sábado, janeiro 01, 2005

Réveillons



Last night flute-upgrade do Espumante

Arrastado por uma asa, com indícios preocupantes de PDI, a avaliar pelo binómio de dores no cotovelo (eu, que não jogo ténis há mais de cinco anos...) e na “rotunda” da omoplata, clavícula e úmero, em que todos estes ossos insistem em ter prioridade de passagem, fui parar a um simpático restaurante chamado “Casquinha de Siri”. Siri parece querer significar um caranguejo pequenino que existe lá para o Brasil e que se diz ser muito bom. Não sei se é, porque só me serviram a casca com um molho de camarão lá dentro. Comi o molho, mas a casca achei indigesto, por isso não sei se é bom.

O restaurante é acolhedor, tem uma vista deslumbrante sobre o Tejo e eu tive o privilégio de ficar sentado junto à vidraça, com vista para o Cristo Rei, ponte... pois, o Tejo é magnífico e há momentos assim, que me fazem esquecer o estaleiro da capital e achar que Lisboa é a cidade mais bonita do mundo.

Éramos um grupo de amigos de longa data, outros nem por isso, todos com a dobragem dos quarenta/cinquenta patente, uns com a ternura da dita, outros nem tanto, que a vida não está para graças. Tudo muito bem vestidinho, os homens de gravata e isso e as mulheres esmeradas em toilettes de estilo (eu insisto em reparar nestas coisas...e espero que isso não signifique algum sinal preocupante assim do género, quando me sair o Euromilhões, compro um descapotável, um boné branco de pala curta, calça bege e polo azul claro e vou engatar gajas boas para a porta do casino...).

A proposta musical, ao vivo e a cores, veio de um grupo simpático de três brasileiros. Tirando aquela meia hora pós meia noite em que cantaram o “Mamã eu Quero”, “Cachaça” e correlativos, tudo girou à volta de Caetano Veloso, Gal Costa, Regina, Jobim, Vinicius e outras eminências do género e devo confessar que hesito em pensar se estou a “andar para a idade” ou se é mesmo muito mais agradável uma noite assim com boa música, alegre, “de marca” e, ainda por cima, que permite conversar quando não se dança. Dançar... penso que não dançava vai para quatro ou cinco anos. E não é que ainda sei? E que mesmo com aqueles inestéticos sapatos que as mulheres acharam que agora se usa, com uns bicos a lembrar pica-paus nervosos e a esconder possíveis e indesejáveis joanetes, não pisei ninguém?

Os amigos eram gente agradável, alguns deles há muito que os não via. Estão mais velhos e mais sábios, ao contrário de mim, que me parece que estou mais velho e cada vez menos sei. Por uma vez não se discutiu política, apesar de alguns deles viverem ou dependerem dela...

Logo a seguir à meia noite fez-se um minuto de silêncio pelas vítimas do Sueste Asiático. Foi bonito e genuinamente sentido.

As mensagens de telemóvel chegaram-me, surpreendentemente, cadenciadas e sem os empastelamentos esperados.

O regresso a casa fez-se quase de manhã. Por uma marginal húmida e cada vez mais bonita. Não soprei em balões (eu, que tenho sempre aquele desejosinho traquinas que mo exijam só para ver a cara da autoridade a olhar para o “zero” da maquineta...).

Foi bom. Estive com gente de quem gosto e senti falta de outros de quem gosto muito também. Mas não é isso o que a vida é? E hoje já é Janeiro e já é 2005 e lá vamos para mais uma corrida e mais uma viagem.

Gostava muito que as pessoas de quem gosto tivessem passado uma noite de fim de ano tão agradável como a minha. Espero que assim tenha sido.E para os que a tiverem tido menos boa, um beijo amigo e força para mais um ano.




4 Comments:

At 4:59 da tarde, Blogger Madalena disse...

Muito bem contado este teu reveillon, Espumante!
Boas companhias (Há no mundo algo melhor do que amigos de longa data!); boas vistas (Cristo Rei e ponte com rio ao lado, em baixo ou à frente... é uma vista de luxo!); boa música (os brasileiros românticos que não pimbam nunca, por mais lamechas que sejam as letras. Há melhor?!);boa comida, gente bonita e um tranquilo regresso a casa... Ena!!!
O meu foi tranquilo, em casa de amigos também de longa data, muito aquecido que o frio não era coisa que nos apetecesse sentir! Muito calor humano, muita conversa sem cerimónias, pois que a amizade além de longa é quase fraterna e um regresso a casa pela A5, que eu resisto à sedução da marginal sobretudo em noite de fim de ano.
beijinhos e bom ano para ti e para os teus

 
At 11:14 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Espumante sofisticado é outra coisa :))))

 
At 3:21 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Madalena
É o que dá resistir à sedução. Não se vê a Marginal e ainda se paga portagem por cima...
:)))

 
At 6:11 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

pes yo no entiendo este idioma pero me imagino q todo lo q dice aqui esta bien y al menos la foto esta muy padre ...
alguien me lo puee traducir al espanol

 

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