domingo, agosto 26, 2007

A falta de respeito e o sentido pífio das coisas



[1970]

Não conheci Eduardo Prado Coelho, não fui seu aluno, não conheço a obra dele. Mas lia-o religiosamente no Público e acompanhei algumas das múltiplas polémicas decorrentes do que ele escrevia. E, tenho de confessar, frequentemente me irritava com o “emaranhado” de muito do que ele escrevia, chegava mesmo a perder-me no sentido e na meta das suas crónicas.

Tenho, por outro lado, um profundo respeito pela vida, que é o melhor que há em todos nós, cada um com as suas idiossincrasias, uns misturando-se no mar da vulgaridade, outros emergindo na crista da notabilidade dos seus valores morais e/ou intelectuais. Por isso me inclino sempre perante aqueles que tombam, impotentes em vencer a morte, perante os que emergiram da vulgaridade. Sobretudo quando em idade activa e ainda a tempo de fazer muitas coisas. Da mesma forma que me repugna o aproveitamento da morte em benefício próprio. O que Sócrates fez (ou alguém decidiu por ele), aparecendo em directo no Palácio das Galveias em directo no telejornal das oito, é pequenino, é momento Chávez, como disse Pacheco Pereira. É, sobretudo, pífio e desrespeitador da figura de Prado Coelho.
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