sábado, março 31, 2007

Porque hoje é Sábado ( 8 )



[1658]

Kennedy Center – Tribute to Tina Turner. Beyonce canta, Tina encanta pela sua eterna juventude.
Bom fim de semana para todos.

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sexta-feira, março 30, 2007

Post snobe



[1657]

Tirando um ou outro apontamento de crítica menos feliz relativamente à prestação de Odete Santos no programa Grandes Portugueses, não me ocorre manifestações de
tratamento cruel, mesquinho, machista que alguns blogues, tidos como sendo de "direita", tenham dado a Odete Santos e que, naturalmente, devessem envergonhar qualquer pessoa bem formada.

Acho que
JPP andou mal em generalizar as coisas a este ponto, tanto mais que, na sua maioria, vi posts ou desenhos caricaturando Odete Santos, mas sem mesquinhez, crueldade ou machismo, eu próprio incluído. Penso mesmo que JPP meteu algum do sentido de humor que inegavelmente tem, na gaveta, para poder, ele sim, fazer esta rábula em que amesquinha e critica asperamente os seus vizinhos. E, para que conste, não foram só os chamados blogues de direita que glosaram o tema, havendo diversos blogues de esquerda que fizeram o mesmo.

Talvez faltasse a JPP dizer que ela sim, Odete santos, terá, cruelmente, tentado amesquinhar todos os que dela discordaram, para alem da manifesta triste figura que fez quando desatou a berrar pela Constituição.

Achei
este post de JPP a resvalar para o snobe. Poderá até ele achar que Odete Santos será uma boa deputada e que terá metido na ordem um Gato Fedorento. Mas isso não justifica que não se possa achar que a senhora é malcriada e sem propósitos. E isso não é mesquinho, nem cruel, nem machista. É ser crítico com naturalidade. Ou achará JPP que Odete Santos é gorda e feia e, por tal razão, não poderá merecer um apontamento de crítica? Afinal onde está a mesquinhez e a crueldade? Em criticar com, naturalidade, à revelia da anatomia e dos tristes propósitos da senhora ou em criar uma atmosfera de intangibilidade por JPP achar que a senhora é feia e gorda?

Adenda:
É por isso que eu gosto dos norte-americanos pela naturalidade com que lidam com as coisas. É a velha história do polícia dizer para a esquadra que o suspeito is a male, caucasian ou, male, black. Mas para nós, tudo é um bocadinho mais complicado e sensível.


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Lamentável

[1656]

Lamentavelmente, compromissos inesperados de última hora impediram-me de ir assistir ao lançamento do livro de Torquato da Luz.

Aqui lhe deixo uma palavra de simpatia, dizendo-lhe como tive pena de não poder comparecer, ao mesmo tempo que lhe desejo que tenha sido um serão agradável e cheio de sucesso.
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A preocupação liberal urbana



[1655]

Paira uma evidente preocupação pela anunciada perda de qualidade do DN, com um feixe de razões aduzidas, por exemplo,
aqui e aqui, entre mais.

Se, no essencial, é pacífico concordar com alguns dos argumentos para a temida queda anunciada de qualidade, por outro vai sendo tempo de se perceber que não há forma de se manter uma linha “sustentada” (como agora se diz) de nenhum jornal, se não houver receitas. E nenhum empresário se sentirá tentado à filantropia de manter felizes algumas elites de liberais urbanos. No extremo, essa acção caberia ao Estado, mas sabe-se no que dá sempre que o Estado se mete a fazer jornais.

De resto, outra coisa me salta à ideia. Ainda relativamente ao Diário de Notícias, não me ocorre ver gente preocupada com a linha editorial de um passado recente em que um grupo de “infantes terríveis” liderados por A.J.Teixeira exercitava uma esquerda modernaça “em cada esquina” do jornal, em paralelo com uma louvaminha inteligente ao Largo do Rato.

Agora vem aí o “homem da bola”. Eu também me arrepio ao pensar que o DN se possa tornar numa extensão do 24 horas, mas depois sento-me, penso um bocadinho e concluo que o DN mantém um grupo de excelentes cronistas e comentadores que, tanto quanto julgo saber, não deixa o jornal. E isso causa-me algum conforto. E os liberais urbanos, para usar o termo to
RCB continuará a ter à disposição o contributo de excelentes cronistas e jornalistas. Independentemente de alguma tendência ”batenavó” que possa por aí aparecer a que se poderá conceder o devido desconto, em nome da tal sustentabilidade (e independência) do jornal.


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quinta-feira, março 29, 2007

Vi-me fraco machambeiro


[1654]

Receio não ter entendido
este post do JPT que, aliás, canalizou algumas visitas ao meu blog. Percebo aquela parte em que ele diz que não gosta do UTube nem da música dos blogues. Mas depois, a coisa passa-me um pouco ao lado, certamente por falta própria.

Daí que não comente, como me apetecia. Mas, não entendendo, não o faço. Fica apenas um agradecimento pela abundância das fotos do interior de Moçambique, um país que conheço do Rovuma ao Maputo e que tem por lá um bocadinho de mim.


Foto daqui. (Chá de Milange)

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É já logo à noite



[1653]

Havia uma cantiga velhinha angolana onde se dizia, à entrada de uma “rebita”: Aqueles que tem gravata entra, os que não tem gravata, também entra.
Espero que logo à noite, pelas 21 horas, assim seja. Os que lêem
Torquato da Luz entram na Bulhosa de Oeiras, os que não lêem, também entram.
E vamos todos juntos celebrar a singeleza, a harmonia e a beleza da poesia de
Torquato da Luz.
Um grande abraço para ele e um grande dia.


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quarta-feira, março 28, 2007

burros


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Censura (pura e dura) nas Nações Unidas



[1651]

Este vídeo é um atestado final à hipocrisia criminosa dos tempos correctos (!!!...) em que vivemos e a prova evidente que o germe da censura e da opressão continua de saúde e recomenda-se, mesmo se dissimulado pelas liberdades e garantias que a civilização ocidental apregoa.

Vale a pena ouvir, sobretudo a reprimenda, no fim, do mexicano Luís Alba, presidente da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Elucidativo mas, sobretudo, preocupante. Já não sei com quem me deva preocupar mais. Se com os que me batem se com os que acham que eu devo apanhar… e, já agora, ler abaixo.

Mr. President,

Six decades ago, in the aftermath of the Nazi horrors, Eleanor Roosevelt, Réné Cassin and other eminent figures gathered here, on the banks of Lake Geneva, to reaffirm the principle of human dignity. They created the Commission on Human Rights. Today, we ask: What has become of their noble dream?

In this session we see the answer. Faced with compelling reports from around the world of torture, persecution, and violence against women, what has the Council pronounced, and what has it decided?

Nothing. Its response has been silence. Its response has been indifference. Its response has been criminal.

One might say, in Harry Truman’s words, that this has become a Do-Nothing, Good-for-Nothing Council.

But that would be inaccurate. This Council has, after all, done something.

It has enacted one resolution after another condemning one single state: Israel. In eight pronouncements—and there will be three more this session—Hamas and Hezbollah have been granted impunity. The entire rest of the world—millions upon millions of victims, in 191 countries—continue to go ignored.

So yes, this Council is doing something. And the Middle East dictators who orchestrate this campaign will tell you it is a very good thing. That they seek to protect human rights, Palestinian rights.

So too, the racist murderers and rapists of Darfur women tell us they care about the rights of Palestinian women; the occupiers of Tibet care about the occupied; and the butchers of Muslims in Chechnya care about Muslims.

But do these self-proclaimed defenders truly care about Palestinian rights?

Let us consider the past few months. More than 130 Palestinians were killed by Palestinian forces. This is three times the combined total that were the pretext for calling special sessions in July and November. Yet the champions of Palestinian rights—Ahmadinejad, Assad, Khaddafi, John Dugard—they say nothing. Little 3-year-old boy Salam Balousha and his two brothers were murdered in their car by Prime Minister Haniyeh’s troops. Why has this Council chosen silence?

Because Israel could not be blamed. Because, in truth, the dictators who run this Council couldn’t care less about Palestinians, or about any human rights.

They seek to demonize Israeli democracy, to delegitimize the Jewish state, to scapegoat the Jewish people. They also seek something else: to distort and pervert the very language and idea of human rights.

You ask: What has become of the founders’ dream? With terrible lies and moral inversion, it is being turned into a nightmare.

Thank you, Mr. President.



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REPLY BY U.N. HUMAN RIGHTS COUNCIL PRESIDENT LUIS ALFONSO DE ALBA:

For the first time in this session I will not express thanks for that statement. I shall point out to the distinguished representative of the organization that just spoke, the distinguished representative of United Nations Watch, if you'd kindly listen to me. I am sorry that I'm not in a position to thank you for your statement. I should mention that I will not tolerate any similar statements in the Council. The way in which members of this Council were referred to, and indeed the way in which the council itself was referred to, all of this is inadmissible. In the memory of the persons that you referred to, founders of the Human Rights Commission, and for the good of human rights, I would urge you in any future statements to observe some minimum proper conduct and language. Otherwise, any statement you make in similar tones to those used today will be taken out of the records.

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terça-feira, março 27, 2007

Portugueses enormes


[1650]

A estupenda
LucyPepper reparou no programa e não resistiu a desenhar um Grande Português. Vai daí, deixou-se arrastar pela via mais fácil e desenhou um português enorme. Isto antes de Odete Santos ter iniciado a sua série de strip tease [though I don’t draw the moment she lifted up her shirt (to reattach her mic or have a scratch) ] mais ou menos contido e ter arrancado o microfone das roupas e entrado em choque…


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segunda-feira, março 26, 2007

Em Maputo, eu me sinto bem...



[1649]

Depois da desgraça, e para descomprimir, um vídeo da Maputo bonita e que faz saudades.

Vídeo dedicado à
Madalena, à Laura e à Isabella.


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Explosão em Maputo



[1648]

Para quem conhece a cidade: Vídeo feito da partir de um prédio da 24 de Julho. Em primeiro plano, aquele prédio muito alto que faz esquina na Eduardo Mondlane com a Armando Tivane. O vídeo é feito na direcção das Mahotas, apontando para a Costa do Sol.

Via Global Voices

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Cat Magellan



[1647]

A
Catarina vem no Expresso. Na Única.

Para além do choque de a ver morena, fiquei a saber um bocadinho mais sobre o
2L. Ainda não fiquei a saber tudo porque, ao contrário da Cat, louro devo andar eu. Mas vou ler a reportagem com mais atenção e ver se entendo. Até lá, felicidades à Cat Magellan.


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A mulher berra...



Made in Portugal


[1644]

Assisti à final dos Grandes Portugueses e retive:

1 - A minha surpresa sobre a vitória de Salazar. Eu calculava que ganhasse. Pela conjuntura mediática, pelo voto de protesto de que falou Rosado Fernandes e pelo contra-ataque à inesperada posição de Cunhal, mas sempre pensei que, feitas as contas no final, qualquer personagem do tipo de Afonso Henriques ou Vasco da Gama o superasse;

2 - Os números da vitória. 42% e duzentos e tal mil votos não são factor despiciendo;

3 - A falta de nível de Odete Santos. “Desbarrigou-se”, berrou (no sentido literal da coisa) não disse coisa com coisa, interrompeu toda a gente, argumentou ao nível de um qualquer trauliteiro e esteve á beira de uma apoplexia quando Maria Elisa anunciou a vitória de Salazar, berrando (a criatura berra, mesmo) que a Constituição proibia a apologia do fascismo. Eu já conhecia razoavelmente as qualidades da criatura, mas confesso que superou a minha expectativa;

4 - Ainda que mais comedida, surpreendeu-me também a falta de educação de Leonor Pinhão. Que ela não goste do Papa, tudo bem. Que ela diga que enganar o Papa é assim como que uma espécie de dever cívico, com um ar de quem papa Papas ao pequeno almoço todos os dias é que já lhe fica mal;

5 - A prestação de Paulo Portas. Presumo que se preparou para o evento (este homem não foi feito para deixar as coisas ao acaso).

E “prontes”. Não se fala mais no assunto.


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sábado, março 24, 2007

Porque hoje é Sábado ( 7 )



[1643]

Por mais de uma vez me “acusaram” de ser evidente que só gosto de música anglo-saxónica. Mentira. Aqui fica uma canção recente, em duo de dois dos meus (poucos) favoritos do produto nacional.

E bom fim de semana para todos.

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Cambada de burros que não entendemos nada ( 2 )



[1642]

Instado a pronunciar-se sobre o facto da indiciada autarca de Salvaterra ter sido constituída arguida, Francisco Louçã afirmou que o governo não pode assobiar para o lado e permitir que multinacionais como a Rodhe se retirem de Portugal e atirem com os portugueses para o desemprego.

Ora aqui está uma resposta apropriada, coerente e, sobretudo, perfeitamente contextualizada com as perguntas dos jornalistas. Se a autarca foi constituída arguida… o Governo não pode assobiar para o lado e deixar fugir uma fábrica de sapatos para o estrangeiro. Óbvio e inerente! Além de exequível, remanescente, exógeno e concupiscente.


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Cambada de burros que não entendemos nada



[1641]

Uma série de gestores de empresas municipais aufere, ilegalmente, segundo o Tribunal de Contas, salários muito elevados e, em alguns casos, 40 e 50% mais que o Presidente da República. Há mesmo um caso de 200% acima.

Mesquita Machado, interrogado por jornalistas sobre esta matéria, disse… que não é bem assim, que é preciso fazer as contas às verbas destinadas aos salários.

Chego a pensar se o defeito não será meu, seja o que for o significado do que Mesquita Machado respondeu…


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Pum



[1640]

Maputo sofreu mais de uma centena de mortos e de duas centenas de feridos, com a explosão de várias toneladas de munições armazenadas nas imediações de um populoso bairro que toda a gente que conhece Maputo sabe onde fica.

Guebuza tem de explicar, preto no branco, que esta explosão (a terceira desde 1985) tem a ver apenas com um caso de pura negligência e nada a ver com o facto de, já não havendo guerra civil, as munições irem ficando fora de prazo, não se gastam, estão para ali a ocupar espaço, uma maçada e é preciso renovar os stocks.

É que vão longe os tempos das tiradas demagógicas e absurdas de Samora Machel para um povo ainda meio atordoado com a jovem independência. Moçambique já tem um escol considerável de juventude que sabe fazer contas, lê jornais e acede à Internet. Além de que o povo mais humilde, mas nem sempre idiota, vai percebendo melhor os meandros escuros do poder e fazendo algumas contas de cabeça. De cabeça, mas contas.

Por isso, Guebuza tem de aplicar alguns dos ensinamentos que supostamente terá colhido dos seus colonizadores. Mandar abrir um rigoroso inquérito e deixar ficar tudo na mesma. Ou mandar abrir um rigoroso inquérito, realmente descobrir o que se passou e explicar como é que morrem mais de cem pessoas porque estava muito calor e um curto-circuito não sei quê…


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sexta-feira, março 23, 2007

"Vai tudo para o maneta..."



[1639]

Tudo o que é relatado
neste artigo me parece factual e de fácil entendimento. Ou é verdade ou é mentira. Se é mentira, tudo o que Sócrates tem de fazer é processar o jornal, o director é punido e a verdade repõe-se. Se é verdade, estamos (uma vez mais) em face de um longo cortejo de episódios à “portuguesa curta”, em que o trambique e o descaramento andam de mãos dadas. E Sócrates deveria responder por isso se este país fosse minimamente sério. Aguardemos os próximos episódios, mas receio bem que tudo não passe de uma mão cheia de nada. Porque é que haveria de ser diferente agora?

Nota: Os “cães de fila” de Sócrates e do Partido (para usar uma expressão recentemente popularizada em Óbidos, embora relativamente a outro Partido) começam a mexer mandando para o ar areia, na forma de uma pergunta idiota “mas o que é que interessa se Sócrates é licenciado ou não?” É claro que não interessa nada, mas interessa, sim, o rosário de vigarices, cunhas, jeitinhos e mentiras descrito no Público. De referir ainda que o
Do Portugal Profundo tem produzido abundante informação sobre ao assunto de há muito tempo a esta parte


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quinta-feira, março 22, 2007

What a difference a day makes



[1638]

Uma performance inesquecível de Jammie Cullum, no barroco de Blenheim Palace como cenário ideal para uma das mais extraordinárias canções de sempre de Dinah Washington. Verão de 2004.

Para a festa da música do Geração Rasca, com um abraço.

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Déja vu


[1637]

Salvo erro ou omissão, a única personagem da família socialista europeia que me ocorre ter pautado a sua legislatura por uma acção de firmeza, bom senso, coragem e realismo foi, esse mesmo, Tony Blair. Todos os outros naufragaram ou naufragam num arrepiante mar de inanidades, lugares comuns, frases feitas e, o que é pior, na costumada tendência de governarem ao saber de ideologias que apesar de residuais, mantêm bem viça a sua hipocrisia e vanidade em relação às exigências de uma sociedade moderna como a nossa.

Até Ségolène, que eu admito ter despertado em mim um estimável frémito de excitação por qualquer coisa de novo e de fresco, tem resvalado para uma campanha anódina, demagógica e, sobretudo, de uma pobreza confrangedora, em termos de ideias ou propósitos. É um déja vu evidente, é a Europa correcta e sobretudo, e repito, inane e sem futuro perante os grandes desafios que se perfilam no horizonte de todos nós.

Tudo isto numa cara bonita, aceito. Mas uma cara bonita não chega.



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Ler à mão...



Gerard TERBORCH
Woman Writing a Letter
Mauritshuis, The Hague


[1636]

Chego a casa e abro, maquinalmente, a caixa do correio. Três envelopes com contas para pagar, um envelope duma loja de marca com um cartão lá dentro que me garante um desconto qualquer (não me lembro de alguma vez lá ter comprado alguma coisa, mas deve ser a famosa “base de dados”…), o jornal da região, um postal da PSP a dizer que tenho de ir à esquadra para apresentar os papeis do carro, uma circular assinada por um senhor Ferreira que faz trabalhos em estuque, pinturas e pequenos arranjos e que se eu estiver interessado que telefone para um número qualquer, uma carta-menu de refeições já cozinhadas e mais um punhado de lixo do género.

Tenho saudades do tempo em que me sentia um ser humano quando abria a caixa, reconhecia três ou quatro cartas de amigos ou familiares, me sentava na sala e as lia. Eu sei que é o progresso, a facilidade de abrir o computador ter o correio ali à disposição para ser lido e “movido para a pasta x", mas palavra de honra que me apetecia receber uma carta genuína, daquelas escritas à mão, a começar chamando-me pelo nome e, numa caligrafia familiar, me proporcione o intimismo próprio duma conversa com alguém que conhecemos e apreciamos. É que dou comigo a pensar que com o advento do e-mail tenho inúmeros amigos que me escrevem e acreditam que não lhes conheço a letra? Não é exagero, eu conheço pessoas com quem mantenho contacto mais ou menos regular e cuja caligrafia é para mim totalmente desconhecida. Conhecê-la seria coisa, suponho, que não devia ferir os grandes princípios gerais da modernidade.

E fico-me por aqui. Porque com tantas contas e circulares que recebi na caixa do correio está, finalmente na hora de abrir os e-mail. Gente diferente, toda com a mesma letra…


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terça-feira, março 20, 2007

Associação de... como?



[1634]

É cada vez mais visível (e sensível) o contentamento do partido no governo em estender-se naquilo que sabe fazer melhor. A aplicação duma prática de uma série de medidas que aprenderam no abc do socialismo e que consiste, basicamente, em educar, ensinar, aconselhar, regular, legislar e, em última análise, assegurar que a sociedade se comporte dentro de parâmetros bem definidos, por muito idiotas que sejam.

São múltiplos os exemplos recentes desta mentalidade PS, ou porque a situação geral do país melhorou um pouco, ou porque o governo, possivelmente, tem pouco que fazer ou é manifestamete incompetente e se pode preocupar com os ALL…garves, perigosidade dos isqueiros da BIC, tamanho do carapau que vou comprar (e aonde) e outros exemplos afins. Um dia destes regulam mesmo sobre o número de vezes que um cidadão deve ter sexo e com quem, considerando o género, tendência sexual, roupa que veste, dinâmicas de comportamento e o estado do tempo.

Arrepia-me a facilidade com que esta gente se arvora em fiscal dos meus actos, exactamente da mesma forma como uns senhores de cinzento se sentavam no café Palladium a ver quem acendia o cigarro com isqueiro para, de imediato, nos pedirem a respectiva licença.

Os tempos mudaram, eu sei, dantes os fiscais de licenças de isqueiro tinham a quarta classe da tropa e tomavam banho uma vez por semana. Os reguladores/fiscais de agora são licenciados e tomam banho todos os dias – espera-se. Mas o germe está lá. Nada satisfaz mais um português que dar-lhe campo para pensar pelos outros e achar o que os outros devem fazer.

Daí que o Prós e Contras de ontem tenha sido um bom exemplo do que digo. À pergunta, clara, de Balsemão sobre as razões da avaliação quinquenal (uma vez que não há sanções), o ministro Santos Silva não conseguiu, de todo, responder. E não conseguiu, porque não há como responder. Alguém se lembrou de que a Entidade Reguladora deveria inspeccionar e avaliar os privados de cinco em cinco anos e o ministro… cumpre, defendendo a ideia.

Curiosamente, apareceu um Dr Rui… Pimenta, acho eu, passa-me o apelido, que é chefe da Associação de Espectadores de Televisão. Eu não sabia que havia uma. Mas há. E deve ter estatutos. Presidente, tem, com certeza, que eu vi e ouvi. E o senhor presidente perdeu-se em longa prelecção sobre o público e o privado que é, normalmente, um campo em que aqueles que não sabem fazer mais nada peroram livre e inutilmente. As virtudes do público versus as malfeitorias do privado.

Uma associação de espectadores… não fazia ideia nenhuma. Como é que se faz para ser sócio?
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NYID (New York Idiotic Department)




[1633]

Via
JCD no Blasfemias.

Pequeno contributo cívico da minha parte.


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segunda-feira, março 19, 2007

Obesidades, obscenidades



Isabel do Carmo, comendadora da Ordem da Liberdade, por Jorge Sampaio

[1632]

Já dou de barato não entender por que razão de cada vez que a televisão fala em obesidade aparece a inevitável Isabel do Carmo a dizer umas coisas sobre a dieta engordante (termo dela) dos países ocidentais e o blá blá blá do costume.

Sabendo que há mais endocrinologistas no país, percebe-se que esta insistência da nossa comunicação social em Isabel do Carmo, obesa, não é inocente. Mas esta noite arrepiou-me a forma como Isabel do Carmo se permite já afirmar, e tentarei reproduzir o discurso dela com palavras minhas, que isto já não vai com mentalização e educação. É preciso regulamentar, fazer leis, estabelecer regras… por outras palavras é preciso que a senhora ponha cá fora a sua verdadeira natureza num campo que, ultimamente, se tem mostrado muito fértil no controle dos cidadãos.

A facilidade/naturalidade com que Isabel do Carmo acha que me pode proibir de ser obeso se me apetecer sê-lo, ao mesmo tempo que me apercebo como este discurso deste tipo de gente tem cada vez mais e mais vezes lugar na nossa comunicação social causa-me arrepios. A não ser que a senhora pense que a sua condição de ex-dirigente das brigadas revolucionárias e condenada por actos de terrorismo lhe confira essa condição.


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domingo, março 18, 2007

0 - 1


[1631]

É uma espécie de calma e noção do dever cumprido!


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Somos bloguistas, de par em par…

[1630]

E agora, com música de Roselene Rosário Pinto Brasil, letra de Rosa Maria Silva e interpretação do Carocho, no uso pleno das ideias e ideais, com o apoio da Câmara Municipal de Angra e da Panificação Terceirense, o Hino dos Bloguistas da Terceira.

Somos bloguistas, de par em par ...
Lá lá lá lá

Ver e ouvir o vídeo
aqui. Um must.

Via
Abrupto.

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Espaços onde é difícil respirar *



* Título do post com a devida vénia ao Abrupto

[1629]

Pressionada pelos populares, a mãe, Isaura Pinto, trouxe-a duas vezes à janela, para júbilo da população, que batia palmas e gritava pelo seu nome. Algumas horas, críticas e alguns insultos depois, os pais acabaram mesmo por levar Andreia ao local da festa. "Tinha de ser, tinha de ser!", reclamava Mariana Augusta...

...até de Chaves, gente que "fazia muito gosto em ver-lhe a carinha". Foguetes, "tocadores de cantares típicos", comes e bebes e curiosos fizeram de Cernadelo uma espécie de santuário, com Andreia como atracção.

De Fafe chegou mesmo um vidente, que apregoava a previsão do regresso da menina e aproveitou para distribuir panfletos. "Os avós foram lá depois do rapto e eu disse: “Vai demorar, mas não está em perigo e vai aparecer"

...mal conseguia falar "com os nervos" a mulher que "não conhecia ninguém", mas viu o caso na televisão e ficou "doente". "O povo fazia gosto que a menina viesse aqui", contou, esbaforida, alguns momentos depois de se empoleirar junto à janela onde a bebé foi mostrada: "Estou aqui com uma dor como se a tivessem roubado a mim".

Pedro Santos, um dos muitos que se fizeram ouvir durante o dia, veio de Chaves. "Porque tenho sentimento", disse o homem, que trouxe uma embalagem de 12 litros de leite.

"Vamos comer! Vamos comer!", gritou Pedro Santos.

Tudo isto e mais no DN de hoje


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sábado, março 17, 2007

VEJA, diz a capa. E eu, obediente, vi...



Clicar na foto para entender melhor

[1628]

Um cidadão levanta-se, dá uma volta pela blogoesfera, rasa meia dúzia de notícias e dá, de chofre e supetão, com esta foto.

E a questão põe-se: Após uns minutos de contemplação, pergunto-me por que carga de água se torna assim tão imperioso conhecer as mulheres, como diz a revista? O que é que me interessa que a ciência entenda as mulheres? Mas o que é que há para entender numa foto destas? E para quê? Não é estarmos (todos), desnecessariamente, a ligar o “complicómetro”?


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All...garve. Absurdo!


[1627]

Sinceramente. Às vezes dou comigo a pensar se somos mesmo assim desde pequeninos ou… se fomos operados, sei lá. Primeiro achei que era brincadeira, mas depois vi o vídeo. É de ver. Gostei especialmente da parte em que o nosso preclaro ministro Manuel Pinho nos ensina que all, em inglês, quer dizer… tudo. Ver o vídeo
aqui.

Via
Chora que logo bebes

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Beautiful neck


[1626]

A propósito
deste post da Madalena, lembrei-me do fantástico pescoço de Audrey Hepburn.

Para que não se pense que os homens apenas reparam nos atributos físicos da mulher ao nível da santa sensualidade que Deus lhes deu e que congemina, condiciona e comanda a dirty mind do androceu, aqui fica o exemplo acabado de que os homens também reparam na elegância e na classe de um formidável pescoço. Como o de Audrey. Ora vejam se lá não é verdade. E, já agora, espreitem também aqui.


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Porque hoje é Sábado ( 6 )

[1625]

Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!


Aurora boreal
António Gedeão



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sexta-feira, março 16, 2007

AG (Aquecimento global)



Cartoon de Cox & Forkum

[1624]

"A North Pole expedition meant to bring attention to global warming was called off after one of the explorers got frostbite. The explorers, Ann Bancroft and Liv Arnesen, on Saturday called off what was intended to be a 530-mile trek across the Arctic Ocean after Arnesen suffered frostbite in three of her toes, and extreme cold temperatures drained the batteries in some of their electronic equipment…" (
continue a ler)

No fundo, no fundo, isto é um bocadinho como a proibição dos isqueiros da BIC. É preciso é manter o povo entretido (e protegido). Povo entretido é povo feliz.



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Já não há bichas nas Finanças das Olaias



[1623]

A sanha deste governo pela propaganda permanente e saloia vai tornando o ar português irrespirável. Não há um dia sequer em que não me sinta menorizado pelos técnicos do marketing dessa propaganda descarada em que vivemos alegremente. O país vai-se tornando numa ala de puericultura de um imenso redil de ovelhas abúlicas e felizes por terem nascido a viverem sob a eficácia de um governo que zela superiormente por todos.

Ele é a defesa do consumidor, ele é as multas e apreensões em mega-operações de controle de produtos alimentares, as grandes apreensões de drogas, armas, cigarros, ele é a nossa saúde protegida dos débeis mentais que ainda fumam, ele é os bancos e outros capitalistas responsáveis por inúmeras malfeitorias metidos na ordem, os isqueiros que vão ser proibidos (menos aqueles que as crianças não podem acender – esta é inultrapassável…), a Emel a trancar carros (na 5 de Outubro, porque no resto de Lisboa continua tudo na mesma pior), ele é a recuperação de bebés raptados, ele é o bombardeamento diário, permanente, opressivo, com notícias da bondade deste governo, cujo zelo nos traz saudáveis, seguros, defendidos dos maus e felizes por nos sentirmos cuidados assim.

A coisa hoje raiou o surrealismo. Vi, em prime time e na estação nacional de televisão, um senhor Silva a ser entrevistado, dono de um minimercado nas Olaias muito admirado porque era o último dia de entrega do IRS e na repartição de finanças ali ao lado (presume-se que ali ao lado do minimercado) era um descanso, não havia bichas, o senhor Silva disse que há mais de vinte anos que não via um sossego assim. E porquê, senhor Silva? Perguntou a repórter de serviço? O Sr. Silva olhou para a repórter, pensou, pensou (o que lhe iria na cabeça, ao Sr. Silva do minimercado?) e disse: - Bom, há mais gente a atender, “eles” ajudam melhor a encher os formulários e há essa coisa da Internet e patatipatatá.

A reportagem prosseguiu com mais uns quantos senhores Silvas e algumas sodonas qualquer coisa, toda a gente afinando pelo mesmo diapasão. Finalmente, apesar de os portugueses deixarem tudo para o fim, não havia bichas. Excepção feita a uma entrevistada que rindo-se com alacridade (eu seja ceguinho) dizia que quando chegou ao atendimento tinha 300 à frente dela, mas agora só tinha 17. E ria e ria e ria…

Irrespirável, dizia eu lá em cima. E tolhe-me os, ainda, vestígios de pudor que me restam.

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Happy Birthday


[1622]

Com nome a chocolate e tudo, filhota.
Passa bem o dia.
Um grande beijo.


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quinta-feira, março 15, 2007

Mode lampião



[1621]


Lá traque ser. Vou-me atirar ali para o sofá e colocar-me em mode lampião, enquanto jogam com os coxos do PSG. Mas nada de abusos. Quisto de puxar pelo esselebê dá urticária e opa-me (de opar) os polipos nasais.


Ah! E não me posso esquecer de regular o desligador automático do mode para as 22:30:01. Não vá isto pegar-se...


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Fluência. Pois...


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Assunto: Operação de fiscalização às actividades económicas;

Notícia: Em resultado de operação corrente, quatro padarias foram mandadas encerrar;

Notícia dada pelo Bom dia Portugal: E em resultado desta operação, digamos, e devido às condições da massa para fabrico de pão, han…, desde logo quatro padarias foram, han…digamos, assim, hummmm, fechadas, desde logo… segue-se mais uns minutos de um arrazoado que já me escapou. Ficaram-me os desde logo, os digamos e os hummms, apenas;

Exercício interessante: Imaginemos esta notícia dada por uma estação estatal de televisão de expressão inglesa: Four bakeries have been shut down for not complying with technical conditions…

Mesma noticia em inglês, usando a capacidade de expressão lusa; And as a result of this operation, hummm, let´s put it this way, hummm, and due to the transportation conditions the baking material, hummm, lets say it this way, four bakeries, hummm, went since then,… hummm, were… hummm, closed since then, let´s put this way…

Convenhamos que há muito a fazer nas nossas escolas, sobretudo ao nível da dicção. Digamos, hummm, desde logo!...

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quarta-feira, março 14, 2007

Bando de animais criminosos

[1620]

O
JCD classifica este vídeo num post como Idade Média. Eu classificá-lo-ia como exemplo de um punhado de gente que de Idade Média tem muito pouco. Sabem muito bem o que querem e como fazê-lo.

Quando
estas crianças do vídeo crescerem (se entretanto não forem ter com a mãe ao paraíso como lhes perguntaram), depois a gente negoceia com elas. Não era o que dizia Mário Soares?

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Muito obrigado senhor engenheiro



[1619]

É de mim, ou a forma como a RTP tem vindo a noticiar a recuperação da bebé raptada em Penafiel tem uma “pontinha socrática” do conforto e da segurança que o regime (este regime, este governo) nos garante?

Ainda bem que a criança apareceu mas, sem embargo do eventualmente meritório trabalho da Polícia Judiciária, percebe-se que o aparecimento da bebé se deveu a um caso fortuito, mais propriamente uma zanga entre marido e mulher que terminou com aquele a denunciar esta. Um caso absolutamente fortuito, pois.

Daí o reparo na forma enfática como a notícia da recuperação da bebé é dada num descarado exercício de propaganda por parte da nossa televisão estatal. Mas eu tenho para mim que isto de propaganda é assim mesmo. Basta começar, o processo ganha depois uma dinãmica muito própria que, sem esforço, vai atingindo os fins em vista. Fenómeno particularmente visível nas sociedades do tipo da nossa. Melhor do que isto só quando Nossa Senhora de Fátima nos livrou da guerra e explicou aos pastorinhos os porquês do que ia fazer.

Como já morei numa avenida Kim Il Sung, onde todos os anos um grupo de cidadãos ia polir os amarelos da placa toponímica quando o Grande Líder fazia anos, faz-me impressão este sentimento crescente de que o que os portugueses gostam é disto mesmo. A sacralização da figura protectora de alguém que vele por nós. Nestes caso, José Sócrates que até tem polícias que recuperam bebés, mesmo quando a recuperação surge a partir duma denúncia de um marido que acordou mal disposto com a mulher.


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terça-feira, março 13, 2007

200.000








[1618]

Há menos de um ano registei aqui ter atingido as 100.000 page views. Hoje registo as 200.000, das quais 60.000 uniques.

Independentemente da surpresa que isto me causa (este blog foi fruto duma brincadeira em Julho de 2004 e o contador de visitas foi instalado a 11 de Setembro do mesmo ano), tenho de registar a enorme satisfação que me causa ter atingido este número em 1616 posts, 31 meses após ter começado a debitar por aqui umas linhas.

A verdade é que conheci gente que nunca teria conhecido e entrei num mundo fascinante que, por mais voltas que se dê ao texto, é o mundo dos blogues. Eu sei que 200.000 não são um milhão e outras brutalidades que vejo por aí em “blogues de referência”. Mas considerando que este é um blog individual, que não sou jornalista, escritor, homem de letras, comentador político ou correlativos e que este blog é uma peça de puro entretenimento pessoal, creio que, exactamente por isso, tenho motivos para me sentir amplamente gratificado.

Mas nada disto seria possível se não me lessem. No fim, o facto de nos lerem é a mola real de tudo o mais. Talvez por isso seja difícil ver blogues ultrapassar a barreira do ano. A maioria fica pelo caminho. Ora o Espumadamente (eu continuo a dizer que tem um nome piroso) vai a caminho do terceiro aniversário e de entrar no quarto ano de vida.

Por isso, aos que me lêem, a todos os que tive o privilégio de conhecer pessoalmente e, talvez com mais significado, aos que me lêem e não me conhecem de lado nenhum, um muito sincero obrigado. Um abraço para eles e um beijo para elas.

Obrigado a todos.


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Violência infantil



[1617]

Tenho acompanhado os casos sucessivos de mortes e espancamentos de bebés cá pela paróquia. Quase todos os dias há notícias sobre casos em curso e casos novos. Em todos eles a mesma matriz. Violência, abuso sexual e morte.

Talvez fosse altura de os Michael Moores lusos daqueles que escrevem páginas inteiras sobre os tiroteios nas escolas norte-americanas se debruçarem um pouco sobre a nossa realidade doméstica. A menos que matar bebés à estalada e ao murro depois de devidamente violadas não seja tão grave como desatar aos tiros numa escola. Sei lá!


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Tráfego aereo em Lisboa



[1616]

Pronto. Está explicado. Se virem um helicóptero e um private jet ali por Monsanto a entrar em Lisboa, não tem nada e saber, Sou
eu e o Bekx a irmos para o trabalho.


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segunda-feira, março 12, 2007

Vou trabalhar


[1615]

Acordei, dói-me o ombro e não me apetece ir trabalhar. Assusta-me, particularmente, a viagem de quarenta e cinco minutos que faço todos os dias pela marginal. Hoje é um dos tais dias em que me apetecia ter um helicóptero às ordens para me vir buscar para o trabalho. Mas, pensando melhor, se eu tivesse um helicóptero para me vir buscar e levar ao trabalho é porque seria muito rico. E, sendo muito rico, trabalharia? E, sobretudo, teria um blog para me entreter? Será que os ricos têm blogs? Algum dos bloggers que leio será muito rico, desses do tipo de poderem ter, se quisessem, um helicóptero para os levar à Estrela? Penso que não, mas nunca se sabe. E não tendo blog, o que é que os muito ricos fazem quando acabam o pequeno almoço? Vão ver a bolsa? E isso dá mais gozo que passar os olhos pelos blogs dos amigos?

E é com este pensamento perigosamente proletário (eu diria preguiçoso, mas soa mal…) que me arrasto para o chuveiro e sigo para Lisboa. Na construção contínua e parcelar daquilo que nunca hei-de ter: - um helicóptero para me vir buscar para me levar ao trabalho.


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domingo, março 11, 2007

Serviço público

[1614]

Não há por aí ninguém que telefone à RTP e informe que em Madrid houve uma manifestação com mais de um milhão de pessoas na rua?

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Je vous en prie


[1613]

Ela é candidata, o bicho é "charolais" e como bicho nobre que é, não se acanha. Exterioriza o que lhe vai na alma. Segolène parece não se importar com a franqueza do touro, ou não fosse ela e o seu partido advogados da transparência.


Foto daqui

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Haja esperança





[1612]

Abaixo os Zapateros patetas do nosso descontentamento. Começo a convencer-me, apesar de tudo, que a Europa é fortíssima – porque consegue resistir aos Zapateros com que vai topando ao longo dos anos. E não só em Espanha, a Europa está cheia de Zapateros que proliferam como as azedas no Inverno e, antes de estiolarem, chatearam meio mundo e provocaram incomensuráveis danos.



Video de Mariano Rajoy aqui


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Cansaço



Ó pra ele, pálido, cansado e degenerado!...


[1611]

El estado de los espermatozoides empeora. Tanto en cantidad como en calidad(…). Su número se ha reducido a la mitad (de 113 millones por mililitro de media se ha pasado a 66 millones) y su movilidad es cada vez menor y más torpe. Por países, los hombres lituanos son los que mejor calidad de semen tienen, mientras que los daneses presentan el cuadro más deficiente (los españoles se sitúan en la zona media). Los expertos atribuyen la reducción de la calidad del esperma a fenómenos como el tabaco, el estrés, la obesidad, el aumento de productos contaminantes y a un lento pero imparable proceso de degeneración genética.

Eu já andava desconfiado, mas não queria dizer nada. Tabaco, stress, obesidade, aumento de produtos contaminantes e um imparável processo de degeneração genética parecem contribuir para a coisa, salvo seja não desfazendo, que a coisa não é para aqui chamada e não tem culpa nenhuma. A ser verdade aquela da degeneração genética, why bother?



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Deliverance



[1610]

Pouca gente da minha geração conhece ou se lembra do filme
Deliverance. Da geração dos meus filhos, então, julgo não errar se disser alguma vez ter encontrado alguém que o conheça.

Todavia,
Deliverance, um filme com 35 anos, foi considerado um dos melhores 100 filmes de sempre, nomeado para três Óscares e foi um dos filmes que mais marcaram a minha juventude.

Com
John Voigt (nomeado para melhor actor em 1973), Burt Reynolds (nunca mais BR terá conseguido uma interpretação como esta, rendendo-se a policiais de terceira categoria), Ned Beatty (a expressão mais simpática do cinema americano, ainda hoje) e Ronny Cox, Deliverance foi um bónus ontem na 2:. Suficiente para me manter acordado até cerca das três da manhã. Ou não fosse um dos mais extraordinários filmes que vi em toda a a minha vida


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Europeans/éennes/eus


[1609]

Eu gostei muito
deste texto do FJV. Revejo-me, aliás, em muitos dos exemplos que ele citou, sem orgulho mas com deleite. Mas, que diabo, podemos ser todos um bocadinho preguiçosos, absentistas, atrasados e gostar de sarrabulho ou paraniscas com arroz de feijão sem embargo de convergirmos no essencial de um projecto global europeu, ou não podemos?

O problema é que a convergência é, normalmente, tratada e manipulada por burocratas ineptos, insubstituíveis e correctos (lá foi Solana a Beirute, outra vez…), que acham que ser europeu é comer (e, provavelmente, ter) tomates normalizados, pensarmos todos de igual, achar que os americanos são umas bestas e ter um dia-a-dia normalizado, do comer ao dormir. Não fora esse pormenor e eu acho que seria bastante meritória a aglutinação de vários povos que, queiramos ou não, têm muito em comum e projectos muito importantes a defender. Uns por padrão de vida, outros por pura sobrevivência.

Se pensarmos bem, haverá mosaico mais diversificado que o americano? E eles são irlandeses, ingleses, franceses, libaneses, mexicanos, portugueses, saharianos, italianos, gregos? Não. Todos são americanos. E proud of it.

Daí que todos poderíamos e deveríamos (sou um europeísta convicto) ser europeus. Cada um à sua maneira, mas europeus. Talvez, a breve trecho, não tenhamos outra alternativa que não essa mesmo. Entendermo-nos


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Jogar bem



[1608]

Porque é que o Sporting não joga sempre
assim?

Quando os árbitros deixam, bem entendido…


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sexta-feira, março 09, 2007

Post dedicado

[1607]

Ao Pedro e à Marta. Com um grande beijo.

Ver
aqui, só o Huambo, anos setenta. Em baixo, um vídeo com imagens de Luanda, tempos actuais.




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A little romance



[1606]

Uma pitada de romance para o fim de semana, uma cara bonita e uma canção lidíssima.

Bom fim de semana para todos.



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Às vezes dá-me a saudade...








[1605]

… e lembro-me de algumas viagens que fiz de carro de Johannesburg até Capetown. Leva muito mais tempo que o avião, mas gozamos incomparavelmente mais.

Nota: O deserto florido é só entre Novembro e Dezembro. As montanhas e o leão estão lá todo o ano!...


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