segunda-feira, dezembro 26, 2005

Festas





[689]

Não fora as festas (!...) e eu diria que a quadra acabada de atravessar se teria resumido a uma desumana sessão de engorda. Engorda mesmo, daquelas concedidas aos cevados antes do fatal golpe no coração que os há-de transformar em chouriços.

Não é racional um homem dedicar-se a estóicos programas de pedaladas vigorosas, no nobre intuito de perder 100 g por cada hora de bicicleta para compensar os 250 g por cada pacote de cigarros que deixou de fumar e depois, num ápice, atulhar o esófago com um fluxo contínuo de açúcares, gorduras e hidratos de carbono. Pior, sentir-se na polida obrigação de ir dizendo que está tudo muito bom para não criar um incidente diplomático com a minha santa mãe a quem ainda um dia haverei de ouvir dizer que alguma coisa feita por um filho está mal feita.

Não é inteligente, mas é o que acontece. Pelo menos comigo aconteceu. Entre sonhos de abóbora, azevias, rabanadas, filhós, coscorões (não sei bem o que é, mas comi…) ainda tive de arranjar espaço para um perú de nome abichanado, (“Perú Lirú”…, eu seja ceguinho) e a saber a… hummm… hummm… qualquer coisa menos perú, mas que estava muito bom. “So to speak”, porque é natal e eu não me ia pôr para aqui a dizer que o tal Lirú estava intragável.

E foi no seio dos ingredientes acima citados que passei umas horas do meu Natal. Falta acrescentar o pormenor da ditadura das adoráveis criancinhas. Cinco, CINCO, entre os seis meses e os quatro anos (é que tenho uma irmã que, de repente, sem prévio aviso e, muito menos, justa causa, resolveu ter um contentor de netos, tudo ao mesmo tempo). Entre dois sonhos ou duas rabanadas, havia a permanente, sonora, absorvente, preocupada e omnipresente hiperactividade das… não, não era das criancinhas, mas sim dos seus fautores, avalistas e assessores, preocupados que estavam em cantar em permanência as gracinhas dos ditas, enquanto elas se deliciavam a chorar, fazer brruumm com qualquer coisa que apanhassem, atirar com arroz doce para o chão, cair e bater com a cabeça em qualquer lado e outras manifestações juvenis que diferenciam o homem do… orangotango, por exemplo, que não me consta que orangotangos juvenis se entretenham a atirar arroz doce para o chão. É o que sempre digo. As criancinhas às vezes têm tanta vida que até apetece tirar-lha!

Voltemos às festas. É a parte lúdica e a verdadeira essência da coisa. “Festas no corpo todo”, como já vi por aí em alguns blogues! Não fossem elas, as festas, e a festa de natal arriscava-se a afunilar num par de kompensans, um lexotan e a uma frize de limão com gás. Isto depois da tonelada de açúcares, gorduras e hidratos de carbono. Vivam as festas!

NOTA: Para que se saiba e não vá a minha irmã ler isto no intervalo de duas gripes, trabalho, duas sessões de baby sitting e uma ida ao Alto Alentejo, quero que se saiba que este post é uma brincadeirinha inocente. “Deixai vir a mim as criancinhas”, aprendi eu algures em pequenino. O problema é que elas vêm mesmo e não param quietas!... Mas fica a festa da família. SEMPRE
.



Perú Lirú - Como se pode ver, é um perú. Mas lá dentro não tem perú. Quer dizer... acho que tem, mas está moído, triturado, misturado com pinhões, pão, chouriço e um mundo de coisas que não sei definir. Ahhh... e sabe a Lirú, porque saber a perú foi coisa que não dei por isso!

9 Comments:

At 2:54 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Eu, avó duma "coisa doce" de 23 meses, não tenho que reclamar.Nas festas ela portou-se muito bem,hoje dormiu 9h seguidas e acordou bem disposta.Já brincámos e até me "ajudou" a fazer o n/almoço.Hoje não disse "humm ta deicioso" talvez porque a fome não era muita.A sesta, essa, já está a ser feita...
Às vezes, tolerâncias de ponto servem para saborear o que é ser avó.
- Gota

 
At 3:00 da tarde, Blogger Xana disse...

Agradeço e retribuo (...estou sem imaginação nenhuma!) o beijinho que deixaste para mim nas beiras. Quanto às HC, é um horror aturá-las mas um vazio não as ter...

 
At 9:29 da tarde, Blogger Formiga Rabiga disse...

Este blog não tem e.mail?
Ai a vida!

 
At 9:30 da tarde, Blogger Formiga Rabiga disse...

manda um para a rabiga gmail que eu depois respondo.

 
At 8:27 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Gota
Encheste-me o blog de baba...
:))))))))))))))
Beijinho para ti

 
At 8:31 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Xana
Aceito a retribuilçãso (estou sem imaginação nenhuma!...). Quanto às HC há as que são um horror de aturar e as que não são um horror de aturar (estou sem imaginação nenuma) :)))
Olha aqui vai mais um beijinho, mesmo sem iaginação e tudo de bom para ti e que a imaginação não nos enjeite - para quando um blogue teu?:)))

 
At 8:31 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

formiga rabiga
Ai a vida...
:))) A gente hoje se falamo-nos
:)

 
At 12:27 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Eh Eh Eh ! A mais pequena criança ainda não tem 4 meses!!! Mas usa roupas dos 6 meses. Beijos. :)

 
At 4:00 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Marta

Se és quem eu julgo, só podes ser a mamã da tal criancinha de 4 meses :))) quem te manda dar-lhe de comer como se tivesse 6?
Beijos

 

Enviar um comentário

<< Home