sábado, junho 30, 2007

Juke Box 12



[1848]

"Faz parte do meu show" – Cazuza

Bom Sábado para todos, que a boa música faz parte do show de todos nós. Mesmo quando não damos por isso.

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sexta-feira, junho 29, 2007

Juke Box 11



[1847]

Para um bom fim de semana, aqui fica um video com boa MPB. Serve ainda de modesto tributo para todos os brasileiros, sobretudo elas, as brasileiras, que vieram tornar alguns lugares públicos portugueses mais alegres, mais prestáveis, menos sisudos menos mal educados. São, agora, esses locais, bem mais atraentes, servidos por sorrisos francos que nos perguntam em que podem ajudá. Dizem por favô e nos desejam bom fim dji sêmana. Lugares como pizerias, bilheteiras de cinemas, lojas em geral, caixas de supermercado, pastelarias, salões de cabeleireiro e manicure e lojas de aluguer de filmes. Foi uma benção dos céus, esta "brasileirizaçao" de costumes que rejuvenesceu o atendimento público.

Quisera que este rejuvenescimento se alargasse aos motoristas de taxi, condutores da carris, empregados do Metro e picas dos comboios. Ficávamos todos a ganhar.

Bom fim de semana com um bom trecho de musica brasileira, as incomparáveis Elis e Gal.

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Coisas extraordinárias


[1846]

É extraordinário como ainda há pessoas que conseguem dizer estas coisas. Mais extraordinário ainda - sem se rirem e com um ar de quem acabou de fazer uma oração de sapiência.

No E-jetamos, atento, como sempre, a estas maravilhas, mesmo quando se arrisca a que lhe chamem estúpido.

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Big Joe



[1845]
“Subtraído”, com a devida vénia, do CortaFitas.


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quinta-feira, junho 28, 2007

Empresários, não


[1844]
A propósito da reforma do Ensino Superior e no meio da alacridade de muitos estudantes a manifestarem-se, ouvi este diálogo entre o repórter de uma televisão e de uma estudante, pareceu-me que da Faculdade de Direito de Lisboa:

Repórter: E porque é que se estão a manifestar?
Estudante: Porque não queremos a empre…pré...per…prer...semp…preliziação do ensino.
R. E porque não?
E. Porque somos contra a privatização, o ensino tem que ser oficial…
R. E porquê?
E. Porque… não queremos, nós sabemos que as empresas, quer dizer, depois lá de trás vêm os empresários. Ainda se fosse o povo, mas não, são os empresários.

Não vale a pena perguntar de quem é a culpa deste tipo de mentalidade (ou mentalização) dos jovens, porque sabemos todos de quem é. Aliás o Partido Socialista não é inocente durante os anos em que colaborou activamente na disseminação doutrinária das malvadezas dos empresários, por oposição aos superiores interesses do povo. Depois, o resultado está á vista. Jovens impreparados e, mais grave, distorcidos sobre as realidades da vida que a eles próprios espera dentro de um par de anos. A não ser, mais grave ainda, que estes jovens já tenham empinado a cartilha e já tenham aprendido os tais sound-bytes para a opinião pública. Depois, como no caso desta estudante de direito de cabelos loiros e aos canudos, é só esperar pelo estágio e um cabide num escritório de advogados, até achar que os empresários são uns gajos porreiros.

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Não nos deixam resolver a guerra



[1843]

O anti-americanismo que ressuma do discurso destes notáveis do Parlamento Europeu é preocupante. Porque ele não remete para a substância do tema, mas tão-só para um exercício de puro narcisismo e para a ideia de que nenhum destes parlamentaristas tem a mais remota noção das implicações de uma guerra. É particularmente hilariante quando um deles refere a ilegalidade das acções dos americanos. Sobretudo pela expressão que afivela e que transmite a ideia de que fôssemos nós (eles) a tratar do assunto e tudo seria diferente. Só é pena é que só se lembrem disso, do assunto, depois das ilegalidades estarem todas cometidas.

A audiência que este tipo de vídeos gera também é um factor de grande inquietação para o futuro.

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Birras


[1842]

Por qualquer razão que escapa aos meus parcos conhecimentos de informática, o meu blog está a fazer uma birra qualquer e só aceita que eu "poste" escrevendo em "html", ou seja, quando clico no "compose", ele não muda. Mantém-se no "edit", em resultado do que não me é posível fazer tratamento de texto, fazer bold, mudar cores, escolher "font" e todas as demais mariquices que compensam em estética o défice de qualidade que os posts possam ter.

Ainda pensei que fosse do computador, mas a utilização de pelo menos três computadores demonstrou-me que com qualquer deles a birra se mantém, pelo que o defeito parece ser mesmo do blogue e não do computador.

Um outro pormenor é que nos comentários desapareceu aquela latinha do lixo que me permitia eliminar comentários, tanto os meus como os dos outros.

Se alguem souber ajudar-me a ultrapassar este transe difícil da vida do Espumadamente poderá ensinar-me, quer através de algum piedoso comentário (cuja caixa me parece estar também com problemas) quer através de e-mail, o que antecipadamente agradeço.


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quarta-feira, junho 27, 2007

Snowburg


[1841]


Noticia para os indefectíveis Johannesburgers:


A cidade acordou esta manhã sob um manto de neve que havia caído copiosamente durante a noite. A primeira página do The Star é elucidativa, mostrando uma foto duma zona da cidade, coberta de neve.


Infelizmente estou com um problema em estabelecer links, mas basta ir ao Google e teclar The Star (atençao que há dois Star's, um da Malásia e outro da A. do Sul) e encontram logo a primeira página do jornal.

Foto:
1ª página do The Star de Johannesburg de hoje.


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Futebol ideologicamente puro


[1840]

Chávez fez um punhado de discursos, avisou o pessoal que terrorismo ali (na Venezuela) non passará, que os inimigos da revolução bem podiam tirar o cavalinho da chuva que ali nos estádios só entraria quem ele deixasse, para o que confiscou os bilhetes para serem distribuídos pela nomenklatura da paróquia. Nos discursos aproveitou a deixa para lançar uns "liberdade ou muerte”, “juntos venceremos”. Não chamou macaco ao Bush mas deve ter sido esquecimento. É preciso é que os venezuelanos se sintam seguros nos estádios porque não haverá terrorismo, já que o povo está com a revolução e se não estiver, ele, Chávez lá se encarregará de distribuir os bilhetes “de acuerdo”. E já agora, se ganharem a Taça das Nações, como quem vai de caminho, também não seria mau. Chávez tem-se esquecido deste pormenor, sabido como as vitórias desportivas são tão importantes nas sociedades socialistas.

Nota: Ocorre-me este post que escrevi em Bamako, no lobby do Hotal Salam. Ainda me lembro dos pistoleiros e das loiras tatuadas que esvoaçavam pelo hotel no meio do maior “forró” que me foi dado assistir numa comitiva presidencial. Posso imaginar o que vai ser por aqueles estádios de futebol, pistolas, loiras tatuadas e Chávez gargalhando alarvidade. Viva o futebol.

Já agora uma pergunta inocente. E a Fifa não diz nada? Tão lesta a punir os mais inocentes pecadilhos do mundo do futebol, vai assistir caladinha a esta palhaçada?
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terça-feira, junho 26, 2007

Bairrismo cromagnon

[1839]

Estava a conseguir a ver o Prós & Contras - sobre essa interessante fórmula portuense que consiste em fazer gala de um bairrismo cromagnon e ao mesmo tempo querer ser capital de não sei o quê ( tripas? chanfana?) - até ter aparecido no ecrã o petimetre Magno e mais as suas citações ( "Steiner", "o Farol de Alexandria" e outros ecúleos). Deviam ter usado detectores de vazio.

Filipe Nunes Vicente em
Mar Salgado

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De quem é a culpa?



[1838]

A sério, pode ser de mim. Mas ver Fátima Campos Ferreira com aquele sorrisinho trocista tipo de “quem sabe tudo mas não diz nada” a perguntar, a insistir, a perguntar e a insistir ao presidente da Xunta da Galiza, “porque é que o Porto estava a regredir e a Galiza a crescer” e ver o pobre sem saber bem o que lhe havia de responder, para além do óbvio, foi absolutamente delirante.

Aliás, grande parte do debate centrou-se nisso mesmo. De quem é a culpa de a região do Porto não estar a crescer como devia? E mesmo quando apareciam umas vozes avisadas a tentar responder num plano conjuntural e isento de bairrismos barrocos, lá vinha Fátima de pergunta em riste: - Mas de quem é a culpa?

Faço minhas as palavras de tão insigne e estridente jornalista: - De quem é a culpa? Cá por mim foi por terem deixado vir o INE para Lisboa. Eu não tinha deixado…

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Arquivo morto



[1837]

Maria José Nogueira Pinto, numa tirada extraordinária própria de quem descobriu a cana para o foguete, disse ontem que antes de se votar em A, B ou C, o importante era votar em Lisboa.

Sempre que, ingenuamente, crio alguma expectativa em relação a alguém que por este ou aquele motivo merece a minha atenção, simpatia e a minha confiança como cidadão eleitor, surge um pedaço de retórica a lembrar-me que, afinal, é tudo a mesma coisa. E este tudo aplica-se aqui, com toda a propriedade a Maria José Nogueira Pinto, mulher em que eu teria votado nas últimas eleições, se votasse em Lisboa.

Afinal, Maria José Nogueira Pinto descobriu que temos é de votar em Lisboa, mesmo que A, B ou C não nos inspire confiança ou seja parte integrante de uma máquina que se afirmou (pelo menos para os mais esquecidos) um dos maiores logros da vida política portuguesa, o Partido Socialista.

É a recuperação da Baixa, diz-se baixinho. Eu não sei o que é. Sei que cada vez mais me sinto usado por um grupo de gente menor, sempre a mesma, que vai pondo e dispondo dos lugares públicos, sempre mais ou menos os mesmos, assim como quem joga aos "cinco cantinhos". Ou à "cadeira". E é vê-los de novo a jogar…

E lá terei de colocar Maria José Nogueira Pinto na minha prateleira de arquivo morto.


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segunda-feira, junho 25, 2007

Pois!



[1836]

É o que dá pensar que um par de pernas até à upper part of the thigh, uma cara laroca e a ideia que os povos atrasados, com mulheres de varizes e buço, apreciarão sempre uma acção mimética e voluntariosa de querermos parecer aquilo que, frequentemente, nem sonhamos o que seja. Há exemplos vários, desde o chamado capacete colonial, um capacete de cortiça para absorver calores e suores e aumentar a respeitabilidade de boss, ao colete sem mangas e cheio de bolsos para levar coisa nenhuma ou, por vezes, um pequeno moleskine, uma esferográfica BIC e um maço de cigarros, que os jornalistas gostam de levar às reportagens de guerra.

Em casos extremos em que se tem de apelar ao politicamente correcto, faz-se como Cameron Diaz fez na sua última viagem ao Peru. Saltou da sua mansão de Beverley Hills, soltou os cabelos louros, deu as ultimas recomendações à maid mexicana, vestiu uma roupa tranguelemanga e ala que lá vai ela, solidária, loura e não segura para Machi Pichu. Para aprimorar a cena, achou que um saco com uns caracteres chineses ia bem com a fatiota e a ocasião. Se "aquilo" era Peru e terceiro mundo havia que dar aquele toque de "chique comunista" (expressão feliz do DN) e, para isso, nada melhor que o tal saco cheio de caracteres vermelhos e ininteligíveis, mas que certamente quereriam dizer qualquer coisa de muito correcto e que haveria de ajudar imenso o ânimo dos pobrezinhos do Peru.

Ninguém avisou a loira natural que o saco era uma réplica dos sacos dos Guardas Vermelhos durante a revolução cultural chinesa onde se podia ler as palavras de Mao Tse Tung “servir o povo”, sob uma grande estrela, também vermelha. E ninguém avisou a loira natural que a organização terrorista Sendero Luminoso era de inspiração maoista. Pior que isso, é uma organização geralmente odiada pela população, por força dos massacres e assassínios que vitimaram milhares de peruanos. Dai a um desconfortável incidente com as populações foi um passo.

Tudo explicadinho à loira natural e incidente sanado, ela terá substituido o saco por outro e pensado que nem sempre as coisas são como se comenta nos mentideros de Sunset Boulevard. E que o chique comunista às vezes só funciona mesmo no seio do glamour de uma distribuição de Óscares ou com uns quantos M. Moores alarves a debitar umas idiotices. No terreno, ao vivo e a cores, nem sempre é assim...

Via DN.


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Pequenos momentos gratificantes

[1835]

O
Espumadamente foi distinguido com o "blogues em destaque", pelo Insurgente.

Agradeço, sinceramente, a simpatia e distinção.

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Provincianismos




Noite de S. João. Ontem
Foto obtida no A Cidade Surpreendente


[1834]

Na passada Sexta Feira caí casualmente num canal que julgo ser a RTP-N.

Independentemente de ainda hoje não ter percebido bem o sentido e utilidade de um canal estatal que será um subcanal de serviço público objectivamente dedicado ao Porto, num país de 89.000 km2, detive-me a ouvir um debate com quatro figuras que penso ser representativas da cidade do Porto, embora tenha de admitir apenas conhecer uma,
Carlos Abreu Amorim, que conheço aqui da blogoesfera e de o ter visto um par de vezes no programa Prós e Contras.

Naquele preciso momento o debate centrava-se no provincianismo lisboeta.
CAA exercitava a sua oratória na definição de provincianismo em geral e no provincianismo lisboeta em particular. Quedei-me na estação, na ideia de que o debate, lá mais para a frente, adquiriria algum corpo, alguma substância, já que me pareceria um desperdício e, no mínimo, provinciano que quatro figuras nortenhas se entretivessem à volta de uma mesa a discutir o provincianismo da capital. Mas, ao fim de uns longos minutos, concluí que não se passava daquilo. Era o provincianismo para aqui e o provincianismo para ali, sem que eu percebesse alguma forma de debate que se desenhasse para além de um azedume incompreensível relativamente a Lisboa.

Tenho alguma dificuldade em entender este azedume em regime de permanência. Com receio de cair nalguma vulgaridade, eu diria mesmo que já não já pachorra. Por mais nada que não seja o facto de estarmos a falar de um canal de televisão pública, à custa de todos (incluindo os provincianos lisboetas) e de personalidades que se movem em círculos intelectuais, políticos e académicos, muito para além daquele bairrismo popular que até é salutar entre cidades.

Nota: O excelente blogue
A Cidade Surpreendente faz um belo post sobre o S. João do Porto. Eu estou habituado à elevada qualidade do Carlos Romão, tanto no que escreve como no que fotografa. Tem ele, ainda, a elevação de nunca o ter visto cair na retórica fácil e patética anti-lisboeta. Mas se caísse, a questão não se punha. O blogue é dele e ele escreverá sempre o que lhe der na gana. Mas na televisão… pública… conversa estéril sobre provincianos lisboetas… já não há pachorra mesmo. Estão-me a ir ao bolso.

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domingo, junho 24, 2007

A corrente da Madalena

[1833]

A pedido da
Madalena, aqui estou a citar o último livro que li. Cobra de papel de Isabel Cristina Pires. Não consigo lembrar-me da cronologia dos outros. Porque, minha amiga, leio muito. E leio pouco. A minha vida não se ajusta à rotina de leituras de livros, infelizmente. Talvez porque, mesmo a trabalhar, leio muito. Todos os dias leio. Livros técnicos, está bem de ver, E depois há os jornais. Sou um leitor compulsivo de jornais em edição papel e, de há três anos para cá, de inúmeros jornais na net. Criei, assim, hábitos, que não sei se são bons se são maus. Mas são os que criei. Daí que a leitura de livros, nos últimos anos esteja a recair mais em poesia. Porque gosto e porque posso ler com mais intermitência.

E pronto, não te quebrei a corrente.

Deixo-te aqui um poema do livro que referi lá em cima. É uma escritora portuguesa pouco conhecida mas, na minha modesta opinião, brilhante. E que tenho o privilégio de conhecer pessoalmente desde há cerca de oito anos. Ora lê:

FEMININO, SINGULAR

Sou composta por cubos e por esferas
donde brotam meigos decaedros
sou composta por trapos, manchas de tinta sem plano
e dedos rupestres a castanho,
o ocre na vizinhança do rosado, o pó de lápis-lazúli
na clara de ovo, o vermelhão nos seios,
sou composta de diálogos. frouxos, de troncos
de árvores em pleno verão,
das ternuras de um gato preto e branco, de insectos
de níquel a voar brilhando, sou composta
de pêlos que caem no outono e águas duras.
Sou composta por mãos que doem nos braços e
por regaços com olhos sempre à superfície,
sou composta de estrelas na tapeçaria do palácio, de gritos
na rua – quem me chama? –,
de nuvens de hélio e náiades em gaiolas, facilitam
a visão, as trocas, o comércio com os homens,
sou composta pela morte que de vez em quando acorda,
por isso desconfio, sou composta pelo desejo que grita
de tal modo que não se ouve ao perto,
sou composta pela água que oscila com as marés, pelo
vapor da submissão, pelo destino obstinado.
Ou eu não fosse uma mulher.

Cobra de Papel, Ed. Caminho


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Chachada de véspera de Segunda 2


[1832]

Enquanto o grego da Comissão Europeia não proíbe a fast food, é aproveitar vilanagem. Claro que há sempre o risco dos excessos e podermos vir a ter reacções como esta:

Stuff Magazine: Have you ever shopped at Wal-Mart?
Paris Hilton: Is that where they sell, like, walls?

Foto LA Times. Paris Hilton a repor os níveis de colesterol (para o caso de não se ter reparado)


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Chachada de véspera de Segunda



[1831]

E quando nos intervalos dos Maios-68 vestíamos roupinhas assim, ouvíamos o Tombe la neige e o Adamo tirava fotografias numa avenida das cotovias qualquer?

Eu a lembrar-me destas coisas! Eu que nem sequer achava graça por aí além ao Adamo…

Foto subtraída ao
Tediocracia


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sábado, junho 23, 2007

Juke box 10



[1830]

s’wonderful – Diana Krall (live)

Bom fim de semana.

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sexta-feira, junho 22, 2007

About blank



[1829]

Isto hoje está mau de notícias. Ou não. No fundo, está mau todos os dias. Porque para lá de Ayamonte, Elvas, Vilar Formoso ou Monção, pouco ou nada tem interesse ou que valha a preocupação do português que se preze, suspenso do último jogador que vem emprestado para o Benfica ou do último processo em que a justiceira Morgado acusa ou liberta o patife Costa.

Este país é estranho, eu sei. Mas é o meu, é nele que eu vivo. Daí que não me furte ao quotidiano do noticiário doméstico e dê por mim, mesmo, a vibrar com qualquer coisa, a zangar-me imenso ou a aplaudir questões magnas como, por exemplo, as duas que há pouco referi. E, assim, interagir com este formigueiro de cidadãos do tipo “eu não te disse?”, opinando e, em última análise, vindo para o blog mandar uns "bitaites", porque não? Alternativamente, poderei sempre guardar a minha opinião, para um dia a poder lançar no éter nacional via senhor doutor Manuel Acácio da TSF.

Porque é mais ou menos assim que se vai desenrolando o dia a dia de todos nós, entretidos com os temas do costume, domésticos, na sua grande maioria, a não ser que eu esteja inserido numa camada social de pressupostos mais intelectuais e me atenha a matérias mais “sérias”, como, por exemplo, de cada vez que o Bush, imbecil, iletrado e genuíno representante de um povo menor, diz ou faz qualquer coisa. Como isso não acontece todos os dias, vamo-nos circunscrevendo à tradicional maledicência nacional. E ficamos com o dia feito. Hoje, por exemplo, fiquei a saber que Pinto da Costa vai ser acusado em mais um processo. Provavelmente para compensar aqueloutro em que já não é acusado, na verdadeira saga que se vai desenrolando aos olhos portugueses entre a tal justiceira Morgado e o patife Costa. Ontem fiquei a saber que o João Botelho vai fazer um filme baseado no livro da Carolina Salgado, com o Nicolau Breyner a fazer de Pinto da Costa. E anteontem fiquei a saber que 80% dos médicos portugueses são objectores de consciência relativamente ao aborto. Ainda sobre o aborto, fiquei a saber hoje que Correia de Campos acha muito bem que quem aborta deve estar isento de taxa moderadora e que Maria Filomena Mónica acredita que 80% dos médicos não são nada objectores coisa nenhuma. São é uns pedantes que acham que o aborto é coisa de parteira ou, no máximo de uma enfermeirita feiota que não conseguiu casar, pelo que se esquivam. Assim como os médicos dentistas em relação aos técnicos dentários. Maria Filomena Mónica ainda disse qualquer coisa em relação aos barbeiros mas já não fixei. Seria aquela figura do barbeiro de província que tinha normalmente uma criança em pé ao seu lado, com um pequena bacia de esmalte com água, onde o barbeiro molhava o pincel (quiçá prefigurando já outros pecados mais ou menos dissimulados à época e que hoje são”rapidamente” julgados numa dúzia de anos?).

Eu por acaso concordo um bocadinho com a Maria Filomena Mónica, mas como a mim ninguém me pergunta nada, não fui eu que disse. Limito-me a registar a opinião dela e, discordando, vir para um blog fazer uma oração de sapiência sobre tão elevadas questões. Mas como não discordo em absoluto, não faço. Tinha a
Fernanda Câncio de reserva, mas não é que a Fernanda hoje até fez uma crónica com a qual eu concordo? Ou não tivesse sido eu próprio testemunha num processo e onde passei exactamente pelo mesmo tipo de constrangimentos que ela passou…

Por isso, não tenho ninguém para dizer mal. Restava-me o Bush. Mas até esse foi salvo pelo gong com a eleição dos chineses como os maiores produtores mundiais de CO2. Claro que o Bush é que teve a culpa, porque deixou, mas isso também já o
João Miranda disse no Blasfémias, de modo que fico mesmo sem assunto. Mas pronto, sempre se deixa aqui o post da ordem.


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quinta-feira, junho 21, 2007

Plataformas



[1828]

Já li (vi) 10 posts em forma de “plataforma contra a obesidade” e ainda não perdi um quilinho que fosse.

Vou perseverar. Um dia acontece, quem sabe?

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Ânimo



[1827]

Desde as 19:07 de hoje que os dias começaram a ficar mais pequenos.
Já o
ano passado foi a mesma coisa… e há dois anos também!

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quarta-feira, junho 20, 2007

Juke box 9



[1826]

Donna Summer, On the radio (fabulastic...)

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Os Monólogos da Azinheira



[1825]

Para os saudosistas do velho Rivoli, um pequeno excerto da peça que hoje lá estaria se Rui Rio não fosse um vendido ao grande capital.

Os Monólogos da Azinheira

Acto 1

Entra um homem na casa dos 40 anos nu em palco agarrado a duas folhas de azinheira. Durante 5 minutos olha o público em silêncio enfrentando a vergonha (aliviada pelo facto de todos os cinco membros do público serem da sua família).

- Estou sozinho - diz a azinheira.

Apagam-se as luzes. A azinheira olha mais 5 minutos o público.Aos 4 minutos e 25 segundos entra a funcionária da limpeza em palco. O público rejubila! Qual o significado daquela presença? Uns interpretam como sendo a vontade dos autores de fazer chegar a arte contemporânea a todas as classes. Outros como sendo a necessidade de tornar a arte mais limpa. Enquanto a plateia se mantém na dúvida, a senhora da limpeza apercebe-se que se enganou, que a peça não tinha acabado, e sai do palco.

- Onde está o meu tronco? - questiona-se a azinheira - Onde está o tronco de todos nós? - continua a questionar-se a azinheira.

A azinheira olha mais 5 minutos para o público.A azinheira tem uma erecção. O público rejubila.

Fim do 1º acto.

Retirado de
O Insurgente, com a devida vénia.

Eu não sei se o texto é exactamente assim, mas se não é, devia ser. Porque é exactamente assim que as coisas se passam.

Não sei se haverá paralelo em algum país europeu do que está a passar-se na "arte portuguesa". Mas tenho sérias dúvidas.

Pormenor que me ficou: Como é que azinheira tem a erecção na altura precisa do Acto? Será que o actor domina a questão com esta facilidade toda? Leia-se… aqui vai disto que está no momento de ter a erecção. Ou contará com a ajuda preciosa de algum elemento do grupo de cinco familiares presentes a assistir ao “espectáculo?

Intriga-me, esta da erecção a prazo…

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Couch day



[1824]

Há quem trabalhe muito e não pareça. Há quem pareça e não faça nenhum. Há quem se preocupe, quem não se preocupe ou nem sim nem não, antes pelo contrário. Eu não sei bem em qual destes pressupostos me enquadro verdadeiramente, mas trabalho, como as pessoas, vivo com intensidade o que faço, independentemente de gostar ou não da tarefa que desempenho e prezo-me de me anichar numa matriz de total lealdade a quem me paga, num registo que eu definiria, mais ou menos, por do anything, legal.

Por vezes sinto que estudei muito e aprendi muito pouco, apesar de ainda ser do tempo em que tínhamos sempre a mesma professora para a primária, um exigente currículo escolar secundário e até para se entrar para a Universidade havia uma coisa que hoje parece estranhíssima e que dava pelo nome de exame de aptidão. De um modo geral, acho que a qualidade do ensino do meu tempo não era má, os professores eram competentes e, por muito que doa a algumas consciências da paróquia, não me ocorre que o espectro do regime político da altura se projectasse nas matérias que me obrigavam a estudar. Talvez com a excepção de uma disciplina específica que dava pelo nome de O.P.A.N., palavrão que queria dizer Organização Política e Administrativa da Nação mas eu acho que o nome diz tudo e aquele livrinho castanho e de pequeno formato pretendia exactamente ensinar-nos como se regia e organizava, politica e administrativamente, a República Portuguesa. Nada, afinal de muito grave, comparado com a pressão a que, mais tarde, as crianças e adolescentes tiveram de suportar em matéria de pedagogia moderna, progressista, claramente inquinada de ideologia política, enviesada e condicionada por uma execrável militância posta à frente dos interesses das crianças que gerou noções distorcidas de liberdade e parametrizadas pelos dogmas que tanto trabalho haviam dado ao Iluminismo do século XVIII. Um exemplo claro do que digo foi, por exemplo, uma “saída” imbecil de um apresentador de televisão, há dias, (Carlos Malato) que, dirigindo-se a um participante de um concurso televisivo e, completamente fora de qualquer contexto político, se tenha referido a Vasco de Graça Moura como um indivíduo que apesar de conhecidas as suas posições políticas, era um bom escritor. Esta aberração televisiva, imbecil que seja, não deixa de revelar uma série de vertentes que no seu todo valeria a pena escalpelizar se não corrêssemos o riso de estar a comparar a craveira intelectual de Vasco de Graça Moura com a parolice de um apresentador pateta de televisão.

Distraí-me e saí do contexto do post. Porque eu estava a dizer que, por vezes, tenho a sensação que estudei muito e aprendi pouco, não obstante eu considerar que a qualidade do ensino da minha geração não era má. Talvez por achar que aprendi muito mais quando estudei menos. Ou seja, trabalhando, no pleno uso dos meus teóricos e empíricos conhecimentos académicos e na sua aplicação no terreno. Porque foi o trabalho que me possibilitou muitas viagens, muita experiência e um alargamento do próprio conhecimento. Certamente por ter tido o privilégio de ter trabalhado durante alguns anos para uma multinacional do ramo.

Voltando ao post, dito isto, como diz o Marcelo, passei mal a noite. Uma indisposição gástrica inesperada (eu bem que não queria aceitar aquela sopa indiana a saber a cravinho…) fez-me passar mal a noite. De manhã estava a cair de sono e com a boca a saber a varetas de chapéu-de-chuva. Pensei, cheio de boas intenções: - Vou tomar um duche, um café fresquinho e volto para a cama para repor os níveis de serotonina. Assim fiz, apenas até à parte de voltar para a cama. Porque depois do duche fiquei fresco como uma alface (ok, digamos… uma alface com uma semana de frigorífico, mas uma alface). Mas insisti na ideia. E a ideia foi manter o roupão, encostar-me no sofá e entregar-me de alma e coração a um saudável exercício de “mapling” que em dez minutos me atirou para o sono e me repôs os níveis todos que eu necessitava.

Feito um par de telefonemas a dizer onde estava (porque há sempre imensa gente que precisa de falar comigo a partir das dez da manhã o que, considero eu, é um claro sinal de envelhecimento, não vai muito longe a altura em que muita gente queria falar comigo mas era a partir das dez da noite, o que era muito mais saudável, divertido, variado e totalmente seguro para o “spleen”, acabei por trabalhar na mesma. Tantos foram os telefonemas que recebi e que tive que fazer.

Este post tem assim uma razão de ser. Mesmo em casa, acabei a trabalhar. Eu não queria, sabia que o mundo não acabava, mas a vida hoje é assim. A não ser que estejamos tipo ligados como se vê nalgumas anedotas, somos todos ligaduras, os braços levantados por roldanas e as pernas abertas e com pesos nos pés, acabamos ao telefone a dizer coisas que dizemos todos os dias, frequentemente às mesmas pessoas. E, mesmo assim, com as tais ligaduras, pesos e roldanas, temos de nos assegurar de que (este assegurar de que, aqui, vai bem, acho eu de que...) não há por ali um kit mãos livres.

E para aqueles (aqueles e aquelas como diria Guterres e diz agora Ségolène) que eventualmente tenham tido a pachorra e chegado ao fim deste post, as minhas desculpas pelo post ser como a Itália. Longo e chato. Mas, que diabo. Entre o “trabalho” sempre haveria de sobrar um tempinho para fazer o post da praxe.


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Arraial Pride





[1823]

Não concordo com o "Arraial Pride" (ler aqui, o Arraial Pride e as prioridades da C. M. de Lisboa) do próximo dia 23. Acho que será mais uma manifestação de descriminação positiva que é uma das coisas que mais afectam a minha tolerância cívica.

Na orientação sexual, como na etnia e noutros fenómenos em que a facção alheia se sente “superiormente” habilitada para decidir favoravelmente em favor das minorias injustamente estigmatizadas. Aliás, eu entendo e suporto a descriminação positiva em situações extremas, como a deficiência física, por exemplo, acho muito bem que a minha rua tenha um lugar de estacionamento especialmente destinado ao meu vizinho deficiente e acho que se deveria e poderia fazer muito mais em nome da integração social dos deficientes. Porque se faz muito pouco. Custa-me imenso, por exemplo, verificar que um paraplégico não possa aceder a uma máquina de Multibanco enquanto se gasta um rio de dinheiro para ver uma multidão de gays a saracotearem as ancas ou beijarem-se em público para afirmarem o direito à diferença, seja lá o que for que isso signifique. Sobretudo se parte desse dinheiro me sai do bolso, como parece resultar do patrocínio da Câmara Municipal de Lisboa em relação ao tal arraial.

Não é só o dinheiro, como também toda uma dinâmica que quase faz pensar em culpas que devemos expiar. Ora eu não acho que tenha de expiar seja o que for. O fenómeno da homossexualidade está estudado, há gays e todos devemos viver no respeito intrínseco pela condição de cada um. Mas eu penso que isso e já um dado adquirido e nem as muitas injustiças de que muitos gays foram alvo, sobretudo em sociedades mais fechadas, deverão servir de justificação para o permanente arraial (para usar mesmo o termo arraial que agora se quer fazer) em que vivemos na glorificação dos gays. Porque é disso que se trata, glorificação, para além de reconhecidas condutas de cumplicidade entre gays na vida social e profissional de muitos deles. Lobis, carreirismo e promiscuidades como parece ser, por exemplo, evidente no caso casa Pia, entre outros.

Neste caso do Arraial Pride de Lisboa é evidente também o aproveitamento político para as eleições intercalares. Só por isso, se eu fosse gay não ia à Parada. Porque me sentiria usado. E eu, usado, só no bom sentido. Aí, sim, usem-me à vontade, que eu gosto.



ADENDA:


1.
Uma observação mais cuidada do cartaz revela-me que o arraial é, também, dirigido à comunidade hetero. A pusilanimidade da organização foi, injustamente, posta em causa.

2. Presumo que os homossexuais de bom senso se demarcam do "arraial". Tenho a certeza que sim.


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terça-feira, junho 19, 2007

Juke box 8



[1822]

Billie Holiday, My Man

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Gostar e dizer bem



[1821]

Ainda não consegui perceber muito bem porque é que em Portugal não se gosta muito de Durão Barroso. Ontem, por exemplo, no Prós e Contras, Durão fez uma demonstração sóbria do que vale enquanto Comissário Europeu, alardeou classe, cultura, traquejo e ideias muito claras, sem necessidade de afirmações provincianas e pategas, tipo Guterres quando dizia que tratava uma série de primeiros-ministros europeus por tu. Durão está um Mr. Europa pleno, com aquele élan que os portugueses, por razões fatalistas, ganham só depois de transpor os Pirinéus. E demonstrou, quaisquer que fossem as razões por que chegou a Comissário da UE (se bem se lembram do escarcéu que foi, na altura…), que quem acabou a ganhar foram a Europa em geral e Portugal em particular. Foi bom ver e ouvir Barroso ontem.

Uma palavra apenas para Jorge Sampaio. Falou-se da Turquia e a propósito de Durão dizer que há exigências que são inegociáveis, como os direitos humanos, a igualdade de sexo, a liberdade religiosa e a liberdade de expressão. Sampaio tinha de dizer que sim, mas…

Por qualquer razão que me escapa ser de esquerda significa que a Turquia tem de entrar para a Europa, mesmo que os pressupostos acima descritos como inegociáveis sejam relativizados, como me parece que não podem ser. E Sampaio seguiu a matriz estabelecida. Papagueou uns minutos, ficámos todos na mesma (ele é perito nisso) e as negociações da entrada da Turquia para a EU não podem parar. Isso mesmo já tinha dito Durão Barroso, frisando apenas que há questões inegociáveis. Mas acho graça a este frenesi da esquerda em relação à Turquia. E não faltaram críticas veladas ao “fassista” do Sarkozy que acha… o mesmo que Durão Barroso, imagine-se.

No mais, o costume. Fatinha a interromper a todo o instante (Fátima Campos Ferreira está a perder a noção do ridículo, tal a frequência e estridência com que se compraz a interromper figuras públicas…e a querer mostrar que trata os assuntos todos por tu) e Carvalhas, datado, lamentável, triste, intragável.


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segunda-feira, junho 18, 2007

Ainda o Telejornal



[1820]

Sem miolo, sem engenho, sem sequência, Sócrates foi a Bratislava em tarefa de preparação de terreno para a sua presidência europeia e, igual a si próprio debitou umas vacuidades em bruxelês que, ao que me parece é a única língua que aquele homem sabe falar.

Como resposta ouviu do primeiro-ministro polaco (não sou capaz de me lembrar do nome, o tal que é gémeo do presidente) dizer qualquer coisa como a retórica não trará nada de novo à solução dos problemas da Europa. Chegou mesmo a dizer que seria uma perda de tempo.

Pois… só mesmo em Portugal é que Sócrates fala, fala, não diz nada e ninguém acha que é uma perda de tempo.

Não pude deixar de esboçar um sorriso.


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Gente ridícula



[1819]

O telejornal do C1 mostrou-me Paulo Dentinho numa peça de cerca de minuto e meio, a partir dos Campos Elíseos onde ele conseguiu dizer três vezes (não me contaram, eu ouvi e vi) que Sarkozi ganhou as eleições com uma ampla maioria, mas afinal a maioria não foi assim tão ampla como se julgava.

Isto já nem desonesto é. É anedótico, é burlesco ver esta gente a dilacerar as entranhas porque a direita ganhou. E não resistem em cair no ridículo. No ridículo de se dizer três vezes num curto espaço de tempo que Sarkozi ganhou com ampla maioria (palavras de Dentinho)
mas não tão ampla como se esperava.

Nota: Aparentemente, chegou-se a pensar
aqui e aqui que Sarkozi tinha perdido as eleições…

Gente ridícula.

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Aniversários de gente fina



Tchin Tchin

[1818]

O
Bekx entra no seu quarto ano de actividade e o João Gonçalves, no quinto. É obra.

Aqui fica o registo e uma saudação amiga de um leitor diário, de ambos. E sabem que mais? Tão diferentes na forma, são, todavia, bastante parecidos na substância.

Sinceras felicitações pela data.



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domingo, junho 17, 2007

E o Verão que nunca mais chega


[1817]

Anda uma pessoa com água na boca por uma talhada de melancia, ao sol, chegado da praia e é isto. Chuva, vento e vir para o blog escrever sobre desgraças.

Assim, à guiza do costume alemão de degustar uma colherinha de sorvete entre dois pratos principais de uma refeição, lambuzemo-nos com uma talhada de melancia. Há lá coisa mais saudável…

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Palácio de Casamentos?


[1816]

António Costa aparece finalmente com alguns projectos no horizonte, para a Câmara de Lisboa. Fiquei a saber
que os gays e lésbicas da minha cidade poderão, agora, casar-se com toda a dignidade no salão nobre da Câmara Municipal de Lisboa.

Pfiiiu, que alívio, estava a ver que Costa não tinha ideias nenhumas.

Nota: "Isto" para ser como deve ser, devia haver um "Palácio dos Casamentos", na boa tradição socialista. Ou já se esqueceram como era? A diferença é que o socialismo não tolerava gays, nada que a actual conjuntura não possa agora acomodar...



Na foto: Palacio dos casamentos em Maputo, na Avenida Julius Nyerere.

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Jacinto Leite Capelo Rego

[1815]

E quando eu mal me recordava já de uma anedota gasta, com barbas e de humor duvidoso, eis que surge um cidadão de nome Jacinto Leite Capelo Rego que, alegadamente, terá feito um donativo de €1.000.000 ao CDS.

Quando eu acho que exagero em pensar que este país está mesmo a adquirir aspectos burlescos, eis que a realidade se encarrega de me dizer que não. Não há exagero. Independentemente do que os jacintos sintam ou não sintam lá pelo rego deles…

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Estalinismo ao pequeno almoço


[1814]

Causou-me um certo conforto ter visto aqui no
Tomar Partido uma opinião coincidente com a minha sobre o artigo de Fernanda Câncio no DN.

É que, de episódios recentes, a entrevista de Margarida Moreira, onde a senhora directora disse que tinha tudo apontado, artigos, de jornal, entrevistas e blogues, e o artigo da Fernanda Câncio sobre a objecção de consciência dos médicos dos Açores são o que de mais representativo me chegou, recentemente, sobre a noção que adquiri de estalinismo. Mais do que por aquilo que li, os anos em que o conheci ao vivo e a cores. Anos muito ricos na minha formação política.

Este artigo de Fernanda Câncio, sem o parecer, é um exemplo vivo do pior que o estalinismo encerra. E não me apetece explicar-lhe a ela o porquê. Porque ela, possivelmente, não o entenderia. Felizmente que há quem entenda.

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sábado, junho 16, 2007

Juke box 7



[1813]

Katie Melua – Closest thing to crazy

Bom fim de semana para todos.

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Estas gajas vão para a farra e depois vêm para aqui a dormir, ou o camandro...


[1812]

- Queria o Expresso e dois croissants simples para levar, por favor.
- Doce de ovo ou chocolate?
- Simples, eu disse simples.
- Clááááudia, tira aí dois croissãs pra take away…
- Não disse à sua colega que eram simples.
- Só temos com doce de ovo.
- Oiça lá, eu fui muito preciso no que pedi…
- Um momento…

(empregado deslocado meia dúzia de metros, com cara de “chatos do caraças” que vêm para aqui pedir croissãs sem saber bem o que querem, troca de impressões com a Clááááudia, dois croissãs num pacote e regresso do empregado)
- Pronto. Aqui tem. São quatro e oitenta. Posso meter no saco do jornal?
- Claro.

Mercadoria paga, regresso ao carro. Por descargo de consciência, abro o pacote. Ali estavam dois estaladiços croissãs… de chocolate. Regresso ao balcão da área de serviço, deparo com uma bicha de cerca de oito pessoas. Alinho e espero. Chega a minha vez e digo:

- Oiça… você disse que só havia croissãs com doce de ovo, foi pedir à sua colega croissãs simples e deu-me croissãs de chocolate…
- Só temos de chocolate.
- !!!...
(chorrilho mental de uma colecção de palavrões que eu tenho para uso pessoal em caso de emergência para manter o equilíbrio e a sanidade mental…)
- Clááááúdia, porra, tás com atenção ou não tás? Croissãs simples, sem recheio.
- Ó amigo, aqui tem os croissãs, estas miúdas é isto, levam a noite na farra e depois vêm para aqui a dormir ou o camandro.

Segui para o carro. Mais ou menos acabrunhado. Irritado. Sobretudo por ainda me irritar com estas coisas. Então não querem lá ver a Cláááááudia que vai para a farra às sextas e depois atende os clientes meia a dormir? Enquanto que o “gajo” anda ali a dar o litro ou o camandro. São todas iguais, estas gajas…


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sexta-feira, junho 15, 2007

Códigos de conduta



[1811]

Isto está a ficar complicado. Custa-me a perceber
isto. Começo a ficar preocupado e envergonhado. Bem me parecia que "tiradas" como vamos partir as fuças à reacção, quem se mete com o PS leva e habituem-se, mais tarde ou mais cedo iam dar mau resultado. Vou aguardar para ver o que acontece com Balbino Caldeira. Mas mesmo que não aconteça nada, já aconteceu alguma coisa que nunca devia ter acontecido. Balbino Caldeira é arguido por, penso eu, ter encetado uma campanha contra as tramóias de Sócrates. Porque é de tramóias que se trata. Mas, pelo menos no Blog, sempre o fez com decoro, educação e elevação. Atributos que, obviamente, não fazem parte do código de conduta de, por exemplo, Jorge Coelho, Guterres, Vitorino, Sampaio, Jaime Gama, Mário Soares e do próprio Sócrates.


Foto obtida no GJQL

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Corra-se já com os homens



[1810]

É difícil de acreditar mas ainda há as Fernandas Câncio do nosso descontentamento. As fernandas que acham que misturar liberdade com profissões de fé e outras florestrias de alguns médicos desalinhados e mais ou menos obscurantistas são um acto de cidadania que a Fernanda não consegue digerir.

Neste artigo, Fernanda Câncio dá livre curso à acidez que lhe corrói o estômago, acusando os médicos do divino espírito santo de serem objectores de consciência ao aborto. Não pode ser. Talvez seja constitucional mas era o que faltava era que meia dúzia de médicos a fazer o sinal da cruz viessem agora complicar a questão. Daí que, para ela, o assunto é fácil de contornar. Se todos os médicos são objectores de consciência, pois que se arranje outros que o não são. E se for caso disso despeça-se os objectores que era o que faltava era que andassem agora para aqui a objectar.

Conheço bem este tipo de mentalidade dos tempos áureos do estalinismo ao pequeno-almoço. As coisas mudaram, mas as pessoas, não. Porque as pessoas não mudam. Daí que problemas destes são sempre fáceis de resolver. Correr com os objectores (há poucos anos atrás deveriam ser mandados para uma reeducação qualquer, mas isso já não vai muito bem com os tempos que correm) e colocar lá outros médicos que não sejam objectores. E, pelo meio, fazer um artigo ou outro a explicar ao povo bruto porque é que estas coisas devem e têm de ser feitas. Por uma questão pedagógica, já se vê.


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Olhó preto, olhó preto, olhó preto não tem vergonha

[1809]

No tempo em que se podia dizer "olha o preto" descomprometidamente e sem se correr o risco de se ser politicamente incorrecto.

Ora oiçam:

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Amabilidade do Antonio Chaves Ferrão
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Ter medo



[1808]

Tem-se falado e ilustrado tanto esta mulher que hesitei em colocar aqui a foto dela. Todavia, não resisto. Apenas para dizer que a mim o que verdadeiramente me preocupa não é o facto de haver este verdadeiro retrato de Portugal do Séc. XXI, com esta expressão e este dedo gordo bem levantado. A mim o que verdadeiramente me preocupa é quantas Margaridas Moreiras haverá por aí, saltaricando por repartições, direcções regionais, nacionais, provinciais (alô regionalistas, lá virá o tempo das directoras regionais), à espera de ouvir uma anedota, um insulto, uma intriguinha para irem a correr contar ao chefe. Ou, numa versão mais adiantada mandar abrir um inquérito, que isto do inquérito deve ser o clímax para esta gentinha.


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De alguma forma



[1807]

"Aqui, do local onde de alguma forma se pensa que poderá existir uma nova pista sobre o paradeiro de Madeleine, devido ao jornal holandês que de alguma forma noticiou o local de alguma forma exacto onde a menina pode estar, nota-se já de alguma forma um imenso movimento de jornalistas que percorrem os montes onde a polícia de alguma forma vai colocando já vedações que de alguma forma limitam os movimentos dos jornalistas que de alguma forma vieram de todo o mundo e estão prestes a ver como de alguma forma as investigações vão prosseguir, depois da notícia que o jornal holandês, de alguma forma, avançou".

Por entre as múltiplas formas em que a nossa correspondente de televisão, de alguma forma se deixa enredar na descrição penosa (verdadeiramente penosa, o que diz bem da dificuldade de expressão dos nossos profissionais da palavra) do novo cenário da polícia judiciária, ressalta ainda o pormenor de a jovem que nos faz a reportagem não ter um dos dentes incisivos. Ou, se tem, existe ali um grande espaço vazio, que a desfigura e, sobretudo, lhe causa evidentes dificuldades de dicção, como se não lhe bastasse a, de alguma forma, deficiente oralidade.

Palavra de honra que este tipo de situações me eriça o grande simpático. Porque é que um chefe de reportagem, ou um chefe qualquer não diz à menina que é necessário que ela se submeta a um treino intensivo de oratória ao mesmo tempo que a manda ao dentista? É que não entendo porquê. A menos que a falta de dentes, tão frequente nas populações rurais, aparentemente porque muitas dessas pessoas não sabem sequer o que é um dentista, reflicta a tendência natural de um povo a quem Deus tem, realmente, dado muitas nozes. Mesmo não tendo os dentes que, pelo menos e de alguma forma, mesmo que não fossem necessários para mais nada, serviriam para a jornalista não assobiar os esses e não soltar os perdigotos que, de alguma forma, lhe respingam o microfone.


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quarta-feira, junho 13, 2007

Obscenidades



[1806]

Em manhã de Santo António, acabei de ler a entrevista de Mário Soares à Única. Confesso que no Sábado tinha saltado algumas perguntas, tal a previsibilidade do que viria a seguir. Mesmo assim o que li chegou-me para me referir ao assunto
aqui.

Mas lá acabei por ler a entrevista toda, aproveitando o ócio de uma manhã silenciosa e fresca (o tal tempo fresco que
tanto preocupou a SIC-N). E não resisto a referir aquela parte em que Mário Soares diz que não gosta de ir aos USA porque no aeroporto fazem muitas perguntas, nem sempre as mais inteligentes.

Como sei que Mário Soares visitou vários países africanos e sul-americanos, tenho a certeza que ele terá consciência do que seja “entrar” num aeroporto africano. Luanda, ainda hoje, Maputo, num passado muito recente, Lusaka, Harare, Brazzaville, Kinshasa, Bamako, Nouakchott, Abidjan ou Lagos (entre outros, que é desnecessário referir) são exemplos daquilo que Mário Soares parece não gostar. Salvo quando a conjuntura muito especial de alguns destes países permitia incursões ao seu espaço aéreo, ao arrepio da lei, como acontecia com os célebres passeios turísticos à Jamba no tempo de Savimbi, que aliás iam custando a vida ao filho João, em viagem certamente norteada por nobilíssima e libertadora causa.

Também me ocorre alguns aeroportos da chamada Europa do Leste no tempo da guerra-fria. Mas a catilinária de Soares é tão idiota que nem vale a pena perder mais tempo com o tema.

Vale a pena ler este remate de um post da GLQL (link a seguir):

"...Neste contexto semântico, as palavras nepotismo, corrupção, tráfico de influências, Macau, Rui Mateus, Craxi, Andreotti, Khol, Melancia, mediocridade, inépcia, soberba, vingança, vergonha, obscenidade, assumem outro significado. Não obstante, a memória, sendo curta para muita gente, ficou registada para a posteridade em documentos, livros, jornais e revistas, para além dos depoimentos pessoais..."


Texto que integra
este post da GLQL, onde se transcreve uma boa parte da entrevista. O episódio do Sr Chambica, então, em S. Tomé, é bem revelador da natureza de Soares.


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Quem é este homem?



[1805]

Não sabem? Eu explico. É o senhor Reinhard Höppner. Continuam sem saber quem é? Eu explico: É o presidente do Congresso da Igreja Protestante alemã. E depois, o que é que temos a ver com isso? Eu explico. É que este homem disse que:

“…Os terroristas, incluindo os talibãs, pertencem à mesa das negociações. Só quando ofereço ao meu inimigo o lugar de honra posso aspirar a alcançar a paz…”

Como se calcula, ou se espera, este senhor deve ter uma experiência riquíssima em resolver problemas de terrorismo, a começar pelos da sua própria terra que já existiam ainda os talibãs só pensavam em arranjar pasto para as cabras. Mas não resolveu. A Alemanha de há muito que sofre os efeitos de brigadas terroristas e o senhor Höppner não soube ou não quis resolver a questão. Mas, aparentemente, agora sim. Ele acha que consegue. Dá o lugar de honra ao inimigo, negoceia e voilá. Terrorismo resolvido.

Sorrio com a facilidade com que a esquerda gosta de fazer citações, supostamente aglutinadoras ou justificativas de um conjunto de acções que, segundo a mesma esquerda trariam a paz e justiça ao mundo, não fossem os interesses estratégicos do grande capital. E para isso vai-se buscar um nome qualquer, neste caso um presidente de um congresso de uma igreja, mas serve qualquer coisa de impacto semelhante. Não se vai buscar o chefe de cozinha do Ritz, claro, nem o regente da orquestra de sopro da Guarda Republicana de Cebolais do Meio. Convém qualquer coisa sonante. No caso em apreço, um presidente de um congresso de uma Igreja vai muito bem, ajuda até a criar aquela ideia de que a esquerda agnóstica, plural, tolerante e democrática, está sempre pronta a ouvir a opinião dos profissionais da fé.

Claro que o presidente do Congresso da Igreja não resolve terrorismo nenhum. Terão que ser os mesmos de sempre. Mas que citações destas caiem muito bem e dão uma sensação de dever cumprido e superioridade moral, dão.

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terça-feira, junho 12, 2007

Sem pré-aviso



[1804]

Eu tinha um contencioso com ela. Durante anos, ela insistiu para que eu fizesse uma cópia da chave para a porta que dá para as traseiras e eu nunca o fiz. Achei sempre que não precisava. Mais do que isso, eu sabia que cada vez que a empregada deixa uma peça de roupa mal presa, a mesma cai e ela, invariavelmente, batia-me a porta, mostrando-me a peça de roupa com ar triunfante, qualquer coisa como “eu não digo que é melhor fazer uma chave?”

Percebia-se, porém, uma certa cumplicidade no enredo das peças de roupa caídas. Porque se eu mandasse fazer a chave e fosse eu buscar alguma peça de roupa caída, certamente que deixaríamos de nos ver por cada vez que me caía uma peça de roupa, tantas eram as vezes que me aparecia com uma meia ou uma toalha.

Também a via à janela da sala, esconsa e silenciosa, fruindo quiçá o prazer de estar sozinha, à janela, a ver quem passava. Quem muitas vezes passava era eu. Ou a entrar ou a sair de casa. Muitas vezes só reparava nela apenas a poucos centímetros. Cruzávamos um “olá” e um sorriso rápidos e todas as primaveras, como agora, ela me falava no tapete de flores de jacarandá que nos sujam os carros todos mas que são lindíssimas.

Ela ontem morreu. Saiu de casa, caminhou uns passos e, diz quem viu e ouviu, que soltou algumas frases sem nexo antes de se sentar no chão. Um passante tocou-me à porta perguntou-me se era minha familiar e eu disse que não, mas que a conhecia. Avisei de imediato o neto, na casa ao lado, que dormia sem saber do drama a desenrolar-se do lado de fora da janela, o rapaz pegou na frágil senhora pelo colo, beijou-a e pediu-me para ligar para o 112, o que fiz de imediato.

À tardinha, as noticias eram animadoras. Que estava melhor. Tinha feito um AVC, mas estava a recuperar. Todavia, à noite, morreu. E eu pensei como hoje se sorri a uma pessoa aconselhando que se faça uma cópia de uma chave, como no dia seguinte se morre. Talvez não haja muito que pensar. Ou melhor, há, mas a gente não quer, porque pensar na morte incomoda. E faz de conta que não pensa.

A minha vizinha da chave das traseiras morreu, depois de andar anos a aconselhar-me a fazer uma cópia. Nunca o fiz. E agora? Como é que vou buscar a roupa que me cai? E quem é que me bate à porta, com uma expressão de amável censura, para me dizer que caiu uma toalha ao chão?

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Hic..eh eh...Hic...


[1803]

E quando eu andava num colégio de padres e tinha de me confessar aos Sábados e pedia ao padre para me perguntar, listando, pelos pecados?


Via
Technorati

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A melhor da semana

[1802]

Alterações climáticas

"...De acordo com uma reportagem da SIC-N o tempo está esquisito. Está fresco e devia estar quentinho..."

João Miranda, no Blasfémias

Para além da natural preocupação por percebermos que este clima anda de pernas para o ar (ai aqueles americanos...), há que nao esquecer sair de casa com um casaquinho para a friagem do fim do dia.

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domingo, junho 10, 2007

O humor "arrastado"



[1801]

Descobri
este post no Arrastão (onde mais poderia encontrá-lo?). É o mais acabado exemplo de desrespeito próprio e pelos outros. Aliás, com pouca surpresa. Daniel de Oliveira é o estereótipo do português pífio, poucochinho, convenientemente ajustado ao main stream da nossa inteligentzia e que se vale dos ventos favoráveis de uma conjuntura idiota para obter o protagonismo que de outra forma me parece lhe passaria ao lado.

Somos férteis nestes exemplares. Não nos da foto. Refiro-me aos bloggers.

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Miss Pearls, em casa




[1800]

Uma palavra de apreço pela prestação da prezada Isabel aka
Miss Pearls na Única do passado Sábado.

Igual a si própria, no estilo e na substância. Só não concordei quando ela diz que se afirma de direita, mas não escreve sobre política nem sobre sexo. Não concordo. Dizer que não se escreve sobre política é, em si, um acto político. Aliás, de grande significado!

Deixo aqui o registo do meu agradecimento pela agradável leitura que me proporcionou.

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De novo, Mário Soares


[1799]

Na entrevista de ontem à Única, Mário Soares produziu mais uma série de diatribes. E chamo-lhe diatribes porque tenho a profunda convicção que ele, Soares, sabe que o que diz não é mais que uma tagarelice de esquerda requentada que ele deve ter, há muito, reciclado. Porquê, assim, fazer a apologia excitada da demagogia de Chávez, do populismo idiota e medíocre prestação política de Zapatero ou o panegírico deslocado de um homem que ele, reconhecidamente, não aprecia, como Sócrates?

Há questões que não ultrapassam nunca o foro íntimo de cada um. Todavia, fica-me a sensação de que Soares se diverte dizendo estas coisas em obediência a um mero articulado de espírito a que ele não consegue furtar-se. Ou então, tal como alguém dizia do juiz Garzón, que ele perseguia os poderosos porque provinha de uma família de pobres, Soares é assim por necessidade orgânica. Nós é que não temos culpa nenhuma, por isso se lamenta o seu decisivo contributo para muito do que de mau aconteceu na sociedade portuguesa.

Adenda: Depois de escrever este post, descobri mais este no 31 da Armada e este, no Portugal dos Pequeninos. Acho, lamentavelmente, pouco.
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Ainda as vaias


[1798]

Ainda sobre a assobiadela a Sócrates. Não é estranho que, achando eu que Sócrates é um medíocre primeiro-ministro de um mau governo saído de um péssimo partido político, provavelmente aquele que eu considero o responsável maior pelo estado patético a que este país está chegando, não é estranho, dizia eu, que me sinta envergonhado com esta mania de se assobiar primeiros- ministros, como parece ser moda nova de há uns tempos para cá? Não estamos a caminhar para uma sociedade do tipo boçal que encontra na "recalcitrância" gratuita uma forma de afirmação de valores que não temos, ou que estamos rapidamente a perder?


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Dia de "cada vez mais" Portugal


[1797]

Da olhadela de relance que dei às notícias sobre o dia de Portugal em Setúbal, ficou-me a prestação pífia de Cavaco Silva, a habitual cavalgada de um grupo de jornalistas a fazer perguntas ao ministro Lino sobre a sua visita ao deserto do Jah-Meh, uma coisa parecida com uma parada militar e, finalmente, a chegada de Sócrates a Setúbal debaixo de um coro de vaias e assobios.

Convenhamos que, a menos que me tenha passado ao lado a substância da coisa, as amostras da nossa vida colectiva se aproximam cada vez mais do nível zero em matéria de dignidade. Afinal, trata-se do Dia de Portugal.

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sexta-feira, junho 08, 2007

Jacarandás


[1796]

Com mais frequência do que em anos anteriores, os jacarandás da minha cidade têm sido este ano mais ternamente cantados que em anos anteriores. Lisboa está realmente deslumbrante com centenas destas magníficas árvores desfazendo-se em campânulas de veludo lilás.

Duas
conceitadas bloggers ainda há pouco se referiram à beleza das flores dos jacarandás, com a sensibilidade própria de quem sabe gostar das coisas bonitas. O que elas não sabem é que eu tenho um jacarandá à porta de casa e nesta altura do ano tenho ramos e ramos cobertos de campânulas lilases encostados aos vidros da janela do meu quarto. Sem prejuízo da vertente romântica que, sem dúvida, poderá constituir o facto de dormir com flores de jacarandá encostadas aos vidros das janelas, que fique aqui o registo de que cada flor daquelas me deixa uma área lambuzada de um líquido viscoso de cerca de 1 cm2 por flor. Considerando que há dias de vento e que as flores nao param quietas, há a acrescentar ainda dois factores de importância. Factor 1 é que, com o vento, as flores roçam no vidro (abstenhamo-nos de considerações românticas, de novo...) e em vez de 1 cm2 passo a ter 10 cm2 de superfície viscosa. Factor 2, ventos superiores a 10m/s já têm efeitos mais indesejaveis, quais sejam os de as flores se apartarem dos troncos e ficarem pura e simplesmente coladas aos vidros.

A minha fiel e laboriosa ucraniana que me vai mantendo a casa habitável é parteira... sendo parteira e porque já vai tendo uns assomos de humor português (até já diz “é assim”...) vai-me dizendo que tem ali um parto dificil. Leia-se manter os vidros limpos, isentos daquilo em que, num dia de maior crispação, já chamei de “nhanha jacarandeira”, que é um nome feiíssimo mais foi aquele que me pareceu ilustrar melhor o estado em que tinha as janelas.

Prezadas confrades. Mais uma palavra sobre os jacarandás de Lisboa e eu "deslinco-vos". Sem piedade!

Bom fim de semana para todos.


A magnífica foto acima é da Mackenzie St, num subúrbio residencial de Pretoria, para Leste a caminho do "SABS". Pretoria é conhecida pela Jacaranda City. Pela foto percebe-se porquê. Sobretudo se se "clicar" em cima dela, para ver melhor.


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Tonitruância anti-americana da Europa



[1795]


"...Claro que se pode sempre dizer que quem dá essa resposta militar é a OTAN, cujos mísseis devem aliás também ter ficado com os alvos soviéticos clássicos guardados na memória. Ou seja, traduzido em português corrente e não em “europês”, isso significa que mais uma vez a tronitruância anti-americana da Europa esconde que esta é protegida pela sombra termonuclear dos EUA, que, como se sabe, é um país criminoso presidido por um imbecil, que todo o europeu politicamente correcto despreza no íntimo do seu ser..."


Ler o post completo de JPP, aqui.
Foto retirada também do Abrupto


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