios lá mais para a frente, por dois aspectos distintos. Um pela ideia de que Angola, ao contrário da Guiné e, possivelmente, de Moçambique, poderia constituir um exemplo único de como se ganhar uma guerra de guerrilha. Ninguém me contou, eu estava lá, eu vi. O outro aspecto para ver como a série tratará a forma como os nossos governantes lidaram com a transferência de poder para as colónias, à revelia do respeito mínimo que as populações (portuguesa e autóctone) lhes deveria merecer, fossem quais fossem as pressões a que estivessem eventualmente sujeitos. Vamos aguardar.


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terça-feira, outubro 16, 2007

Trágico



[2087]
Mais grave que ainda haver “disto” é o facto de ainda haver quem, entre dois wiskies e uma voltinha de Hommer, ache que assim é que está bem.

Vídeo encontrado no 25 centímetros de neve, com a devida vénia
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No intervalo do Prós e Contras

[2086]

Ando a embirrar com a Fátima C. Ferreira ou esta mulher não deixa ninguém ouvir nada? Ela fala (grita), ela interrompe, sugere, corta a palavra, acrescenta, ela NÃO SE CALA. Chiiiiiiiiiiiça, ninguém tem poder naquela casa para lhe dizer ao ouvido. Menina: - Cale a buzina e deixe as pessoas ouvir!
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segunda-feira, outubro 15, 2007

Dois casos...



[2085]

A Casa Pia e os recentes casos de falcatrua (não me ocorre outro termo…) no Millenium são talvez as duas questões que mais me suscitam reflexão. Relativamente ao primeiro, os factos são que Catalina Pestana, bem ou mal, com razão ou sem ela, diz que ainda há abusos na Casa Pia, que os principais mentores do deboche continuam à solta e deixou acusações gravíssimas sobre Paulo Pedroso e suspeitas não menos graves pela “entourage” do seu partido, mencionando inclusivamente o escândalo da recepção festiva que lhe fizeram quando saiu da prisão. Eu acho que se o PGR actua por força de simples cartas anónimas que lhe chegam às mãos, e uma carta anónima toda a gente pode escrever só porque não gosta do penteado de alguém, muito mais obrigação tem para actuar em face de tão graves insinuações de Catalina Pestana.

Já quanto ao Millenium, a questão é muito simples. Ou o Banco explica que história é esta, ou melhor, histórias, porque surgiu outra ainda de valor mais elevado, ou tenho de concluir que um conhecido banqueiro português, Jardim Gonçalves, fechou ou olhos ou, mesmo, favoreceu, uma golpada para o filho de cerca de €12,5 milhões. Nas barbas dos milhões de pessoas que espremem os seus orçamentos domésticos para pagar a prestação do carro e que, à falta de pagamento, são de imediato colocados em “listas negras” do Banco de Portugal e ameaçados de execuções fiscais.

O ambiente geral deste país já era pouco recomendável e a expressão de que Portugal é um “local mal frequentado” tem feito escola no léxico popular. Mas estes dois casos, na minha opinião, são superlativos no exemplo de uma sociedade que, realmente, poucos motivos nos dá para nos orgulharmos do que quer que seja e, não menos grave, desperta em todos nós, aquele sentimento muito conhecido de tratarmos da vidinha, não importa como.
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Frouxo e sem novidades?



[2084]

Corro, em vão, a Blogos, tentando encontrar alguma convergência com a forma como senti o discurso final de Meneses no congresso de Torres Vedras. Debalde. A ideia geral é de que foi frouxo, sem novidades.

Na minha qualidade de insuspeito, pela forma clara como afirmei achar que a única coisa de novo que Meneses ia trazer seria uma alergia mal curada às figuras do “eixo de Cascais”, tenho de reconhecer que gostei da forma como ele criticou o Partido Socialista. Porque o fez de uma forma civilizada, sem chavões nem tiradas do tipo “partir as fuças à esquerda” e porque conseguiu desfiar um rosário das inequívocas responsabilidades do PS. Objectiva e substancialmente. Sobretudo nos aspecto económico e no decisivo contributo para o clima de rebaldaria em que vivemos actualmente e de que, de resto, o PS é uma das principais vítimas. Meneses falou pausadamente e relembrou factos, repito, factos que pareciam andar arredados da memória das pessoas que facilmente encurtam a memória e a estimulam para a retórica do momento. Daí que tenha experimentado o sentimento morno de algum conforto por ter ouvido umas verdades que pareciam andar arrumadas pelo sótão da nossa história recente. Vamos ver no que isto dá…


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domingo, outubro 14, 2007

Dúvidas existenciais 4



[2083]

Ainda que mal pergunte, será que o nome do filho de Jardim Gonçalves foi para registo no Banco de Portugal por incumprimento de compromisso bancário?

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sábado, outubro 13, 2007

Juke box 28



[2082]
Já nos late sixties havia Jolenes que queriam roubar maridos às amigas…
Bom fim-de-semana para todos.

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Shortty



[2082]

Por muitas voltas que se dê ao texto, cada vez me convenço mais que o grande problema de Marques Mendes e que o levou ser substituído foi o facto de ser baixote…

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sexta-feira, outubro 12, 2007

Dia do Ovo


[2081]

Hoje é Dia Mundial do Ovo. Porquê? Não sei. Mas é. Ouvi na televisão e eu acredito.

Festejemos, assim, o ovo. Ou a galinha. Ou o que quer que tenha vindo primeiro. Mas festejemos só a clara, por causa do colesterol.

Adenda: Este post tem direito a foto que não consigo publicar. Tentarei mais tarde, quando me passar a fúria do Nobel atribuido ao Al Gore!...

Adenda II: A foto era para ser um pinto a falar com um ovo estrelado. Não consegui publicar. Fica outro ovo. Com um sentido totalmente diferente.



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A joyful president to be

[2080]

Nada como começar o dia bem dispostos.

Vídeo descoberto via
Insurgente
. Vale a pena.

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quinta-feira, outubro 11, 2007

A indignação como factor pedagógico ( ? )



[2079]

Há um tique socialista que este Governo não só não consegue disfarçar como, pelo contrário, o explora e incentiva através de uma prática comunicacional continuada, através da qual deixa transparecer a ideia de que estamos todos rodeados por facínoras, vigaristas e outras formas de malfeitoria encapotada que nos aguardam atrás das moitas da nossa ingenuidade para nos explorarem, ofenderem, maltratarem, vigarizarem e, até, perverterem o pensamento correcto que todos devemos ter da nossa sociedade, mas que podemos confiar nele, governo, como alma protectora das nossas desgraças. Esquece-se o governo (ou, provavelmente, não entende) que é ele talvez o principal fautor de todas estas cortesias que mencionei, através de práticas corruptas, venais, laxistas ou de pura incompetência. Mas isso não o impede de manter um estilo continuado, pretensamente pedagógico, através do qual nos pretende manter alerta contra a malandragem que medra por aí.

É claro que isto é uma atitude terceiro-mundista e que só pode ter algum sucesso em sociedades atrasadas onde a simples ideia de estarmos todos a ser explorados facilmente se instala. Se juntarmos a isto o direito à indignação que Mário Soares oportuna e habilmente manipulou, obtemos um clima permanente de conflito, de berraria por tudo e por nada, como ainda ontem uma mulher o fazia desabridamente na televisão, a propósito… já nem sei de quê, tantos são os direitos à indignação do nosso dia a dia idiota.

Talvez um dia alguém perceba que incutir nas pessoas que há um grupo de governantes que procuram o nosso melhor, com um verdadeiro espírito de profissão e rigor e que o que corre mal pode decorrer de erros adventícios e das nossas próprias incapacidades poderia, a curto prazo, poupar a berraria em que vivemos diariamente e conduzir a vantagens óbvias. O problema é encontrar o tal grupo de governantes que procuram o nosso melhor e assim.


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quarta-feira, outubro 10, 2007

Mais uma blasfémia sulista


[2078]

Concordo que a cerimónia da inauguração dos 4 km de eixo Norte-Sul foi de um pirosismo sufocante e só não espanta por vir de quem vem. Mas o pirosismo releva do conteúdo intrínseco do acto - ver um primeiro-ministro a descerrar lápides e a galhofar com um presidente de câmara para que o ministro dos desertos fique na fotografia, coisa que não será fácil de lobrigar noutras latitudes.

Mas daí a sofrer-se um incontido ataque de eripsela pelo facto do piroso acto acontecer em Lisboa e ver nele uma amostra de centralismo caricato e provinciano só pode fazer desejar que se inaugure qualquer coisa lá pela Invicta, como medida profiláctica, em regime compensatório e com carácter de reconhecida urgência.

Foto via Blasfémias
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Ainda o Che



[2077]

A tragédia do comunismo está para durar. 40 anos depois da morte de um aventureiro bonito e carismático, responsável pelo trágico destino de povos inteiros que poderiam mais cedo ter encontrado o caminho da liberdade, ainda há gente que escreve (felizmente de 15 em 15 dias, apenas)
crónicas como esta.

A gravidade não reside no facto de se escrever, cada um é livre de escrever o que lhe apetecer sobre o Che ou desenhar caricaturas de Maomé (no caso de Maomé, não é assim tão livre, mas enfim). O que é verdadeiramente preocupante é que acredito genuinamente que muita desta gente que escreve estas pérolas tem conhecimentos, cultura e acesso a mil documentos que poderiam e deveriam preservá-los de escrever estas barbaridades. Ao menos em respeito pelos muitos milhares de pessoas que pereceram perante a trágica utopia do comunismo e pelo oportunismo dos que o instrumentalizaram a seu favor.

Há ainda
aqueles que não escrevem quinzenalmente. Fazem-no todos os dias e são mais inteligentes e argutos. Estes vão tergiversando (literalmente) o tema e acabam por concluir, imagine-se, que apesar de tudo, o Che valeu a pena para ajudar a varrer as ditaduras militares da América Latina. E acha que a euforia que por aí vai com a elegia do Che se deve a um ressabiamento próprio da direita pelo triunfo dos regimes de esquerda latino-americanos. Mal comparado, uma acção inversa da de Pinochet por ter varrido a ditadura de esquerda que se desenhava no Chile. Com muito menos mortos e desaparecidos, apesar de tudo. E só por absoluta falta de pudor se esquivam a comparar o destino de povos como o cubano, boliviano ou nicaraguense (do impagável e reciclado Daniel Ortega), com o do Chile.

Nota: Artigo do Primeiro de Janeiro, via
Atlântico.

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Lembrei-me agora...












[2076]

E quando Aristóteles, Marcelo e Platão andaram embrulhados por causa daquela cena da verdade, da amizade e não sei que mais?


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Say Cheeeeeese


Imagem de hoje, na Covilhã

[2075]

Que diferença! Da “carranca” de Montemor-o-Velho, expressão que, aliás, o nosso primeiro (gosto desta expressão nosso primeiro, de imediato me traz à ideia a figura estereotipada do sargento lateiro que conheci na tropa e que olhava para os milicianos com um misto de raiva e de inveja, não conseguindo disfarçar um confuso complexo de sentimentos por ter que prestar obediência aos putos que iam à tropa de passagem. No fundo, Sócrates representa bem o conceito de político lateiro. Não sabem mais nada do que aquilo que aprenderam nas jotas e alimentam um odiozinho de estimação por todos quantos ousam desafiar-lhes a autoridade, a partir de momento em que sentem poder cacarejar do cimo de um poleiro qualquer. E vou continuar, senão este parêntesis dava um post…) ajusta sem qualquer dificuldade, Sócrates passou para o sorriso amarelo, que foi o melhor que conseguiu fazer perante o possível aconselhamento dos seus assessores de imagem.

Porque Sócrates não sabe sorrir. Muito menos deve saber rir. Porque um sorriso é uma manifestação natural de sensibilidade e cultura que enformam uma alma de Cristo. Coisas que Sócrates, decididamente, não tem. E depois, o resultado foi aquela mistura de sorriso e expressão de "se pudesse ia-te ao focinho" que Sócrates afivelou enquanto andou pela Covilhã e que foi servido à manada à hora do jantar.

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terça-feira, outubro 09, 2007

Vejam lá em que é que ficam...

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Habituem-se



[2073]

O jornalista José Rodrigues dos Santos foi suspenso pela RTP. Já não apresentará o telejornal hoje.

Quem se mete com o PS leva. Lá dizia o Jorge Coelho. Habituem-se, dizia Vitorino. E assim se vai partindo as fuças à direita, disse o impagável Guterrres.
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Trombolhos



[2072]

Ontem não me apetecia jantar. Entrei na pastelaria do costume, perto do escritório e vi uns bolinhos muito apetitosos, com um aspecto maravilhoso, fofos, amarelados e aconchegados em papel (este pormenor de aconchegar bolos em papel confere apetite acrescido à iguaria).

Recomposto do impacto que os bolinhos me provocaram, achei que um jantar de café aromático e um bolinho daqueles, would do, isto para usar inglês técnico. E é assim que, ainda embalado pelo aspecto maravilhoso do bolinho e antecipando momentos de volúpia contida, sentado na sala com o tal café e o bolinho fofo, amarelinho e aconchegado em papel de forno, pedi ao empregado: - Olhe… embrulhe-me ali um bolinho daqueles… como é que se chama?

- Trombolho, disse o empregado.
- Trambolho?
- Não. Trom. Trombolho.

Trouxe o trombolho mas acreditem que o jantar já não me soube tão bem. Não vos passe pela cabeça o que é antecipar um jantar de fino recorte, com um bolinho amarelo, fofo, fresco e aconchegado em papel de forno e acabar a comer um trombolho.

NOTA: Nada de más interpretações. Posso garantir que há mesmo um bolo nesta história e que o mesmo se chama trombolho. Trom-bo-lho.


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