quarta-feira, abril 27, 2005

Manifesto (??)



[337] - Não consigo descartar esta ideia de que quando o presidente do meu clube fala (ou quer falar, ele pelo menos, tenta...) fico com a mesma sensação de quando nos dá vontade de espirrar e o espirro não acontece. Franzimos o nariz, semicerramos os olhos, entreabrimos a boca, preparamo-nos para a “explosão”... é agora... agora.... ai.... hummm...mmm...mmm... e nada. O espirro não salta, o alívio não vem e temos de diluir a irritação até que o almejado espirro aconteça.

O problema com Dias da Cunha é que, falando de espirros não consumados (esta ocorreu-me a partir do relato de um julgamento qualquer, pelo menos o “não consumado”), o espirro acaba por vir. Há aquele incómodo recorrente uma, duas, três vezes mas a coisa compõe-se. O espirro acaba por saltar. Com estrépito, ribombante, chuva de perdigotos de saliva e muco, lacrimejação da córnea, ele salta. Poderoso, ruidoso, macho – virilão. Já com Dias da Cunha a coisa fia mais fino. Ele começa a falar, vai revolvendo uma voz roufenha, com acessos de mucos glote acima, glote abaixo, depressinha, devagar, pausa, mais “grrrrrsssssss” de saliva borbulhante pela faringe acima, laringe abaixo, olhos perdidos no espaço, com pequeníssimas mas visíveis contracções musculares num pescoço revestido por uma barbicha “cascalense” que vai muito bem com o “Porto de Santa Maria” mas que deve dar uma comichão dos diabos e arruinar o colarinho de, pelo menos, duas camisas por mês. Mas o homem fica-se por ali. Não dá duas seguidas (frases, entenda-se, que eu não sou de intrigas e o homem pode dar duas muitas coisas seguidas e ninguém tem nada com isso, que sei eu...).

No meio deste exercício gutural, tosca e tentativamente descrito, um ouvinte atento e interessado consegue identificar alguns vocábulos como “sistema”, “liga”, “o governo tem que”, “árbitros”, “futebol” e mais umas quantas combinações de vogais, consoantes e alguns ditongos. Tudo junto e somado acabei por perceber (enfim, porque o apresentador do telejornal explicou...) que Dias da Cunha almoçou com o presidente do Benfica e que agora até estavam mais unidos do que... quando... hamm.... grrrrr...hmmmm...o ...han... apresentação... ham... grrrrr....nhmmmm... conferência, acho que de imprensa. No fim, Rodrigues dos Santos explicou que Dias da Cunha e Filipe Vieira continuavam unidos na defesa do futebol e do manifesto, seja lá que manifesto for.

Portantos, fiquei esclarecido. É preciso que tênhamos paciência, para que póssamos ter um futebol transparente. E manter o grupo de trabalho unido, um bom balneário. Muita atitude, carácter e postura. E denunciar estas situações que eu não digo mas que todos vocês sabem a quais me refiro e não desminto nem confirmo.

5 Comments:

At 9:06 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Estou derreada!! Depois dum discurso tão eloquente e com tanto ritmo eis que surge uma falha, uma terrível falha, que os meus olhos nem queriam acreditar e que eu não tenho coragem de publicamente referir. Por favor caríssimo espumante (se calhar deveria escrever Espumante) proceda rapidamente à correcção pois estou convencida que a maioria ainda nem se apercebeu.

 
At 9:09 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Retiro o que disse. Depois de ler mais atentamente percebi que foi propositado. Talvez um itálico ficasse mais apropriado.

 
At 11:25 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Anónimo

Minha cara anónima

Eu explico:
O meu computador de casa é quase do jurássico, leia-se ainda tem o Windows 98, o que me limita um pouco os arrebiques de texto. Então o que é que eu faço? Normalmente "posto" em casa e, no dia seguinte "arranjo" o texto. Isto porque o meu PC aqui do escritório está cheio de mariquices, dá para pôr cores no texto, boldes, itálicos e outras minudências.
Concomitantemente, já "reparei" o texto e espero que, assim, já não se sinta derreada :)))) com os meus erros de gramática.
E "póssamos" nós continuar amigos. :)

 
At 8:07 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Prontos nunca vi ninguém a descrever tão bem a maneira de falar do Dias da Cunha. Hádes ver que é blasé e moderno. Eu cá quando intervir numas quaisqueres coisas vou fazer acórdos com todo o mundo para que tênhamos todos alegrias com o Sporting e para que póssamos ser amigos, sim que eu sou do Belenenses, mas portuguesa.

 
At 9:17 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Laura Lara
Gígamos que é um supônhamos... eu sou do Sporting mas tamãe gosto do Belenenses e vivó Benfica
:)

 

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