sábado, julho 30, 2005

Blog kits




[495] - A Laura Lara achou que se os blogs se pudessem vender, sê-lo-iam em kits. E que o meu modesto blog estaria disponível no Harrods. Isto a propósito de algumas reflexões dela sobre a afinidade de alguns blogs com os respectivos postos de venda. Ela lá saberá porquê...

Meio caminho andado para o
Incompetente produzir esta maravilha que não resisto a pôr nas minhas próprias "premises".

Quem sabe este tipo de apresentação não substituirá o datado CV? Não era giro nós apresentarmo-nos como candidato a qualquer coisa, incluindo a Presidência da República, e dizer: - Olhem, está aí o meu kit. Metam lá isso no PC e vejam. Talvez na linha do tal choque tecnológico que Sócrates tanto apregoa...

Um grande abraço ao
Incompetente!

sexta-feira, julho 29, 2005

É Hoje...



[494] - Não oiço outra coisa por aí que não seja que a "silly season" começou.

Eu pensava que a nossa season é sempre silly ou que a nossa "sillyness" é de regime permanente. Não sazonal. Mas, está bem. Aceitemos que vamos ser todos um pouco mais silly que o habitual. Cada um vai para qualquer lado que lhe apeteça. Muitos (talvez a maioria) irão (nada a ver com os Persas…) apanhar banhos de multidão, bichas para os combustíveis, bichas para os restaurantes, bichas para as praias e, quem sabe, bichas para as bichas que encherão o Algarve. Outros irão para para o Caribe, apesar de tudo, e alguns ficarão por aqui, como eu. Não que não me apeteça parar, mas tenho outros planos lá mais para o fim do ano, children oblige… lá irei aos trópicos quando andarmos a bater o dente por aqui e eu reviverei a minha capacidade de apneia atrás duma corvina real ou de uma barracuda mais fugidia. Por agora fico-me num dos mais simpáticos sítios para se gozar férias – Cascais. O que, para mim, quer dizer casa. Vou parar uns dias, ponho uns óculos tipo MI6, umas bermudas até aos joelhos, afivelo aquele ar distante e enigmático de quem não tem nada para fazer, ou tem e não passa cartão a minguém e miscigeno-me com os alienígenas habituais que circulam ali pelo lado do Largo da Câmara e depois se sentam nas esplanadas do Largo Camões, pedem "portuguese sardines portuguese style" e depois mandam as batatas cozidas para trás e pedem "chips"… eu seja ceguinho se não vi disto já.

A Blogos vai ficar mais desinteressante, mas a vida é feita de ciclos. Quando viermos todos de volta ao trabalho teremos muito para dizer. Uns contarão as férias e outros mergulham de novo na maledicência nacional (como eu, por exemplo, que de vez em quando gosto de falar mal de alguém).

Até lá, silly season, so silly let us be. Ando a pensar num par de silly things,mas ainda não me decidi.

Boas férias para todos e não se esqueçam da protecção. Solar, está bem de ver, que o sol está implacável e cheio de melanomas..

Guarda-Factos Calcanhoto




[493]

Avião sem asa,
Fogueira sem brasa,
Somos assim, sem vocês!
Futebol sem bola,
Piu-Piu sem Frajola,
Somos assim sem vocês…

Porque é que tem que ser assim?
Sem escrita, sem rima,
Sem
JoãoG, sem a Prima,
Sem
Diego, sem Francisca
E já nem o
Filipe se arrisca!

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho,
Somos assim sem vocês!
Circo sem palhaço,
Namoro sem abraço,
Somos assim sem vocês!

Tamos loucos para vos poder ler,
Tamos loucos pra vos ter na net!
Deitar no vosso "humô"
E retomar o "calô"
Do vosso engenho e ginete!

Neném sem chupeta,
Romeu sem Julieta,
Carro sem estrada,
Queijo sem goiabada,
Blogos sem Guarda-Factos
Não é Blogos não é nada!
Seus…
CHATOS.

quinta-feira, julho 28, 2005

Icecream for a reason...



[492] - E eu a julgar que a "síndrome Mário Soares" me estava a atacar a mim, só a mim e a ninguém mais do que a mim. Afinal há quem padeça da maleita (só um parentesis para acrescentar que o homem não disse só que estava a meditar. Também disse que ia falar com os partidos – e atenção a este plural que é magnânimo e redundantemente pluralista – e que ele não queria mas, dadas as muitas falhas, sic, suponho que do proprio partido, ele considerava candidatar-se). Mas pronto, ela refugia-se num gelado ou numa flor, em vez de ficar por aqui a debitar prosa a metro, como eu, a arranjar inimigos e rótulos injustos de perigoso conspirador e obscuro intelectualóide.

Por menos que isso, refugiei-me eu hoje numas favas com "chóriço", à moda não sei de onde, mas um onde certamente português, pois não deve haver no mundo quem consiga fazer favas tão boas e tão gordas, como nós. Talvez os esquimós tenham a aproximação, mas apenas no que se refere ao "gordo" – óleo de foca para fritar escalopes de urso polar, ou banha de morsa para saltear urze guardada do Verão (não sei se há urze no Polo Norte, mas deve haver por lá qualquer coisa parecida).

Quando uma mulher quer um gelado ou uma flor, o melhor é mesmo dar-lhe as duas coisas. O gelado para o palato e a flor para o olfacto. Eu sei que estas coisas de olfacto e de palato, numa mulher não são só olfacto e palato tout court. Há uma série de minudências que exacerbam o palato e apuram o olfacto e tristes dos homens que não o compreendem. Um homem cheira e saboreia. Uma mulher cheira, mas o cheiro pode cheirar a mil coisas diferentes e o paladar pode adquirir mil nuances, tudo dependendo de múltiplos factores que para nós, homens, não têm significado por aí além. Eu explico. Um gelado de chocolate sabe-me à mesma coisa se sorvido numa esplanada, dentro do carro ou na casa de banho. Um aroma, é bom ou é mau. Não cheira bem se, nem cheira mal se. Daí que, pensando ou não em Mário Soares, um gelado de chocolate me sabe sempre a gelado de chocolate, salvo se os meus polipos nasais estiverem inflamados e, aí, vou ao otorrinolaringologista. E uma flor cheira-me sempre a rosa se for uma rosa ou a cravo se for um cravo. Já com a mulher não é bem assim. Uma rosa pode cheirar a luar e um gelado pode saber a um passeio numa mata de pinheiros mansos (podia ter dito pinhal, mas os pinheiros bravos também fazem pinhais e não dão pinhões…) e isso faz toda a diferença.

E esta prosa toda a metro para quê? Ou porquê? Porque estou sem assunto, tenho de ir trabalhar e não queria deixar de oferecer, aqui e agora, não uma rosa…mas um delicioso, fresco e calórico gelado à
Pitucha que me parece tão dele necessitada. E até porque aposto singelo contra dobrado que lhe vão aparecer mil flores na caixa de comentários (ainda não os abri). O gelado será menos romântico mas ela que experimente comer uma rosa e depois um gelado e diga o que é que lhe soube melhor…

Boas "vacanças" cá pela terra.

ADENDA: Bem feito, bem feito, que o estudo do metro do Oriente – Moscavide – Encarnação – Aeroporto já estava feito e agora, com o aeroporto a emigrar para a Ota, ficas sem metro…

quarta-feira, julho 27, 2005

"Ferohormonas"


Processionaria (estado adulto)

[491] - Há um insecticida biológico (há muito poucos…) que se chama Dipel, nome comercial de um pó molhável com 3,2 % de Baccillus thuringiensis, estirpe Kurstaki (serotipo 3A e 3B) que mata a Processionaria.

A Processionaria (Traumatocampa pityocampa-Lepidoptera Thaumetopoeidae) é uma praga dos pinheiros e pode causar, também, danos em humanos, como alergias, por exemplo.

Este produto biológico precisa de 100 horas (mais de quatro dias) para matar as larvas da Processionaria. Actua por ingestão e a larva, depois de o ingerir, deixa de comer ao fim de duas horas. Nas vinte e duas horas seguintes ocorre uma total desorganização das paredes intestinais por acção das toxinas. Nas vinte e quatro horas seguintes, os esporos entram na hemolinfa (fluido corporal) da larva e germinam, causando uma infecção aguda. No período restante e até 100 horas após a ingestão e de sofrimento, a larva morre de septicemia. Podre.

Outra forma de combater a Processionaria é espalhar armadilhas pelo pinhal, contendo feromonas. Os machos não resistem, vão ao cheiro da fêmea (até os "Processionarios" não resistem ao cheio de uma burra de saias…), entram na armadilha e são apanhados, presos, torturados e condenados à morte.

Isto a propósito de uma acção no pinhal de Monsanto, com honras de transmissão televisiva, onde um técnico achou que as feromonas são "ferhormonas" (FE-RO-MO-NAS senhor engenheiro…) e que o facto da CML estar a usar insecticidas biológicos devia ser referido com aquele ar politicamente correcto que nos é peculiar e nos fica tão bem.


Além de que aquela pequena descrição que fiz da forma e do tempo de morte da praga me fez carrilar para lucubrações cruéis sobre a eventual pulverização de algumas figuras políticas da nossa praça com o tal insecticida biológico.

Sobretudo porque para muitas delas, nem as armadilhas com feromonas produziriam qualquer efeito…

terça-feira, julho 26, 2005

A Propósito...



[490] -

Desamor


Tempo de desamor,
cinzento e inimigo,
tempo de ácidas nuvens carregadas
de escuridão e incerteza,
tempo de abismos e ausência,
sem luz nem transparência.

Apenas um sorriso de criança
ainda dá lugar à esperança.

Torquato da Luz - in Ofício Diário

Começa...



[489] – Mário Soares considera a sua recandidatura como um acto cívico e pedagógico.

Ainda a procissão vai no adro e já tenho de começar a ouvir coisas destas. Um dia destes estão a distribuir-me plasticina para eu moldar uma rosa ou, com sorte, a porem-me orelhas de burro e a mandarem-me de castigo para o canto da sala.

Irra! Não havia necessidade...

segunda-feira, julho 25, 2005

Bloguem-los Mucho



Tchin Tchin

[488] - Começo a ler o Besugo e fico sem saber se o Blogamemucho faz anos hoje, se faz em Agosto (a avaliar pelo registo dos Arquivos) ou se não faz anos, ou se faz e não quer que se saiba ou se não faz e o Besugo acha que faz.

Pelo sim pelo não, ficam aqui os parabéns deste modesto espumante que não logrou chegar a champagne nos parâmetros analíticos do Blogame ou chegou… e o diagnostico foi achá-lo uma zurrapa.

Mas isso não interessa nada, expressão sábia que aprendi na televisão, o que interessa é que o
Blogamemucho parece fazer dois anos e apesar dos blogues não terem anos nem fazerem dias deixo aqui o tributo sincero à qualidade e elegância da Lolita, à circunspecção do Alonso e ao desbragado e imperdível humor do Besugo que me trata regularmente o fígado, não porque seja médico, como parece ser, mas porque frequentemente me faz rir. Mesmo quando se indigna com qualquer coisa, ou sobretudo por isso.

Parabéns e obrigado pela qualidade do vosso blog.

Nota: - "Isto" vai em post, porque vocês não têm caixa de comentários.

Ó Homem, Vá-se Embora



[487] - Nunca me esqueci desta frase, pronunciada por Mário Soares. Era o tempo do amigo em cada esquina, do Sol da humanidade, das canções de amigo, das consciências políticas e dos polícias que eram uns tenebrosos instrumentos do negrume fascista. Era o tempo em que os políticos se impunham pelo pregão da liberdade, da solidariedade e o nosso mundo girava à volta disso mesmo. Políticos que, passado o seu tempo de matriz liberatória dos fracos, oprimidos e vítimas do obscurantismo, bem melhor teriam feito se tivessem aprendido a compaginar as suas convicções com a realidade de uma sociedade diferente, ainda com trombos de pecado a circular nas veias mas indubitavelmente mais justa, mais basta e desfrutando de uma qualidade de vida jamais conseguida.

Mas não foi assim. Da conquista da liberdade passou-se, rapidamente, ao autoconvencimento dos nossos políticos garantes da liberdade, da sua imprescindibilidade no fenómeno político, ao paternalismo de atitudes e, a um curto passo, à arrogância. A mesma arrogância com que Soares usou uma vez a tal frase "Ó homem vá-se embora" para um agente de autoridade que se limitava a cumprir o seu dever. Esta atitude é típica de uma esquerda em pânico que sente que a sua legitimidade se dilui no tempo e na história e se tornou obsoleta e anacrónica e que necessita desesperadamente de re-encontrar razões da sua própria existência. O polícia escorraçado simbolizava os maus, os opressores, numa altura em que Soares já deveria ter percebido que a sociedade portuguesa beneficiaria de um posicionamento mais pedagógico, como por exemplo, perceber que a autoridade é um instrumento vital da democracia.

Se Mário Soares não percebe isto, e eu acho que não, que não percebe mesmo, é tempo que se lhe diga agora, com firmeza: - Ó homem, vá-se embora.

Reiâlabiliti



Renault - O mais reiâlabal carro da F1

[486] - Eu gosto muito de Fórmula 1. Não gosto da cobertura feita pela RTP porque têm o péssimo hábito de interromperem as corridas, para me dizerem em que Banco é que devo fazer um crédito pessoal ou que desodorizante devo usar. Sobretudo porque quando retomam a emissão, perdi uma ultrapassagem emotiva, um despiste ou uma paragem de boxes crucial. Mas, enfim. Até admito que os tempos vão maus e que a RTP fará um esforço grande para transmitir a F1 e que a publicidade ajuda.

Também não gosto de Paulo Solipa. O homem sabe e gosta de corridas de Fórmula 1, mas detesto ter de apanhar com comentários sobre pormenores de transferências de pilotos, dureza de pneus ou problemas que os pilotos têm com as namoradas, no preciso momento em que Alonso é ultrapassado ou Montoya negoceia, com dificuldade, uma curva. Mas, enfim, habituei-me ao estilo. Por alguma razão de estranho patriotismo continuo a ver as emissões na RTP em vez de um qualquer canal europeu, sem publicidade (pelo menos publicidade a interromper a corrida).

Mas ontem, Paulo Solipa excedeu-se.. Quando o MacLaren Mercedes de Raikkonen entregou a alma ao criador, o homem explicou que Alonso iria ganhar a corrida, até porque os Renault eram muito mais… deixa ver se consigo escrever isto, terei de procurar uma aproximação fonética tão fiel quanto possível… reiâlabal… isso… reiâlabal. Quando eu julgava que Solipa teria tido um lapso de inglês… eis que o homem não deixa de ser reliable nos seus conhecimentos da língua e insiste: - Reiâlabal.

Ninguém é obrigado a falar bem inglês. Ate porque existem abundantes termos portugueses para traduzir reliable ou reliability, mas Solipa acha que reiâlabal é que está bem.
Prontes… ficamos assim!

domingo, julho 24, 2005

There we go again...



[485] - Não estou tão certo como muitos de que a candidatura de Mário Soares seja tão inócua como pode parecer.

Uma eventual vitória de MS constituiria um rude golpe no conceito que ainda tenho do meu País e dos meus compatriotas. Este homem não serve para presidente do meu país e se mais razões não houvesse (e há...) chegariam estas que
JPP brilhantemente sumariza e que aqui trancrevo, com a devida vénia.

Se se confirmar uma candidatura de Mário Soares ela dará de imediato todo sentido a uma eventual candidatura de Cavaco Silva. A candidatura de Soares será o protótipo do intervencionismo presidencial, ao modelo do seu segundo mandato, dominado pela utilização do lugar presidencial para derrubar a todo o custo o governo. Este intervencionismo será agravado pelas posições extremistas de Mário Soares em matérias tão importantes como a política externa, onde Soares está mais próximo do BE do que do PS, ou na economia, onde Soares tem hoje teses anti-capitalistas próximas dos movimentos anti-globalizadores, ou em matéria europeia, em que é um europeísta radical. Com Soares, mesmo para o PS e sobretudo para o governo do PS, a sua candidatura é sinónimo de instabilidade. Cavaco Silva, pelo contrário, é mais sensível ao que é meritório na actual situação: possibilidade de estabilidade política, governo de legislatura, política com elementos de austeridade (ver-se-á se continua...), moderação na política externa.

Soares será o candidato da instabilidade e Cavaco da estabilidade.


E o que JPP refere não é uma opinião. São verdades incontornáveis, é a realidade, é matéria factual. Tão simples como isso.

Mas habituado como estou à tendência de voto dos portugueses, receio o pior. Ou seja que a luta se torne mais derimida que o esperado e que Cavaco Silva se "canse", que é o que parece acontecer cá pela paróquia, quando se tem de lutar contra a irracionalidade, como recentemente aconteceu com Campos e Cunha.

Se eu fosse crente, pediria que deus nos guarde de Soares. Como não sou, fico na esperança que a candidatura que se lhe oponha (seja ela qual for) tenha o génio e discernimento suficientes para um cabal esclarecimento dos portugueses sobre a possibilidade de escrutinarmos e avalizarmos uma candidatura que nada pode trazer de bom. Não para Mário Soares, mas para aqueles que, como eu, têm filhos ainda muito jovens e que merecem um país melhor.

sábado, julho 23, 2005

Contorcionismo de Fim de Semana



Foto roubada daqui

[484] - Não sei se é por ser Sábado, se porque o ócio me dominou neste fim de semana em que tomei uma decisão de fundo – descansar. Apetecer-me descansar pode ter a ver com duas coisas distintas : estar cansado ou estar a perder qualidades e estamina, pois lembro-me bem como num passado recente eu me zangava imenso comigo se acontecia eu passar um fim de semana sem fazer nada e depois descansar um bocadinho.

A verdade é que reparei nesta foto, a partir de um blogue que me visita todos os dias. Não creio que me leia muito, pois as visitas são de segundos, mas que visita, visita. Vá lá saber-se porquê...

E nesta foto dei comigo a pensar na nobre técnica (ciência?) do contorcionismo. Olhei, olhei, vi, reparei, mastiguei, ruminei, topei, analisei e rendi-me. Espantei-me com a elasticidade do metatarso, em curva, vergado, os dedos a lembrarem aquelas linhas quebradas que aprendíamos na geometria da primária. O astrálago firme e perfeitamente integrado na articulação tibio-társica, os 180 graus completos que a tíbia e o perónio rodaram para se colarem na face posterior do tecido que envolve o fémur (ia a dizer coxa, mas quero manter este registo científico e ainda era capaz de me distrair), a firmeza estática dos quadris a permitirem um perfeito e elegante decúbito ventral, enfim é fantástico o que um homem pode fazer com o esqueleto. Pera aí... homem? Olha, afinal parece ser uma mulher...

3-14-41-48-49-1-4



[483] -

Prontus, inda não é desta que posso mandar lavar o carro...

sexta-feira, julho 22, 2005

Elasticidade



[482] - Um ano de elasticidades.

Parabéns. Tchin Tchin

Becagueine...



[481] – Uma viagem relâmpago impediu que me mantivesse up-dated com a Blogos. Como este fim de semana vai ser de remanso e descanso, aproveito para pôr a escrita em dia. Sendo que a escrita, aqui, é leitura. Em todo o caso, uma leitura em diagonal faz-me crer que não há muita novidade, para além do que já sei. Inclusivamente o facto de contarmos com mais um ministro que se esquece do IRS.

É isso. Há umas pedreiras a céu aberto ali para as Serras de Aire e Candeeiros, esventradas, qual cartão de visita para quem olhar para a janela do avião já a descer para a Portela que, mesmo que não queira, me fazem lembrar que estou de regresso. E a ratificação aparece ali no trajecto do aeroporto ao local de trabalho, com as gruas, as obras, a porcaria, os carros cobertos de pó, o caos da Segunda Circular, as carrinhas ziquezagueantes de rede ao meio... Nada a fazer. É a vida, como dizia o outro...

quinta-feira, julho 21, 2005

Bom Dia Portugal...



[480] - Ainda não consegui atinar com uma forma mais inteligente de começar o dia que não seja acompanhar o pequeno almoço com o "Bom Dia Portugal" da RTP.

Hoje, então, foi de reforço de kompensan. Pergunto-me porque é que de dois em dois meses (mais ou menos) tenho de ouvir Isabel do Carmo dizer que Portugal está a ficar obeso e que deve comer menos lípidos e hidratos de carbono em favor das proteínas e da fibra. Ela própria, obesa há uma série de anos, a precisar de vegetais... Isto antes da gritaria de populares que protestam (já nem sei bem porquê já nem me interessa), dos fogos que desgraçadamente vão passeando por aí (a Arrábida a arder, outra vez !...) e pouco depois da tortura masoquista de olhar para Jorge Coelho (hoje por hoje o arquétipo da nossa boçalidade e chico-espertice) a dizer "... que Campos e Cunha foi extraordinariamente corajoso em demitir-se e que o PS tinha o maior respeito pela sua acção...". Pelo meio, esta seca catastrófica, estas temperaturas de 24º logo de manhã cedo a provirem de um sol escaldante que nos assa o país sem nuvens pelo meio e com os locutores de rádio a bombardearem-nos constantemente com o "bom tempo" que vamos ter para o fim de semana. Ahhh... no meio de tudo isto ainda fazem inquéritos de rua a perguntar aos transeuntes se sabem como é que se escreve "proibido". Com ou sem acento?

Vou para a barba, para o duche e para o trabalho. Já estou deprimido e não fiz nada por isso...

quarta-feira, julho 20, 2005

Hummmm...




[479] - 96.000.000 x 4,09% no rendimento global = 3.926.400/. 3.926.400 a dividir por 12 = 327.200/mês. 327.200 a dividir por 30 = 10.906,67/dia e os 96.000.000 continuam intactos. Mas posso muito bem fazer uma aplicação Alto Rendimento Alto Risco e aí já dá 96.000.000 x 10,97% = 10.531.200/ano = 877.600/mês = 29.253,33/dia, mas posso bem ficar com 6.000.000 para trocados e aplico só 90.000.000 e isso já dá… hummm no global x 4,09 % a dividir por 12 a dividir por 30 ou… hummm mas o Alto Rendimento Alto Risco já são 90.000.000 x 10,09% a dividir por 12 a dividir por 30 mas se calhar 6.000.000 para trocados é demais posso muito bem ficar só com 5.000.000 mas depois se calhar compro uma casa para cada filho ficam só 2.000.000 mas isto é se a casa for de 1.000.000 pode muito bem ser só 500.000 e assim são só 1.500.000 para casas e os outros 1.500.000 até dá para a fantasia do Aston Martin e daí… mas depois aplico os 90.000.000 em Portugal ou deixo cá 45.000.000 e ponho 22.500.000 em Espanha e 22.500.000 na Alemanha? Mas na Alemanha há os impostos… o melhor mesmo, deixa cá ver… 90.000.000… 90.000.000… 90.000.000 hummm bom, se sair, Sábado vou à matinée e domingo vou jantar fora. E depois logo se vê…

Estes gajos e esta história do EuroMilhões só servem para complicar!

terça-feira, julho 19, 2005

Ah Faneca...



[478] - O sabor salvífico de três fanequinhas fritas (muito bem passadas, assim com as espinhas quebradiças de tanto fritar…) deitadas num ninho de arroz de grelos e salada, salvou-me o dia.

Eu acho que os portugueses são os únicos terráqueos que gostam de fanecas. Diria mais, qual Dupont interessado ou Dupond atento, que as fanecas só podem ser gostadas por portugueses. Sabem a mar, sabem a lodo, sabem a pexinho pró gato, têm aquele ar salazarento dum jaquinzinho em cima de fatia de broa, aquele cenário, enfim, de português pós guerra mundial que não entrou na guerra mas que era feliz por ser infeliz e estar, felizmente, a coberto das infelicidades dos outros.

Eu não andei na guerra mundial, que ainda estava a fazer tijolo, mas, por qualquer razão que me escapa, sofro alguma recorrência deste tipo de cenário – um português a comer um jaquinzinho, feliz por ter nascido na desgraça e a rezar a Nossa Senhora para que não chova e que afaste as doenças.

A faneca é um peixe brega, feioso e podia muito bem representar o Estado-Novo, com alguma vantagem elítica sobre o jaquinzinho. Mas que tem um sabor divinal, mesmo sendo o tal sabor de que os portugueses gostam, tem. Há muito que não comia fanecas e hoje foi dia delas. Comi-as todas (eu sou assim, não deixo nada a meio…) e deliciei-me com aquele gostinho que nos fica nos dentes a óleo de fritar e a espinhas quebradiças.

Uma alemã gorda e um alemão magro, ambos com cara de apple struddel do Pingo Doce e de levar ao microondas, comiam um vulgar bitoque com ovo a cavalo. A alemã olhou descaradamente para o meu prato, pensando talvez como é que um homem apessoado e de gravata estava a comer "aquilo", cheio de espinhas e restos e, ainda por cima, terá pensado ela, com cara de quem estava contente. Perante olhar tão embevecido, lá lhe expliquei que peixe saboroso só havia um, a faneca e mais nenhum, que aquele era um peixe típico das águas portuguesas, que não era como aqueles halibuts insípidos de Hamburgo ou percas despersonalizadas do Rhür. Fiz tal apologia à faneca que ela não resistiu e eu passei-lhe um lombinho do meu prato (aqui tenho a impressão que o alemão magro não gostou muito, mas eu sou homem de intenções límpidas e não lhe liguei, aliás a dita alemã não suscitava pensamentos ou intenções que não fossem platonicamente decentes…). E aqui foi o fim. A alemã gorda exultou. Os olhinhos iam-lhe saltando das órbitas papudas enquanto dizia "verrrrry gud, I eve no vords. Exksselent".

Fiz assim a minha acção de escuteiro. Publicitei a faneca e os bons sabores de Portugal.

"Ze prrrroblem vuass zat afterrrr lonch she came to me and zaid: Zorrry misterrr, vere is the enktrance to the basilíííca? E eu disse… é mesmo aí, a sua frente, cinquenta metros daqui. Ao que ela me responde: "Nain, zorrrrry, hize no open". Espreitei e vi que a alemã gorda tinha razão. A Basílica estava fechada. Não sei se para almoço dos padres ou se é mesmo assim. O que sei é que a alemã gorda já não deve ir fazer propaganda das fanecas portuguesas para Frankfurt, ou lá de onde ela é e que os padres fecham as basílicas quando é a hora do almocinho!

Conluios



Vou ao banho ou vou buscar um casaco?

[477] - Eu sempre disse que esta questão de Quioto, a guerra do Iraque, a caça às baleias japonesas, o Mário Soares, o imperialismo americano, as quotas de pescado, o Corão pela pia abaixo, os fogos da Beira Interior, a implosão do Barnabé (ainda tem link ali ao lado mas não vale a pena lá irem que está fechado para obras), o buraco de ozono, a eucaliptização do país, o Maio de 68 parisiense, os filmes do Michael Moore, a ascenção do neo-liberalismo, o lançamento de livros blogoesféricos, a azia da Ana Drago e a acutilância da Joana Amaral Dias, o silêncio preocupante de Louçã, a obesidade dos americanos e a reforma aos sessenta e cinco anos só podiam acabar nisto. Ora vejam esta notícia na TSF, hoje:

Temperatura da água do mar:

Litoral Norte 19º C
Litoral centro 20º C
Algarve 18º C !……..

Pode uma coisa destas?

Les Enfants Terribles

segunda-feira, julho 18, 2005

Fastio



[475] - Este blog está como o tempo. Árido. Batido pela canícula que coze as meninges e refuga o humor. Meninges cozidas e humores refugados não são, naturalmente, uma boa combinação para quem, como eu, gosta das coisas interessantes e se rege pelo primado do humor – receita bem mais valiosa que qualquer medicação numa farmácia perto de si.

Ainda por cima, ultimamente ando demasiadamente político, indignado, esmorecido, céptico. Se não bastassem alguns acontecimentos últimos ainda apanhei com um "Expresso" cheio de motivos de mais indignação. Surpresa, nem por isso. Indignação, pura e dura e um cada vez maior desinteresse por coisas que poderiam e deveriam ser interessantes.

Achou que vou fazer um "recess". Ando sem fibra e até as visitas têm descido descoroçoantemente !... (isto é correcto???). E depois, há este tempo de pré-férias que não ajuda. Até que elas venham (as férias), pode ser que a coisa mude um bocadinho, Até lá, não estou a gostar do Espumadamente nem um bocadinho.

sexta-feira, julho 15, 2005

Peço desculpa

[474] - Cheguei a casa, reli o post abaixo das pontes e acho que me excedi. Está num registo algo trauliteiro que não faz o meu género. Quem me conhece, sabe que é verdade.

É certo que o texto assenta em alguma figura de retórica. Mas está escrito, está escrito. E a verdade é que conheço polícias e tenho constatado que muitos deles são figuras apoiantes, educadas, simpáticas e actuantes. Bastante diferentes da generalidade da polícia dos meus tempos de estudante e com a qual tive frequentes "colisões".

É que ver polícias de Che Guevara ao peito, a insultarem o governo, a entoar cânticos de combate e a ameaçar cortar pontes causa-me, mais do que surpresa, uma profunda repulsa e negação sobre o estado da sociedade em que vivo. Sobretudo quando reconheço haver culpados directos neste estado de coisas.

As minhas desculpas aos polícias sérios e dedicados. Pronto, está dito.

Referência

Por qualquer razão que me escapa, não consegui editar a referência à origem da foto do post abaixo.
A foto foi retirada, com a devida vénia, do Insurgente

Pontes Cortadas



[473] - O meu acordo ao corte das pontes Vasco da Gama e 25 de Abril pelos polícias é total e incondicional. De preferência com eles todos lá em cima e tendo o cuidado de verificar se não há tráfego de navios cá em baixo.

Como sugestão adicional, poderiam levar com eles o Alberto Costa, que agora anda ocupado com a justiça (!...) mas que no consulado de Guterres se fartou de berrar pelos sindicatos de polícia, o Armando Vara que disse o mesmo em segunda voz, o Guterres que disse, mais palavra menos palavra, a mesma coisa enquanto andava por aí (já lá vão 10 anos, meu deus...) a irritar-se com as portagens da Crel e a prometer Scuts em easy terms a 30 anos ("era a vida" e depois logo se via...), o Jorge Coelho (quem se meter com ele, leva, não era bem ele era o PS mas ele É o PS) e outras luminárias avançadas, modernas, idiotas que iniciaram o descalabro e o caos em que estamos metidos. Tudo à cadência de palmas deste país que do plástico de O'Neill se tornou numa esquerda de esferovite, sem outro préstimo que não seja esse mesmo. O da esferovite.

É impressão minha ou as notícias correntes de Portugal são de uma assustadora semelhança com a instabilidade que actualmente reina no Perú, na Colômbia, Equador e Bolívia? E não há meio de aparecer um Hugo Chavez lusitano que meta ordem na paróquia...






Lisboa, 2005. Um agente da autoridade português


Produtividade



[472] -

Graçola de espumante: - A produtividade nacional hoje subiu 75% - 75% dos funcionários públicos aderiram à greve.

quinta-feira, julho 14, 2005

2+2 = 4



[471] –

2+2 são 4 e não dois pães mais duas fatias de queijo são quatro sandes, das quais o Zequinha pode comer uma, mandar outra para o Paquistão onde se morre de fome e as outras duas para atirar à cara do professor que é uma besta;

A Sida é uma doença viral epidémica que deve ser tratada assim e assim e prevenida assim e assado e não uma invenção dos capitalistas para dizimar os povos do terceiro mundo;

D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal e não o iniciador de uma nação conquistadora que andou para aí a matar maometanos e que foi a génese das cruzadas;

Abastança escreve-se com Cê cedilhado e não com dois Esses e não é uma benesse dos povos capitalistas que andam a explorar o terceiro mundo;

O Alentejo é uma província portuguesa e não o cadinho das liberdades, a génese da exploração dos trabalhadores pelos oligarcas e latifundiários que conduziram a gritantes injustiças sociais;

O atum é um peixe escômbrida e não o pão dos desgraçados pescadores portugueses, explorados e prejudicados pelas grandes multinacionais de pesca de arrasto;

O ácido sulfúrico é um composto a partir de uma base de enxofre e não um elemento químico que os americanos usavam para matar criancinhas no Vietname.

No dia em que as nossas crianças começarem a aprender estes noções rudimentares da ciência e alargarem os seus conhecimentos para estádios mais avançados e tardios em que estudarão ciências políticas, sociais, história e literaturas antigas e modernas e, em resultado disso adquiram as suas próprias convições políticas, talvez o panorama da nossa Educação seja diferente. Assim, como está, parece não irmos a lado nenhum. Um sector fundamental da nossa sociedade que vive embebido em mais de uma centena de sindicatos, em que uma considerável parte dos professores não consegue deixar de imprimir uma vertente ideológica à sabedoria que devem transmitir aos jovens, em que as associações de pais enveredam igualmente por um posicionamento zaragateiro e arrogante, em que os sucessivos governos têm vindo a patrocinar a cultura do laxismo, irresponsabilidade e direitos fundamentais e depois tentam corrigir percursos com medidas avulso assim ao estilo de quem acorda e pensa no que é que há-de comprar para o almoço nesse dia (como seja o caso desta recente medida da imposição das 35 horas semanais aos professores para dar a ideia de que o governo está atento e actuante) e em que as escolas continuam a apresentar gritantes carências de meios didácticos, não se vai a lado nenhum.

Eu não sou professor, mas conheço de perto e sou amigo de vários. Aqui pela Blogos existem também bastantes e muitos deles me parecem gente competente e bem formada apesar de os não conhecer pessoalmente. O que aqui digo radica na minha sensibilidade, na forma como percebo a raíz de muitos dos nossos problemas da educação.

Poderá ser (é, com certeza) uma visão algo simplista da questão. Mas talvez sirva de desafio para que alguns dos professores que por aqui escrevem me corrijam, se for caso disso, concordem comigo ou achem que sou um empedernido exemplo da direita estúpida.

Senão terei de continuar a sobreviver no seio das "Benaventes" do meu descontentamento e de comissões sábias, como a que recentemente descobriu que o mau aproveitamento dos nossos alunos a matemática se deve… a características genéticas.

quarta-feira, julho 13, 2005

José Carlos Dealgumaforma Malato



[470] - Há pouco, poucochinho, liguei o televisor e estava a dar aquele concurso de "Um contra Todos". José Carlos Malato estava a apresentar um concorrente, que era engenheiro físico mas que, de alguma maneira, estava desempregado.

É evidente que estamos perante uma nova forma de desemprego. Havia os desempregados, o que eu acho que é muito péssimo e aprendo agora que há os de alguma maneira desempregados o que é muito menos muito péssimo mas, mesmo assim, deve ser muito, de alguma maneira, chato.

Margarida Neves e Sousa, volta que estás perdoada.

"Eu Tenho Dois Amores"



Protea cynaroides - Cape Flora

[469] -

...de qual gosta ela mais?

A
Passada fez um ano. Tanto escreve dez posts por dia, como deixa passar dez dias sem post. Ela é assim, vive a correr, dorme depressa e acorda inquieta. Quer tudo feito ao mesmo tempo e bem. Ora tudo, tudo, é complicado e o blog às vezes faz dieta. Mas quando não faz, não há post que não evidencie aquela paixão por um país onde ela não nasceu e nem sequer estudou. Posts pensados em Inglês e escritos em Português com algumas cedilhas a mais e alguns acentos a menos, mas todos eles dedicados ao seu amor Moçambicano. Razões fortes existirão, portanto, para que ela se tenha apaixonado por Moçambique. Mesmo dando de barato que uma mulher precisa de tudo menos de razões fortes para se apaixonar pelo que quer que seja.

A Passada nasceu em Angola, estudou na África do Sul e Portugal e apaixonou-se por Moçambique. Vive o país com a intensidade do primeiro amor, mesmo quando se zanga com ele. Mas preserva uma paixão à qual concede alguma clandestinidade (mulheres, sempre as mulheres...) que não consegue alijar. Uma paixão outra, de cambiantes diversas, alojada na sua caixinha de segredos e que se chama, para o bem e para o mal, Portugal.

A Passada, um dia, vai ter que escolher. Que escolha bem!

Parabéns pelo aniversário do
Passada.

terça-feira, julho 12, 2005

Combustíveis e Comburentes



[467] – No passado Domingo houve 512 fogos no país. Mais do que tragédia sobre pessoas e bens, eu penso que estamos perante o caos institucionalizado por nós próprios, portugueses, condóminos destes 92.000 km2 de território que, aparentemente, não conseguimos gerir.

Contrariamente a muitas razões aduzidas para a existência dos fogos, eu penso que os verdadeiros culpados são as pessoas. As pessoas que somos nós e que instituimos uma série de procedimentos, hierarquias e atribuições sobre tudo e que nunca sabemos observar ou como lidar com eles. Senão vejamos:

- As florestas são plantadas com critérios discutíveis, quando há critérios. Falar em espécies é uma situação algo falaciosa, dado que tanto o pinheiro como o eucalipto são espécies de eleição do ponto de vista de retorno de capital e mesmo o apregoado esgotamento dos solos em água e nutrientes é mais uma bandeira ecológica do que uma realidade. Eucaliptos e resinosas são plantados em toda a parte do mundo e se os solos receberem o retorno do consumo de nutrientes (basicamente azoto, fósforo e potássio) e se a gestão da água for eficaz, podemos cobrir todo o território de floresta que os solos não se degradam. Compensados de NPK, beneficiam ainda do aumento de manta morta e consequente tapete humífero. Mesmo a acidez pode ser facilmente corrigida e, a ser assim, não chega a haver lateritizição, que é o que acontece aos solos sujeitos a empobrecimento continuado;

- O ordenamento do território é consabidamente desastroso. Se é assim nas urbanizações selvagens do litoral, não se percebe porque não haveria de sê-lo no interior. As florestas são, geralmente, plantadas a esmo, com critérios pouco rigorosos ou sem critério algum, frequentemente salpicadas de casas, legais ou clandestinas, com os respectivos palheiros, medas e silos. Depois de plantadas são raramente cuidadas. A limpeza das mesmas não se faz e dificilmente se vê, mesmo, quem a poderia fazer. Muitos proprietários são idosos e naturalmente ignorantes sobre técnicas de floresta e florestação;

- Os bombeiros são tesos e voluntariosos. Duvido, porém, que estejam devida e especificamente preparados para grandes fogos florestais. Houve um ministro de agricultura que disse isso mesmo, o que era uma evidência, e foi quase linchado pela mole imensa das consciências iluminadas da paróquia que acharam que a declaração do ministro (Sevinate Pinto) era uma afronta ao bom nome e excelente desempenho dos bombeiros. Acresce que estão enquadrados por um emaranhado de competências e hierarquias que ninguém, mas ninguém, entende. Todos acham que mandam, todos determinam sobre a tutela que, verdadeiramente, não existe;

- Os meios de combate são escassos e nunca serão suficientes para a dimensão da catástrofe que anualmente se abate sobre nós. Mesmo os poucos que existem são objecto de procedimentos burocráticos idiotas e desfazados das necessidades. Com concurso ou com ajuste directo nada se faz ou compra que não seja objecto de gritaria das oposições, seja qual for o partido que estiver no governo. Há ainda as comissões, os interesses, as benesses e compadrios em que somos férteis;

- Os fogos são um modo de vida para muita gente e geradores de empregos e de fortuna. Seja de madeireiros, imobiliários, autarcas, pilotos, empresários de vários ramos, mas são. Não se vê como tantos interessados possam abdicar de tão generosa fonte de rendimento;

- Os governos são incompetentes, palavrosos, trapalhões e desonestos. Não se vislumbrou ainda algum que, de uma vez por todas, tivesse a coragem e a competência de colocar o problema dos fogos ao nível dos outros países. Fogos, claro, mas com a devida organização de retaguarda para os combater. Passa-se com os fogos exactamente o mesmo que se passa com a discussão do orçamento, com a construção de um novo aeroporto ou com a legislação sobre o arrendamento. Nada, mas nada é feito com consciência colectiva e cívica, mas antes e sempre no meio da gritaria e da zaragata donde emanam particularidades do nosso povo que podem ser muito interessantes para estudos sociais e antropológicos, mas que são claramente danosos da nossa vida em sociedade;

- As pessoas, de um modo geral, estão mal preparadas e mal defendidas dos fogos. É uma massa maioritaria e desgraçadamente ignorante que, com a queda das primeiras chuvas de Outono, esquece rapidamente o braseiro de Verão e se entrega de novo e sempre e alegremente a práticas lesivas do interesse nacional. Casas semeadas a esmo, muitas no meio de matas, sem defesas, rodeadas de palheiros, celeiros, fábricas de tintas, de fogos de artifício, oficinas e toda a parafernália que os portugueses sabem e gostam de ter e cuidar como se de um animal de estimação se tratasse;

- Finalmente, há os maluquinhos. Aqueles que, porque sim, resolvem deitar fogo a tudo o que arda. E outros não tão maluquinhos assim mas que com uma caixa de fósforos na mão se julgam donos de mundo e, com eles, fazem a catarse dos seus inúmeros e graves problemas existenciais.

Eu sei que Portugal é um país de clima e condições propícios à ocorrência de fogos. Diria mesmo que somos um país combustível. A nossa desgraça é sermos, nós, as pessoas, tão comburentes.

Descubra as Diferenças II





[466] – "Quatro dias depois dos atentados de Londres, o primeiro-ministro Tony Blair viu ontem a oposição conservadora e liberal-democrata cerrar fileiras em torno do Governo e elogiar a atitude do Executivo nos momentos que se seguiram às explosões. Tudo isto no mesmo dia em que milhões de londrinos voltaram ao trabalho e os investigadores parecem estar a centrar as atenções sobre a estação de King’s Cross, por onde passam as linhas de metropolitano e a carreira de autocarro atingidas"

Diário de Notícias (sem link), 12/7/05

"As mortes em Londres serão cerca de cem. Não subestimo nenhuma. Uma só bastaria para o absoluto repúdio. Mas quantos civis morreram no Iraque, feito memorial à razão desconhecida?"

Joana Amaral Dias, Diário de Notícias (sem link), 12/7/05

segunda-feira, julho 11, 2005

Lá Foi Ela Outra Vez...



[465] - Este fim de semana fiquei a saber que Vila Nova de Paiva é uma terra simpática mas que só serve mesmo para escavações. A minha júnior, que vai andar por lá duas semanas, informou-me na passada sexta feira, peremptoriamente, que estava a cinco minutos de se meter no autocarro e regressar a Cascais pois não sabia, DE TODO o que ficaria lá a fazer de sexta a segunda.

E foi assim que cheguei a casa na sexta, e tudo estava saudavelmente bem mais desarrumado. Entre mochilas, papéis, material de desenho, ténis (que eu suponho deverão ter sido brancos), óculos e bisnagas de protecção solar, senti o conforto mimento de ter a filha de volta. Não que ela parasse em casa muito tempo, mas sempre havia a mochila, os ténis e etc. a lembrar-me que ela estava "cá".

Fascina-me esta dinâmica de jovens que têm sempre que fazer, onde ir e com quem falar. E que conseguem ainda encaixar uma pausa ou outra para comer, tomar duche e até ter um gesto meiguço para o pai.

Eu era assim. Melhor, eu sou assim. Mas a dinâmica da vida vai-nos ensinando a ter as coisas mais no sítio, fastidiosamente arrumadas, a não falar com tanta gente nem ter tantas coisas para fazer. São ensinamentos que têm tanto de sábios como de chatos, eu sei. Talvez por isso seja muito gratificante revermo-nos naqueles (neste caso naquela) que vão assegurando a continuidade de um estilo e uma filosofia de vida que, sem eu ter feito qualquer esforço especial, asseguram uma forma de estar. A nossa. Que é, basicamente, estarmos felizes por ter nascido.

O fim de semana passou a correr. Mal "a" vi. Correu, esvoaçou, riu, telefonou, dormiu aos bocados e ontem lá foi ela de novo à re-descoberta do nosso passado arqueológico (!…).

Boa viagem filhota, que as escalas vão sendo cada vez menos e mais curtas. E, por um dia destes, numa das escalas, farás um connection flight qualquer e aí… bom... aí, ainda bem e só me resta desejar-te que embarques na melhor viagem do mundo.

Tão certo como...



[464] – A propósito da pré-proposta à União Europeia por parte do governo britânico de se introduzir um controle eficaz nas mensagens por correio electrónico e SMS, um minuto e trinta segundos depois de o primeiro ouvinte entrar em linha no forum da TSF ouviu-se a palavra securitário. Trinta segundos depois a palavra abuso e vinte segundos depois a palavra devassa .

Eu podia ser bruxo…

domingo, julho 10, 2005

De Alguma Maneira...



[463] - JUDITE DE SOUSA: - Margarida Neves e Sousa, estás em directo para o Telejornal... o que podes dizer sobre a recuperação de mais corpos no túnel?

MNS: - Olá Judite, os trabalhos, uhh, de alguma maneira, uhh, continuam mas de alguma maneira o trabalho é perigoso, o túnel onde estão as carruagens estão a trinta metros de profundidade o que, uhh, de alguma maneira traz, uhh, de alguma maneira pode, uhh, de alguma maneira é perigoso porque só há 30 centímetros de parede, uhh, e de alguma maneira isso dificulta o trabalho dos bombeiros que de alguma maneira sentem mais dificuldades para de alguma maneira retirarem os corpos que de alguma maneira ainda lá se encontram, tendo-se notado a existência de ratos, uhh, que de alguma maneira mostram que, uhh, de alguma maneira ainda estarão corpos nas carruagens.

JS: - E hoje celebra-se o fim da II Guerra Mundial...

MNS: - Sim, Judite, de alguma maneira, os londrinos têm demonstrado que de alguma maneira a vida continua (vai passando a imagem de três jovens a beber cerveja) e de alguma maneira eles querem, uhh, mostrar ao mundo que, uhh, de alguma maneira...

Palavra de honra que não contei as algumas maneiras. Mas, de alguma maneira, a coisa foi mais ou menos assim. De alguma maneira mais mais do que de alguma maneira mais menos. E se nos lembrarmos que Margarida Neves de Sousa anda a fazer directos desde o dia sete, convenhamos que, de alguma maneira, me apetece pedir à senhora que, de alguma maneira, vá aprender, de alguma maneira, a falar...

Afinidades Isaltínicas



[462] – Isaltino Morais resolveu abrir um blogue. O que é perfeitamente natural. Na relação dos links, resolveu colocar-me na sua lista, o que é igualmente natural, apesar de titular essa lista com "afinidades bloguíticas". Eu não me sentia verdadeiramente afim de Isaltino: não uso bigode nem pêra, não fumo charutos, não sou gorducho, não sou autarca e não tenho sobrinhos na Suiça e desconfio que tenho muito menos dinheiro. Penso até, arriscando alguma imodéstia, que sou um pouquinho mais bonito, coisa pouca mas, mesmo assim, mais bonito. Mas se o homem o dizia, lá teria as suas razões. E arranquei estoicamente para a leitura do blog. E não é que ele tem razão? Descobri uma série de afinidades. Ora reparem, sendo o bold da minha responsabilidade e correspondendo a estimáveis afinidades:

...Se ainda não assinou e pretende fazê-lo, sugerimos-lhe que o faça nas nossas bancas itinerantes ou na Sede de Candidatura (Estrada da Qta. do Torneiro, 1º Portão, 2770 Paço de Arcos (junto ao restaurante "O Canejo", em frente à Qta. da Fonte..." - Este restaurante é óptimo, 1ª afinidade.

"...Contudo e a pedido de muitos munícipes, vamos continuar esta gigantesca recolha (a maior de sempre em Portugal, incluíndo Presidentes da República), de forma a alcançar o objectivo de 8.000 (o dobro do exigido..." - Também sou munícipe, ainda que não de Oeiras, 2ª afinidade.

"...Os Taxis apoiam a obra de Isaltino ..." Ora eu farto-me de andar de taxi e se ele obra eu também obro, penso que menos, que sou mais magro, mas obro. Mais duas afinidades.

"...Comeram melão com presunto, vitela assada com arroz de forno, salada de frutas e pudim. Beberam Borba - branco e tinto. E bateram muitas palmas ao candidato que apoiam nas eleições autárquicas de Outubro Isaltino Morais. São motoristas de táxis, residentes no concelho de Oeiras. Isaltino convidou-os para jantar segunda-feira, num restaurante de Algés, junto à Estrada Marginal, neste arranque da sua pré-campanha..." - Aqui há mais umas quantas afinidades, a saber: - melão com presunto (desde que seja "pele de sapo" e o presunto não seja da "Nobre". Jantar segunda feira, já que janto todas as segundas feiras, como as pessoas. Estrada Marginal, passo lá todos os dias e pré-campanha que é uma coisa que me toma bastante tempo a preparar todos os anos e que é fundamental para a nossa estratégia de mercado no ano seguinte.

Vistas bem as coisas, há, realmente, bastantes afinidades. Eu e a minha mania de que nada tinha a ver com Isaltino...

Ó senhor candidato, obrigado pelo link.

sábado, julho 09, 2005

Terraforma



Isoplexis canariensis - Scrophulariaceae

Foto retirada daqui

[461] - Este homem acabou de ser entrevistado pela RTP e descreveu a sua odisseia após as explosões do metro. Fiquei a saber que tem um blog e já o descobri. É este.

Por um momento receei o pior. Mas pouco depois comecei a ouvir um relato sereno, sóbrio, objectivo. Não ouvi uma palavra sobre causas, consequências, males do Ocidente, Bush ou Blair, cruzadas nem pobreza. Mesmo assim, fui ao blogue dele. A mesma coisa. Um
relato circunstanciado, a anos-luz das patetices que tenho lido aqui pela Blogos. Apenas com uma breve citação de Ken Livingstone, no fim.

Será que os portugueses têm de ir lá para fora para se portarem bem?

Já o linquei. Ainda por cima tem um bloque interessante. Sobre horticulture, a nossa jardinagem. Fiquei freguês.

Decoro



[460] – Começa a ser uma questão de decoro. Abro o Expresso, leio uma série de citações sobre os trágicos acontecimentos de Londres, todos convergentes na forma e na substância e, no fim, lá vem Mário Soares a dizer que o Senhor Blair teve o que teve o senhor Aznár, que é necessário ir às raízes do terrorismo, eliminar a pobreza e bá blá blá... E num estilo e entoação a que só faltou um bem feito, bem feito, bem feito...

Li no Blasfémias um excelente post em que Mário Soares é citado como o ícone perfeito do Portugal contemporâneo, num país ...em que existe um consenso nacional em torno dos fundamentos do terrorismo: a culpa é dos Estados Unidos da América e, em especial, do seu Presidente, George W. Bush .Este quase unanimismo de razões, evidente para quem oiça um «Forum» da TSF ou tenha algumas conversas de café, explica-se não apenas pela nossa tradicional saloiice iletrada e pela inveja inultrapassável dos «ricos» e «poderosos» que nos caracteriza, como também pelos resíduos da «cultura» marxista que nos domesticou durante décadas, do «imperialismo americano» e da exploração capitalista do terceiro mundo pelo Ocidente, em particular, mais uma vez, pelos EUA. Esta mentalidade, ainda que subrepticiamente, está bem mais viva do que se possa julgar, quinze anos após a queda do Muro...

É que não se trata já de uma mera questão de opinião própria, nem de liberdade de ideias. Trata-se de um desrespeito absoluto pelas vítimas e pelos próprios portugueses, pelo menos os não suficientemente saloios para se reverem neste estilo e nesta desonestidade política.

Mário Soares é um demagogo barato, um Cohn Bendit versão actualizada, um trambiqueiro político sem vergonha e uma personalidade que deixa muito a desejar do ponto de vista humano.

Infelizmente o acolhimento de que beneficia nos media não ajuda a que pura e simplesmente seja ignorado. Mas, realmente, esta figurinha que me sugere um General Tapioca sem bigode e sem cartucheiras, de um egocentrismo e vaidade atrozes, começa a contribuir decididamente para que eu, quando tiver que dizer que sou português, comece a fazê-lo
baixinho...

Fado



[459] –

Carlos Vaz Marques: - Helder Moutinho, sendo irmão do Camané, acha que esse facto prejudica o seu percurso como fadista?

Helder Moutinho: Não, eu gosto muito do meu irmão, mas gosto de ser apresentado como que sou e não como o irmão do Camané. Mas gosto muito do meu irmão, claro.

CVM: - E acha que o facto de serem irmãos poderá criar pontos de convergência nos vossos estilos? E falam disso?

HM: - Não, claro que não... o Camané leva as coisa muito a sério, é muito profissional e eu... eu também levo o fado muito a sério, claro!



Crystal clear...

sexta-feira, julho 08, 2005

Descubra as Diferenças





[458] – Na véspera de os terroristas atacarem e matarem em Madrid, Aznár detinha uma confortável maioria nas sondagens para as legislativas que se avizinhavam. Poucos dias depois, Zapatero ganhou as eleições. Após o que se entreteve a publicitar a retirada das tropas do Iraque e a legislar sobre o casamento entre homossexuais e nada mais de relevante me ocorre que tenha feito, para além das boutades do costume entre a família socialista.

É evidente que não passa de especulação, mas tenho a forte convicção de que se houvesse eleições hoje na Inglaterra, Blair ganharia com esmagadora maioria absoluta. Mas, claro, isto sou eu a especular, vá lá saber-se a verdade…

A "família" é a mesma, as "moscas" é que mudam. Felizmente, para melhor.

quinta-feira, julho 07, 2005

Agradecimento



[458] - O dia hoje foi para mim de infinita tristeza e de grande cepticismo.

Não quero, porém, deixar de agradecer a TODOS os que tiveram a amabilidade de felicitar este blog pelo primeiro aniversário e a mim pessoalmente pelo meu aniversário, dois dias antes. Tanto aos que o fizeram na caixa de comentários como aos que se referiram ao facto nos respectivos blogues.

Apetecia-me ter gracejado com muitos dos comentários, mas o dia estragou-se.

Obrigado a todos

Os Patetas



[457] – Por que fatalista desígnio terei de passar a vida a ouvir luminárias paroquianas a debitar enormidades sobre as causas dos terrorismo? Esta gente saberá mesmo do que fala? Esta gente lê? Esta gente alguma vez passou da Trafaria? Quando é que esta gente se convence que o terrorismo mundial não radica na pobreza mas sim na riqueza de gente ambiciosa de poder regional e auto-humilhada perante povos e civilizações que desprezam, pela simples razão que a invejam? Se o terrorismo radica na pobreza, alguém me explica racionalmente porque é que os africanos não estão envolvidos em acções terroristas? Há continente mais permissivo e democrático nas suas políticas de emigração que a Europa? Saberão do que falam aqueles que dizem que a Europa apenas tolera a emigração porque precisa dela? A Joana Amaral Dias, confortavelmente instalada em New York, terá alguma vez tentado tomar um café, sozinha, na nossa vizinha Argélia? A exuberante Ana Drago alguma vez terá ido a Riad, quiçá para fomentar uma acção de desobediência civil, com saia pelo joelho ou blusa com mangas pelos cotovelos? Ou com um crucifixo ao pescoço?

Esta gente é cúmplice na desgraça. Esta gente deveria ter um escrúpulo mínimo a tratar destas questões. Não se trata de ideologia, sequer de matéria doutrinária. Trata-se de conhecer gentes e territórios, informar-se devidamente sobre razões e motivações históricas do fenómeno e, sobretudo, ter consciência cívica, uma visão universal da história e do mundo e respeito por vítimas inocentes da barbárie. Já agora, pelos valores de uma civilização que, boa ou má, fomos nós que a criámos e que é com ela que queremos viver. No respeito integral pelos valores daqueles que não pensam como nós.

Já desliguei a televisão, antes que vomite e comece com palavrões outra vez...

E.T. Mário Soares ainda não disse nada... estará cá? Ou foi para as montanhas do Afeganistão dizer ao Bin Laden que exagerou um bocadinho em Londres e negociar com ele na base do diálogo e da tolerância?

Assassinos Bestiais



Foto CNN

[456] –

1.- UNS: -Assassinos, bárbaros, inumanos, selvagens, fanáticos filhos de puta;

2.- OUTROS: -Idiotas, oportunistas, desonestos, patetas, desocupados, venais, inúteis, extremistas da treta, chupistas, intelectuais da machimba.

Nunca estas palavras de Churchill, abaixo transcritas deste post da
Vieira, me pareceram tão actuais:

" I have, myself, full confidence that if all do their duty, if nothing is neglected, and if the best arrangements are made, as they are being made, we shall prove ourselves once again able to defend our island home, to ride out the storm of war, and to outlive the menace of tyranny, if necessary for years, if necessary alone. At any rate, that is what we are going to try to do. That is the resolve of His Majesty's Government - every man of them. That is the will of Parliament and the nation. (...) we shall not flag or fail. We shall go on to the end (...) we shall fight on the seas and oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our island, whatever the cost may be, we shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender, and even if, which I do not for a moment believe, this island or a large part of it were subjugated and starving, then our Empire beyond the seas (...) would carry on the struggle, until in God's good time, the new world, with all its power and might, steps forth to the rescue and the liberation of the old. "

Winston Churchill


...got it ? you motherfuckersalqaedasonsofbiches.

quarta-feira, julho 06, 2005

Happy 1st



[455] – Nunca me passou pela cabeça, a 7 de Julho de 2004, manter um blog durante um ano. E todavia, cá cheguei. 455 posts, mais de 44.000 registos no countmeter (sim, eu sei que há as tais page views, first time visitores, uniques e assim mas eu não percebo muito disso e o que tenho no contador é mesmo aquele número...) e muitas horas de sheer entertainment e um ror de amigos de que nunca lhes vi a cor, com a excepção de um(a) que já conhecia antes destas lides.

Tudo junto e somado, gostei. E gosto. Espero continuar a gostar mas logo se vê como as coisas correm daqui para a frente. É que há vida para além do blog e esta não é a minha prioridade de vida.

Quero deixar aqui o meu reconhecimento sincero, expresso num genuíno abraço a todos os que contribuíram para que eu achasse graça á coisa. Não especificarei nenhum porque são muitos e poderia se injusto por omissão. Excepto o
Guarda-Factos porque foi o primeiro blog que me lincou, ainda eu não sabia, eu próprio, fazer links. E porque o GF me mereceu sempre uma elevada estima, seja pela qualidade do que escreve seja pela qualidade dos Guardadores. Um grande abraço para vocês.

Entretanto... dei uma volta em diagonal pelos tais 455 posts, na ideia de que surgisse algum que achasse merecer realce. São muitos, uns bons, outros maus, outros assim assim. Mas diverti-me com todos eles. Por isso refiro apenas alguns, por razões diversas, a saber:


1.- O PRIMEIRO POST DE QUE REALMENTE GOSTEI:

Quarta-feira, Agosto 04, 2004

When Harry met Sally

Lisboa transforma-se num meeting point de eleição. Harry e Sally, clonados em milhares de lisboetas, vagueiam por aí e contribuem decisivamente para a saúde económica de hotéis com mais ou menos estrelas, que acolhem os sonhos, a alegria e as ilusões que Rob Reiner consubstanciou, de forma deliciosa, através dos não menos deliciosos Billy Crystal e Meg Ryan há uns bons anos atrás, num divertido filme... mas existem algumas diferenças. Harry e Sally mantêm-se inalterados na essência do que querem, do que quereriam, da ilusão do amor, do prazer, do bem estar, do carinho, do colo e da confidência. A questão é que já não há Harry que se não canse nem Sally que não descanse. O ritmo vertiginoso dos dias, a corrida fugaz dos momentos oníricos contribuem para uma desmistificação deles próprios, naquilo em que eles pensam se mantém como fermento da massa de que são feitos. Hoje, Harry meets Sally de fugida, em regime clandestino e a termo certo. Nada altera a sua forma de relacionamento, que mais não faz que mitigar o vazio, o enfado e o fastio de relações esgotadas frustres e sem sentido. E por algum tempo, apenas. Porque quando Harry persiste na militância de um encontro amoroso que não devia ultrapassar o regime de uma vivência a tracejado, já Sally se empertiga e receia pela defesa de direitos adquiridos. Porque quando Sally se entusiasma e pensa que Harry é "the Harry", já este se recolhe na concha protectora da desconfiança ou do receio de (re) penetrar em regimes institucionais de má memória. Bem vão as coisas quando Harry e Sally permanecem imutáveis na sua idiossincrasia de formas e de formatos e se entregam à volúpia de um amor só possível nas horas livres duma vida presa por cometimentos não desejados. A questão é que quando as coisas vão bem por isso mesmo, pela imutabilidade de gestos e de atitudes, começam a ir tão bem que Harry se sente Harry e Sally cada vez mais Sally. E o resultado, inevitavelmente, remete para a repetição do vazio das relações frustres. Que fazer? Talvez... pois, tal qual como cantava Pedro Abrunhosa. "Isso" e nada mais que isso, ainda que aqui e ali com o colorido de um gesto brejeiro, dum diálogo carinhoso, duma ponta de humor. Mas nada mais do que "isso". Os Harrys e as Sallys já não são o que eram, quando Rob Reiner se lembrou deles...
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2.- O PRIMEIRO COMENTÁRIO (DO GF)

Domingo, Agosto 22, 2004

Ameaça


Palavra de honra que, depois de tantas promessas, senão aparece alguém iluminado que me ensine a acabar o blog, com os links e aquelas mariquices todas, nas próximas 48 horas, inicio uma recolha de assinaturas para que Souto Moura não seja demitido. Com Sampaio e Santana Lopes, já somos três...
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3.- O MEU PRIMEIRO LINK (DO GF)

Quarta-feira, Setembro 01, 2004

Obrigado


Fui linkado. Mesmo com o blogue a meio, sem links, sem listas de blogs e na vil tristeza do anonimato o guarda_factos (lá está, ainda não sei linkar, senão vocês clicavam e acediam a um ilustre exemplo de brilho, cultura e bom gosto) incluiu este vosso servo na cintilante lista dos blogs lidos. Prometo não desmerecer da gentileza do guarda_factos e tratar de , asap, "conseguir" editar a lista dos blogues que leio e de links de matérias que eu ache que valha a pena. Estou com uma alma de menino e a espumar de contentamento. Logo à noite, lá em casa, ninguém me atura (por este ninguém, entenda-se uma filha, duas gatas idiotas que acham que os meus sofás servem para amolar unhas para elas não se esquecerem do seu instinto "silvestre" e uma Ucraniana que resolveu chamar-se Júlia, só para não ser Natasha e contrariar a Controversa Maresia (lá falta o link outra vez...) e se ri imenso sobre os meus skills domésticos. Levo-as todas para o PC e vou dizer: Vá, olhem, olhem, estão a ver? "Es-pu-ma-da-men-te", estou ali...eu sei que a minha filha vai dizer duhhhhh, as gatas vão bocejar, arquear a espinha dorsal e olhar para mim com cara de "este gajo está parvo" e a Júlia... a Júlia... rats, está de férias na Ucrânia, com o marido. Não faz mal, chamo a vizinha, uma senhora esguia como uma enguia e simpática como a Ferreira Leite e que tem um Mercedes que lhe vai muito bem com a blusa, já que com a blusa a senhora parece não ter mais nada que lhe "vá" bem. Se ela não estiver, chamo o Sr. Carlos da pastelaria, ou uma vizinha ou outra das imediações, apesar de "isso" me obrigar a alguma prudência e selecção. Uma simples questão de gosto e bom senso, pois vizinhas há muitas mas uma como uma que tenho, só há uma, que é ela e mais nenhuma.NOTA SÉRIA: Um sincero agradecimento à Prima, à Francisca, ao João, ao Filipe e ao Diego. É um privilégio para mim, vocês terem-me incluído na lista e desejo mesmo é continuar a ter o prazer diário de vos ler. Obrigado.
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4.- QUANDO (FINALMENTE) CONSEGUI AFIXAR O CONTADOR DE VISITAS

Quarta-feira, Setembro 15, 2004

My ship arrives at the harbour and I'm at the god damned airport


Andei um mês para conseguir listar os blogs que costumo ler, uma semana para conseguir instalar um CounterStats (aquela curiosidade/vaidadezinha de querer saber se nos lêem – e desde ontem que ostento o tal contador) e agora luto freneticamente para adicionar um referrers list. Eu tenho uma vaga desconfiança de que sou meio burrote para estas coisas, apesar de frequentemente me dizerem que não, que tenho alguma cultura e alguns lampejos de inteligência. A verdade é que acharia óptimo que fôssemos ao script e escrevêssemos: Mr Blogger, would you kindly install that sort of gadget type of thing so as I could be able to see if anyone ever reads me? E cinco minutos depois, apareceria o tão almejado contador. Que foi para isso que se fez o avanço e a técnica. Mas não... para eu poder ter o tal contador tive de escrever quatro linhas ininteligíveis de <>/"//www...sc/li/httpps em profusão e toda uma parafernália de símbolos e, ainda por cima, basta um espaço, um ponto a mais ou um <"// a menos para o republish não republishar coisa nenhuma e nós nos sentirmos completamente republishados com esta cena toda, Mas enfim, com a ajuda de uma alma caridosa e que acha que estes símbolos todos fazem sentido e são cristalinamente lógicos, lá me apareceu o contador desde ontem à noite e eu, atento venerador e obrigado, olhei para a tal alma caridosa com um ar de..."claro, faz todo o sentido isso que você fez, como é que eu não me lembrei disso antes?". Mas agora é o referrers list. A conselho, até, da tal alma caridosa. É que se o contador me dá o número de visitas, o referrers list "diz-me" QUEM me visita e por quanto tempo. Achei óptimo, claro. De resto, se o Abrupto tem estas geringonças todas porque é que eu não haveria de ter, também???? E sonhei logo com uma frase do género "Mr Blogger, would you please tell me, on a daily basis, who on hearth is visiting me?" Claro que a alma caridosa me disse que não, não poderia ser assim. Disse-me ainda que era FACÍLIMO.... bastava copiar a banda do list referrers, "copy paste", so to speak, e instalar na página. Fiz tudo direitinho.... mas nada de referrers list... e fiz... e refiz... e saved... e republished... e... desisto. E espero que a alma caridosa dê um saltinho ao computador outra vez, para acabar o trabalho. Eu sou aquele tipo de pessoa que quando vai ao multibanco, faz educadamente bicha, espera que os da frente se despachem, o que acontece com certa rapidez mas EXACTAMENTE a pessoa que está antes tem 30 contas para pagar, dois depósitos para fazer, sete transferências, remata tudo com um pedido de saldo e fica meia hora a olhar para o talão. Nos cinemas, a mesma coisa, a pessoa imediatamente antes de mim tem um bilhete para comprar, mas tem de ver a planta da sala... estudar a topografia do cinema, pergunta três vezes de que lado está o écran, onde estão as saídas do ar condicionado, decide-se uma, duas, três vezes, por um determinado lugar e no fim leva dez minutos a descobrir dinheiro trocado na carteira. Eu... que até tenho uma malapata inata contra os supersticiosos, a sorte e o azar, a desgraça e a fortuna, os astros e os signos, que sou laico, republicano e socialista (desculpem, engano, chiça, isto é o João Soares, deixei-me ir por ali fora...) mas que sou ateu graças a Deus, que acredito que o destino somos nós que o fazemos e que "audace fortuna juvat" era uma treta que nos ensinavam na tropa, já que, de um modo geral, a minha audácia trazia sempre chatices, acabo por pensar que há qualquer coisa que me impede de ser como as pessoas. Como as pessoas que dizem:- Vou pôr um referrers list no meu blog. E não é que põem mesmo? posted by espumante @
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5.- O POEMA QUE MAIS GOSTEI DE PUBLICAR E UM DOS QUE MAIS GOSTEI DE ESCREVER

Sexta-feira, Janeiro 28, 2005

As "Cartas Ridículas"


It’s overcast, grizzly cold and awfully grey!
Yet, It’s nothing else but another day...
Like all the other days where I stiff my mind,
Looking for something real to find.
For everything I see is strenuous and worthless!
Amid the cold, the dark and sad emptiness
I see no joy, fun, enthusiasm or clarity,
But rather notorious signs of tireness and vanity.
I see, yet, a frame of awfull routine and scaring signs
Of fear, despair and anger between the lines
That shapes my route which is getting narrow and short,
With plenty of bends, slippering grounds and far from the port
That once I dreamed of, where I could tie my ship
After my already long, hard and tiring trip...

But I see a shining star inside my ageing soul.
It twinkles and cries and leaves an undeniable call,
That I feel impelled to take as my trustful guide,
Along my still possible and feasible ride.
For I see its leading appeal and protecting wisdom
Trying to show me the way, the path of love, the door to my freedom.
She’s like a moving star that doesn’t move... but rather stands still
In a deep dark sky full of very many stars that fill
The universe with erratic feelings, burning passions and lies.
There she is. Small, brilliant, gold and blue. She looks at me and cries...
Waking my dormant hopes and shaking my mind,
Bringing that warm breeze of summer and joy of all kind!
She tells me a name for me to place on a person of a dream come true.
And that name,my love, is of a special woman like you


Cascais, Novembro de 2003

Je, moi même...ou de como às vezes, sem querer, começo a limpar tralha do computador e dou comigo a pensar em como depois do meio dia começa a tarde! E vem aí o fim de semana. Para quê falar nas trapalhadas do Santana e não ser "ridículo" de vez em quando?
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E "prontos". There we go again. Até quando?
Um grande obrigado a todos

Happy 6th



[454] -

...e Happy 6th, porque:

- ouvi, de manhã cedo, que a temperatura ia descer este fim de semana e antevejo o gozo que me vai dar ouvir a Mariana Marques Vidal anunciar isso mesmo, mais logo no RCP, em tom de luto nacional;

- ter filhos é uma trabalheira – material, mão de obra, manutenção (deles e da fábrica...) – mas é extremamente gratificante. Mais coisa menos coisa, vale a pena, vão por mim, aqueles que ainda os não têm;

- este blog ontem pareceu tornar-se uma caixa de chat mas, tudo junto somado, tenho de admitir que fiquei um pouco assim para o meiguço com as mensagens de gente que nunca vi na vida e, estranhamente, gosto. Estranhamente porque sempre fui homem de "ao vivo e a cores" e gostei. Vá lá perceber-se porquê... ou então estou irremediavelmente a andar para velho. Um grande beijo para TODOS os que tiveram a amabilidade de me felicitar no happy 5th;

- descobri, na minha caixa de comentários, um blog imperdível. Ainda não o li todo, por manifesta falta de tempo, que é o argumento que eu costumo usar em muitas ocasiões, mas vou ler. E o bocadinho que li já contribuiu um pouco para o estado geral deste vosso criado, para quem o humor inteligente e gostar-se de brunch tem um lugar muito especial. E não digo mais nada, por manifesta falta de tempo. Se quiserem vão lá ver. É
este.

- eu julgava que o
Incompetente e a Madalena estavam zangados comigo (zangado e zangada, há que seguir a terminologia PS) por não me ter rendido ao Live8Live e, afinal, deram-me duas prendas lindíssimas. Há o pormenor da LAM nunca ter tido Lockeed Tristar mas isso até é bom porque me suscitou a ideia de um post sobre alguns aviões em que viajei, daquela companhia. Não o faço agora, por manifesta falta de tempo. E a Hipatia também merece um postinho sobre a prenda lindíssima que me deu, pelo que disse lá na Voz dela;

- finalmente, porque ainda continuo a acordar feliz por ter nascido, apesar do Sócrates, da Ana Drago, do Jardim, do Correia de Campos, da seca, do Fernando Rosas e de mais 25.434 criaturas que me causam azia e de quem não refiro agora os nomes, por manifesta falta de tempo. Nada que um kompensan não resolva... mas continuo a ter uma capacidade reactiva de que me orgulho e a gostar do meu país. Daqui a minutos, por exemplo, lá vou eu para a minha etapa diária de marginal, de que não me canso, e entrar em Lisboa. Apesar do trânsito, das obras, do pó das obras, das gruas das obras, dos gajos das obras, dos desvios das obras, dos buracos das obras, das PUTAS das obras, sem aspas e tudo, com que convivo há não sei quantos anos e que acompanharão os meus filhos, netos, bisnetos e por aí fora...

terça-feira, julho 05, 2005

Happy 5th



Ferrari 355 series

Sugestão para quem quiser oferecer uma prenda. Note-se que não é o modelo mais caro da Ferrari mas it will do...

[453] - Aos cinco dias do mês de Julho do ano de patatipatatá, nasceu um indivíduo do sexo masculino (ai a discriminação daqueles tempos...) a quem foi dado o nome de Espumante patatatá, filho de patati e de patatá e foi registado nesta Conservatória patati a folhas patatá e blá blá blá...

Nos blogues colectivos há sempre um co-blogger que se encarrega destas efemérides e faz o favor de as relembrar à restante confraria. Mas nesta "casa" sou só eu, eu, eu, eu e o Espumante. Que me seja, assim, ressalvada a mariquice de anunciar o aniversário deste vosso criado que não teve culpa nenhuma de nascer no dia da independência de Cabo Verde (com jeitinho ainda pertencerá à EU e acho muito bem).

E agora venham de lá alguns parabéns que eu estou carente (ando a tomar ferro e tudo e um pouquinho de magnésio para as cãibras que me têm atacado impiedosamente).

Prometo não chorar com a emoção e pode ser até que me dêem algum alento para continuar a alimentar este gajo (leia-se blog) pelo menos até fazer um ano e que, por acaso, é já depois de amanhã.


ADENDA: relendo o post com mais atenção, é necessário deixar claro que o facto de o meu aniversário coincidir com o aniversário de Cabo Verde é para mim motivo de satisfação e não tem outro significado que não seja esse mesmo. Aliás, ainda que Cabo Verde seja a ex colónia portuguesa que conheço pior, conheço-a o suficiente para ter gostado muito de Praia, Sal e S. Vicente. As outras ilhas não conheço. E sim, acho Cabo Verde um exemplo de progresso e hospitalidade. E uma cachupa no Tarrafal, ou uma lagosta em casa do meu colega Flávio Delgado (um grande abraço para ti e tua mulher) são lembranças de há menos de um ano e que anseio por repetir...

segunda-feira, julho 04, 2005

Happy 4th



[452] –

ONE’S-SELF I sing—a simple, separate Person;
Yet utter the word Democratic, the word En-masse.

Of Physiology from top to toe I sing;
Not physiognomy alone, nor brain alone, is worthy for the muse—I say the
Form complete is worthier far;
The Female equally with the male I sing.

Of Life immense in passion, pulse, and power,
Cheerful—for freest action form’d, under the laws divine,
The Modern Man I sing.


Walt Whitman


Long live America, long live freedom (mesmo maus na tabuada, spelling e cultura geral) .