terça-feira, maio 31, 2005

Dia Mundial do Vizinho



[400] - Tenho a mesma vizinha há três anos. Mantemos uma relação institucional, porta dela, porta minha, bom dia como está e ela, frequentemente, não está. Sai porta fora e mete-se num Mercedes preto que lhe deve ter calhado em partilha de divórcio sem quase reparar em mim. Pelo menos faz por isso, por parecer que não repara. Não que eu perceba muito de mulheres mas até aí ainda chego, i.e. quando uma mulher pretende parecer que não repara e nem o comprimento das unhas se lhe escapa.

Quase sempre se mantém equilibrada em 18 cm de salto. Isto pode parecer encerrar uma mensagem subliminar de alguma coisa que tenha a ver pouco com sapatos, mas não. É mesmo só isso. A criatura deve gostar de sapatos muito altos e a verdade é que ninguém tem nada com isso, nem mesmo eu, que sou vizinho. De manhã lá vai ela... montada nos sapatos altos e com uma pua frontal capaz de esfacelar a canela de algum vizinho que bula com a sua privacidade. É bonita, quer dizer, nem por isso... mas à força de a ver há três anos lá vou acabando por lhe achar alguma graça. Isto é uma vantagem clara, ser vizinha em vez de ser consorte pois, com sorte, ao fim de três anos o marido achá-la-ia, no mínimo, figurante reformada de um qualquer «Matrix» a avaliar pelo nariz adunco, lábios finos, peito inflado, ancas espremidas numas calças que devem ser da irmã mais nova, cabelos irrepreensivelmente despenteados e maquilhagem Barbie. Não que eu repare muito nela, mas sempre são três anos, porta cá porta lá e inevitavelmente temos «rubbed shoulders» ou, como diria o Laurodérmio, parecemos soldados de borracha.

Mas hoje é o Dia Mundial do Vizinho. Fiquei a saber na TSF, sempre muito atenta a estas coisas. Eu sei que a
Madalena também está sempre atenta a efemérides e registos especiais, mas desta vez falhou. Já lá fui ao Chora e népia. Madalena, andas a perder qualidades. Mas voltando ao dia do vizinho. Como vivo num país de portugueses e portuguesas, ou seja há uma distinta demarcação do género, eu achei que devia celebrar tão importante dia com um vizinho. O busílis é que não tenho vizinho. Tenho uma vizinha. Essa. A tal do sapatos bicudos (ou não vivesse eu na «Bicuda»)...

Como não sou homem de deixar passar este tipo de coisas em branco, resolvi celebrar o dia a preceito e é assim que ao chegar a casa, coincidentemente, vejo a vizinha a sair do «Mercedes-espólio» e a iniciar o prodígio de se equilibrar nos tais sapatos. Afivelando o mais cândido sorriso que me foi possível depois de uma reunião idiota que tive de tarde, cumprimentei-a. Mas desta vez com uma «nuance». Em vez do usual e anódino «boa noite» soltei um familiar «boa noite vizinha». Ela olhou para mim com cara de quem se preparava para chamar o INEM para me levar à psiquiatria e balbuciou um boa noite... cheio de reticências. Reticências genuínas, não daquelas tipo boa noite e «vê lá se me dás o telemóvel depressinha».

Fechámos os carros ao mesmo tempo. O dela fez um «fuinc» mais elegante que o meu, que o alarme de um Mercedes sempre é mais impressivo que o de um vulgar... esse, o meu. É aí que lhe digo: - Não leve a mal mas não resisti. É dia Mundial do Vizinho e eu acho que estes dias mundiais disto e daquilo são um factor importante de aproximação das pessoas. Ela sorriu um sorriso meio sorriso meio esgar, eu achei que me tinha adiantado demais e lá pensei com os meus botões que às vezes vale mais ter graça do que pretender ser engraçado.

A coisa passou e não pensei mais no assunto. Meia hora depois, a campainha da porta soou e...adivinhem: Era a vizinha a pedir-me um raminho de salsa. E agora digam lá se não vale a pena celebrar dias mundiais...

Apelo Patriótico...

[399] - Jorge Sampaio faz um apelo de atitude patriótica e generosa ao povo português, em face da grave situação que atravessamos.

Apetece perguntar: Outra vez? Até quando? E o apelo é para quê? Para pagar as SCUT, os Institutos Públicos? O salário de Fernando Gomes? E porquê agora? Porque temos um governo socialista? Porque temos de ajudar este governo, assente num partido de reconhecida incompetência, populista e mentiroso? E já não há vida para além do défice? E o decoro? E o esforço continuado e abnegado daqueles que vivem do seu salário e pagam os seus impostos? É para continuar? Até quando? E vai continuar a haver fuga ao fisco? E os nossos preclaros sindicalistas? Enquanto fazemos o tal esforço patriótico, continuamos a acomodar a figura parasitária da maior parte dos nossos sindicalistas? Até quando? Até deslocalizarem aas fábricas todas, quando o investidor estrangeiro se convencer que somos um rancho de patetas e que é melhor ir fabricar coisas para outras freguesias? Até a nossa esquerda bem pensante continuar a pautar o seu discurso pelas conquistas de Abril e a propôr medidas absolutamente criminosas, porque nefastas ao interesse dos nossos concidadãos? Sem a menor noção do que seja a realidade e a continuarem a apadrinhar um estado social que de social pouco ou nada tem para além de continuar a distribuir benesses por reconhecidos incompetentes?

A situação parece-me muito grave. Não porque estejamos de tanga… mas porque continuamos a ter uma sociedade pouco esclarecida e descontente - para a qual qualquer tirada anaclética sabe que nem ginjas - e um punhado de empresários sem qualquer preparação e que continuam a trabalhar ao arrepio das mais elementares regras de justiça e de práticas de gestão moderna. Este sim, é o nosso maior handicap. Um dia vamos acordar e o comboio já partiu…

O Não porque Sim

[398] - Já tinha dito não a mim próprio, sobre dizer alguma coisa sobre ele – o não. Não conheço o documento da Constituição Europeia, não sei se o virei a fazer. Mas tenho algumas ideias sobre o assunto:

1) Se queremos uma Europa coesa e acima das quezílias moratórias de progresso, acho que sim, que devemos ter um instrumento capaz de nos reger sobre os mecanismos políticos, sociais e económicos do espaço que partilhamos;

2) Mas esse documento não pode ser um exercício de retórica estéril e de afirmação de uma burocracia em que nós, europeus, somos férteis e parecemos não poder passar sem ela. A Constituição dos USA é um chamado «livro de cabeceira» e não me consta que os deveres e direitos dos cidadãos estejam sonegados ou limitados, nem o desenvolvimento económico e social me parecem estar dependentes de um mau exercício de redacção. Aparentemente não é isso que se passa com a «nossa» Constituição que, aparentemente, pouca gente leu e, quase de certeza, pouca gente lerá;

3) Os referendos, no meu entender deveriam ser o plebiscito de um debate sobre uma ideia, um conceito ou uma medida de reconhecido alcance e inportância políticos. Ainda que me pareça que se temos deputados é para isso mesmo que lhes pagamos. Para pensar, debater e decidir de acordo com os consensos gerados, aprovados numa Assembleia Constituinte, ratificados e promulgados. Independentemente da qualidade desses mesmo deputados – sabemos que a qualidade dos representantes do povo é medíocre, mas é o que temos. E, salvo melhor opinião, é sobre eles que deve recaír a responsabilidae das decisões tomadas;

4) Mas os referendos estão a ser situados numa óptica partidária. De um modo geral, as pessoas votam de acordo com a sua opção partidária, nuns casos, numa atitude de carácter punitivo noutros ou, ainda, apenas porque o «não» adquiriu já um estatuto que enforma um posicionamento político que radica em expressões doutrinárias de oposição ao curso do liberalismo (há quem refira neo-liberalismo, mas eu não sei bem o que é isso), do relativismo e da globalização. É o que chamo votar «não», «porque sim». Estes três elementos são a pedra de toque de amplas camadas da população que por razões sempre extrínsecas à natureza da matéria referendada acabam por determinar o sentido de voto. É assim com o aborto, é assim com a regionalização e será assim com a constituição europeia. E isso mostra o lado perverso da prática referendária que empresta a qualidade democrática ao acto mas perverte de todo o objectivo em vista.

Chegado a este ponto, devo dizer que tenho sérias dificuldades em construir uma ideia definitiva sobre o sim ou o não. O que se passou recentemente em França é um exemplo acabado do que penso sobre o assunto onde o «não» vingou sobre alicerces que têm pouco a ver com a natureza do instrumento do referendo. Seria desejável que em vez de debates elevados entre intelectuais e/ou políticos encartados se pensasse e actuasse no sentido de esclarecer o povo tanto quanto possível sobre a matéria, através de um escrutinio objectivo das partes do seu conteúdo, em vez de canalisar as pessoas para um posicionamento partidário. E não me parece que isso seja muito difícil. Haja vontade política e honestidade suficientes para o pôr em prática – antes que caiamos no mesmo erro dos franceses. Tanto os que votaram sim, como os que votaram não.

segunda-feira, maio 30, 2005

Serviço Público



[397] - Assim dá gosto. Não fossem os blogs bem informados e conscientes da importância do conhecimento nas mentes simples e incultas e exercessem um estimável serviço público de pedagogia, estaríamos todos a vaguear nas trevas da ignorância.

Alguém vai dar umas voltas na tumba, mas que interessa isso? O impacte está criado e Sérgio Godinho lá saberia o que estava a dizer…

A Confusão dos Elementos



[396] - … este «paté» está uma delícia, tem açafrão e… buááááááá… o que é que ela quer agora, não lhe chegaste a dar água?… então lá fiz as análises, está tudo bem… não fumas aqui, olha os bebés… eu também, mas sabes, nunca cheguei a parar com a medicação da tensão, a brincar a brincar já fiz oitenta anos e…golo do Setúbal?… buááá…não ligas ao teu filho?…quem quer mais pistachios?… o carro é bem melhor que o Opel, tem mais cavalos e… estou a fazer um trabalho sobre pré-esforçados… buáááá…. Olha lá a bébé, que coisa… quem quer mais bolo?… e sabes como detesto andar metida em médicos, só que temos de ter cuidado, a idade já é muita e… buáááá… dá-lhe o patinho… pai, são quase horas para o SuperBockSuperRock… buáááá… essa agora também está a chorar?… tio, não fumas aqui, please… buááá…quem é que deixou a entrada da garagem atravancada?…estiveram aqui mas seguiram logo para o Algarve… trrrrrrrrrrrrrrrrimmmm, trrrimmmmmmmmm…. atende lá o telefone… pai tenho de ir mesmo, o pessoal já aí está a chegar… golo do Setúbal outra vez?… buááááá…toma mais bolo, anda… não está tão bom?… aquela pastelaria é que… eu não faço estágio tio, começo logo a trablhar e seis meses depois faço um requerimento…. Buáááá…. Calem-me a criancinha… oh tiiiiiiiiiiiiiio… que coisa…. Buáááá… as criancinhas têm tanta vida que até apetece tirar-lha… tiiiiiiiiiiiiiiiiio… tio, que horror… o Benfica não está a jogar nada…. Pai, já vou… e as velas, menina?… «vó, sorrilá», tenho mesmo de ir… buááá…. E aqueles comprimidos andavam a pôr-me muita nervosa sabes?… quem quer mais canapés?… buáááá… estes tipos são indecentes, não mereciam ganhar…. tio, posso tirar o carro, para a tia poder sair com o dela?… buáááááááááááááááááá….

(o caos continuou, os bolos iam desaparecendo à velocidade do som, os bébés choravam e, extraordinário, lembrei-me dos tempos em que quando se ia a casa de alguém, as pessoas sentavam-se, conversavam e, uma vez por outra, alguém se levantava para fazer qualquer coisa. Nos tempos que correm, há sempre alguém que se levanta, que corre, que ri, que chora, que quer mais bolo, que foi ao médico, que tem de ir ao carro, há sempre alguém que quer pão… há sempre alguém que diz NÃO. Beijinho, beijinho que ainda tenho de fazer a A5).

Injustiça



[395] - A injustiça não foi o desfecho do jogo. Foi até bem justo. Mas onde estão os comentadores encartados, lagartos, lampiões e d... (hummm que até me custa dizer o nome...) d... chiça... dragões a felicitarem os sadinos pela brilhante vitória sobre a lampionagem?

Sim, o estado de graça acabou. Já estava cansado de «puxar» pelo «EsseleBê» desde que o Sporting mandou o campeonato e a final da UEFA às malvas...




Vitória sem espinhas!

domingo, maio 29, 2005

"Ando cá desconfiado..."

[394] – Ando desconfiado que esta «descoberta» recente de Miguel Cadilhe de que Cavaco Silva é o verdadeiro e primeiro responsável pelo descalabro das contas públicas é o primeiro passo a sério sobre a descredibilização do homem de Boliqueime. Um pouco antes de se lançar o nome do candidato da esquerda às presidenciais. Mas isto digo eu, que não percebo nada destas intrigas políticas...

Náusea



[393] - Apetece dizer que a recente nomeação de Nuno Cardoso para a AdP e a de Fernando Gomes para a Galp é uma nojeira. Mas é uma nojeira comum, recorrente pelo que já nem espanta. Assim, para quê falar no assunto? E depois... tudo isto é feito por aqueles que são, na realidade, democraticamente eleitos e, desta vez, por uma maioria expressiva. Mas que leva ao vómito, leva.

Nobody o caraças. É nosso...



[392] - Nathalie Hervé Azevedo é uma lusa canadiana de «heart broken». O Expresso conta as peripécias por que tem passado apenas porque casou com uma criatura misteriosa, de muitos nomes e que ninguém sabe quem é. Ela própria diz ser a Mrs Nobody porque não sabe o nome do marido, mas que gosta muito dele.

Após algumas diligências, as polícias canadiana e britânica parecem terem estabelecido um caso de fraude de identidade que tornam o Mr Nobody um provável actor gay-porno que, por razões não esclarecidas, resolver mudar de nome e ir para o Canadá onde exige cidadania canadiana.

Considerando que Nathalie é filha de um português e o pormenor não despiciendo de Nobody ser um actor porno-gay de reconhecidos méritos, de que é que Freitas do Amaral está á espera para enviar António Monteiro a Londres e a Montreal? Com sorte, até pode haver uma ligação qualquer com o «piano man» que deu à costa, até porque «...há um senhor que deu uma boleia a um estrangeiro muito parecido com ele, entre a Anadia e o Porto...». Põe-se o homem em Lisboa, a Nathalie fica muito feliz, Portugal farta-se de vir no jornal e o
Barnabé faz mais uma ou duas crónicas sobre assunto e ficamos todos muito contentes.

sábado, maio 28, 2005

Hoje há Arroz-Doce



[391] - Esta menina faz hoje anos.



86



Já os tinha feito no ano passado e há dois anos; e há três e há trinta, há cinquenta, há oitenta e há oitenta e cinco.

Hoje faz oitenta e seis.

Vende saúde, está cheia de mimo, gosta de doces e tem a mania que tem diabetes. Não pára quieta. Gosta de toda a gente menos do Louçã e de gatos. Odeia gatos. Quase tanto como Louçã. Vê muita televisão, lê e adora ir às compras. Correu meio mundo e hoje vive uma existência feliz. Todos os anos é isto. Faz anos e enche os quatro filhos de orgulho e alegria.




É minha Mãe e daqui lhe mando um beijo muito grande.

Fotos tiradas daqui

Homessa...

[390] -




You're Jurassic Park!

by Michael Crichton

You combine all the elements of a mad scientist, a brash philosopher,
a humble researcher, and a money-hungry attracter of tourists. With all these features,
you could build something monumental or get chased around by your own demons. Probably
both, in fact. A movie based on your life would make millions, and spawn at least two
sequels thatwouldn't be very good. Be very careful around islands.



Take the Book Quiz
at the Blue Pyramid.



Respondi a umas quantas perguntas cheio de boa-fé, honestinho da Silva e só porque a última pergunta era se eu achava os «dinosaurs cool» (só pode ter sido...), saíu-me isto.

Não há condições...

sexta-feira, maio 27, 2005

Angústia de Fim de Semana



Indecisão???...

[391] -Não sei se desapareço este fim de semana ou se desapareço este fim de semana. Provavelmente, é melhor desparecer este fim de semana. Mas se desapareço este fim de semana vou levar o fim de semana a pensar porque é que não desapareci no pré fim de semana, ou seja, na quinta feira, quando a maior das pessoas inteligentes o fizeram. Por isso, talvez seja de não desaparecer este fim de semana. Mas se não desapareço este fim de semana, quando acabar o fim de semana fico a pensar porque é que não desapareci no fim de semana. Eu, que aqui onde me vêem sempre fui um homem de decisões rápidas, estou para aqui com a tremenda angústia de saber se desapareço este fim de semana ou se não desapareço este fim de semana. Se eu tivesse um monte alentejano era capaz de desaparecer este fim de semana mas depois levava o fim de semana a pensar que o melhor seria não ter desaparecido este fim de semana porque lá teria que apanhar o trânsito de volta a Lisboa e levaria quinze minutos a decidir se haveria de vir pela Ponte sobre o Tejo (não é preconceito, detesto obras com datas a fazer de nome…) se haveria de vir pela Vasco da Gama. Se viesse pela Vasco da Gama vinha todo o caminho a pensar que se tivesse vindo pela… pois… a outra…que sempre era mais directo. Mas se viesse pela… pois… a outra, começava a pensar, a partir de Palmela, que o melhor teria sido vir pela Vasco da Gama. Mas como não tenho um monte alentejano, não preciso de pensar isto tudo. Mas se não tenho um monte alentejano não haverá mais sítio nenhum onde ir? Mas se vou, sou capaz de me arrepender porque poderia muito bem passar um fim de semana tranquilo à base de filmes, Guincho e Casa da Guia. Mas se fico a ver filmes, se vou ao Guincho e à Casa da Guia fico a pensar que poderia muito bem ter ido… sei lá…pois…o melhor mesmo é desaparecer este fim de semana. Ou não?

quinta-feira, maio 26, 2005

Jaquinzinhos



[390] - O Jaquinzinhos faz dois anos.

É minha leitura diária, com um sorriso nos lábios que me vem da satisfação de ler coisas que fazem sentido, sacudidas, escovadas, lógicas, críticas, pertinentes e racionais. Ainda por cima escritas com graça. Ainda por cima é do Sporting.


Parabéns e longa vida.

Tchin Tchin

Bignoniacea jacaranda mimosifolia ( gelatinosum idioticus que nem de lineu é...)



[389] - Tenho um jacarandá mesmo à porta de casa.

Há dias em que acho que é uma árvore lindíssima. O lilás das flores é único. O porte é nobre, não sei bem que utilidade possa ter para além da beleza das suas flores, mas tudo bem, que é que isso interessa, a árvore é magnífica e até me faz recordar Pretoria, a capital administrativa da África do Sul, conhecida por «jacaranda city», com as suas avenidas floridas com a beleza do lilás na primavera austral, sobretudo se olhadas do topo do Union Building. Como dizia, há aqueles dias em que estou em «mode enter», adoro os jacarandás mai-las suas flores lilases blá blá blá.

Há outros dias em que estou em «mode delete», acho a árvore inestética, esgalhada, «raisparta o pau» e o lilás das flores é mortiço e depressivo. Sobretudo quando, por preguiça, deixo o carro à porta de casa, mesmo debaixo do jacarandá que lá está e este me salpica o carro duma gelatina que exige pelo menos duas lavagens de escova para sair...



Pretoria

quarta-feira, maio 25, 2005

Começar o Dia



[388] - Circunstancialmente, desloquei-me hoje de comboio de Cascais para o Cais do Sodré. Na viagem, agradável, tive tempo para ler na íntegra um comunicado do Grupo Espírito Santo (GES) sobre o enredo da «Portucale-abate de sobreiros».

Após a leitura, fica-me uma ideia muito nítida:

Ou alguém desmente o conteúdo do referido comunicado dentro dos próximos dias ou concluirei que este caso (que culminou com a constituição de cinco arguidos, dois políticos e três empresários) remete para mais um exemplo da mais acabada incompetência, má fé e politiquice barata, de que o ex ministro de agricultura Gomes da Silva (cuja obra maior se evidenciou por comer uma mioleira em Bruxelas com referências alarves ao problema das vacas loucas e saltar do gabinete para o Terreiro do Paço a manifestar-se contra ele próprio) e da Direcção Regional de Florestas.

Chegado ao Cais do Sodré e depois de ter sido virtualmente assaltado por um punhado de mulheres gordas e de fortíssimas cordas vocais a querer-me vender almanaques, cassetes e «T-shirts», por entre um emaranhado de taipais, desvios, papeís no chão, gente a cuspir para o chão, montinhos de pedra e de areia, quiosques de madeira a vender cafés e bolas de berlim, aproveitei a onda poética e este meu exacerbado gosto pela experiência e resolvi apanhar o eléctrico. O «25»que vai aos Prazeres e que eu sei que poderia deixar-me «à porta» do meu escritório lá para os lados da Buenos Aires.

Entrei no eléctrico e pedi um bilhete ao condutor (guarda-freios, julgo que é assim ainda que se diz) o qual, em animada e gesticulada conversa com dois amigos (passageiros?), me foi dando o bilhete, fazendo as contas (o amigo deu-me dois euros, ora um euro e vinte, o amigo tem vinte cêntimos?, ora… cinquenta também pode ser) em simultâneo com a conversa animada que ia mantendo com os seus companheiros de viagem e que tinha a ver com o Benfica.

Sentado num dos bancos, de bilhete comprado e janela aberta, confesso que até achei agradável a perspectiva de quinze ou vinte minutos de viagem num venerável meio de transporte, ronceiro mas carregado de tradição. E foi aí que tudo começou. Os quinze minutos transformaram-se em cerca de quarenta, durante os quais observei uma cidade suja, sebenta, esburacada, cheia de pequenas obras (as habituais obras, lá diz a TSF), dezenas de casas de pasto com a omnipresente palavra «pastelaria», com as paredes da cor da rua, um emaranhado de transeuntes misturados com carros a andar e outros (muitos) parados e quase sempre a atravancar o trajecto do eléctrico. Não creio que tenhamos percorrido mais de cem metros seguidos sem que uma carrinha atravancasse a linha. Entregas, presumo eu. De pão, de água de Luso, de bolos, de cerveja, de sacas de batatas, de molhos de legumes, caixas de leite e até um pernil de porco (ou vaca?) vi, aos ombros de um homem possante, com um pano encarniçado aos ombros e que fiquei sem saber se era sangue meio seco das peças de carne ou se o homem ainda andava a celebrar a vitória do «glorioso». É necessário frisar que eram cerca de 10 da manhã. Tudo isto se desenrola no meio da mais poluente algaraviada mas, curioso, onde as risadas e gritos marialvas sobressaem do cenário sisudo e cabisbaixo de alguns idosos que se faziam deslocar no elétrico.

Depois de Santos, Lapa acima, confesso que a «coisa» melhorou um bocado. Menos carrinhas e casas menos sujas…lá saí na paragem que me competia e entrei no meu local de trabalho. A primeira coisa que fiz foi ligar para o mecânico a «exigir» que o carro me fosse entregue HOJE, sob pena de não responder pelos meus actos.

Bom trabalho para todos
ADENDA: A Pitucha do «Cinzento de Bruxelas» (link na barra lateral) , no seu comentário, corrigiu-me e bem. A mioleira que Gomes da Silva comeu não era belga mas sim luxemburguesa. Reposta a verdade histórica com os meus agradecimentos a uma leitora atenta.

terça-feira, maio 24, 2005

Only You...



[387] - Jorge Coelho é descarado. É demagogo, impreparado (não faz a mínima ideia do que diz, papagueia o que a clubite lhe dita e desrespeita os portugueses que não são todos burros como ele pensa que todos são) e desafia a tolerância do mais pacífico dos cidadãos.

Não é aceitável que este político profissional, que não é ministro, não tem qualquer função governativa, sendo apenas um quadro do partido para a coordenação das autárquicas, bombardeie a comunicação social, em permanência, com uma série de disparates e aleivosias que lhe enchem o crânio e inflam o ego e que mais não são que uma versão refinada de uma verve futebolística e destinada a papalvos. Tão depressa fala em TGV, pontes e aeroportos como brada pelo saneamento das contas que ele, como poucos, ajudou a inquinar. Ao mesmo que se mostra «muito surpreendido e chocado» com o défice.

Não aceito que viva ainda num país onde este tipo de mentalidades terceiro-mundistas e actuação sejam ainda mola real da estratégia de Partidos (sejam eles quais forem), tratando-nos como broncos, idiotas, papalvos, palermas ou infantes a quem tanto se dá um chupa como um tau-tau no tutu, se não nos portarmos bem. O seu próprio tom de voz sugere um paternalismo salazarento e a construção de discurso é menor – própria de uma aluno da 4ª classe feita na tropa para ascender ao curso de sargentos.

É demasiadamente difícil acomodar este tipo de gente na nossa prática diária de nos informarmos sobre a vida do nosso país e da nossa sociedade. Não é aceitável, ainda, que um partido (seja ele qual for) aceite este tipo de actuação primária e lhe não diga para se conter e remeter às suas específicas funções de coordenador das autárquicas.

É demais. O homem chega a ser insolente. É isso – insolente. E a insolência radica normalmente em má formação e ignorância.

Quando poderíamos e deveríamos assistir a um esforço genuíno de reparação da trapalhada alegre em que estes senhores nos meteram, num esforço concertado e honesto, continuamos a viver a degradação insuportável da nossa vida política.

Seria talvez em casos destes que um Presidente de República se deveria sentir obrigado a chamar gente responsável e, firmemente, exigir que metesse a gente irresponsável na ordem
.

Regresso ao Futuro



(Foto roubada ao Blasfémias, com a devida vénia)

[386] - Bujumbura (Burundi), Maio 23, 2105 (Reuters)

O Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados europeus Sr. Mohamad Ali Abcahbar, apresentou desculpas aos Burundeses pelos erros passados, comemorando assim o centenário da nomeação de António Guterres, antigo primeiro ministro de uma pequena nação europeia, para o cargo à época.

Nesta alocução, Abcahbar prometeu ainda rever os planos de quotas de integração de refugiados europeus, o qual previa a instalação de 2500 refugiados portugueses, 2500 refugiados espanhóis e 5000 refugiados franceses nas terras altas do Burundi, comprometendo-se a reduzir os portugueses para 25. A implementação destas medidas estaria, todavia, sujeita à erradicação do défice da Organização que atingiu um valor elevadíssimo, para surpresa e choque de muitos países.

segunda-feira, maio 23, 2005

Bullshit (Merde de Boeuf ?)




[385] - Pitucha, como eu te compreendo…

Se o benchmarking destes senhores não contribuir para a sua respectiva e desejável accountability, deixo de acreditar na Europa, emigro para os USA, abro uma veggy shop em Newark, faço-me sócio da Associação Portuguesa dos Amigos da Pinga Residentes nos States (APAPRS), passo a agendar os meus fins de semana para um jogo de sueca com os patrícios e alisto-me no Rancho Folclórico Luso Americano «Os Saudosos da Pátria».

Para ti, Pitucha, com a minha deepest simpathy (texto retirado do
Abrupto):
Ne dites plus jamais blog mais bloc-notes
Ne dites plus jamais blog ! La Commission générale de terminologie et de néologie a publié au Journal officiel du 20 mai un avis établissant une liste de termes et d'expressions destinés à supplanter les anglicismes sur Internet. Ainsi, "bloc-notes", que l'on pourra accepter sous sa forme abrégée "bloc", désignera "un site sur la Toile, souvent personnel, présentant en ordre chronologique de courts articles ou notes, généralement accompagnés de liens vers d'autres sites", soit un blog.D'autres expressions anglo-saxonnes familières aux internautes ont désormais leur équivalent en français. La commission propose de traduire un "hoax" (une fausse information) par un "canular". Le "worm", ce logiciel malicieux qui se transmet par le Réseau et perturbe le fonctionnement des systèmes, devient logiquement un "ver". Quant au "splash screen", qui s'affiche à l'écran pendant le chargement d'un fichier, d'un programme ou d'un logiciel, il faudra dorénavant dire "fenêtre d'attente".

Tragédia em Um Acto



[384) -

CENÁRIO


Restaurante na Lapa, hora de almoço, bruáá do costume, ambiente selecto.

Primeira personagem

(Levantando-se da mesa onde almoçava com três colegas e deslocando-se a uma outra mesa onde almoçava um casal, ele uma conhecida figura pública, ela uma senhora de invejável template)

- Boa tarde doutor, peço imensa desculpa pela intromissão e por esta interrupção informal… mas, como deve calcular, conheço-o da televisão e sei que é casado com uma filha de um médico que conheci em África…

Segunda Personagem

(Mostrando algum embaraço)

Sim, claro, mas…

Primeira personagem

(com desembaraço e mostrando a melhor simpatia e olhando para a terceira personagem)

… sabe, é que foi o seu sogro que assistiu o nascimento do meu primeiro filho há uns anos, conheci bem os seus cunhados, a sua mulher é que conhecia só de nome e…

Segunda personagem

Claro, mas…

Primeira personagem

… e não resisti a dirigir-me à vossa mesa, até porque eu tinha os seus sogros em elevada estima… (sei que entretanto faleceram) e daí ter ousado interromper a vossa refeição…

Segunda Personagem

…Sim, claro, mas…

Terceira Personagem

Pois, mas EU não sou a mulher.

CAI O PANO

(Caíu o pano e caíu-me a mim mais qualquer coisa que só não menciono por pudor e por ainda não ser meia noite).

Moral da história: Antes de fazeres figuras tristes e intromissórias, telefona a alguém a confirmar os up-dates do pessoal.

domingo, maio 22, 2005

Tem de Haver uma Razão...



[383] - Ouvi e vi, em directo, uma multidão de moçambicanos a festejar a vitória do SLB. Para isso se fizeram os telemóveis que tiram fotos e assim, que eu não percebo muito disso. Também ouvi uma multidão alacre em Luanda a festejar.

A nossa presença em África, de séculos, pode ter tido muito de mau. Mas a verdade é que conheci de perto alguns países africanos de expressão inglesa, francesa, belga e até alemã. Nunca assisti (ou soube de) a manifestações de júbilo expontâneo pelas vitórias do Manchester United, do Paris Saint Germain, do Bayern de Munique ou do Standard de Liège. E, todavia, em Angola e Moçambique, acontece este fenómeno realmente extraordinário de haver milhares de moçambicanos e angolanos a deitar foguetes, tocar buzinas, abanar cachecóis, beber cerveja, rir e entupir o trânsito, com genuína alegria pela vitória de um clube português de futebol..

Tem de haver, certamente, uma razão...

P.S. Não tive notícias de Cabo Verde, Guiné, S. Tomé ou Timor-Leste. Mas tenho certeza que houve festa, também. E já agora, lagarto que sou, não me custa reconhecer esta fantástica popularidade dos lampiões.

Pobrete Mas Alegrete



[382] - Estou cansado do meu blogue. O próprio nome é desajustado, nasceu do acaso, num dia em que me deitei a ver se era capaz de abrir um blogue, era preciso dar um nome, veio-me este à cabeça... saiu este.

Depois, o template é frugal, pobrezinho, as cores são baças, o verde é quase cinzento e os próprios caracteres do texto parecem sofrer de anemia irreparável, astenia do planalto, sei lá, uma dessas doenças que nos põem pálidos, feios e sem chama.

Claro que há sempre o recurso ao pensamento regenerador de que o que conta é o conteúdo, o miolo, tipo mulher de beleza interior a compensar o buço, mas nem isso me satisfaz. No fundo, beauty matters e todos nós sabemos disso. Um bocadinho como o size, que também matters e todo(a)s dizem que não quando querem ser simpático(a)s, cordato(a)s ou altruístas.

Ainda por cima, deparo com blogues
criativos, engenhosos, estéticos, sobriamente elegantes, verdadeiros state of art que me causam inveja. Inveja, claro, todos temos inveja e quem disser o contrário é porque acha que os gatos comem alpista.

É assim que um dia destes me abalançarei àquilo que acho poderá vir a ser um dos meus trabalhos de Hércules. Renovar o blogue. O problema é que já me disseram que se perde os comentários (e eu tenho alguns comentários que são bem melhores que os posts) e que é preciso refazer uma data de coisas. Eu fui sempre mais de fazer do que refazer. Quando faço mal, deito fora e faço de novo. Fui sempre assim e morrerei assim. A fazer mal e fazer de novo, esperançadamente melhor.

Se der para o complicado... remeto-me conformadamente à cinzenta (esverdeada) mediocridade do meu deslavado template. Pobrezinho mas feliz por ter nascido. Vá... e agora venham daí esses piedosos comentários a dizer que o meu blogue é lindérrimo, enquanto escolho uma conveniente cara de vítima...

Monaco GP



Fernando Alonso, treinos de ontem, foto retirada do site

[381] - Ontem ia tendo um acidente na A5. Acho que não tive, apenas por conhecer bem o percurso. A questão é que as obras (as habituais obras, expressão que já faz parte do relatório de trânsito de qualquer estação de rádio, as obras, para nós, já são habituais, qualquer coisa com a qual estamos condenados a viver) no troço entre a portagem e a saída para o Cobre e que se arrastam há cerca de um ano, estão lá e fazem todos os possíveis para que nos esbarremos contra os separadores centrais. Eu explico... é que as marcações provisórias de linhas amarelas a marcarem as faixas vão sendo alteradas de acordo com as mudanças do percurso em obras. Quer dizer, um cidadão vai normalmente a circular entre duas linhas contínuas amarelas e, de supetão, aparece-lhe o mamarracho do separador de cimento. Ninguém teve o cuidado de apagar as linhas e pintar outras de acordo com a nova faixa. Isto, para mim, é crime. É crime de negligência, é crime de burrice, é crime de «deixa lá ver se este gajo se estampa», é crime de qualquer coisa. Estou cansado de viver num país em que ninguém liga nada a ninguém. Um país sem qualquer consciência cívica, relapso, madraço, porco, confuso, poeirento, lamacento, com andaimes, gruas, bandeirinhas vermelhas, escavadoras misturadas com o trânsito, gente pimpona, idiota, ignorante, parola, mentalmente pelintra, mesquinha, manhosa, chicoesperta, maldizente, incompetente, pateta, vaidosa (vaidosa de quê?...), feia, meio acriançada.

Já descarreguei. Vou ver o GP do Mónaco. Em que as bandeirinhas são outras...

sexta-feira, maio 20, 2005

G Cats




Meu caro JoãoG

[380] - Após a profusa troca de comentários entre nós sobre o facto do GF em «correio quente» estar cheio e da divulgação pela blogosfera do novo «Gmail» ( e espero que o G do novo endereço não seja uma manifestação espúria de narcisismo) aqui estou a cumprir a promessa de há alguns dias.
Mas há uma pequena diferença. Como eu penso que a Prima esteja já recomposta daquela «azia» que a fez chamar nomes a Portugal, este jardinzinho à beira-mar plantado, com alguns andaimes à mistura, eu sei, mas, ainda assim, jardim, desisti de vos enviar as fotos do Portugal bonito, em favor de uma colecção de ... gatinhas. Eu sei que o JoãoG tinha pedido gatonas, mas eu hoje estou em «mode fru-fru» , que é como quem diz, assim para o mimo e mariconço qb e por isso substituí as onas pelas inhas e tenho a certeza que irei amolecer esses duros corações do gineceu do GF, o que, «desde logo» (esta do desde logo tenho aprendido na televisão) me confere a confortável sensação de ter feito a minha acção de escuteiro. Se o elemento masculino não gostar das gatinhas... pois que gostem. Era o que faltava eu retroceder na minha nobre intenção de vos proporcionar um raro momento de ternura.

E bom fim de semana .

NOTA: GMail Genviado.

FDS (Não, é Fim De Semana, mesmo)



[379] – Nestes dois últimos dias tenho andado a trabalhar demais para o meu gosto. Tenho que ter cuidado, não vá adoecer…

O que frustra é esta sensação de andarmos a trabalhar muito e não produzirmos nada. Às vezes acontece. Ou quase sempre?

Mas acho que dizer isto vai bem com o ar ocupado, responsável e, sobretudo, preocupado que a maior parte de pessoas, que fazem o que eu faço, adoptam, como se isso trouxesse algum valor acrescentado ao currículo. Eu brinco um bocado, tenho o péssimo defeito de gostar de rir e, imagine-se, gostar de uma boa anedota. Malcriada, de preferência. Não sei se é bom se é mau. Para mim é óptimo, para outros, não estou tão certo. Tão depressa acham que tenho a mania que tenho graça, como acham que me convenço (!...) que tenho as mulheres a arrojarem-se para o chão por força de charme estudado, encanado e utilizado à medida dos meus humores. Já pensei esclarecer estes analistas psíquicos (psicóticos?…) que não é nada disso. Que gosto de rir porque me faz bem e que brinco, porque sim. Mesmo encadernado em gravata de seda e fato escuro (ando sempre de fato, para que se saiba e gosto de gravatas bonitas e gosto MUITO de sapatos). Mas deploro verificar que a maior parte dos «engravatados» com que choco (e este «choco» é, frequentemente, no sentido literal) todos os dias por força do meu trabalho, trazem colada uma máscara idiota que ainda tenho dificuldade em perceber se é estudada, se é porque o dono da máscara é mesmo idiota. Ou talvez as duas coisas. Esta reflexão é particularmente aplicável quando, numa qualquer reunião, deparamos com «counter-parts» alienígenas e eu vejo que eles (os alienígenas) se riem tanto como eu e conseguem imprimir alguma brejeirice mesmo no tratamento de temas delicados e importantes. Em contraste chocante com o cinzentismo dos autóctones (desgraçadamente, eu sou um dos autóctones, apesar de me rir e de gostar de anedotas) que participam nas reuniões como se estivessem a discutir um divórcio litigioso ou como se alguém lhes devesse dinheiro e não lhes pagasse.

Este desiderato tem-me acarretado alguns amargos de boca. Há quem me ache graça, quem me inveje e quem me olhe descarregando uma cascata de inpropérios (eu não ouço, mas sinto) só aplicáveis a um qualquer ET que tenha vindo colonizar os terráqueos. Eu, tudo junto e somado, divirto-me. Às gravatas assoadas (O’Neill, onde andas?) desta gente respondo mentalmente com uma anedota de papagaios ou de gajas boas. E, à noite, quando me deito, durmo que nem um passarinho.

Porque diabo estou a falar nisto? Nem eu sei. Talvez porque é sexta feira, dia de adoptar as jeans como vestimenta de fim de semana, ver um par de filmes, desfrutar um pouquinho mais da filhota e, quem sabe, ouvir uma boa anedota. Ou, ainda, porque ultimamente os meus posts andem pobrezinhos, circunstancialmente por falta de assunto ou, certamente, por falta de engenho.
E um bom fim de semana para todos, que ganhe humm… humm… hummm. «prontes», que ganhe o… humm… hummm… o Benfica, porra, custa um bocadinho a sair, mas com o porra sempre escorrega melhor. Muito melhor do que se os lampiões perderem e eu tiver de ouvir o Pinto da Costa durante dois meses. Penso eu de que…

quinta-feira, maio 19, 2005

Com Tudo



[378] - Esta mulher é saudavelmente louca, parto-me a rir com ela e faz dois anos. Como a caixa de comentários do blog está permanentemente de lotação esgotada, deixo-lhe aqui uma saudação amiga de parabéns.

Tchin Tchin

Inquéritos



[377] - O Altino sugeriu este inquérito e eu até o acho interessante. Estive para lho enviar para o e-mail, mas assim, serve de post. Então «é assim»:


1 - Na tua opinião a blogosfera lusa tem impacto na sociedade portuguesa?

Não sei bem. Afinal, quantos pessoas lêem blogs? Os suficientes para influenciarem uma sociedade? Mas penso que poderão ter criado um interesse renovado em temas recorrentes, sobretudo por parte da sociedade que lê jornais.

2 - Quem aconselharias a criar um blog e porquê?

O Cardeal Patriarca porque me parece uma pessoa inteligente, com substracto (não acredito que disse isto…) e poderia emitir opiniões e materializar reflexões que na sua condição de Patriarca dificilmente poderá fazer.

3 - Qual a tua opinião sobre os livros que nasceram dos blogs?

Acho óptimo. Não li nenhum, mas um dia será…

4 - Qual a tua opinião sobre blogs pagos?

Confesso ter alguma dificuldade nesta pergunta. Há blogs que leio e, a pagar, deixaria de ler. Penso ainda que os blogs pagos poderão trazer alguma perversidade à natureza dos mesmos. Por exemplo… se eu for inteligente e manhoso, poderei ajustar o que escrevo àquilo que eu julgo que as pessoas gostam de ler e isso adulteraria a génese do «produto». Assim, de borla, escrevo o que me apetece. Leiam-me ou não. Claro que gosto de ser lido, mas não me sinto compelido a pautar o que escrevo pelo que poderá agradar ou não quem me lê.

5 - No caso de já conheceres o Blog " Abrupto" qual a tua opinião sobre a carta à mãe que Pacheco Pereira lá colocou.

A minha opinião é que Pacheco Pereira quiz demonstrar o sentido de família de algumas décadas atrás, onde a comidinha e o quentinho e o temor das doenças eram o «pivot» das preocupações nacionais. E o amor filial, claro, como pedra de toque. Posso estar errado, mas creio que ele apontaria nesse sentido. Sentido que foi, aliás, amplamente explorado pelo Estado Novo. Ainda hoje há vestígios claros desta mentalidade. O conforto da «comidinha», do «quentinho» e a ida à farmácia em regime de visita periódica. Mas isto digo eu…

6 - Se o teu blog não fosse esse mesmo que blog gostarias de ter? Porquê?

Gosto do meu, que começou por acaso e hoje é um poiso natural dos meus ócios e do meu entretenimento (como aliás aparece no template). Mas admito que gostaria de cultivar alguma auto-disciplina e torná-lo um pouco mais temático. Qual o tema? Não sei bem… como não sei, vou continuando como estou e tenho tido bastante gozo.

7 - Alguma vez um blog te influenciou politicamente?

Não. De todo.

8 - Que celebridade "blogosférica" gostarias de conhecer e porquê?

Não sei bem o que entendes por «celebridade blogoesférica» ou, pelo menos, que sentido dás à coisa. Mas admito que há personalidades aqui pela Blogos que me fascinam e que gostaria, naturalmente, de conhecer. Bastantes mesmo. As suficientes para que as não mencione porque seria extensivo e certamente omitiria alguma, sem querer.

9 - Qual a tua opinião sobre os blogs anónimos?

Acho óptimo. O anonimato não tem que ser necessariamente perverso. Mas acho ígualmente óptimo que as pessoas se identifiquem, por outras palavras, é coisa que não me faz perder o sono.

10 - Qual a tua opinião sobre os encontros de bloggers?

Nada contra. Por acaso nunca me encontrei com ninguém nem fiz força por isso. Mas não me esquivo à pergunta. Acho que poderá ser saudável e gratificante, tanto quanto receio que isso se poderá tornar numa versão upgrade dos «Alunos de Apollo». E, neste, particular, sou muito sensível. Ainda cultivo o relacionamento humano numa matriz descomprometida em que cada um se insinua através das suas capacidades e idiossincrasias e não através de caldos de cultura apropriados ao efeito. Pelo menos, por enquanto. Um dia, não sei…

quarta-feira, maio 18, 2005

Pois...



[376] - HMMPFFF...GRRRBRRRRUMMMMMMFFFPPPPP...MMMM GRRRRTHHH THHH HMMP PFFFFF&/%§$#º*$"=
dasse

Só Eu Sei

[375] - Eu explico:

O estádio vai estar cheio, claro, a TV vai mostrar os adeptos cheios de verde e tudo a cantar o «Só eu sei». Vão mostrar o Santana Lopes, o Jorge Coelho e, com sorte, Jorge Sampaio lá estará;

O jogo começa, o Sporting vai trocando a bola a meio campo, Rochembach, Custódio (Hugo Viana?), triangulam, arrancam uma falta, o Rochembach marca para as nuvens, o jogo continua, a bola circula, Liedson corre, vai, volta, mais uma passagem, Liedson cai e olha para o árbitro com cara de puto de escola a quem roubaram o «bolicao» à espera que marquem falta, Peseiro vai dando as voltas do costume no local reservado para esse efeito, abre os braços, mostra um, dois, três dedos, o Spoting carrega, os russos lá vão defendendo, o Douala faz aquela finta que já todos conhecemos (leia-se, pára a bola, «atira-a» para a linha de fundo e vai a correr confiado na sua velocidade, o defesa chega a tempo e manda a bola para canto) e, lá para os 42 minutos de jogo, há um ressalto, a bola cai perto de Polga, Polga cai perto da bola, o Wagner Love corre, olha para o Ricardo, mede a distância entre as pernas (do Ricardo) e golo. Tudo para intervalo.

Recomeça o jogo, o Sporting torna-se trapalhão e, durante meia hora, volta a carregar, repete o filme da primeira parte. Repete-se o ressalto de bola, Polga desta vez tropeça nos próprios pés, aparece o Wagner Love em corrida, aproxima-se da baliza, Ricardo sai ao lance e a bola bate-lhe na canela, mantendo o resultado em 0-1.

Faltam 7 minutos para o fim do jogo, está tudo nervoso, o Sá Pinto recapitula a versão inglesa para alguns insultos ao árbitro, aumentam os encontrões, Liedson continua a atirar-se para a piscina, levando inclusivamente um amarelo, de repente o Pedro Barbosa segura a bola do lado esquerdo, flecte para o lado direito, cruza a meia altura, Liedson aparece de lá detrás do sol posto e marca de cabeça.

1-1, volta a ouvir-se o «Só eu sei», a mole sportinguista volta a agitar-se, falta 1 minuto para acabar, Peseiro abre os braços, olha para o relógio, levanta os dedos (um, dois, três), confusão na área, bola no ar, cabeçada de Liedson, bola nas canelas de um russo qualquer, saltita à frente de Sá Pinto e este empurra-a com a coxa para a baliza.

O estádio explode em alegria e cânticos, o árbitro olha para o relógio e dá o jogo por terminado.

Assunto resolvido.

À noite, o Rui Tovar e o Gabriel Alves vão explicar-nos todas estas incidências numa postura imparcial e cheios de carácter e atitude. E o que interessa é que vamos ganhar, porque o Sporting é a melhor equipa portuguesa e é o meu clube, ora essa.

P.S. Não me perguntem como é que eu «desarrinquei» este filme e como é que sei o nome de tantos jogadores. Há sempre um «Espumante» desconhecido para si.

terça-feira, maio 17, 2005

Agora é Cinema...



[374] - A Hipatia decidiu enviar-me mais um inquérito blogosférico. Faço-o com muito gosto. Aqui vai:

1. Qual o último filme que viste no cinema?

O último filme... foram dois. Vinha a sair da «Queda», reparei no Sean Penn e na Nicole (mais na Nicole, admito...) e enfiei-me na sala ao lado. Eu explico melhor: sentado para ver «A Queda» lá apareceu o «letsluqueatdatreila» da «Intérprete». Percebi que para além da Nicole havia ali um fiozinho de enredo que tinha a ver comigo. África, presidentes corruptos, raízes africanas em descendentes de europeus que vêm para a Europa (no caso do filme, em New York) e fui...

2. Qual a tua sessão preferida?

Sem dúvida aquela a meio da tarde quando digo a uma senhora, de que não revelo o nome e que me atura das 10 às 6, competente e cúmplice, que vou ali e já venho. Sobretudo no Verão. Uma sessão da tarde, metido num cinema escuro com o ar condicionado a bater-me na cara e quase sozinho, degusto com um prazer indescritível um qualquer filme que goste. Para além de que esta prática é uma excelente terapia para o tal de stresse. Depois volto ao escritório e readquiro aquele ar responsável e atarefado que me caracteriza em momentos de crise...

3. Qual o primeiro filme que te fascinou?

A «Branca de Neve», claro. Sempre gostei de filmes de terror!

4. Para que filme gostarias de te ver transportado(a)?

Para o «Out of Africa»: Não que tenha sido o filme de que mais gostei. Mas porque acho que faria tudo exactamente como o Robert Redford fez. E depois, tudo aquilo me é familiar. Menos a Meryl Streep, claro!

5. E já agora, qual a personagem de filme que gostarias de conhecer um dia?

Tem dias que poderia ser o Pierce Brosnan a discutir com a Julianne Moore... outros que poderia, facilmente, ser o Pierce Brosnan a discutir com a Julianne Moore. Aos fins de semana... podia ser então o Pierce Brosnan a discutir com a Julianne Moore. Mesmo casando com ela num pub da Irlanda e tudo...

6. E que actor(actriz)/realizador(a)/argumentista/produtor(a) gostarias de convidar para jantar?

Dois. Sidney Pollack e Clint Eastwood. Como realizadores. Se a mesa fosse grande, dizia-lhes para trazer o de Niro, o Al Pacino, o Woody Allen, o Gene Hackman, o Tommy Lee Jones, o Albert Finney, o Kevin Spacey, o Jeff Bridges, o Morgan Freeman... ó diabo, só saem homens... ok, a Julia Roberts, a Meryl Streep, a Julianne Moore, a Anette Benning, a Andy McDowell, sei lá... há tantos que gostaria!


7. A quem vou passar isto?

Hummmm à
Francisca, porque anda a «gazetar» muito por aqui, à Luna porque ficou com beicinho por não ter sido convidada para o inquérito dos livros e não gostou do último que recebeu e ao Incompetente, porque mesmo que não lhe apeteça acaba por responder uma incompetência reconhecidamente incompetente e ganhamos no design e nas cores.

NOTA IMPORTANTE: Reparo agora que não mencionei nenhum realizador/actor daqueles densos, chatos, de intervenção, cheios de conteúdo e que ganham paletes de festivais pela nossa culta e intelectual Europa, mas eu sou mais filmes terra à terra, tipo o marido a descer à cozinha, dar beijinho à mulher e aos putos que estão a tomar o pequeno almoço e prestes a arrancar para a escola, dizer à mulher que, provavelmente, chega mais tarde porque tem uma reunião e embrenhar-se no tráfego citadino...

Não posso ainda deixar de mencionar um dos filmes que mais me marcaram, para aí há uma boa vintena de anos ou mais: - «Deliverance» (Fim de Semana Alucinante) com o Burt Reynolds, um actor medíocre mas que se excedeu naquele filme brutal e excelente.

Não se Pode Ter Tudo

[373]
É AMANHÃ

Emplastros de Luxo



[372] - Palavra de honra que não tenho simpatia especial por Isaltino Morais. Muito menos sei se o homem tem obra ou deixa de ter em Oeiras.

Sei o que, aparentemente, toda a gente sabe. Que Isaltino tinha uma conta na Suíça e não declarou ao fisco e que está sob investigação. E que, em consequência disso Isaltino se demitiu do Governo e Marques Mendes lhe retirou confiança política para a sua eventual candidatura à Câmara.

O que eu não sabia é que isto serviria de matéria de facto para um julgamento público, com dois advogados de acusação, a escorrer baba e de olhos aduncos, voz sibilina e risadinha cínica, perante um homem (quiçá cheio de culpas no cartório…) nervoso, titubeante e sem mais de quinze segundos seguidos para se defender – porque era disso que se tratava. Defender-se.

Fátima Campos Ferreira e Saldanha Sanches não deram um mau exemplo. Limitaram-se a personificar (na perfeição) a pequenez do nosso espírito e aquele complexosinho de inferioridade que, dizem os especialistas, se converte na soberba e parolice de que usamos e abusamos, sempre que nos dão tempo de antena. Nada de muito diferente do «emplastro» das Antas, afinal…

segunda-feira, maio 16, 2005

O Partido Vaselina



José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa

Nascido em Vilar de Maçada

(escolhi a foto mais bonita que encontrei para não dizerem que não gosto do homem)



[371] - Ferreira Leite chegou ao governo e disse: - O Partido Socialista é uma colecção de incompetentes e salafrários que rebentaram isto tudo através de uma política irresponsável de facilitismo, compadrio e despesismo. Como resultado vou ter de arrumar a casa e depois vamos pensar em investimento e desenvolvimento. Caiu o Carmo.

Durão Barroso acrescentou que estávamos de tanga e caiu a Trindade.

Foi um período em que se esboçou alguma retoma, no meio da mais assanhada campanha de descredibilização por parte da oposição, dos jornais, da televisão e comentadores encartados. Falava-se mais da «obsessão do défice» e de MFL do que do futebol e do Pinto da Costa e as pessoas conspiravam na rua, nos locais de trabalho, cinemas e supermercados, parques e jardins, esplanadas. A culpa era da Manuela, feia e obcecada, e do «Cherne», inábil e demagogo, a dar-nos a tanga da tanga.

Agora é diferente. Temos uma maioria que primeiro nos dá papas e bolos durante uns tempos. SCUTS grátis, redução de desempregados, choques disto e daquilo, incentivos às empresas para já nem me lembro quantos licenciados, milhares para aqui, milhões para ali, milhares de milhões por tudo e por nada. Era o discurso positivo. O discurso «não tanga».

Mas a realidade acaba sempre por se impor, não há os tais almoços grátis e a situação financeira está a atingir proporções «monstruosas» (parti-me a rir com a expressão de Sócrates a mostrar-se surpreendido com as revelações de Vítor Constâncio...) e eis que se assiste à mais refinada sessão de preliminares em que o PS é fértil, antes da cópula final. Uma intervençãozinha do Ministro das Finanças (que andava hibernado), uma notícia aqui, um comentário de Peres Metello ali, um Forum da TSF a preceito, uma visita de Vítor Constâncio a Belém, cirurgicamente relatada pelos media e «voilá». Estamos na merda, vamos pagar SCUTS, a gasolina vai subir, o tabaco vai disparar, vamos pagar mais impostos e a notícia chega, qual dor fininha sem vaselina: - «primeiro temos de tratar do problema das finanças, depois trataremos da economia».

No fundo, nada do que está a acontecer é verdadeiramente novidade. É o PS no seu melhor. A tal vaselina antes da dolorosa sodomização. E assim ficamos todos contentes. «Fodidos e mal pagos», mas contentes e felizes por termos nascido. A questão é que a vaselina é uma forma incompetente de chegar aos «finalmentes». Pelo que, infelizmente, receio que vejamos mais depressa as estrelas que a tal luz ao fim do túnel.

domingo, maio 15, 2005

Kumba "Yalaestá" outra vez...



[370] - Vem aí porrada outra vez.

Pede-se, com ansiedade, uma opinião abalizada dos
experts em política internacional, para ver se o pessoal entende melhor esta embrulhada e antes que comece a fazer juízos precipitados, sei lá...

Nhamnham...



[369] - O senhor Manto Tshabalala-Msimang, ministro da saúde da África do Sul, produziu uma declaração linear sobre os cuidados a ter com a SIDA. Andam por aí os cientistas a derreter as meninges com investigação, intrigas sobre a política dos medicamentos para os países africanos, malfeitorias avulso das multinacionais e, afinal, a solução está ao alcance de uma vulgar horta no «backyard».

A solução, segundo Tshabalala-Msimang, é o uso do alho e do limão. Não só tornam a pele mais macia e as caras mais bonitas como combatem efectivamente a SIDA. Só não disse se estes estimáveis produtos deveriam ser usados por ingestão (o que, provavelmente e devido ao mau hálito, reduzirão a frequência do coito e, consequentemente, a incidência da doença) ou por aplicação tópica. A ser esta última a forma de aplicação, bem podia o senhor ministro ter-se lembrado em substituir o limão por «champagne sorbet» e o alho por creme de framboesa. Sempre seria uma terapia mais apetecível.

Mas regozijo-me com algum progresso verificado nesta matéria. Há poucos anos, na Conferência Mundial contra a SIDA em Durban, ainda se dizia que a SIDA era uma invenção dos brancos maus que queriam matar os pretos bons. Felizmente que a sensatez de Nelson Mandela lá foi convencendo as massas que não era bem assim. Agora já se diz que, afinal, a doença existe mas que pode ser tratada com alho e limão.

Um dia destes experimento...

sábado, maio 14, 2005

3 Dias de Nojo



[368]

DOWN FOR MAINTENANCE

This blog is temporarily unavailable due to UNplanned maintenance
This downtime will last as long as blogger is clearly told that o golo do Benfica não foi «um bocadinho falta».

Até lá, estarei a tomar um capuccino sintético com seis carpideiras que contratei na Porta 10...




(Lambendo as feridas... chuifff chuifff)

Há imagens que nos beijam...



[367] -Há pouco vi no Telejornal um grupo de 100 Moçambicanos, cheios de cachecóis, barretes e estandartes do Benfica e do Sporting a fazerem uma festa danada no Aeroporto de Mavalane. Em pouco tempo embarcariam para Lisboa para o derby do ano. Até reconheci algumas caras, entre elas o meu ex-vizinho da Sommershield Mário Coluna.

Esta imagem, para mim, valeu mais que mil elaborados exercícios de retórica que vou vendo por aqui sobre a Lusofonia, quase sempre longe do conhecimento de uma realidade que só pode ser cabalmente entendida em discurso directo...

É Hoje



[366] - É hoje, é hoje, é hoje, é hoooooooooooje!

NOTA: É hoje o derby, bem entendido, que eu estou em perfeito uso das minhas capacidades fisico-psico-motoras e nem sei as anedotas do Juca Chaves...

sexta-feira, maio 13, 2005

Currycabralado



[365] - O que é que poderei pensar de um país (que, por acaso, é o meu) onde um enxame de gente (doente, já que estava na sala de espera do atendimento das urgências do Curry Cabral !...);

1) Se «atira» a uma máquina de venda de sandes, bolicaos (não sei se é assim que se escreve...), fatias de bolo, iogurtes e outras iguarias, perante a circunstância feliz de a mesma estar avariada e escancarar as portinholas sem necessidade de introduzir a moeda? Fazendo autêntica bicha em risadas alarves e, na maior alacridade, se vai «servindo» dos artigos gratuitos, arrastando os putos pela mão, berrando para as consortes para que digam se querem sandes de «xóriço», bolo ou bolicao?

2) Passa metade do tempo da espera a falar em telemóveis que emitem in-ce-ssan-te-men-te os mais variados toques polifónicos que vão da «Cavalaria Rusticana» ao hino do SLB, passando por trechos de Beethoven, música pimba, relinchos cavalares, sinos e sinetas, gaitas, rufos de tambores de banda filarmónica, assobios estridentes e uma infindável série de ruídos correlativos?

3) Produz uma algaraviada de feira onde se fala de tudo, de todos, do almoço, do Benfica, do almoço, do Benfica, do almoço, do Sporting, do jantar, do carro a «gasol» que acabaram de comprar e que tornam imperceptível as chamadas dos doentes pelos altifalantes?

4) Discute a permanente degradação do serviço de atendimento, como uma senhora que dizia para quem a queria ouvir que «há anos que vinha ali ao Curry Cabral» (com aquele ar douto e esclarecido de quem percebe da coisa...) e que aquilo estava cada vez pior e que agora até os médicos das triagens eram pretos brasileiros?

5) Mantem um permanente vai-vem entre as salas, de e para os lavabos, de dentro para fora e de fora para dentro, normalmente com putos a reboque (a chorar ou a rir, mas nunca calados) sem que eu alguma vez percebesse onde é que iam, de onde vinham ou o que é que andavam a fazer)?

É a segunda vez que, circunstancialmente, me vejo a passar cerca de seis horas nas urgências de um hospital. Chego a casa deprimido e... doente. Mas devo ser eu que sou esquisito.

Tá Quase, Quase...



(esta foto foi reduzida por razões óbvias...)

[364) - Ok, tem mais vermelho... mas vai ser na casa deles e não há como dar a volta à coisa...

quinta-feira, maio 12, 2005

Tá Quase...



(Esta foto foi reduzida por razões óbvias...)

[363] - Que me seja perdoado o pecadilho de sentir esta alegria travessa pelo Benfica vs Sporting que aí vem, com os andrades à distância de uma «tsunâmica» reviravolta na lógica para poderem ainda ser campeões.

É que há poucos lisboetas. Mesmo muitos dos que vêm ao mundo na Alfredo da Costa acabam invariavelmente a «ir à terra» no Natal e na Páscoa. Este fenómeno podia ser bom se tão só inserido num contexto de cosmopolitismo. Mas não é. Por alguma razão que me escapa, muitos dos «lisboetas» continuam a nutrir acinte por esta cidade e ajustam-se a uma atitude de «vivem cá porque é aqui que estão as oportunidades, o que aliás se deve a uma nefasta centralização no Terreiro do Paço».

Lisboa é uma das mais bonitas, luminosas e cativantes capitais europeias. Tem ainda o encanto e a força que a fazem resistir à erosão daquele bairrismo que enforma outras cidades menores, como o Porto, Coimbra, Faro ou Viseu. Mas um «derby» como o de Sábado, em que as duas maiores equipas portuguesas competirão pela conquista do título vai afagar o ego alfacinha e constituir, certamente, um grande espectáculo no estádio da Luz. E, já agora, que ganhe o Sporting...

Algures, por aí,



joga-se pelo lugar

(provocaçãozinha a alguns portistas que fazem o favor e me dão o privilégio de ser bons amigos)

quarta-feira, maio 11, 2005

Desafio



[362] - Ora se andam por aí inquéritos, jogos e desafios mais ou menos capciosos pela Blogos (eu próprio respondi ao dos livros...) e considerando que em Portugal estamos todos bem muito obrigado, com um governo que governa e espalha a sua influência diplomática entoando com fervor internacionalista o «soltem os prisioneiros», o défice está alto mas não se nota por aí além, os tráfegos de influências são sempre os mesmos e feitos pelos suspeitos do costume, o desemprego nem anda nem desanda, o Carvalho da Silva anda mudo e quedo, o Louçã anda rouco (uma gravatinha de lá podia ajudar...), o Barnabé anda sem assunto que até já fala na TAC do Tutankhamon, as trapalhadas do Governo só seriam trapalhadas se Santana Lopes em vez de andar por aí andasse por aqui e até vamos ter um campeonato dignamente disputado na 2ª circular, achei que era de bom tom lançar um desafio àqueles (e àquelas, sejamos uns dignos continuadores do «Portugueses e Portuguesas») que acham que dominam a escrita (e mesmo aos que não acham, que eu nestas coisas não sou de filhos nem de enteados) e propôr o seguinte:

- Escrever um texto, com um mínimo de 60 (sessenta) palavras em que a letra «A» esteja SEMPRE excluída. Nem como inicial nem como... nada. Que NUNCA seja aplicada.
O texto deverá ter um mínimo de sentido, claro, nada do género «Eu sou eu, viva eu (oops ali vai um «A» no «viva»...) e ninguém é melhor do que eu». A pontuação e acentuação são de livre arbítrio e cada um que faça o seu melhor. Quem quiser alinhar tanto o pode fazer na caixa de comentários como no seu próprio blogue, sendo que neste caso a coisa é mais gira - digo eu, mas não faço questão.

Eu dou o exemplo com o texto que segue e garanto-vos que de cada vez que o relia encontrava sempre mais um «A». Espero que desta vez esteja ok.
Se aceitarem o desafio, boa sorte:


O meu texto:

Escrever é perceber que, mesmo vertendo os fluídos de prejuízo é, sobretudo, enriquecer o fervor do nosso espírito. Mesmo que isso signifique custos frustres e de evidente desconforto. Por isso é bom escrever. Por isso é bom produzir escritos. O lucro é em prole dos que escrevem e no sentido oposto dos que vivem herméticos e introspectivos. Sem remédio. Perdidos e infelizes.

Chora Que Logo Bebes



[361] - O Chora faz um aninho.

A
Madalena escreve bem, tem bom gosto e tem aquela forma de discordar que nos faz apetecer dar-lhe um beijinho.

É sensível como uma corda de violino, inspira a beleza da vida e expira a poesia que lhe oxigenou a alma. África é o cadinho das suas recordações, mas não volta lá porque detesta aviões. Tem uma família de leões, o que é um estimável «asset».

Adora efemérides e não lhe escapa uma. Tem um forte sentido de amizade e cultiva a elegância. Parece ter um só defeito visível: Não admite que as alergias e os pólens tenham direito à vida, como ela.

Como é que eu sei isto tudo da Madalena? Eu nunca a vi, não a conheço, mas se sei é porque ela tem o engenho de no-lo transmitir em cada palavra que escreve.

Um beijinho e longa vida ao teu
menino.

Tchin Tchin!

terça-feira, maio 10, 2005

Sacudir a Memória



[361]

«... e quando estou louca, me beija na boca, me ama no chão...»

Hoje ouvi esta canção, que vagueava perdida e esquecida na minha caixa de memórias. Foi no RCP e, apesar da Mariana Vidal, soube-me bem.

Quem diz que a música brasileira não é a melhor e mais inspirada do mundo?

A Lusa Providência



[360] - Este homem teve problemas em pequenino. Ou já grandinho. Só pode.

A facilidade com que este advogado faz juízos de valor sobre genética, agronomia e química orgânica confere-me, desde já, a prerrogativa de me embrenhar no Código Penal e botar as minhas bravatas, sempre no superior benefício dos meus concidadãos. Ou no Civil. Ou num código qualquer que me possibilite uma providência cautelar que impeça este homem de acordar todas as manhãs a perguntar-se o que é que vai fazer nesse dia para complicar a vida às pessoas.

Eu não sei se Sá Fernandes sabe o que são milhos transgénicos. Ou mesmo sem ser transgénicos, para além de uma ou outra maçaroca que tenha comido em miúdo. O que sei é que este homem anda preocupado comigo. Com os túneis que eu não devo percorrer, com os milhos que não devo comer. E isso é coisa que superlativamente me aflige. E, já agora, me irrita. As preocupações sobre ecossistemas e saúde pública são um elemento estimável na configuração da nossa consciência cívica. Mas fazê-lo em obediência a critérios duvidosos é uma atitude infecta. E depois, o homem está habituado a providências cautelares. E, por isso, «considera que as culturas de milho transgénico
TÊM que ser suspensas, a partir do momento em que o Ministério de Agricultura foi notificado da sua providência». E vão ver que se vai falar no assunto durante um ror de dias...

Post Analógico, Plástico, Denso, Elástico...



[359] - Li no Público...
"Vasco Graça Moura defende uma tese insustentável (ou, pelo menos, que deve ser combatida), mas extremamente interessante. Ela tem a ver com a globalização. Verificamos que hoje os produtos culturais, que nos habituámos a considerar analógicos, isto é, que têm uma espécie de plasticidade, o que significa que a nossa relação com eles é densa e elástica, se desloca entre o mais e o mais, funciona com as graduações de sentido, têm hoje um outro estatuto. Segundo Vasco Graça Moura, seriam produtos digitais e nessa condição a especificidade do cultural tende a desaparecer. Tudo é igual a tudo, porque tudo é redutível à linguagem do digital. O digital é como o dinheiro. Tal como o dinheiro é para nós um equivalente geral, o digital torna todas as coisas iguais. É também um equivalente geral. O que resulta daqui é que a forma liberta-se do conteúdo"
…e fiquei com raiva. Com inveja, admito. Ressabiado. É que por metade do preço eu poderia debitar um fraseado analógico, peço desculpa - análogo, ao de E. P. Coelho. Talvez não me levasse tão a sério mas, porventura, divertir-me-ia muito mais (tenho para mim que EPC não deve achar graça à vida...). Certamente pelo gozo que me daria ser pago para escrever coisas tão analógicas, estabelecendo uma clara analogia entra coisas tão análogas como o mais e o mais. É demais.

Já me aconteceu referir-me a tão analógica criatura e ser tosado por indefectíveis admiradores deste baluarte de cultura que dá pelo nome de Eduardo Prado Coelho. Há gente assim. Gente que é assim e que gosta assim. Eu não sou (talvez por isso não me paguem para escrever) e não gosto (talvez por isso me mantenha na cinzenta penumbra de uma total ausência de substância - analógica, está bem de ver). Mas não desanimo. Um dia perceberei melhor este fenómeno da cultura lusa, atenta, veneradora e obrigada a figuras que por esta ou aquela razão se guindaram a este invejável (!!) patamar que suscita reverências, citações e uma abençoada ligação natural a um posicionamento politico só ao alcance dos iluminados.

segunda-feira, maio 09, 2005

Confiança no Governo

[358] - Descoberto o segredo da displicência do Essélebê a perder pontos por aí.
Os dirigentes benfiquistas fizeram uma autêntica profissão de fé na promessa do Governo em acabar com as listas de espera…

domingo, maio 08, 2005

Decisões de Homens



[357] - Fonte Belmont Club

The United States has apologized for several of its Second World War actions, most notably the internment of Japanese-Americans. However, George Bush's apology for the 'sellout' at Yalta is bound to rekindle debate over one of the foundational moments of the post-war world. ABC news reports:

Second-guessing Franklin D. Roosevelt, President Bush said Saturday the United States played a role in Europe's painful division after World War II a decision that helped cause "one of the greatest wrongs of history" when the Soviet Union imposed its harsh rule across Central and Eastern Europe. ... "Certainly it goes further than any president has gone," historian Alan Brinkley said from the U.S. "This has been a very common view of the far right for many years that Yalta was a betrayal of freedom, that Roosevelt betrayed the hopes of generations." Bush said the Yalta agreement, also signed by Britain's Winston Churchill and the Soviet Union's Joseph Stalin, followed in the "unjust tradition" of other infamous war pacts that carved up the continent and left millions in oppression. The Yalta accord gave Stalin control of the whole of Eastern Europe, leading to criticism that Roosevelt had delivered millions of people to communist domination. "Once again, when powerful governments negotiated, the freedom of small nations was somehow expendable," the president said. "Yet this attempt to sacrifice freedom for the sake of stability left a continent divided and unstable."
Yalta marked the moment from when Winston Churchill first openly called the Soviet Union a menace to the Free World. With Nazi Germany clearly dying, Stalin had replaced Hitler as the principal menace to Britain. Interestingly enough, the United Nations was created at Yalta. It is the only one of the four major conference decisions whose writ history has not yet rescinded or made moot. The four decisions were:
- divide Germany into four ‘zones’, which Britain, France, the USA and the USSR would occupy after the war.
- hold elections in the countries of eastern Europe.
- set up a government in Poland which would contain both Communists and non-Communists.
- set up the United Nations.
Roosevelt was to die shortly afterward and Churchill would be evicted from office by Britain weary of war. Yet Stalin remained. But from his position as a private person, Churchill had one final word of warning to utter. At a speech in Westminster College in Fulton, Missouri, Churchill said:
"From Stettin in the Baltic to Trieste in the Adriatic an "iron curtain" has descended across the Continent. Behind that line lie all the capitals of the ancient states of Central and Eastern Europe. Warsaw, Berlin, Prague, Vienna, Budapest, Belgrade, Bucharest and Sofia; all these famous cities and the populations around them lie in what I must call the Soviet sphere, and all are subject, in one form or another, not only to Soviet influence but to a very high and in some cases increasing measure of control from Moscow."

When the Yalta conference was held, US forces were still West of the Rhine. Roosevelt was extremely sick. Britain all but exhausted. Yet so was the Soviet Union. And the United States was soon to be the sole possessor of the atomic bomb. Whether it was possible to prevent Stalin from taking over Eastern Europe without devastating it will always be an open question. In one sense, it is always futile to apologize for history. But George Bush's apology is really addressed toward his perception of American historical intent. He seems to be saying 'yes my predecessor intended to carve up the world with Josef Stalin. He had no right to deliver people into bondage and we will never do it again.' It is a moral apology, no less futile than regrets over slavery or the dispossession of the Indian tribes.

Oeiras Mais Igual



[356] - É desta. É desta que o Concelho de Oeiras passará a ter um departamento, uma comissão, uma fundação (não confundir com a fundição de Oeiras), um instituto, qualquer coisa, da Igualdade.

Este país é extraordinário...

sábado, maio 07, 2005

Ripa na Rapaqueca



[355] - Morreu o Jorge Perestrelo. Não o conhecia pessoalmente, melhor, foi-me circunstancialmente apresentado no restaurante onde passei a noite de fim de ano, que aliás descrevi aqui e que era dele. O «Casquinha de Siri».

Morreu ontem depois de ter feito o relato do Sporting em AZ Alkmaar. O seu estilo era inconfundível e era enfeitado por vocábulos e expressões como palmeira, kambuta, demdém, irmão, ripa na rapaqueca, chipala, kandimba, kandunga e muitos outros. Expressões que ele nunca conseguiu enjeitar. Quem andou por Angola percebia, quem não andou gostava e acabava por perceber o sentido.

Jorge apanhou agora o kurikotela e a próxima estação é para ficar. A angina de peito já não o atormentará mais.

Poor them...



[354] - Perplexo não terei ficado, conhecedor do que a casa gasta. Mas confesso não conseguir, ainda, domesticar uma profunda irritação face á forma como algumas notícias são tratadas pelos nosso media.

Isto a propósito da recente vitória de Blair e do Labour. É extraordinário como a tónica geral das notícias repetia à exaustão «a mais estreita vitória de sempre do partido», ou «Blair ganha por uma unha negra», ou «o número de deputados foi reduzido» ou, ainda, «Blair a pagar caro a aventura do Iraque». Isto no meio de dezenas de outras preciosidades que atestam bem a nossa honestidade intelectual. O homem ganhou, mas não ganhou. Ganhou só por um a zero... com favores do árbitro... o adversário teve azar...e os ingleses, basicamente, vivem nas trevas da estupidez.

Sinto alguma vergonha por esta forma de estarmos. Ou de andarmos por aí.

Coitados dos ingleses. Estúpidos, mal formados, obliterados por um posicionamento retrógrado que não lhes permite ver o perigo potencial de ter tão beligerante primeiro ministro. Podíamos e devíamos bem dar-lhes uma ajuda de clarividência. Sugiro desde já uma comissão de barnabés para o efeito. E que ficassem por lá muito tempo...

sexta-feira, maio 06, 2005

Sacanices



[353] - «…e quando eu vi que faltavam dois minutos, aí senhor doutor Manuel Acácio eu vi mesmo que, prontes, a coisa estava perdida mas lembrei-me que sou católico… e ainda por cima faço anos a 18 de Maio e o Papa João Paulo II também fazia e é o dia da final. Aí eu pedi muito ao papa e tenho a certeza que ele fez a justiça divina…»

(in Forum TSF de hoje)

Eu já andava desconfiado da parcialidade de João Paulo II. Afinal sempre se confirma que SS não gostava dos holandeses e não resistiu a fazer-lhes uma divina sacanicezinha.