sexta-feira, dezembro 15, 2006

Ressabiamentos


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Não se pode justificar a morte de 3000 pessoas e/ou a tortura de mais uns quantos milhares com o facto especulativo de que a continuidade de Allende no Chile conduziria ainda a mais mortos, muitos milhares de “reeducandos” (!!!!) e a habitual bancarrota com o inevitável cortejo de misérias e atrasos no tempo e no espaço do mundo em que vivemos e do qual todos nós dependemos. Não podemos sequer pensar no efeito “retard” que os regimes socialistas “à la manhãs que cantam” provocaram nas economias e até nas mentalidades dos cérebros lavados de algumas gerações. Veja-se o que aconteceu em Portugal e foi só um “ameaço”.

O melhor, portanto, é olharmos para o Chile hoje, como o país que é, o que eventualmente poderia ter sido e cingirmo-nos às evidências e aos factos. Sobretudo aos factos. E o Chile é, hoje, um exemplo de uma democracia, um país livre, de pujante economia, no contexto da América Latina. Tão livre que o funeral de Pinochet agrupou gente de diversa sensibilidade em relação ao papel histórico do velho ditador. O resto, leia-se
retórica deste tipo, é pura demagogia e desonestidade política. Demagogia a que apesar de, por força do hábito, nos irmos tornando mais ou menos imunes (assim tipo vacina da varíola que “não pegou”), provoca ainda uma profunda irritação. Sobretudo por vir de gente com responsabilidades públicas e que não consegue dissimular ressabiamentos graves, sejam eles quais forem e tenham eles origem onde tiverem.

2 Comments:

At 11:17 da manhã, Blogger zero disse...

Muito bem articulado

 
At 12:39 da tarde, Blogger 125_azul disse...

Os cães ladram e a caravana passa, hoje, como no passado e provavelmente no futuro...

 

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